quinta-feira, 26 de maio de 2016

Funcionários de empresa eram obrigados a provar remédios, diz MPT

Ação do Ministério Público do Trabalho pede R$ 10 milhões por danos morais.
Em um dia, trabalhadores poderiam ingerir até seis medicamentos diferentes.
 
Procuradora do Trabalho - Maria Helena Rego
 
 
O Ministério Público do Trabalho do Piauí ajuizou uma ação civil pública contra uma empresa multinacional que obrigava os funcionários a degustar remédios, até os de uso restrito, para comparar as drogas com os de laboratórios concorrentes. A ação do MPT requer multa por danos morais coletivos no valor R$ 10 milhões, em razão da gravidade dos danos infligidos à coletividade e do grau de culpa do empregador, que, segundo a ação, teria consciência do elevado risco a que estaria submetendo os seus trabalhadores.
 
Segundo a procuradora do trabalho Maria Helena Rêgo, a denúncia foi recebida de trabalhadores da empresa que relataram como o procedimento ilegal era feito.

“Nós recebemos a denúncia vinda de trabalhadores e iniciamos a investigação. Com a própria denúncia vieram emails que deixam bastante claro e que são a prova contundente da prática irregular da empresa. Esses emails são trocados entre superiores, supervisores e os representantes convocando a reunião, determinando que eles devem conseguir junto as clínicas médicas os medicamentos”, disse.

A procuradora relatou que em um mesmo dia os trabalhadores poderiam ingerir até seis medicamentos diferentes para comparar a qualidade com os de outros laboratórios.

“O objetivo da degustação era que os representantes tivessem pleno conhecimento de todos os diferenciais dos medicamentos. Eles tinham que comparar os produtos da empresa com os produtos similares da concorrência. Então, um remédio que servisse pra infecção bacteriana, por exemplo, eles iam experimentar o da própria empresa e todos os outros similares de todos os laboratórios concorrentes. Em uma mesma sessão eles poderiam chegar a tomar cinco, sete doses, de medicamentos diferentes”, contou.

Maria Helena ainda informa que o Ministério Público do Trabalho suspendeu essa prática no Piauí e em todo território nacional e que nenhum outro estado estava fazendo investigações como essas. Ela diz que o caso não se enquadra como assédio moral, apenas como abuso de poder diretivo.

“Nós já ajuizamos essa ação determinando que essa prática seja suspensa em todo território nacional. O procedimento foi começado aqui, mas a prática é nacional. Pela pesquisa que eu fiz no sistema não encontrei nenhuma investigação desse tipo nos outros estados, por isso, o pedido não se restringe ao Piauí. Esse caso não se enquadra como assédio moral, ele é um abuso do poder diretivo”, explicou.
Tutela antecipada
O MPT requereu à Justiça do Trabalho a tutela de urgência para determinar que a Eurofarma se abstenha imediatamente, em todo o território nacional, de obrigar seus trabalhadores a realizarem tal prática, sob o pagamento de multa no valor de R$ 500 mil por cada vez que por constatado o descumprimento, acrescida de R$ 100 mil por trabalhador prejudicado.
 

Ir ao hospital é mais arriscado que andar de avião



Fazer uma cirurgia ou um tratamento hospitalar é bem mais arriscado do que andar de avião. As chances de sofrer alguma infecção hospitalar é de 1 em cada 10 pessoas hospitalizadas, e as chances de morrer por esse erro médico é de 1 em 300. Comparativamente, esse risco é bem maior do que o de morrer em um uma tragédia aérea, que é de 1 para cada 10 milhões de passageiros.
 
O problema mostra que os hospitais em todo o mundo ainda têm muito a avançar. Centenas de milhares de pessoas sofrem infecções ligadas a hospitais todos os anos. Antes de escolher um hospital, é importante que os pacientes observem se ele utiliza as normas de higiene básica e a Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica da Organização Mundial da Saúde (OMS), para garantir que os itens de segurança dos procedimentos cirúrgicos sejam seguidos.
 
Se todos os profissionais da saúde lavassem as mãos com água e sabão ou com álcool antes de tratar os pacientes, mais de 50% das infecções poderiam ser evitadas. A estimativa é que em cada 100 pacientes internados, 7 irão desenvolver infecções hospitalares nos países desenvolvidos. Nos em desenvolvimento, o número cresce para 10.
 
