segunda-feira, 31 de julho de 2017

ANVISA recebeu denúncia de uso de furadeira doméstica em cirurgias de pacientes

Cirurgias ortopédicas, neurológicas, entre outras, devem usar equipamentos específicos para uso médico.
  

Furadeiras de uso doméstico não devem ser utilizadas em centros cirúrgicos. Isso porque a furadeira comum não garante a mesma segurança que as furadeiras fabricadas especialmente para fins cirúrgicos.
 
A Anvisa recebeu algumas denúncias de uso de furadeiras domésticas em centros cirúrgicos e acionou a vigilância sanitária local para checar e autuar hospitais que cometem este erro.
 
Apesar de uma furadeira doméstica ser parecida com uma furadeira cirúrgica, existem diferenças que afetam diretamente a segurança do paciente. As furadeiras cirúrgicas são preparadas para a esterilização e possuem recomendações específicas do fabricante para isso. Outra diferença é que as furadeiras específicas para uso em cirurgias possuem mecanismos de segurança para prevenir choque elétrico, superaquecimento dos ossos e tecidos e controle de rotação, entre outros.
 
Já a furadeira de uso comum não pode ser esterilizada, o que dificulta sua limpeza de forma adequada. O equipamento doméstico também pode aquecer e levar à necrose dos tecidos que estão em contado com a broca. Outras diferenças estão no risco de descarga elétrica e na falta de controle da rotação da broca pelo cirurgião.
 
 
Este tipo de equipamento é utilizado principalmente em cirurgias ortopédicas e neurológicas e a segurança do equipamento pode afetar diretamente a segurança do paciente durante a cirurgia. Os materiais e equipamentos de centros cirúrgicos precisam atender a regras específicas para garantir a segurança do paciente.
 
Entenda a diferença
 
Furadeira CirúrgicaFuradeira Doméstica
- O cirurgião pode controlar a rotação da broca.
- Pode ter sistema de resfriamento.
- Usa broca autoblocante, ou seja, que interrompe o sistema depois de perfurar o osso.
- Cada modelo possui orientações específicas do fabricante para esterilização.
- Não possui controle de rotação.
- Pode aspirar partículas de osso para o seu interior e aumentar o risco de contaminação.
- Não pode ser esterilizada.
- Óleo utilizado na lubrificação pode contaminar o centro cirúrgico.
- Não possui proteção contra descarga elétrica.
 
 

Por qualquer febre leva para UPA, disse médica a mãe de criança

A profissional receitou remédios a uma criança com febre, que está internada em estado grave no HU...

Foto: CGN

O vídeo gravado na última segunda-feira mostra a felicidade do pequeno Davi de um ano e um mês. No entanto as lágrimas que escorrem do rosto dá avó dá criança revelam a angústia e o descaso sofrido.
 
A avó relata que se a médica tivesse realizado exames na criança o sofrimento dela poderia ter sido evitado, e o diagnóstico teria sido mais rápido.
 
A receita prescrita pela médica Stella Ritter Arantes tem como orientação a ingestão de dois remédios, no entanto os medicamentos não tiveram o resultado esperado e a criança acabou sendo internada em estado grave.

"Ele está internado com uma bactéria no pulmão, com vômito no pulmão e apresenta arritmia cardíaca."
 
A avó que chora ao falar do neto reclama dá situação do setor de saúde dá cidade.
 
"Em vez de investir no calçadão no Centro da cidade, teria que utilizar o dinheiro para a construção de um hospital para criança."
 
Mesmo sem ter muito que fazer, a mulher faz apenas um pedido.
 
"O estado dele é crítico, eu peço que quem puder reze por ele"


CGN


Criança é submetida a cirurgia na barriga e perde dedos da mão



A advogada Aurilene Barbosa recebeu a denúncia de pais de uma criança que foi submetida a uma cirurgia no Hospital Infantil Lucídio Portela e saiu mutilada. Segundo a advogada, os pais relataram que a criança deu entrada para realizar um procedimento na barriga e, por um erro médico, teve três dedos da mão esquerda decepados.  O caso já corre na justiça.
 
“É claramente um caso de negligência, não havia nenhuma conexão entre a cirurgia na barriga e o corte na mão. O caso já foi judicializado”, falou.
 
A advogada afirmou receber outras denúncias de pais de crianças supostamente vítimas da fata de estrutura do Hospital Infantil Lucídio Portela, porém, ainda não tem provas suficientes para judicializar os casos.
 
Além da denúncia dos pais, segundo Aurilene, vários servidores do hospital, especialmente os alocados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), já procuraram seu escritório para relatar a situação caótica em que se encontra o centro médico e que tem causado danos irreversíveis à saúde de alguns pacientes. A advogada reuniu as provas trazidas pelos funcionários e entrou uma ação contra o Governo do Estado do Piauí.
 
Segundo os relatos, equipamentos importantes para a sobrevivência das crianças internadas funcionam de forma improvisada, trazendo riscos de infecção. É o caso da ventilação mecânica da UTI, aparelho que substitui a ventilação normal e é usado na ressuscitação cardiopulmonar, que só funciona porque está tapado por esparadrapos. Outro caso é o da balança utilizada para pesar as crianças que está quebrada o que, segundo os funcionários, pode trazer muitos danos à saúde, já que as medicações prescritas pelos médicos levam em consideração o peso exato dos pacientes. Os servidores ainda denunciam que, algumas vezes por semana, trabalham sem equipamentos de proteção individual (EPIs) como luvas e máscaras, pois os insumos são escassos.
 
Dentre as demandas, outra, muito grave, segundo Aurilene, são as infiltrações nas paredes das unidades de tratamento. O problema também traz riscos de contaminação pela proliferação de microrganismos, além de comprometer a estrutura das paredes.
 
“Os próprios funcionários estão vindo no escritório para relatar a situação do hospital, sendo a UTI o local mais afetado pela falta de estrutura, colocando em risco a vida de pacientes que já estão em situação bem delicada. Fora as infiltrações, que são um dos problemas mais graves, alguns aparelhos importantes estão danificados. Um exemplo é a balança, por conta disso toda medicação vai ser prescrita em doses inexatas, uma arma letal. As crianças que estão vivas lá é só por Deus mesmo, por que o caos está instaurado naquele setor”, afirmou.
 
A advogada informou que o Ministério Público do Piauí (MPPI) é ciente da situação e que já tem um procedimento instaurado. Segundo ela, a promotora Karla Daniela Carvalho, da 12ª Promotoria de Justiça, visitou o hospital e produziu um dossiê completo com fotografias.
 
O Jornal Meio Norte procurou a promotora para falar sobre o caso, mas não conseguiu o contato. A equipe de reportagem também procurou esclarecimentos junto ao Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), mas não recebeu nenhum retorno.
 

Cientistas avaliam medicamento nº 1 para problemas cardíacos

Foto: Shutterstock

Há dois anos, pesquisadores do Instituto de Fisiologia da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Instituto de Ciência e Saúde do Estado de São Paulo decidiram avaliar se o uso do teste farmacogenético do Clopidogrel era realmente necessário para pacientes com problemas cardíacos e que tinham indicação de uso dessa medicação. O Clopidogrel é um dos principais casos de sucesso do mercado de medicamentos genéricos. Desde que o produto referência (Plavix, da Sanofi) perdeu sua patente, em 2006, o consumo do medicamento em volume cresceu 565% em 10 anos, de acordo com os dados IMS Health, instituto que audita as vendas do setor farmacêutico. Segundo Elia Ascer, professor de cardiofisiologia da USP e líder do estudo, a ideia surgiu porque ele começou a perceber que alguns pacientes que usavam o medicamento apresentavam complicações, como tromboses, mesmo usando a droga na dosagem recomendada.
 
Assim, a equipe recrutou pacientes com doenças coronarianas, especialmente aqueles que tinham feito uma angioplastia com uso do stent (dispositivo que mantém as artérias desentupidas), para análise genética por meio do kit caseiro - em que o paciente coleta amostras de DNA raspando por dentro da bochecha e envia para análise técnica. Ao todo, 900 pacientes foram selecionados e realizaram o teste farmacogenético para avaliar o metabolismo do Clopidogrel no organismo, por meio da análise da enzima CYP2C19. Os resultados surpreenderam o pesquisador: 39% dos pacientes que usavam essa medicação tinham o metabolismo lento ou intermediário, o que significa que teriam ou de alterar a dosagem do remédio ou trocar o medicamento para que o tratamento fosse realmente eficaz. "O Clopidogrel é um medicamento amplamente utilizado em cardiologia. É basicamente o remédio de primeira opção.
 
