quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Não se justificava o raio X’, diz diretor do Hospital da Posse sobre menino que teria morrido com pneumonia

Na terça-feira (28), os pais da criança deram queixa à polícia sobre o caso. Eles acusam de negligência o Hospital da Posse e a UPA de Cabuçu.

Pais de Diogo Vinicio mostram as fotos do filho, reveladas após a morte da criança
(Foto: Patricia Teixeira/G1)
Apesar da denúncia dos pais de Diogo Vinício, de 5 anos, de que um exame poderia ter salvo a vida do menino, o diretor do Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, afirmou que o pedido de raio X não se justificava. No dia 2 de novembro, a criança morreu no Hospital Carlos Chagas, em decorrência de pneumonia, choque séptico e convulsão.

“O exame da criança feito pela pediatra sem alterações. Não se justificava o raio X. De todo jeito, a decisão da direção, logo que soube, determinou a abertura de sindicância e o encaminhamento do caso para a Comissão de Ética, para que seja avaliado”, explicou Joé Gonçalves Sestello.

Na terça-feira (28), os pais da criança deram queixa à polícia sobre o caso. Eles acusam de negligência o Hospital da Posse e a UPA de Cabuçu, também em Nova Iguaçu.

Imagens gravadas pelos pais na UPA mostram o atendimento à criança, com o menino passando mal.

Luta por atendimento

A luta para tentar salvar a vida da criança começou no dia 15 de outubro, na UPA de Cabuçu em Nova Iguaçu, após o menino ter dado entrada no local com forte febre e crise de convulsão.

Com a alegação de que a máquina de raio-x estava quebrada e que o pulmão da criança estava limpo, Diogo foi apenas medicado e, em seguida, liberado. No dia 26, o menino voltou a ter febre alta, convulsões e foi para o Hospital Geral de Nova Iguaçu (Posse), onde a família recebeu a informação de que o menino estava sem nenhum quadro grave. Mais uma vez, ele foi liberado sem fazer raio-x.  

Um dia depois, vendo que o filho tinha piorado muito, a mãe da criança, Deiviane Alves, e o pai, Diogo de Oliveira, voltaram para a UPA de Cabuçu, onde, novamente, ouviram que o pulmão dele estava "totalmente limpo".

"A médica da Posse disse para mim: 'Pai, não precisa fazer raio X. Só fazemos quando percebemos que é algo grave'. Mesmo eu explicando que ele estava com febre alta há dias, catarro e com o pulmão roncando muito, ela não quis fazer. Meu filho morreu dias depois", contou o pai da criança.

Apenas no Hospital 21 de Julho, em Queimados, no dia 31 de outubro, que Diogo fez o raio-x, mas seu quadro já era muito grave e o local não tinha condições para tratar o menino.

Os pais do menino alegam que o Hospital da Posse disse que não tinha vaga para receber a criança de volta e, somente após uma ordem judicial, o menino foi transferido para o Hospital Carlos Chagas, onde morreu.

Sonhos que ficaram para trás

O G1 esteve na UPA de Cabuçu e comprovou que a máquina de raio-x está quebrada. Um funcionário da unidade explicou que a máquina está há cinco meses sem funcionar.

"O médico que recebeu meu filho no Carlos Chagas disse que se ele demorrase mais 5 minutos, morreria dentro da ambulância. Levei meu filho numa ambulância que não tinha balão de oxigênio, não tinha espaço e sem recurso algum. Meu filho ficou convulsionando 11 horas direto, em estado gravíssimo", acrescenta Diogo Oliveira.

Os sonhos do pequeno Diogo ficaram para trás. "Meu filho era uma criança levada, gostava de brincar, falava com todo mundo, muito simpática", lamenta Deiviane, emocionada.

"Ele era uma criança pura, indefesa. Só precisava de ajuda e não quiseram ajudar a gente. Nossa família está destruída", acrescenta o pai.

Procurada pelo G1, a Secretaria Estadual de Saúde informou que lamenta a morte do paciente. Veja abaixo a nota na íntegra.

A Secretaria de Estado de Saúde informa que lamenta a morte do paciente Diogo Vinicio Alves Pinto. A SES ressalta que a direção da Unidade de Pronto Atendimento informou que o paciente deu entrada na unidade no dia 27/10, foi acolhido e avaliado pela equipe médica. A criança passou por exames laboratoriais que não apresentaram sinais de quadro infeccioso. O paciente foi liberado com orientação.

Após cinco dias (01/11) o paciente deu entrada no Hospital Estadual Carlos Chagas com quadro de insuficiência respiratória. Foi avaliado pela equipe médica, internado em unidade de terapia intensiva, acompanhado e medicado. No dia seguinte a criança evoluiu para óbito.

Quanto à solicitação de cópia do prontuário, o responsável legal deve se dirigir ao setor de documentação médica da unidade e protocolar a solicitação.

Já o Hospital da Posse informou que a direção abriu uma sindicância para investigar os fatos.

A direção do Hospital Geral de Nova Iguaçu informa que, assim que tomou ciência do caso, abriu uma sindicância para investigar os fatos alegados. E, nesta segunda-feira (27/11), o Conselho de Ética Médica será notificado. Desde já, a direção se coloca à disposição da família para prestar esclarecimentos.