Os pacientes têm um risco ainda maior de serem infectados se estiverem em uma UTI ou nas unidades de neonatal. Locais como esse são de alto risco, principalmente pelos dispositivos médicos que existem nas áreas, como cateteres urinários e ventiladores.
 
Os números dos infectados em hospitais é assustador. Nos Estados Unidos, 1,7 milhões de infecções adquiridas em hospitais levam a 100 mil mortes, todos os anos. Na Europa 4,5 milhões de infecções causam 37 mil mortes, segundo a OMS.
 
Atualmente, cerca de 100 mil hospitais em todo o mundo usam a Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica da OMS, que é usada para reduzir as complicações em cirurgias em 33% e as mortes em 50%. Se essa lista fosse utilizada em todo o mundo, cerca de 500 mil mortes poderiam ser evitadas, todos os anos.
 

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Hospitais lucram mais a partir de erros do que sucessos cirúrgicos

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De acordo com um novo estudo da Universidade Harvard (EUA), hospitais ganham mais dinheiro quando cometem erros durante uma cirurgia do que quando ela é um sucesso.
 
Os pesquisadores sugerem que reduzir essas complicações poderia diminuir os lucros de um hospital, portanto, se novas medidas não forem tomadas, estabelecimentos cirúrgicos têm pouco incentivo para mudar o quadro atual.
 

O estudo


Os pesquisadores analisaram os prontuários médicos de mais de 34.000 cirurgias feitas nos EUA.
A inspiração para o estudo veio em parte de pesquisas anteriores que mostraram que uma simples lista de verificação poderia reduzir drasticamente erros cirúrgicos. Apesar de tais evidências, poucos hospitais tentaram adotar tal lista de verificação. “Nós nos perguntamos se o motivo para tanto não poderia ser financeiro”, disse Atul Gawande, professor de medicina e cirurgia na Universidade Harvard (EUA).
 
Os cientistas descobriram que, em média, uma cirurgia com complicação rende a um hospital US$ 1.749 (R$ 3.507) para cada paciente do Medicare (nome do sistema de seguros de saúde gerido pelo governo dos EUA, de certa forma semelhante ao SUS brasileiro), ou mais US$ 39.017 (R$ 78.247) para um paciente com plano de saúde privado, em comparação com um procedimento livre de complicações.
 
A ideia é que pacientes com complicações precisam de mais procedimentos e tratamentos pós-cirúrgicos, e, portanto, dão mais lucro.
 
Um paciente de cirurgia com complicações que tem plano de saúde privado vale uma margem de US$ 55.953 (R$ 112.212) de contribuição, em comparação com US$ 16.936 (R$ 33.964) para o paciente que recebeu apenas a cirurgia inicial. Para um paciente Medicare, a diferença é de US$ 3.629 (R$ 7.277) contra US$ 1.880 (R$ 3.770).
 
Mais do que 5% dos 34.256 pacientes de cirurgia estudados tiveram pelo menos uma complicação. Os pacientes que necessitaram de tratamentos adicionais após a cirurgia gastaram uma média de 14 dias no hospital, em comparação com três dias para aqueles que não tiveram problemas.
 
O estudo analisou operações como substituições de quadril, histerectomias, cirurgias cardíacas, e complicações como infecções, choque séptico e ataque cardíaco.

Proposital?

 
Segundo David Sadoff, um dos autores do estudo e diretor-gerente do Boston Consulting Group, tais descobertas não significam que os cirurgiões deliberadamente cometem erros para arrecadar dinheiro para hospitais. “Nós não acreditamos que é isso que está acontecendo”, disse. Mas isso realmente significa que, sem uma mudança, há pouco incentivo para melhorar.
 
“Se você fizer todo esse trabalho duro e reduzir a taxa de complicação cirúrgica de seu hospital, o prêmio que você recebe no final é menor rentabilidade”, disse Barry Rosenberg, também do Boston Consulting Group. “Isso é loucura. Preferimos um sistema que, de alguma forma, recompense esse hospital por ser bem sucedido”.
 
Os pesquisadores (do Boston Consulting Group, da Universidade Harvard e do Texas Health Resources) possuem algumas sugestões para correções. Eles recomendam que as seguradoras não paguem os hospitais por mau atendimento, mas deem bônus para procedimentos sem complicações. Eles também sugerem que os hospitais sejam obrigados a postar suas taxas de complicações cirúrgicas publicamente, de modo que as pessoas possam optar por evitar um hospital com mau desempenho geral, forçando esses lugares a mudar ou até mesmo fechar.
 