O teste farmacogenético é fundamental para evitar que as pessoas tenham problemas durante seu tratamento. Ainda custa caro, mas quando todo mundo fizer, a tendência é que preço caia", afirmou o professor Ascer. O empresário Adriano Afonso Soeiro, de 70 anos, sofreu um AVC no início deste ano e após a realização de uma série de exames, descobriu que estava com artérias entupidas e precisou colocar 4 stents. Recebeu a indicação do uso do Clopidogrel e decidiu fazer o teste farmacogenético para saber se a medicação seria eficaz para o seu organismo, pois a medicação que ele usava anteriormente não funcionou corretamente.
 
O exame foi feito em casa, por meio da raspagem da parte interna das bochechas. O resultado demonstrou que ele precisa tomar o Clopidogrel duas vezes por dia para que o efeito no seu organismo seja adequado ao tratamento. "Foi tudo muito simples e eu estou muito bem. Retomei minhas atividades normalmente, inclusive faço academia. Vida normal", afirmou.
 

Fila de cirurgia de vesícula na capital tem 5.137 pacientes

 
 
 
A fila da cirurgia para retirar a vesícula por videolaparoscopia nos hospitais públicos estaduais e municipais aumentou 68% na capital nos últimos quatro anos, segundo levantamento feito pelo Ministério Público Estadual.
 
Em 2013, 3.067 pacientes aguardavam pelo procedimento na capital. Já neste ano, são 5.137 na fila.
 
Os números constam do inquérito civil aberto em 2012 pela Promotoria de Justiça de Saúde.
 
Na época, os promotores constataram que tanto a Secretaria Estadual de Saúde quanto a Secretaria Municipal de Saúde não sabiam quantos pacientes estavam aguardando na fila.
 
Resposta
 
A Secretaria Municipal da Saúde, sob a gestão João Doria (PSDB), disse que recebeu anteontem a recomendação do Ministério Público e que está analisando o documento.
 
No prazo estipulado, diz a secretaria, vai responder a recomendação.
 
Disse ainda que implantou em maio deste ano o programa Corujão da Cirurgia para zerar esses procedimentos na cidade, e que já tem um canal de comunicação com o governo do Estado.
 
A Secretaria Estadual de Saúde, do governo Geraldo Alckmin (PSDB), disse que não foi notificada da recomendação, mas que está à disposição do Ministério Público.
 

Sobrecarregada por fechamento no HU, Stª Mônica tem pacientes nos corredores

Direção da unidade estadual disse que vai seguir com as portas abertas para atender grávidas de alto risco
 
Suspensão de atendimento no Hospital Universitário provoca sobrecarga na Santa Mônica.
Foto: Divulgação
 
Na tarde desta segunda-feira (24), os corredores da Maternidade Santa Mônica, localizada no bairro do Poço, em Maceió, abrigavam seis pacientes com gestação de alto risco. Três delas aguardavam na unidade a liberação da equipe médica. As outras três esperavam o momento para ter o bebê. Apesar de as mães estarem nos corredores, a assessoria da Santa Mônica garantiu que todas estão recebendo atendimento qualificado para cada situação.
 
Com o fechamento do Hospital Universitário (HU) por problemas estruturais no final de semana, as pacientes de alto risco estão sendo encaminhadas para a Santa Mônica. Desde a suspensão do atendimento na unidade federal, o número de atendimento aumentou na maternidade estadual. Apesar disso, a direção garantiu que não vai fechar as portas, visto que lá é o único local onde as grávidas que apresentam risco podem ser assistidas. 

De acordo com a Santa Mônica, atualmente há 52 pacientes internas, sendo que seis estão nos corredores. A unidade apontou que, desde sexta-feira, 36 pacientes deram entrada, e outras 21 saíram por alta médica, mesmo assim o há "excedente" em virtude do fechamento do HU. "Todas estão recebendo o atendimento médico necessário", explicou a maternidade. 

A direção do Hospital Universitário informou que a suspensão no atendimento se deu porque a estrutura do 6º andar, onde está localizada a maternidade, ficou comprometida após as fortes chuvas que caíram em Maceió ao longo das últimas semanas. Em meio a pacientes que estavam no andar, parte do gesso caiu e o atendimento foi suspenso. 
 

Polícia Civil investiga morte de paciente que caiu de uma maca enquanto era transferido de quarto na Santa Casa de Dom Pedrito


Fotografia mostra eixo da maca danificado


A Polícia Civil está investigando a morte de um homem de 44 anos que caiu de uma maca na noite de ontem (27), na Santa Casa de Dom Pedrito. Acontece que, pouco tempo depois da queda, o homem veio a óbito.
 
O inspetor Lauro Telles explicou que o paciente estava sendo deslocado para outro quarto para ficar isolado, devido a sua enfermidade. Além disso, ele tinha um tumor na cabeça.
 
Durante o deslocamento para o local, em uma rampa, o paciente acabou caindo e batendo com a cabeça no chão. A queda, segundo Telles, pode ter sido devido a quebra de uma das rodas da maca, conforme análise do inspetor, que inclusive olhou as imagens das câmeras de monitoramento do hospital que não mostram exatamente o momento em que o homem caiu, mas mostram o deslocamento dos técnicos empurrando a maca pelos corredores da Santa Casa. Conforme o policial, as imagens não mostram nenhuma anormalidade. “Ele não estava se debatendo e não estava mal colocado na maca. As imagens mostram os técnicos conduzindo o paciente normalmente pelos corredores do hospital”, afirma.
 
Após a queda, o homem foi levado ao Pronto Socorro e posteriormente encaminhado à uma tomografia, que apontou que não houve evolução em seu quadro, em relação ao último exame que mostrou a existência do tumor.
 
Na manhã de hoje, o corpo do homem foi encaminhado à necropsia na cidade de Bagé. “O resultado desse exame vai dizer se há necessidade de uma investigação, pois, por exemplo, se houve alguma negligência por parte dos funcionários, eles podem vir a responder por uma lesão corporal seguida de morte, mas somente se houve negligência por parte deles. Se a causa da morte for em razão da quebra da roda da maca, aí, em tese, não existe crime”, explica Telles, não descartando a hipótese da morte do paciente ser em decorrência da enfermidade que ele já vinha enfrentando, pois de acordo com o inspetor, o homem já havia convulsionado antes de ocorrer a queda e já vinha passando por problemas de saúde.
 
A reportagem da Qwerty Portal de Notícias também falou com o provedor da Santa Casa, Luiz Carlos Moraes Costa, que ressaltou que não houve lesão evolutiva, conforme exames, e reforçou que os enfermeiros que transportavam o paciente andavam vagarosamente, tendo o defeito na maca ocorrido de forma repentina.
 

Banco de produtos médicos registrados reforça transparência

Anvisa publica informações sobre os itens de saúde regularizados e registrados pelo órgão
 
Medida atende a exigências da Lei de Acesso à Informação - Arquivo/Agência Brasil
  
Para reforçar o acompanhamento pela população quanto ao consumo de produtos de saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mantém dois bancos de dados que reúnem informações sobre itens médicos regularizados e registrados pelo órgão.
 
Os bancos podem ser consultados na página da Anvisa. O primeiro deles oferece uma busca pelo nome, número de registro, fabricante ou país de origem do produto.
 
O outro banco requer conhecimentos mais avançados de informática, pois exige a importação de dados prévios para sistemas de análise estatística. Além das informações do primeiro, também traz os modelos dos produtos.
 
Além de proporcionar maior transparência às informações, a medida também busca atender às exigências da Lei de Acesso à Informação (LAI). Assim, as tabelas são atualizadas diariamente.
 

Homem com tumores espera pela cirurgia em corredor



Com a saúde debilitada, o aposentado Dorival Albuquerque, 62 anos, aguarda há mais de uma semana por uma cirurgia para retirada de três tumores no cérebro. Ele está acomodado em uma maca colocada no corredor do setor de emergência do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). A situação do aposentado não é diferente daquela de dezenas de pacientes que aguardam por procedimentos cirúrgicos e precisam enfrentar a espera em cadeiras desconfortáveis e macas improvisadas, como mostra um vídeo feito na noite de quinta-feira (27) por Marcos Roberto Albuquerque, 41 anos, filho de Dorival.
 
Segundo Marcos, o pai já enfrentou diversos problemas de saúde e na semana passada foi encaminhado por um neurologista ao setor de emergência do CHS. "O médico disse que ele precisa operar rápido, pois o estado é delicado e essa espera só faz a situação agravar." Ele conta que se reveza com a mãe para acompanhar Dorival e que quando questiona funcionários do hospital sobre uma possível data para a cirurgia é apenas informado de que não há vaga.

Para quem acompanha os doentes, conta Marcos, ficam disponíveis apenas cadeiras sem conforto algum. "Para quem fica com ele durante o dia, às vezes mandam almoço, mas tem dias que não. À noite não vem nada para comer e o meu pai está se alimentando muito mal, então tem dias que nós levamos algo para ele", conta.

Outra reclamação de Marcos é sobre o que disse ser pequeno número de enfermeiros e técnicos de enfermagem no setor de emergência. Ele alega que por conta do pessoal reduzido e da grande demanda de pacientes, as medicações ocorrem em horários errados. "No dia que meu pai chegou aqui ele foi medicado certinho, mas ontem (quinta-feira) o remédio que ele deveria ter tomado meia-noite foi dado somente às 4h", afirma.

Em nota, o CHS informou que o paciente, assistido pela equipe de neurocirurgia, passará por consulta em cardiologia nos próximos dias. A avaliação é necessária devido à existência de outras patologias, como hipertensão e cardiopatia, que podem configurar risco à sua segurança em eventual procedimento neurocirúrgico. A nota acrescenta que o movimento nos corredores e setores do hospital é dinâmico, e que ele atende prioritariamente casos graves e urgentes.
 

sábado, 29 de julho de 2017

Estado deve pagar indenização de quase R$ 400 mil e pensão vitalícia a criança vítima de erro médico

Decisão ainda cabe recurso. Benjamin Prince Paulino de Souza ficou conhecido após campanha dos pais para ajuda durante tratamento.
 
Benjamin hoje está com 7 anos e passa por tratamento (Foto: Arquivo pessoal )


A juíza da Vara Cível da Comarca de Sena Madureira deu parecer favorável à família do pequeno Benjamin Prince Paulino de Souza, de 7 anos, acometido com paralisia cerebral causada por um caso de icterícia, adquirido quando ainda era recém-nascido. A magistrada Andrea Brito entendeu que houve erro médico.
 
A criança ficou conhecida em 2014 após uma campanha que os pais fizeram para arrecadar custos para o tratamento, o blog criado foi intitulado “Amigos do Ben”.
 
A sentença estipula um indenização de R$ 374 mil para a criança e ainda R$ 140 mil em favor dos pais de Ben - Paulo da Silva Sousa e Ecilene Paulino de Souza. Além do pagamento vitalício de pensão para a criança no valor mensal de R$ 1.874, incluindo o 13° salário.
 
O valor deve ser pago pelo Estado e também pelos dois médicos, de forma solidária, apontados no processo, Roberto Henrique Campos e Elias Antônio de Moura. A sentença ainda cabe recurso. A solidariedade é quando o valor total da indenização é dividida proporcionalmente entre as partes do processo.
 
Os pais da criança alegam que, por negligência médica, Ben sofreu lesão cerebral grave em razão de icterícia neonatal aos seis dias de vida. Relataram que houve descuido pela equipe médica do Hospital João Câncio Fernandes, em Sena Madureira, e as consequências foram o comprometimento do desenvolvimento psicomotor do menino.
 
O Estado deve se posicionar ainda nesta quarta-feira (27). O G1 tentou entrar em contato com a defesa dos dois médicos, mas conseguiu contato apenas com Miguel Ortiz, que representa Roberto Campos. Ele diz que pretende recorrer da sentença e alega que a decisão não foi justa.
 
“A sentença é injusta, afastada da realidade, porque o médico não pode ser culpado pela falta de condições de trabalho e foi exatamente isso que aconteceu. O hospital estava com o equipamento estragado, não tinha recurso e a única coisa que os médicos podiam fazer era usar a que tinham”, explica.
 

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Os médicos que receitam bombas

Fomos a quatros profissionais que prescrevem indevidamente anabolizantes e outras drogas perigosas a quem quer ganhar músculo a curto prazo
 
 
Exibir os músculos sarados no verão é um dos troféus mais cobiçados na era do culto ao corpo. No fim do ano, consultórios de nutrição esportiva na capital chegam a registrar um aumento de 50% em seu movimento. Há profissionais da área que turbinam os resultados graças a uma roleta-russa química na qual se destaca o abuso dos esteroides anabolizantes. Hormônios masculinos sintetizados em laboratório, eles estimulam a produção de proteína nas células musculares e, em sua utilização terapêutica, auxiliam na recuperação da massa corporal de pacientes debilitados por câncer ou aids, entre outras aplicações.
 
Nas últimas décadas, popularizaram-se muito no meio das academias, onde são chamados de “bombas” graças ao seu efeito potente no organismo. Utilizadas em alta dosagem, tais drogas funcionam como um elixir mágico capaz de transformar o físico de pessoas em um curto espaço de tempo, rendendo doses extras de força e acelerando o processo de recuperação depois dos  exercícios. Mas essa é uma terapia bastante perigosa. A lista de efeitos colaterais inclui doenças cardíacas e tumores no fígado. Devido a isso, a prescrição dos medicamentos a pessoas saudáveis é proibida pelo Conselho Federal de Medicina. Quem as receita para fins estéticos está sujeito a um processo que pode resultar, em última instância, na cassação do diploma. Alguns não se importam em correr os riscos. A forte demanda, a fiscalização frouxa e os altos lucros falam mais alto.
 
Em São Paulo, um dos profetas da turma da malhação intensiva é Mohamad Barakat, um oftalmologista que aposentou o aparelho óptico e passou a fazer sucesso no mercado de fitness. Aos 50 anos, ele é uma espécie de propaganda ambulante do negócio. Suas camisas justas parecem cuidadosamente escolhidas para mostrar os 110 quilos distribuídos pela silhueta. “Tenho de me cuidar”, explica Barakat, contando que já foi um garoto obeso na infância. “Fiz bastante musculação e, nos últimos tempos, estou me dedicando ao tênis.” Na sala de espera de seu consultório na Avenida Brasil, batizado com o pomposo nome de Instituto de Medicina Integrada, Longevidade e Performance Humana, pode-se encontrar uma fauna variada de famosos, que inclui um esquadrão de ex-panicats, a apresentadora Adriane Galisteu, o atacante Guerrero, do Corinthians, e executivos como Lásaro do Carmo Júnior, presidente da Jequiti, empresa de cosméticos do Grupo Silvio Santos.

Quem vai até lá pela primeira vez preenche os dados cadastrais em um tablet. Na alta temporada, Barakat recebe por dia cerca de trinta pessoas, que pagam 750 reais por uma consulta. Na época de pico de trabalho, portanto, o endereço fatura mais de 100 000 reais por semana. “Chego a ficar aqui até as 3 horas da madrugada para atender quem procura um encaixe”, conta.
 
Aos que despencam ali dispostos a fazer qualquer negócio, o especialista diz ter uma fórmula. “Falo para essas pessoas que vou deixá-las ótimas para o verão… de 2015”, brinca, emendando a história de um rapaz que lhe pediu insistentemente uma poção para encurtar o caminho rumo à sonhada barriga tanquinho. “Abri a gaveta e falei para ele: ‘Tome, aí vai o pó de pirlimpimpim’ ”, lembra. Moral da história: “Não existe um passe mágico”. Seguindo a mesma linha de raciocínio, Barakat diz ser contra a aplicação de esteroides anabolizantes para fins estéticos. “Nunca uso hormônios se o indivíduo tem saúde normal. Acho inadmissível”, afirmou categoricamente a VEJA SÃO PAULO.
 
Em seu consultório, entretanto, sem que ele soubesse que estava diante de um jornalista, a prática foi outra. O autor desta reportagem esteve lá em outubro, sem se identificar, pedindo ajuda para ficar malhado a tempo para o verão. Barakat é um nome bem comentado nas academias de ginástica da capital por aplicar dietas heterodoxas. O objetivo da visita anônima era checar se os boatos procediam. Em cerca de trinta minutos, depois de olhar rapidamente o resultado de um exame de sangue feito em maio, o médico alegou que a taxa de testosterona do paciente estava no limite mínimo inferior e mandou ver numa dieta de sessenta dias com quatro tipos de hormônio sintético, entre eles oxandrolona e estanazolol. O suposto problema de saúde, na verdade, era apenas uma desculpa para justificar o objetivo real. “Vou lhe dar uma carona hormonal. Você estará em um tapete mágico. Em alguns meses, você vai estar com a barriga ‘trincada’.”
 