 

Pais são capazes de detectar erros hospitalares que médicos deixam passar




Um pequeno estudo realizado nos EUA sugeriu que os pais muitas vezes detectam erros médicos que os próprios profissionais deixaram passar, indicando que as famílias podem ser um recurso inexplorado para melhorar a segurança hospitalar.
 
Cerca de um em cada dez pais notou erros que os médicos não viram em um hospital de Boston.

“Os pais podem perceber coisas diferentes dos profissionais de saúde e, assim, fornecer informações complementares que só podem ajudar a tornar o cuidado de saúde mais seguro”, disse a Dra. Alisa Khan, pesquisadora de pediatria na Universidade de Harvard e do Hospital Infantil de Boston.

A pesquisa


Para avaliar a frequência com que os pais detectam erros que os médicos não pegam, Khan e seus colegas coletaram dados de 383 crianças hospitalizadas em 2013 e 2014.

Os pais completaram pesquisas escritas especificando quaisquer incidentes de segurança que as crianças experimentaram durante suas estadias hospitalares.

Em seguida, dois revisores médicos classificaram os incidentes como erros médicos, outras questões de qualidade, ou situações que não eram problemas de segurança.

No geral, 34 pais (8,9%) relataram 37 incidentes de segurança. Quando os médicos analisaram esses incidentes, descobriram que 62%, ou 23 dos casos, eram de fato erros médicos. Outros 24%, ou 9 situações, envolveram outros problemas de qualidade. Os 5 casos restantes não eram nem erros, nem problemas de qualidade.

Para o subconjunto de casos que foram erros médicos, os revisores descobriram que 30% causaram danos e eram evitáveis.

Resultados


Crianças que foram vítimas de erros médicos pareciam ter maior tempo de internação e eram mais propensas a ter condições tanto metabólicas quanto neuromusculares.

Os erros evitáveis percebidos pelos pais incluíram atrasos em detectar um corpo estranho deixado para trás após um procedimento, reconhecimento e tratamento de retenção urinária e recebimento de medicação para a dor. Em um caso, uma ferida com curativo mal feito ficou contaminada com fezes, enquanto em outra instância uma criança pegou uma infecção de um cateter intravenoso.

Os pais identificaram problemas de comunicação como um fator que contribuiu para uma série de erros, incluindo casos em que equipes de turnos diferentes não anotaram uma mudança de medicação.
“Como qualquer pessoa que já tenha sido hospitalizada sabe, os hospitais são lugares muito complexos onde há uma grande quantidade de peças móveis, e os erros são inevitáveis, apesar de todos os nossos esforços. Eu acho que nós – incluindo os pais – podemos trabalhar juntos para manter as crianças seguras”, afirma a autora do estudo Dra. Khan.

Pais, não fiquem calado


A pesquisa tem falhas, como por exemplo o tamanho da amostra pequeno e o fato do estudo ter sido realizado em apenas um hospital. Além disso, a maioria dos participantes era do sexo feminino, bem-educada e afluente.

Mesmo assim, os resultados adicionam a um crescente corpo de evidências sugerindo que os médicos muitas vezes não estão cientes de erros que afetam os seus pacientes.

“A frequência específica de tais erros pode ser diferente em outras populações, mas nós sabemos que ocorrem em todos os ambientes clínicos”, disse o Dr. Daniel Neuspiel, pesquisador de pediatria da Universidade de Carolina do Norte, nos EUA, que não participou da pesquisa.

O estudo destaca o valor dos pais se manifestarem quando algo parece errado com o cuidado de seus filhos. “Um pai conhece o seu filho melhor do que qualquer membro da equipe de saúde, fica na sua cabeceira o tempo todo e desempenha um papel ativo na prestação de cuidados de saúde durante toda a internação e após a alta, e muitas vezes tem um instinto quando algo não está certo. Por essas razões, qualquer erro percebido por pais no cuidado de seu filho deve ser levado a sério”, complementou o Dr. Irini Kolaitis, pesquisador de pediatria da Escola de Medicina Northwestern Feinberg, em Chicago, nos EUA, que também não esteve envolvido no estudo.