Em seguida, fechando o semblante, fez uma advertência. “De repente, você pode começar a ficar mais nervoso com as pessoas. Se isso acontecer, controle, respire…”, alertou. “A  testosterona vai deixá-lo diferente.” Algum outro problema? “A diferença entre veneno e poção é a dose. Nunca ninguém morreu por causa de hormônio”, garantiu. Encerrou o atendimento receitando aplicações na forma sintética do GH, sigla em inglês para o hormônio de crescimento. Seu uso terapêutico é para casos de crianças com dificuldade de crescimento. A exemplo dos anabolizantes, apresenta uma longa lista de efeitos colaterais, que vão do aumento das extremidades do corpo, incluindo nariz e maxilar, ao câncer de fígado. No mundo fitness, virou remédio com supostos poderes de aumentar músculos, reduzir gordura e melhorar a disposição. O GH é aplicado por uma enfermeira no próprio consultório de Barakat. O procedimento custa 1 500 reais por mês. “Ao final de sessenta dias, avalie como foi o retorno do investimento em termos de resultado físico”, concluiu o médico. Ele se apresenta como nutrólogo e tem pós-graduação em endocrinologia pelo Ipemed de São Paulo, curso que não é reconhecido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).
 
Esse não é o único profissional da metrópole que recomenda anabolizantes e outros hormônios sintéticos para quem deseja acelerar o crescimento do corpo. A reportagem de VEJA SÃO PAULO obteve receitas semelhantes de outros especialistas (leia aqui). Yasser Maciel Jorge, da Clínica Pollyanna Esteves, voltada para medicina e nutrição personalizada,  na Vila Mariana, prescreveu uma ampola de deposteron a cada sete dias. “Depois de duas ou três semanas, a gente vê como o corpo vai reagir”, disse. “Aí, aumenta a dose ou diminui.” Outro especialista, Carlos Eugênio Ventura Lopes, que tem uma clínica no Itaim, recomendou injeções de 25 miligramas de deca-durabolin duas vezes ao mês. “Fica uma coisa bem segura para trabalhar”, disse.
 
O cardiologista Josmar Rodrigues, mais conhecido como doutor Jota, um mineiro radicado em São Paulo desde o fim da década de 80, representa outro nome forte na área. Possui um movimentado consultório no Jardim América. “Atendo por aqui gente como o ator Luigi Baricelli e o piloto Rubens Barrichello”, conta ele, que cobra 800 reais a consulta. Aos 56 anos, o médico acorda às 5 horas para manter a boa forma. “Antes das 6 já estou na academia correndo, fazendo bike, musculação, nadando…”, enumera. Na sala do profissional, coleções de miniaturas de carro e de capacete mostram que o automobilismo é outra de suas paixões, ao lado das canetas-tinteiro Montblanc (em cima da mesa, guarda cinco canecas e um por tatinta da marca).
 
A exemplo de Barakat, adota “oficialmente” uma postura de condenação aos anabolizantes. “Sou contra”, disse a VEJA SÃO PAULO. “Hormônios somente quando for necessário, mas não para aquele garoto que está cheio de testosterona e quer tomar droga para ficar mais forte. Isso é altamente prejudicial.” Em outubro, também estive lá, mostrando-me interessado no milagre do verão. “Você já experimentou algum hormônio?”, perguntou Jota, antes de receitar oito ampolas de durateston. “Vá à farmácia ou venha aqui mesmo aplicar as injeções nas nádegas, uma por semana”, orientou. “Use também estanazolol, que ajuda o corpo a crescer, secando. Tome três cápsulas por dia.” Questionado sobre os riscos do tratamento, amenizou: “A dosagem é muito pequena, não vai provocar nada. Você não quer uma mudança rápida? Então tem de tomar. Só usando suplementos alimentares não vai mudar nada”. 
 
O parecer mais recente do Conselho Federal de Medicina sobre o assunto data de agosto e é assinado por Júlio Rufino Torres, conselheiro relator da entidade. “A utilização de anabolizantes e hormônios de crescimento por quem não tem indicação de seu uso não deve ser realizada com a finalidade de aumentar sua massa muscular ou seu porte físico”, afirma o documento.
 
Aqui na cidade cabe ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) fiscalizar a ação dos profissionais e punir abusos. “Quando recebemos uma denúncia, abrimos uma sindicância e, dependendo da gravidade, isso pode se transformar em um processo”, explica Mauro Aranha, vice-presidente do Cremesp. Segundo uma estimativa dele, são registradas por ano aproximadamente 200 sindicâncias na metrópole por prescrição inadequada de anabolizantes. “Cerca de 15% delas viram processos”, calcula.
 
A pena mais leve é uma advertência, seguida de um termo de ajuste de conduta. Para ficar com a ficha limpa, o médico aceita ser monitorado de perto por um ou dois anos pelo Cremesp. Nos casos extremos, pode-se chegar à cassação do diploma. “É algo muito raro de acontecer; não conheço nenhum caso em São Paulo”, conclui Aranha.
 
Além de essas drogas não serem recomendadas para essa finalidade, elas acabam sendo prescritas sem exames e em volume acima do normal. Na consulta com o doutor Jota Rodrigues, por exemplo, o médico receitou uma ampola de durateston por semana. “É aproximadamente a mesma dose que uma pessoa toma durante um mês em tratamento de reposição hormonal”, compara Paulo Zogaib, fisiologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e uma das grandes autoridades no assunto no país. “Quanto maiores as quantidades usadas, maiores são os riscos de ocorrência de efeitos colaterais”, complementa. Outros especialistas fazem coro ao alerta. “As pesquisas não validam a utilização de anabolizantes e outros hormônios e  mostram que o uso indiscriminado e banalizado pode levar a doenças muito graves”, reforça Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração (HCor).  
 
Periodicamente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) elabora relatórios para o Cremesp com os médicos que estão emitindo muitas receitas de hormônios. Isso acaba funcionando como ponto de partida para investigações de conduta. O outro caminho para chegar aos doutores das bombas é mais complicado, pois depende da denúncia de pacientes. “A pessoa tem vergonha de assumir em público que usou esses produtos”, afirma Alexandre Hohl, secretário adjunto da Sbem. “Seria como um viciado denunciando o traficante.” A maioria das pessoas que procuram especialistas do tipo vai em busca justamente das pílulas mágicas de crescimento, mesmo sabendo dos riscos. “Os pacientes são coniventes e os médicos, por sua vez, aproveitam a demanda crescente do culto ao físico e da transformação do corpo”, entende Mauro Aranha, do Cremesp. O órgão não tem registro de queixa ou processo contra nenhum dos quatro médicos que receitaram as drogas para o jornalista de VEJA SÃO PAULO.
 
A sedução do atalho anabólico é enorme para quem não pensa nas consequências. O uso das substâncias, associado a um período de malhação pesada, pode render um ganho de 3 quilos de músculos em um só mês. Sem a alavanca química, uma pessoa leva um ano para obter resultado semelhante. Alguns dos médicos que receitaram os medicamentos não tiveram problemas em falar durante as consultas como o culto à estética impulsiona seu negócio. “No ano passado, atendi um rapaz que trouxe a foto de um amigo bem musculoso, pedindo para ficar ainda mais sarado do que ele”, contou Yasser Maciel Jorge. A explicação: em um cruzeiro, o tal fortão havia feito um sucesso enorme com as mulheres. “Depois de um tempo, esse paciente ficou realmente maior que o amigo, foi ao mesmo navio e era chamado por todos de mamute.”
 
Carlos Eugênio Ventura Lopes comentou a pressão das pacientes pelas drogas. “Algumas mulheres chegam aqui dizendo que, se eu não recomendar GH, vão procurar outro médico.” Barakat teve prazer de elencar suas pacientes-celebridade, como as modelos que fizeram sucesso na onda do padrão de beleza transgênico. “Atendo Juju Salimeni, Dani Bolina e Thaís Bianca, entre outras ex-panicats”, afirmou. Elas teriam esculpido o corpo pegando carona hormonal? “Vixe… Você está brincando? Usaram bem mais do que você vai usar.” Juju Salimeni deu entrevistas recentes dizendo que se arrependeu de ter tomado anabolizantes durante uma fase de sua vida. Procurada por VEJA SÃO PAULO, não quis falar mais sobre o assunto. Dani Bolina negou incrementar suas formas voluptuosas com os medicamentos. “Consigo resultados malhando bastante e cuidando da alimentação”, jura. Thaís Bianca diz que é uma usuária arrependida. “Você consegue um resultado, mas perde tudo depois”, afirma. “Não compensa.”
 