Hype Science
 
 

terça-feira, 24 de maio de 2016

Médico atende gratuitamente pessoas carentes em sua clínica particular

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Sempre mostramos e incentivamos aqui o uso do seu talento para fazer o bem e tornar o mundo melhor.
 
É exatamente o que o médico cordeirense Orlando Garcia, formado pela Universidade Estácio de Sá, faz. Ele esolveu abrir uma hora gratuita de atendimento médico em sua clínica particular.
 
Há 12 anos atuando como médico da família e comunidade, ele atende na Unidade Básica de Saúde do bairro São Luís em Cordeiro e na Unidade Básica de Saúde do bairro Barreira em Macuco.
 
“Pode parecer pouco, mas se todos os médicos do município fizessem o mesmo em seus consultórios particulares, muita gente carente seria prioritariamente atendida e o nosso Hospital Antônio Castro não estaria com a recepção lotada para casos de menor complexidade”, segundo o médico em entrevista para Iago Guimarães Couto.
 
“É preciso um pouco de caridade e humanidade em meio a tanta ganância que observamos por aí. Procuro sempre executar o mesmo tipo de atendimento tanto na rede pública quanto em meu consultório particular”, explica o médico.
 
No dia 15 de junho, Jo Ramos, fez um post de agradecimento na Facebook para agradecer o doutor Orlando por ter atendido sua nora sabendo que a mesma não poderia pagar.
 
“Ele nos tratou muito bem, e as secretárias igualmente, muito atenciosas e carinhosas. Obrigado Dr. Orlando, que Deus abençoe o senhor sempre, que Jesus ilumine o seu caminho por onde passar, pois o senhor é um iluminado por ajudar quem mais necessita”, escreveu Jo.
 
O gesto teve grande repercussão na internet e centenas de comentários positivos e de incentivo foram feitos.
 
A clínica está localizada na Rua Abel Ventura Ribeiro de Moraes, nº 396 – Centro, Cordeiro. Fica aberta de segunda à sexta-feira, das 9h às 18h, atendendo também pelo telefone (22) 2551-0231.
 

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Médico esquece compressa em corpo de gestante após parto em Florianópolis

Paciente disse que foi atendida por um médico residente  com acompanhamento de obstetra que não ficou o parto inteiro a lado do colega.
 
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Um médico residente da Maternidade Carmela Dutra, em Florianópolis, fez um parto normal, mas esqueceu da metade da placenta do bebê e de uma compressa no corpo da gestante Mayara Pave, 23.
 
De acordo com a gestante, o parto foi acompanhado por uma obstetra, mas ela não ficou o tempo todo ao lado do médico residente. O parto ocorreu no dia 7 de maio.
 
“Eu vivia sentindo dores, mas não sabia do se tratava. Pensei que era reação da cirurgia. Até que numa madrugada, cinco dias depois quando fui ao banheiro, senti que meu corpo estava expelindo um objeto estranho”. Ela contou para o marido que o levou imediatamente à maternidade Carmela Dutra. Foi lá que Mayara descobriu que além da compressa o residente também esqueceu a metade da placenta.
 
Mayara foi submedita a uma curetagem e medicada com antibiótico. “Estou tomando Cloridrato de clindamicina. Quando eu me recuperar vou constituir um advogado. Se eu não tivesse descoberto a tempo poderia ter complicações e até morrer," reclamou.
 
Contraponto
 
Por meio da assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde, a maternidade encaminhou a seguinte nota de esclarecimento: “Mayara esteve internada nesta  instituição por duas oportunidades, a direção técnica revisou todo o prontuário e não achou indícios de erro médico, que justifique abertura de sindicância interna".
 
 
 

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Estudo aponta perda de 659 leitos de internação do SUS em 5 anos em PE

Também foram desativados 555 leitos de internação não usados pelo SUS.
O Recife ganhou 423 leitos no SUS e 136 leitos não usados pelo sistema.
 
Leitos estão fechados por falta de pessoal (Foto: Reprodução/TV Globo)
Estudo sobre leitos é do Conselho
Federal de Medicina (Foto: Reprodução/TV Globo)
 
Em cinco anos, Pernambuco desativou 659 leitos de internação direcionados para pacientes que precisam permanecer no hospital por mais de 24 horas. No período de 2010 a 2015, a quantidade total de leitos de uso exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS) diminuiu de 17.921 para 17.262. É o que revela um levantamento elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, e divulgado na terça-feira (17).
 
No estado, a redução do número de leitos afetou os setores pediátrico (menos 341), obstetrício (-136) e outras especialidades (-1272). Em contrapartida, as áreas cirúrgica e clínica ampliaram a quantidade de leitos, com mais 706 e 253 unidades, respectivamente.  Com relação aos leitos de repouso e observação (urgência e laboratório), Pernambuco registrou aumento de 178 unidades, passando de 3.183 em 2010 para 3.361 no ano passado.
 
O levantamento mostra, ainda, que Pernambuco também reduziu o total de leitos de internação que não são utilizados pelo SUS. Em 2010, existiam 4.331 deles, mas no ano passado havia 3.776, o que equivale à desativação de 555 leitos desse tipo no estado.
 
Já no Recife, a situação foi inversa, aponta o estudo. A quantidade de leitos de internação do SUS na capital pernambucana foi ampliada com a abertura de 423 unidades no período citado, elevando o total na cidade de 6.059 para 6.482.
 
Desses novos leitos abertos, a maior parte foi para a especialidade clínica (370 unidades). Em seguida, vêm os setores cirúrgico (225), obstetrício (10) e pediátrico (4). O dado negativo se refere a outras especialidades, que perderam 281 leitos.
 
O Recife também perdeu 114 leitos de repouso e observação, diminuindo o total de 1.213, em 2010, para 1.099 no, ano passado. Já o número de leitos de internação que não são utilizados pelo SUS aumentou na capital pernambucana, com mais 136 unidades. Com isso, a quantidade cresceu. De 1.911, em 2010, para 2.047, no último ano.
 

terça-feira, 17 de maio de 2016

OAB aguarda ‘inquéritos’ sobre negligência no HUJB para tomar providências – VÍDEO!

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB disse que está acompanhando os casos e quer saber o resultado das apurações internas
 
Cícera Cavalcante, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Cajazeiras
Cícera Cavalcante, Direitos Humanos da OAB-CZ
  
A Comissão de Direitos Humanos da OAB de Cajazeiras encaminhou ofício à direção do Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB) solicitando explicações sobre as várias denúncias de mal atendimento e negligência médica que ocorreram nas últimas semanas, sendo que três casos acabaram resultando em óbito. Em dois deles as mortes não aconteceram no HUJB, mesmo assim as famílias reclamaram do atendimento inicial do hospital antes das transferências.
 
presidente da comissão, Cícera Cavalcante, disse que OAB está acompanhando os casos atentamente e quer saber o resultado das apurações internas para daí tomar as medidas cabíveis à entidade, se for preciso.
“A gente vê a necessidade de se engajar nessa luta da defesa dos direitos humanos, e os direitos da criança e do adolescente é faixa prioritária, dentre eles o direito à saúde”, enfatiza a advogada.
 
Assista o vídeo
 
 

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Novas regras para operadoras de plano de saúde entram em vigor neste domingo



As empresas de grande porte terão que oferecer atendimento telefônico 24 horas nos sete dias da semana / Foto: Reprodução
As empresas de grande porte terão que oferecer atendimento telefônico 24 horas nos sete dias da semana
             Foto: Reprodução

Começam a vigorar neste domingo (15) as novas regras de atendimento prestado por operadoras de planos de saúde nas solicitações de procedimentos e serviços de cobertura assistencial. As medidas, definidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) por meio da Resolução Normativa 395, foram anunciadas em janeiro deste ano. A multa em casos de descumprimento das normas varia de R$ 30 mil a R$ 250 mil.
 
das principais mudanças é a implantação, por parte das operadoras, de uma unidade de atendimento presencial, em horário comercial, durante todos os dias úteis nas capitais ou regiões de maior atuação dos planos. Ficam isentas as operadoras de pequeno porte, as exclusivamente odontológicas, as filantrópicas e as autogestões.

As empresas de grande porte também terão que oferecer atendimento telefônico 24 horas nos sete dias da semana. As de médio e pequeno porte, as exclusivamente odontológicas e as filantrópicas deverão ter canal telefônico para atendimento em horário comercial durante dias úteis.
 
Além disso, as operadoras, quando demandadas, deverão prestar imediatamente informações e orientações sobre o procedimento ou serviço assistencial solicitado pelo beneficiário, esclarecendo se há cobertura prevista no rol da ANS ou no contrato.
 