Uma das que sofreram com essas dietas foi Andressa Urach, de 26 anos, vice-campeã do concurso Miss Bumbum 2012. “Eu era muito magra na adolescência, sofria bullying e tinha o sonho de entrar para a TV, por isso resolvi fazer um tratamento para encorpar”, conta,  embrando-se das primeiras aplicações que fez de anabolizantes há dez anos. Ela realizou um intensivão hormonal em 2011, antes de disputar o concurso de “legendete por um mês”, como são conhecidas as figurantes do programa Legendários, de Marcos Mion. “Junto com as drogas, fiz três meses de treinos superpesados e consegui o corpo que desejava”, diz. Apesar  de alcançar o objetivo, ela começou a sofrer graves efeitos colaterais, todos eles associados à dieta de medicamentos. A voz ficou mais grossa, a acne começou a avançar no rosto e o tamanho do clitóris aumentou.
 
“Tive de fazer uma cirurgia íntima para corrigir isso e fiquei traumatizada”, afirma. “Não tomaria  essas drogas novamente.” Mais dramático foi o caso de Maria Melilo, a vencedora do Big Brother Brasil em 2011. Em novembro, ela passou por  uma cirurgia para estirpar um câncer no fígado no Hospital Sírio-Libanês. Segundo Maria, o tumor teria sido causado pelo consumo de anabolizantes. Fora do campo médico, um dos primeiros usos conhecidos das substâncias do gênero ocorreu na II Guerra Mundial, quando soldados nazistas recebiam doses do medicamento antes das batalhas para aumentar sua agressividade.
 
A droga migrou para o campo dos esportes em 1954. Durante o Campeonato Mundial de Halterofilismo em Viena, na Áustria, o médico americano John Ziegler ficou espantado com o físico avantajado dos soviéticos e as quantidades assombrosas de peso que içavam. Depois da competição, Ziegler convidou um médico daquele país para beber em um bar e, entre um drinque e outro, ele teria confessado que a turma estava fortalecida por anabolizantes. Na volta para os Estados Unidos, Ziegler começou a fazer experiências usando a terapia em atletas de lá. Poucos anos depois, vários competidores de modalidades diferentes estavam em busca das pílulas milagrosas do doutor. Em 1976, elas entraram para a lista negra do Comitê Olímpico Internacional. O maior escândalo dos Jogos ocorreu em 1988, quando o velocista canadense Ben Johnson perdeu a medalha de ouro dos 100 metros livres em Seul, pois o controle de doping apontou o estanazolol como combustível ilegal de sua impressionante arrancada rumo à linha de chegada.
 
O surgimento dos campeões de laboratório estimulou muitos amadores a iniciar a mesma corrida química. Em São Paulo, o negócio começou a se popularizar nas academias a partir dos anos 60. Mesmo com várias campanhas de conscientização sobre os riscos dos produtos (a mais recente delas é da rede Bio Ritmo, com o lema “Diga não aos anabolizantes”), os fanáticos  pela malhação ainda formam o grosso do público consumidor.
 
Hoje, quem não recorre aos médicos para conseguir as drogas acaba indo ao mercado negro. No centro da cidade, alguns homens-placa funcionam como corretores de receitas frias. Pode-se conseguir uma delas por 80 reais. Na internet, sites com nomes sugestivos como Anabolizando oferecem a venda e a entrega dos produtos. “É difícil flagrar os responsáveis pelo crime, pois algumas dessas páginas são administradas fora do Brasil”, afirma Adriano Caleiro, titular da 2ª Delegacia de Crimes contra a Saúde Pública, que trata dos casos que envolvem a venda irregular de medicamentos. “A cada quinze dias, instauramos dois ou três inquéritos sobre o assunto, vários deles tendo como responsáveis pelas vendas personal trainers e gente que atua no ramo de fitness.” Nas academias daqui, uma mulher fornece as drogas no esquema delivery, depois de um depósito bancário feito pelo comprador.
 
A facilidade atual de acesso aos produtos surpreende até quem lida com isso há tempo. “Ficou mais tranquilo, com certeza”, atesta o fisiculturista Enzo Perondini, de 50 anos, dez vezes campeão brasileiro entre 1990 e 2002. “Na época em que eu me dopava, comecei a comprar de um fornecedor da Lapa indicado pelos meus amigos.” Consumidor frequente desse tipo de substância em sua carreira, assumiu em público a prática em 1998, quando enfrentava sérios problemas de saúde em decorrência do uso, como uma suspeita de câncer no fígado. Foi banido do esporte, converteu-se à religião evangélica e virou pastor. Hoje, convive com sequelas de saúde como hipertensão, além de um rim com apenas 40% de sua capacidade.
 
Depois de um tempo afastado do circuito de torneios, voltou aos palcos neste ano, exibindo sua massa de 120 quilos nos campeonatos do Musclemania, nos Estados Unidos, que possuem controles mais rigorosos de doping (no auge dos tempos de preparação química, Enzo pesava mais de 150 quilos). “Estou limpo e não vou voltar a aplicar injeções”, garante. De tempos em tempos ele dá palestras alertando sobre os riscos de alguém repetir sua experiência e se mostra indignado com os médicos que recomendam essas drogas. “Quem receita não pode garantir que nada de ruim acontecerá ao paciente”, entende. “Os anabolizantes são como uma estrada que ninguém sabe onde vai terminar.”
 
O inacreditável serviço de “bola-delivery”
 
No universo de algumas academias da cidade, é bem comentado um serviço de entrega em domicílio de anabolizantes, sem a necessidade de apresentação de receita médica. A reportagem de VEJA SÃO PAULO encomendou por telefone, no último dia 5, uma remessa de decadurabolin, oxandrolona e estanazolol, ao preço de 750 reais. Quatro dias depois do depósito feito em uma conta bancária do Bradesco na capital em nome de Laura Profes, um motoboy entregou o pacote no endereço indicado (depois disso, a revista encaminhou o material para a 2ª Delegacia de Crimes contra a Saúde Pública).
 
O comércio clandestino de medicamentos controlados rende de dez a quinze anos de cadeia. A responsável pelo serviço já esteve envolvida com tráfico de drogas. Em 2006, Laura foi presa em flagrante no Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, transportando 923 comprimidos de ecstasy. Acabou condenada a quatro anos de prisão e está recorrendo em liberdade.
 
 
Leia também:
+ Os riscos do uso de anabolizantes para a saúde

Médico emite quatro receitas com nomes fictícios no Distrito Federal

Ao perceber o problema, a equipe de farmacêuticos não liberou os medicamentos

 
 
Um médico residente do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) emitiu quatro receitas com nomes fictícios, como Eliza Samúdio, Luís Inácio "Lula" da Silva, José Dirceu e Paulo Maluf. O medicamento pedido é o Dextrocetamina, utilizado em centros cirúrgicos para procedimentos anestésicos. Para que a farmácia possa liberar o remédio, é necessário a receita médica com prescrição e nome do paciente. 
 
O caso foi divulgado na manhã desta quinta-feira, pelo Bom Dia DF. Atodo, o profissional pediu dez receitas - sendo seis com prescrição correta dos pacientes. Em nota, a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) informou que o erro foi cometido por um médico residente "por razões que estão sendo investigadas". Portanto, o médico existe, e o carimbo não é falso. 
 
Além disso, a pasta disse que a irregularidade cometida foi percebida ainda na segunda-feira (24/7), quando foram tomadas as primeiras medidas para apurar irresponsabilidades. Ao perceber o problema, a equipe de farmacêuticos não liberou os medicamentos. Há no HRC 84 unidades do medicamento da farmácia. 
 
A SES-DF abriu procedimento administrativo para investigar o caso. 
 
 

Mãe tem mãos e pés amputados após complicação de mastite: “Sobrevivi por meus filhos”

Giovanna Bembom - Metrópoles

No dia 7 de fevereiro deste ano, a servidora pública Aline Vasconcelos Zeymer, 34 anos, acordou na UTI de um hospital, em Brasília, rodeada pela família. Sem saber direito onde estava, viu o irmão que mora no Canadá e percebeu que algo sério havia acontecido.

Nove dias antes, Aline enfrentava o quinto episódio de mastite – um processo infeccioso nas glândulas mamárias. Estava, novamente, com dor nos seios e febre, quando desmaiou em casa. Foi levada às pressas ao pronto-socorro e internada com infecção generalizada. O quadro era tão grave que os médicos optaram por induzi-la ao coma.
 