A resolução exige ainda que, sempre que houver solicitação de procedimento ou serviço, independentemente do canal pelo qual seja feita, deverá ser fornecido número de protocolo no início do atendimento ou logo que o atendente identifique tratar-se de demanda que envolva cobertura assistencial. Nos casos em que não for possível fornecer resposta imediata à solicitação, as operadoras terão prazo de até cinco dias úteis para responder diretamente aos beneficiários. Se a resposta apresentada negar a realização de procedimentos ou serviços, devem ser informados detalhadamente o motivo e o dispositivo legal que o justifique.
 
Nas solicitações de procedimentos de alta complexidade ou de atendimento em regime de internação eletiva, o prazo para resposta das operadoras é de até dez dias úteis. Para procedimentos de urgência e emergência, a resposta deve ser imediata.
 
O consumidor também poderá pedir o envio das informações por escrito em até 24 horas e requerer a reanálise da solicitação, que será avaliada pela ouvidoria da empresa. “Se a empresa dificultar ou tentar impedir essa reanálise, será configurada infração por não observância às regras sobre atendimento aos beneficiários nas solicitações de cobertura assistencial”, informou a ANS.
 
ARQUIVAMENTO - O texto prevê ainda que as operadoras arquivem, por 90 dias, e disponibilizem, em meio impresso ou eletrônico, os dados do atendimento ao beneficiário. O beneficiário poderá requerer que as informações prestadas sejam encaminhadas por correspondência ou meio eletrônico, no prazo máximo de 24 horas. Caso solicitem, também poderão ter acesso aos registros de seus atendimentos em até 72 horas a contar da realização do pedido.
 
“Em caso de descumprimento das regras previstas na resolução normativa, a operadora está sujeita a multa de R$ 30 mil. Caso a infração venha a se configurar em negativa de cobertura, a operadora também estará sujeita a multa de R$ 80 mil. O valor da multa para negativa de cobertura de urgência e emergência é de R$ 250 mil”, informou a ANS.
 
OPERADORAS - A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade representante de empresas de planos de saúde, informou, logo após o anúncio das novas regras, que suas associadas defendem o cumprimento integral da nova regulamentação e que ainda irá avaliar os impactos que elas trarão.
 
Em nota publicada em janeiro deste ano, a FenaSaúde afirmou que “o setor de saúde suplementar vem ampliando seus esforços para aumentar a qualidade na prestação de serviços”.
 

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Vigilância Sanitária interdita clínica do Hapvida em Olinda

Unidade de saúde está localizada no bairro de Casa Caiada e foi encontrada com irregularidades estruturais
 
 
 
Infiltrações e mofos nas paredes foram o motivo da interdição, que aconteceu nesta quarta-feira (11) / Foto: Internet/Reprodução
Infiltrações e mofos nas paredes foram o motivo da interdição, que aconteceu nesta quarta-feira (11)
Foto: Internet/Reprodução
 
A Vigilância Sanitária de Olinda interditou, nesta quarta-feira (11), por volta das 11h, em Olinda, uma clínica laboratorial da operadora de saúde HapVida. Unidade está localizada na Avenida José Augusto Moreira, 1119, bairro de Casa Caiada, e apresentava irregularidades em seu posto de coleta para exames,  onde foram encontrados problemas estruturais, como infiltrações e mofo, além de descarte incorreto de lixo hospitalar. 
 
De acordo com a gerente do departamento de Vigilância Sanitária Erica Barroca Fernanda, o fechamento faz parte de medida cautelar com duração de 90 dias para que unidade de sáude se reestruture e torne a realizar atendimentos. "Para voltar a funcionar, a clínica vai precisar de reformas para eliminar os focos de infiltração e mofos", explica.
 
Outro problema encontrado foi em relação ao material hospitalar já descartado, que deveria estar em bombonas para evitar contaminação e acidentes, pois entre o lixo havia materiais perfurocortantes, mas estava em lixeiras comuns. 
 
Caso a empresa não cumpra os padrões de qualidade exigidos, a clínica deverá ser interditada novamente, e um processo administrativo será aberto pela Vigilância Sanitária, que vai avaliar a gravidade da infração. Pela lei, as multas que descumprem normas estabelecidas pelo órgão podem render multas a partir de R$ 2 mil até mais de R$ 500 mil.  
 
Em nota, o Sistema Hapvida declarou que a a unidade já está em reforma e as infiltrações foram detectadas após fortes chuvas que aconteceram no último mês. Clientes podem realizar exames nas unidades do Derby, Boa Vista, Paissandu e Paulista.
 

quarta-feira, 11 de maio de 2016

MP abre investigação sobre morte de bebê em maternidade no AC

Filho de Cássia Cristina nasceu morto no último dia 28 de abril na capital.
Procedimento preparatório foi publicado nesta segunda (9) no Diário Oficial.
 
Marido conta que Cássia Souza aguardava ansiosa a chegada do primeiro filho  (Foto: Cássia Souza/Arquivo pessoal )
Filho de Cássia morreu no dia 28 de abril em  maternidade de Rio Branco
 (Foto: Arquivo pessoal)
 
Ministério Público do Acre (MP-AC) instaurou procedimento preparatório para investigar a morte do filho de Cássia Cristina e Leomar Oliveira, ocorrida no dia 28 de abril deste ano, na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco. O casal acusa a unidade de negligência médica, uma vez que, segundo o pai, o parto foi feito quase 48 horas depois do rompimento da bolsa.
 
A portaria, assinada pelo promotor Rogério Voltolini Muñoz, foi publicada nesta segunda-feira (9) no Diário Oficial do Estado (DOE). Conforme o documento, para iniciar a investigação, o órgão considerou reportagens publicadas sobre o caso e ainda as "recorrentes" notícias sobre "fatos dessa natureza" ocorridos no local, o que tem causado repercussão e comoção social".
 
Ao G1, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) informou, por meio da assessoria, que a maternidade já foi notificado sobre a investigação e já existem reuniões marcadas para tratar sobre o assunto. Além disso, o órgão afirmou que um procedimento interno também foi aberto para apurar o atendimento da paciente.
 
De acordo com a portaria, o promotor solicitou que a maternidade seja notificada para prestar informações sobre as mortes ocorridas nos últimos seis meses, devendo a unidade encaminhar "relação de nomes e a causa mortis, bem como cópia do procedimento administrativo de apuração, caso exista ou existiu". O promotor solicita ainda a causa da morte do bebê de Cássia e Leomar.
 
Munõz também solicitou que seja emitido ofício também à Secretaria de Polícia Civil solicitando a instauração de inquérito policial referente à morte do bebê para apurar se "foi acarretada por alguma conduta culposa por parte dos profissionais daquele hospital".
 
Cássia diz que ainda não tinha conhecimento da apuração feita pelo Ministério Público, mas afirma que alguns deputados estaduais têm acompanhado a situação. Ela reclama que ainda não recebeu nenhum esclarecimento por parte da Sesacre sobre a morte do filho.
 
"Não estamos recebendo nenhum apoio da secretaria. Ainda não fui depor na delegacia, porque ainda não estou andando bem. Eu não queria perder meu filho, mas acredito que tudo tem um propósito, porque nenhuma folha cai de uma árvore sem que Deus permita. Um dia vou entender o motivo. Tem horas que estou bem, outros ainda choro bastante", conta.
 
Entenda o caso

 O filho da estudante Cássia Cristina, de 22 anos, e do motorista Leomar Oliveira, de 32 anos, nasceu morto, no dia 28 de fevereiro, na maternidade pública da capital acreana e o casal acusa a unidade de negligência médica. Oliveira disse que a esposa chegou na instituição com a bolsa estourada no dia 26 de fevereiro.
 
O marido de Cássia, na época, diz que registrou um boletim de ocorrência para denunciar o caso. No dia 2 de maio, um grupo de pessoas fez uma manifestação em frente à maternidade e oraram pela morte do recém-nascido.
 
Caio Fulgêncio  Do G1 AC

Presos por alterar data de validade de materiais usados em cirurgias





Na última sexta-feira (6/5), o jornal Bom Dia Brasil, da TV Globo, divulgou matéria que mostra a prisão de dois suspeitos de adulterar datas de validade de materiais utilizados em cirurgias cardíacas, como angioplastias, cateterismo e implantes de marca-passos. A dupla é sócia de uma empresa que está sendo investigada pelo Ministério Público.

A prisão foi realizada pela Polícia Federal, em Tocantins. As cirurgias eram feitas no Hospital Geral de Palmas. 