Durante o período em que ficou inconsciente, a servidora pública sofreu duas paradas cardíacas. Aline foi submetida a inúmeros exames para tentar identificar a bactéria que tomava conta de seu corpo. Quando finalmente os médicos detectaram o microrganismo e definiram tratamento mais específico, outra bactéria, agora hospitalar, a infectou. Os especialistas disseram à família que ela só tinha 15% de chances de sobreviver.
 
Aline teve a primeira crise de mastite em novembro do ano passado. O filho caçula completara seis meses de vida, começava a dormir a noite toda e diminuía a demanda por amamentação. Junto ao alívio das noites bem dormidas do bebê, surgiam também os seios empedrados e os bicos rachados – caminho aberto para bactérias.

Depois do diagnóstico, Aline tomou medicamentos por uma semana. Poucos dias depois, os sintomas voltaram e novo antibiótico foi prescrito. Nada adiantou. Veio a terceira crise e, com isso, a necessidade de descartar a presença de nódulos por meio de uma ecografia mamária. Para piorar o quadro, ela teve uma reação alérgica aos últimos remédios prescritos e precisou tomar corticoides. Novamente, o tratamento não foi eficiente e a infecção atingiu sua corrente sanguínea.

Os filhos Gabriel e Matheus são sua força
Giovanna Bembom/Metrópoles
 
Renascimento


“Todo mundo estava muito feliz por eu ter finalmente acordado”, lembra Aline sobre o dia em que ela despertou na UTI. Ainda zonza pelo efeito dos remédios, ela só pensava em rever os filhos, Matheus e Gabriel, de 1 e 3 anos, respectivamente. As dificuldades, porém, ainda não haviam cessado. O agravamento da infecção provocou a necrose dos pés e dos dedos de ambas as mãos dela. Para evitar novas complicações, a equipe médica recomendou a amputação dos membros.
 
“Não foi fácil lidar com isso, mas acho que recebi a notícia melhor do que meus familiares”, conta a servidora pública. “Eu estava tão focada em sobreviver, só pensava que não queria correr o risco de piorar.” As cirurgias foram bem-sucedidas e, em 13 de março, Aline voltou para casa. Desde então, ela faz um tratamento intenso de reabilitação, que inclui sessões de fisioterapia, musculação e terapia para reaprender a usar as palmas das mãos.
 
Há 15 dias, a servidora pública está utilizando próteses provisórias nos pés e ensinando o corpo a se apoiar nas peças. O processo é doloroso e não há prazo para terminar, pois depende da adaptação do organismo. “Eu só quero ter mais independência para cuidar sozinha dos meus filhos, sem precisar do apoio de mais ninguém”, diz.
 
Aline, seguidora do espiritismo, não busca culpados pelo que lhe aconteceu. “Pode ter havido erro médico. Talvez, se tivessem feito uma punção nos seios, ou se eu tivesse parado de amamentar logo que tive a primeira crise, isso não teria acontecido”, especula. “Mas eu não tenho como julgar. E penso que passamos pelas coisas que precisamos enfrentar”, afirma.
 
“Lógico que é difícil, há momentos muito complicados, ainda mais com crianças pequenas por perto. Mas eu agradeço todos os dias por estar viva”, conta, emocionada. “Foram eles que me deram forças, eu só sobrevivi por causa deles.”
 
Na próxima semana, a coluna trará mais informações sobre a mastite, seus sintomas, diagnóstico e tratamento.
 

Campina Grande registra segunda morte suspeita de infecção por superbactéria



A secretaria de Saúde de Campina Grande confirmou na manhã desta segunda-feira (24) a morte da segunda idosa com suspeita de infecção pela superbactéria (Klebsiella pneumoniae Carbapenemase), considerada rara e resistente a antibióticos. Margarida Filismina Alves, de 78 anos, estava internada no Hospital Pedro I.

A idosa era natural de Alagoa Nova e estava internada na unidade há mais de três semanas. Segundo a secretaria de Saúde do município, a mulher apresentava um quadro de saúde de insuficiência respiratória aguda, pneumonia e insuficiência renal. 
 
 
Outra idosa de 92 anos que morreu na sexta-feira (21), também havia sido transferida da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para a unidade hospitalar. Sobre a suspeita de KPC, a secretaria de Saúde informou que os dois casos estão sendo investigados. Ainda não há informação se a suspeita da superbactéria contraída pelas pacientes ocorreu no hospital ou antes da chegada das vítimas no local.
 
 
As Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) do Hospital Pedro I e da UPA passaram por procedimentos de desinfecção. O contágio da bactéria KPC acontece por contato e a bactéria se multiplica em ambiente hospitalar e pode causar infecções sanguíneas e urinárias generalizadas.
 

“A médica que faria a minha cesárea não apareceu”

 
"A minha filha nasceu e eu só vim tocar na sua mão quando ela tinha três meses. Eu chorava muito porque queria segurá-la no colo e não deixavam" (Foto: Julia Rodrigues/ÉPOCA)

 “Meu pré-natal foi feito próximo à minha casa, na UBS Jardim Eliana. Eu estava com 38 semanas quando fui à Maternidade Interlagos, no dia 2 de dezembro de 2014. Eles me examinaram e falaram que seria uma cesárea. A minha bebê estava sentada. ‘Faremos o parto em três dias’, disseram. Esperei até o dia 7 de dezembro. Antes de eu subir para a sala de pré-parto, tiraram o ultrassom. A Vitória continuava sentada e a médica disse que logo voltaria do almoço para fazer a cesárea. Me deixaram na sala e as dores foram aumentando. Horas se passaram e começaram a dizer que eu tinha de fazer um parto normal, e eu pedia pelo amor de Deus que não.
 
Por fim, a médica que ia fazer a cesárea não apareceu. A bebê começou a vir. Enfiaram a mão lá dentro e a puxaram pelas nádegas. Tinha umas dez pessoas naquela sala, todos estavam perdidos. Eu só conseguia chorar, porque sabia que tudo estava errado. Sentia forçarem a minha barriga. Quando puxaram a minha filha, ela nasceu semimorta por dez minutos e não chorou. Os médicos na sala disseram que era normal. Não era.
 
Quando o pediatra apareceu na sala, ele me disse que tinha feito o possível para reanimá-la. ‘O estado dela é muito grave’, disse. O meu marido, Leonardo, e a minha filha, Thais, estavam lá embaixo brigando para subir. A gente tem direito de um acompanhante na hora do parto, só que não deixaram nenhum subir. A cabecinha da minha filha ficou amassada, ela teve lesão no cérebro. A Vitória vive no oxigênio 24h, tem convulsões e se alimenta por sonda. Ela nunca vai falar, porque fez uma cirurgia de desconexão de garganta e traqueostomia.
 
Quando a minha filha mais velha conseguiu subir, já chegou desesperada. Os médicos começaram a justificar, dizendo que não tinham culpa, que não havia uma sala para fazer a cesárea. Abri um processo contra o hospital. Descobri, por meio do meu advogado, que a minha cirurgia não foi feita porque a diretora do hospital não autorizou. Não tive suporte nenhum. Deram alta para a minha filha quando ela completou dez meses de internação, saí de lá com duas latas de leite e alguns pacotes de fralda. Foi só isso que fizeram, mais nada.
 
O hospital diz que não teve erro médico. Eu vivia chorando pelos cantos, exigindo uma explicação. Só depois de quatro meses a direção me procurou. Tentaram me convencer de que foi tudo normal. Ninguém me deu explicação declarada nenhuma. A Vitória teve a clavícula fraturada e só descobri quando ela pegou alta, porque depois de uma semana em casa ela já passou mal de novo. Quando a levei no Hospital Grajáu, tiraram um raio-x e descobrimos a fratura do lado esquerdo. Ninguém tinha me falado a verdade naquela maternidade. Eu já tinha visto o bracinho roxo, mas me diziam que era porque “tinham pegado um acesso”. 
 
A minha filha nasceu e eu só vim tocar na sua mão quando ela tinha três meses. Eu chorava muito porque queria segurá-la no colo e não deixavam. O primeiro beijinho que dei nela foi porque enfiei a mão dentro da encubadora, arrastei um pouquinho para baixo e coloquei o pezinho no buraco. Era essa a forma que eu tinha de dar carinho para a Vitória. Muitas vezes eles me pegaram fazendo isso e levei bronca, saía chorando dali. Pegaram uma implicância muito grande comigo. Um dia, a diretora do hospital me repreendeu e eu disse que se estivesse errada, ela poderia chamar a polícia.
 