 
Confira, aqui, o vídeo da reportagem.
 

terça-feira, 10 de maio de 2016

Médica pagará R$ 150 mil por atrasar parto e causar danos ao bebê


Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro


Ao atrasar a cirurgia cesárea, uma médica tornou-se responsável pelos danos neurológicos permanentes do bebê, que, posteriormente, morreu. Por isso, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça manteve, por unanimidade, a condenação da profissional, negando recurso em que ela buscava responsabilizar também a clínica onde foi feito o parto, a pediatra e a anestesista. Assim, a médica deverá pagar o valor de R$ 50 mil para cada um dos autores (pai, mãe e criança).
 
Em segunda instância, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro entendeu que a demora no atendimento da mãe pela obstetra causou a falta de oxigenação no cérebro do bebê. A obstetra recorreu ao STJ. Em sua defesa, alegou que, como foi chamada ao processo posteriormente (inicialmente, os autores processaram apenas a clínica) e o hospital foi absolvido, ela não poderia ser condenada exclusivamente. A médica pediu que os efeitos da condenação recaíssem sobre a clínica, de forma solidária.
 
Com base em laudo pericial, o juiz de primeira instância havia julgado improcedente o pedido de indenização dos autores. A sentença registrou que não houve comprovação da responsabilidade do hospital pelo erro médico que ocasionou a morte do recém-nascido. Também foi afastada a responsabilização das profissionais de saúde envolvidas no parto, inclusive a médica obstetra.
 
De acordo com o relator do caso, ministro João Otávio de Noronha, o chamamento posterior ao processo não trouxe prejuízo à profissional de saúde, que teve a garantia de ampla defesa e inclusive participou da produção de provas. Em relação à condenação exclusiva da obstetra, o ministro Noronha destacou que o TJ-RJ “concluiu pela ausência de responsabilidade civil da clínica e das médicas anestesista e pediatra, razão pela qual se afigura correta a improcedência dos pedidos em relação às mesmas e a responsabilização apenas da médica obstetra, cuja negligência foi reconhecida pelas instâncias de origem, sem que se vislumbre nenhuma ofensa legal”. As informações são da Assessoria de Comunicação do STJ.
 

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Hospital de BH terá que pagar R$ 50 mil e pensão por erro médico

Foto: site TJMG


 O Hospital Mater Clínica foi condenado pela 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) a pagar indenização a uma menina por erro médico no momento do seu nascimento. O desembargador Arnaldo Maciel, relator do recurso, manteve a decisão da primeira instância que condenou a unidade de saúde em Belo Horizonte, que deverá indenizá-la por danos morais em R$ 50 mil e pensão mensal, ao longo do período da sua vida laboral, no valor de dois salários mínimos, devendo ainda reembolsá-la por todos os gastos com tratamento de saúde.

O caso aconteceu em 
março de 2004, quando a mãe foi recebida para a realização do parto. O procedimento teve que ser realizado através do emprego de fórceps, o que causou sequela grave, tetraplegia, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, microcefalia e paralisia cerebral na criança.
 
 A mãe disse que o estado vegetativo da filha foi causado pela conduta praticada pelo médico da clínica no momento do parto.

Nos documentos apresentados nos autos, consta que a gravidez transcorreu de forma normal e que a mãe realizou todos os exames necessários no acompanhamento pré-natal.

Em sua defesa, o
hospital disse que utilizou a técnica necessária diante da urgência, com o intuito de preservar a vida da mãe e da criança, e que “teriam sido empregados todos os procedimentos para o sucesso do parto, tendo o nascimento dificultoso ocorrido por circunstâncias alheias à vontade da equipe médica, absolutamente imprevisíveis e inevitáveis.”
 
O laudo indicou que os batimentos cardiofetais não foram monitorados, o que inviabilizou o diagnóstico de sofrimento fetal agudo. Também não foram monitoradas as contrações e dilatação, o que teria demonstrado uma assistência obstétrica de qualidade duvidosa, fora dos parâmetros e normas técnicas.
 
Conforme o desembargador Arnaldo Maciel, “as condutas negligentes e imprudentes cometidas pela equipe médica atingiram o patamar máximo em questão de danos morais, eis que ocasionaram microcefalia e paralisia cerebral tetraplégica”.

O desembargador manteve a decisão do juiz Silvemar José Henriques Salgado da 23ª Vara Cível de Belo Horizonte. Os desembargadores João Cancio e Roberto Soares de Vasconcellos Paes acompanharam o voto do relator.