Eu me dedico exclusivamente à Vitória, que toma quase quatorze tipos de medicamento. É uma internação atrás da outra. O leite dela é muito caro e já chegou a faltar. Ela já perdeu 1,5kg por isso, nós também já chegamos a ficar sem comer. Consegui o benefício LOAS [Benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social] pela Defensoria Pública, de R$ 930 por mês. Mas só consegui porque pedi um laudo completo em outro hospital – a Maternidade Interlagos não me deu um encaminhamento correto. Eu e o pai dela estamos desempregados, porque temos de cuidar dela. Não dá pra suprir tudo com esse dinheiro, sempre falta.
 
A minha vida é presa com ela dentro do hospital ou dentro de casa. No total, ela não ficou em casa três meses. Ela pega alta, vai e volta da UTI. A Vitória é uma criança presa, não sabe o que é tomar um solzinho. Como eu vou sair com um oxigênio enorme para ela tomar sol? O oxigênio de transporte dura pouco e é emergencial, para levá-la ao médico.
 
Naquele hospital eu vi muita coisa errada. O que eu tenho para mim é que aquele lugar não é uma maternidade, é um matadouro. Conheci outras mães na mesma situação que eu. Muitas vezes eu chegava lá e a Vitória estava cheia de saliva, toda roxa. Eu chamava a enfermeira para aspirar e ela dizia: “Aqui não tem só a sua filha, tem várias crianças”. Encontrava a minha filha de cocô, de xixi. Eu descia na ouvidoria, arrumava confusão. Cheguei a dizer que se não me ensinassem a aspirar, chamaria a polícia. Quando aprendi, passei a ajudar a cuidar dela. Ajudava a colocar leite na sonda, dar a medicação.
 
Quando a Vitória teve de fazer a cirurgia para colocar a sonda na barriga, cheguei a dormir nos bancos da maternidade esperando dar o horário marcado, às 4h da manhã, para não perder a vaga para fazer o procedimento em outro hospital. A ambulância atrasou, chegou somente às 9h. Atravessamos São Paulo. Quando chegamos lá, o cirurgião olhou para ela e falou: "Sua filha está muito ruim. Se fizer a cirurgia, pode vir a óbito". Nem tiraram ela da ambulância. Perdemos mais duas horas de viagem para voltar. Por que não viram isso antes? Fizeram a Vitória ir até lá para sofrer e depois voltar! Nesse dia, saí de lá tão revoltada que fui direto para a delegacia.
 
Desde a época que a Vitória nasceu, até hoje não fiz um papanicolau. Cheguei a entrar em depressão, fiquei muito mal. Era muita briga ali dentro, eles não entendiam a minha dor, ninguém se colocava no meu lugar por cinco minutos. Desabafei muito com a assistente social e começaram a dar o braço a torcer. Quando eu chegava lá era sempre cara feia, patada. Eu cheguei a dizer que qualquer hora daria um fim na minha vida, porque além de passar por tudo isso me tratavam muito mal. No começo levei nome, levei xingão. Até o café que eu tomava a mais achavam ruim. Foi muita humilhação. Meu marido não podia almoçar: só um podia comer. Eu pegava a mistura, colocava dentro de um pãozinho, escondia na bolsa e levava para ele comer lá fora.
 
Quando ela fez dois aninhos, comprei um bolinho. Coloquei ela no balcãozinho com o oxigênio do lado, a gente cantou parabéns. Foi a primeira e a última vez. A gente faz um aniversário, a felicidade da mãe ver é a criança comendo e se lambuzando com o bolo. Meu sonho era ver minha filha comer uma sopinha, experimentar um iogurte. Andar. Ela é uma criança ativa, mexe mão e perna. O que eu mais queria era um tratamento para ela. Se eu pudesse vender tudo e ir morar de aluguel ou num barraco de madeira para fazer um tratamento… Eu faria. Só que a gente é pobre, é humilde. A gente não tem como fazer.”
 
*Vitória, filha de Silvane, morreu durante a produção desta reportagem, aos 2 anos de idade, em 1º de junho, por uma infecção. Uma decisão judicial havia determinado que o Estado fornecesse a ela atendimento domiciliar Home Care. A criança não chegou a usufruir do cuidado. Silvane, agora, quer encontrar uma forma de ajudar mães que passam pelo mesmo problema, e pretende criar uma ONG. O projeto deu início à doação de antigos pertences, remédios e outros aportes de Vitória. 
O outro lado
 
Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo encaminhou um posicionamento do Hospital Maternidade Interlagos, no município de São Paulo, onde ocorreu o episódio, sobre o caso de Silvane: "O caso passou por apuração preliminar com constatação de que havia sim disponibilidade de sala para a realização do parto. Doi encaminhado à Comissão de Ética Médica que analisou direcionou ao Conselho Regional de Medicina para providências. Os três profissionais envolvidos na queixa não atuam mais na unidade. A bebê recebeu toda a assistência, durante os nove meses de internação. A alta hospitalar foi feita com suporte de equipe multidisciplinar para a família e encaminhamento do caso para a atenção básica, responsável por encaminhar pacientes para assistência especializada."

Notícias do Dia

Mulher relata que perdeu bebê após esperar cerca de 10 horas por atendimento na Bahia

Caso aconteceu em Catu, cidade a 78 km da capital. Gestante passou cerca de 14 horas no hospital.

Exames feitos durante a gestação mostram que bebê era saudável, segundo a mãe
 (Foto: Reprodução/ TV Bahia)

Uma mulher de 34 anos afirma que perdeu o terceiro filho após esperar cerca de 10 horas por atendimento no Hospital Municipal de Catu, a 78 km Salvador. Luciane dos Santos ainda estava na 34ª semana de gestação quando entrou em trabalho de parto, no dia 18 de julho. Ela foi levada para a unidade de saúde pelo marido, Marcos dos Santos, que acompanhou a angústia da espera e depois teve a notícia de que o bebê não havia resistido à espera.
 
Luciane conta que a bolsa estourou em casa e ela chegou ao hospital por volta de 6h30, mas só fez uma ultrassonografia por volta das 16h, após ser encaminhada para uma unidade de saúde particular, em Catu, pois o hospital municipal não dispõe do serviço. Antes disse, ela alega que não foi examinada.
 
"[Funcionários] eles me botaram em uma sala sozinha, mandaram eu aguardar e saíram da sala. Tanto a enfermeira, como o médico, que ficou passeando para lá e para cá, e não foi me atender. Quando ele foi me ver, eu já tinha horas sentada", contou ela.
 
No hospital, Luciane foi orientada a esperar mais tempo para que a dilatação aumentasse, apesar da bolsa ter estourado. Segundo ela, as enfermeiras disseram que era necessário também, aguardar a regulação para fazer o parto. A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou, no entanto, que não houve pedido de transferência hospitalar no nome de Luciane.
 

Justiça condena médico acusado de agredir colega


Foto: Arquivo / Cada Minuto

Decisão publicada no Diário da Justiça desta quarta-feira, 26,condenou um médico, pai de uma criança, que segundo ele teria passado por um procedimento inadequado, a pagar uma indenização de  R$ 10 mil reais por danos morais a uma médica, por agressão verbal e física após um procedimento realizado na filha, na Santa Casa de Misericórdia de Maceió.
 
Segundo a assessoria de Comunicação do tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) os pais da criança ingressaram com uma ação na Justiça solicitando indenização por danos morais por suposto erro da médica e da enfermeira da instituição, mas o pedido não foi acolhido pelo juiz. No entanto, o autor do processo foi condenado a pagar R$ 10 mil por agressão à médica que atendeu a paciente.
“Em meu entendimento não houve erro médico, que necessita da comprovação da negligência, imprudência ou imperícia. Até porque, no mesmo documento anteriormente citado, [a médica] alegou que após ser feito o diagnóstico de punção arterial inadvertida, foi feito um novo procedimento por meio do qual houve regressão do quadro, progressivamente, com recuperação da cor, ausência de sinais de má perfusão, pulsos palpáveis e bom enchimento capilar”, explicou o juiz.
De acordo com o processo, o pai da menina, que também era médico da instituição, teria feito ameaças e agredido a ré da ação, causando-lhe medo, vexame e constrangimento na frente de diversas pessoas. Testemunhas afirmaram que o autor do processo teria empurrado a médica violentamente contra a parede e tentado sufocá-la, agarrando seu pescoço com as duas mãos, e teria dito ainda que ele era quem mandaria naquela situação, a partir de então.
As rés do processo entraram com uma representação perante o Conselho de Ética do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Maceió, contra o autor do processo, resultando na suspensão de suas atividades médicas naquele hospital. No processo, o homem ainda pedia indenização pelos dias que ficou sem trabalhar na instituição, mas o pedido também não foi acolhido pelo juiz.
“Nos presentes autos não há nenhuma prova do prejuízo, até porque o autor foi suspenso de exercer tão somente suas atividades nas instalações do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Assim, sendo o autor profissional autônomo, possui autonomia de exercer suas atividades em outros estabelecimentos, não sendo um empecilho tal medida”, destacou o magistrado.
Procedimento
De acordo com a decisão, no dia 17 de janeiro de 2003, a criança foi internada na emergência do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Maceió, com infecção urinária grave e febre alta. No dia 20, após ecocardiograma foi prescrita a infusão de gamaglobina.
Os pais da menina, autores do processo, alegaram que a enfermeira, também ré do processo, teria puncionado uma artéria em vez da veia, e teria sido alertada pela mãe da paciente. Somente após algum tempo, foi chamada a médica para avaliar a situação, concluindo que se tratava mesmo de uma veia e determinando que a droga prescrita fosse injetada.
Logo após a aplicação, o antebraço e a mão esquerda da menor começaram a mudar de cor. Por conta disso, o pai da criança teria falado para a médica que deveria ser aplicado o corticóide e a heparina. A ré, no entanto, teria indicado a aplicação de hyrudoid gel. Ainda de acordo com os autores do processo, a aplicação da corticóide só teria ocorrido após a chegada de outro médico recomendado pelos autores para assumir o caso.
 

Possível caso de falta de medicamentos vira caso de polícia com a presença do prefeito no pronto socorro de Carandaí



O caos na saúde que se instaura a passos largos no Brasil  parece não ser  um privilégio apenas dos grandes centros brasileiros, onde na manhã desta Segunda ( 24), um possível caso de falta de medicamentos acabou virando também caso de polícia no Pronto Socorro municipal de Carandaí.
Na confusão que aconteceu no Pronto Socorro Municipal esta manhã, terminou com a presença do prefeito e de uma guarnição policial na cidade de Carandaí.
 
Uma família da cidade, de posse de receita de um médico integrante do quadro de funcionários do município, reclamava que o medicamento em questão não estava sendo disponibilizado para os mesmos.
 
Após supostamente ter seu direito negado, a família acionou a presença da Policia Militar para registro de boletim de ocorrência, onde logo após o Prefeito municipal Wasghinton Gravina, o Vasiquinho, também compareceu ao local.
 
Em contato com assessores do prefeito, os mesmos alegaram que  a confusão começou após um erro médico que se enganou ao dizer que não havia o medicamento no local, sendo disponibilizado um genérico para a família, fato este que pode ter dado início ao desentendimento.
 
Ainda segundo a prefeitura, o prefeito solicitou a polícia investigação do caso e se prontificou a prestar esclarecimentos, bem como fornecer os medicamentos solicitados.
 

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Passeata denuncia mortes de crianças com microcefalia por falta de atendimento


A UMA - União de mães de anjos, associação que cuida e acolhe 400 mães de famílias de bebês com a microcefalia no estado de Pernambuco. Foto: Reprodução/ Facebook

A UMA - União de mães de anjos, associação que cuida e acolhe 400 mães de famílias de bebês com a microcefalia no estado de Pernambuco, realiza nesta quinta-feira uma caminhada em protesto contra as condições precárias em que essas crianças afetadas pelo víris da Zika estão vivendo. Mães e familiares do Recife e do interior participam da passeata, que tem concentração marcada para 9h30 no Parque 13 de Maio, com destino ao Palácio do Campo das Princesas.

O grupo denuncia que, esta semana, em menos de 48 horas, três crianças com microcefalia morreram por falta de uma reabilitação adequada, faltas de UTI's, de fisioterapeutas respiratórios, com uma assistência precária, sem medicamentos cedidos gratuitamente pelo SUS ou transporte.

"Quando as crianças com a síndrome congênita do Zika Vírus começaram a nascer todos os dias o governo mostrava assistência e atenção, com o intuito de ajudar. Mas agora que estão morrendo fecham os olhos para que a sociedade não tome conhecimento da realidade e passam a imagem que está tudo perfeito. Já estamos no limite do descaso e queremos mudança de verdade". queixa-se Jaqueline Vieira, mãe e secretaria administrativa da UMA.
 

Pé humano é encontrado na BR-116 com sacola de um Hospital da city de Videira


Caçador Urgente / Inf Rádio Fraiburgo Divulgação

Neste domingo 23, a Rádio Fraiburgo recebeu a denuncia que um pé humano foi encontrado nas proximidades do Rio Correntes, BR 116 a cerca de 5 KM de Santa Cecília e juntamente com o mesmo, estava uma sacola de um hospital da city de Videira SC.

Não há informações sobre como esse material foi parar naquele local.

Segundo a fonte, a imagem já circula abertamente em grupos de Whatsapp e há muitos questionamentos nas redes sociais.

Foi tentado contato com um dos dires do Hospital, mas não houve exito na localização.
 

Ministro da Saúde anuncia R$ 17,5 milhões em investimentos em Alagoas

Representante do Governo Federal está em Maceió, visitou hospitais e se reúne com prefeitos.
 
Ministro Ricardo Barros recebe homenagem de voluntária da Santa Casa
FOTO: DÁRCIO MONTEIRO
 
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou na manhã desta quarta-feira (26), durante visita a Maceió, que o estado de Alagoas receberá R$ 17,5 milhões em investimentos destinados à saúde pública. 

Barros esteve na Santa Casa de Misericórdia, no Centro, onde entregou um equipamento que será utilizado no tratamento de pacientes com câncer. "Nós temos cem aparelhos de radioterapia iguais a estes, que foram adquiridos pelo Ministério e que serão entregues a diversos hospitais do Brasil. Somente aqui na Santa Casa, com ele, estamos investindo R$ 4,5 milhões", explicou.

De acordo com ele, no ano passado, mais de R$ 18 milhões foram destinados para a manutenção e custeio dos serviços de radioterapia e oncologia realizados na Santa Casa. "É um hospital de excelência. É o segundo do Brasil a receber o equipamento. Com isso, vamos ampliar cada vez mais os serviços aqui em Alagoas", informou.

O ministro anunciou ainda um investimento de R$ 6 milhões no Hospital do Açúcar. "Esse dinheiro será utilizado no custeio, vamos investir também na renovação do parque tecnológico de lá", afirmou. 

Além de visitar os hospitais, Ricardo Barros também se reúne com os prefeitos alagoanos. "Para os municípios vamos destinar R$ 6 milhões na atenção básica e R$ 1 milhão para serviços de saúde bucal", explicou. 

Barros ressaltou que os recursos federais disponibilizados são resultado do dinheiro economizado no Ministério. Segundo ele, no primeiro ano de ação administrativa foram economizados R$ 3,5 bilhões. 
 
Voluntárias participam de inauguração de equipamento na Santa Casa
FOTO: DÁRCIO MONTEIRO

 
"Estamos reaplicando o dinheiro oferecendo mais serviços públicos à população. O Ministério está com condições financeiras e paga pontualmente em dia aos estados. Temos condições de atender estas demandas que devem ser organizadas e solicitadas, e com a burocracia devidamente cumprida serão habilitados a receber o dinheiro", comentou em relação aos problemas enfrentados pelos Hospital Universitário (HU) e Hospital Geral do Estado (HGE). 

O ministro explicou que o órgão não é gestor de serviço de saúde, mas que tem o dever de repassar os recursos para estados, municípios e entidades filantrópicas executarem as ações de saúde.

O secretário estadual de saúde de Alagoas, Cristian Teixeira, disse que espera que a vinda do ministro possa proporcionar um olhar mais atento do governo federal para o estado. "É bom deixar destacado que aqui se passou mais de quatro décadas sem investimentos em saúde. Atualmente, o governo do Estado, além de melhorar as condições no HGE, na Unidade de Emergência do Agreste e em todos os hospitais. Estamos construindo novas unidades como o Hospital da Mulher, que já está na oitava laje, o Hospital Metropolitano e três hospitais regionais, aumentando o número de leitos para a população", afirmou.

O secretário disse que Alagoas passa por um novo momento, já que o governo do estado tem dado prioridade a saúde, pois, além de construir novos hospitais e melhor os que já existem, está procurando fazer parceria com a iniciativa privada para aumentar o número de leitos.

"Nós estamos em um estado onde 90% da população depende única e exclusivamente do serviço público de saúde. O cidadão que está lá fora angustiado precisando do serviço não quer saber se o investimento é federal, estadual ou municipal, ele quer é ser bem atendido. Por isso que pedi ao ministro que tenha um olhar especial para Alagoas porque o governo do estado tem feito a sua parte".