Por Lívia Torres e Patrícia Teixeira, G1 Rio

Marido aponta suposta negligência como causa da morte da esposa de 24 anos

Ana Paula Claudino da Silva, de 24 anos, morreu na tarde do ultimo domingo (26) no Hospital da Providência em Apucarana.


Após ficar internada no Hospital da Providência em Apucarana, a jovem de 24 anos, Ana Paula Claudino da Silva morreu na tarde do último domingo (26). Ela residia no Jardim Catuai, era mãe de duas crianças e casada com Jeferson Araújo. Sua morte causou grande comoção na cidade, e segundo informações obtidas ela teria morrido de câncer.

Em sua pagina pessoal do facebook, o esposo de Ana Paula, Jeferson Araújo fez uma postagem onde diz que a morte de sua esposa teria ocorrido por uma suposta negligência médica. Em um trecho da mensagem ele escreve; “Por um negligencia medica vc si foi meu amor mais saiba que vou lutar pelos seus direitos como vc estava lutando ate o fim…. (sic)”, escreveu o marido.

Telespectadora acusa equipe médica de negligência após cirurgia de retirada do útero









Polícia investiga morte de menina de um ano em hospital no Grande Recife

Criança foi levada pelos pais ao Hospital Infantil do Cabo de Santo Agostinho em 19 de novembro e faleceu na manhã do dia seguinte. Família prestou depoimento na segunda (27).

  Maria Fernanda Lins Gomes tinha um ano e sete meses (Foto: Reprodução/Acervo pessoal)

A Polícia Civil iniciou as investigações sobre o que causou a morte de uma criança de um ano e sete meses no Hospital Infantil do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Segundo a família, Maria Fernanda Lins Gomes apresentava febre e sinais de cansaço quando foi levada à unidade de saúde em 19 de novembro, mas veio a óbito na manhã do dia seguinte, após receber injeções de adrenalina. Na segunda-feira (27), os pais da menina prestaram depoimento à polícia.

A mãe da criança, a dona de casa Lucielma da Silva, critica a falta de acompanhamento pediátrico do Hospital Infantil do Cabo e acredita que as injeções de adrenalina aplicadas na filha podem ter ocasionado o óbito. “Cheguei a perguntar o porquê de injetarem adrenalina na minha filha e disseram que ela estava com problema de laringite. Tinham muitos médicos, mas nenhum dos que atenderam a minha filha era pediatra”, relata a dona de casa, relembrando, ainda, que as injeções eram alternadas com nebulização.

“Ela estava normal, só cansada e um pouco febril. Ela comeu, andou no corredor do hospital e em nenhum momento foi internada. Foram feitas pelo menos cinco aplicações de adrenalina na minha filha. A última foi feita às 5h do dia 20 de novembro e, logo em seguida, ela passou mal, ficou com a pele esverdeada e tentou chamar por mim, mas não tinha forças”, relembra a mãe.

Desejando entender o que causou a morte da filha, Lucielma denunciou o caso à polícia e, na segunda (27), foi chamada para prestar depoimento. “É tão negligente [o atendimento], os procedimentos são tão avulsos. Em nenhum momento houve acompanhamento de um médico para saber se ela estava reagindo às injeções. Eu só quero que a justiça seja feita”, critica a mãe.

De acordo com nota encaminhada pela Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, será aberto um inquérito administrativo “para que todas e quaisquer eventuais dúvidas sejam esclarecidas”. No texto, a prefeitura esclarece que o “Hospital Infantil é uma unidade de médica complexidade com cerca de quatro mil pacientes atendidos mensalmente” e que “toda assistência foi prestada, inclusive por profissionais bastante experientes e bem treinados”.

Segundo a Polícia Civil, o inquérito do caso foi instaurado na 40ª delegacia do Cabo de Santo Agostinho e as investigações estão a cargo do delegado Francisco Diógenes. A corporação solicitou um exame tanatoscópico ao Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife, para aprofundar as investigações sobre a morte da menina.

Paciente morre no interior do Hospital Regional, família denuncia negligência e omissão de socorro

Jornal Expressão
Um pedreiro morreu, supostamente, por falta de atendimento, no interior do Hospital Regional, em Cáceres. A denuncia foi feita pela esposa da vítima a professora Maria Inês Almeida. Um médico teve que registrar Boletim de Ocorrência na polícia para que a sua paciente, uma senhora de 76 anos, com fratura no braço pudesse ser atendida. A anciã Ivanilda Medeiros, 78 anos, com fratura no fêmur, não conseguiu vaga no hospital. A família foi obrigada a pagar cerca de R$ 20 mil em tratamento particular no Hospital São Luiz.

 Essas são algumas de uma série denuncias que vão desde falta de equipamentos, omissão de socorro e até morte de paciente por falta de atendimento no interior do hospital, nos últimos dias. Em Nota a direção do hospital diz que está fazendo um levantamento de cada caso apresentado e encaminhará, assim que concluído, um relatório à redação do jornal. Quanto à questão da falta de material, diz que já foi resolvida com uma compra emergencial, sendo que outra compra já está sendo feita para garantir estoque de material de higiene e limpeza e insumos por 90 dias. Veja no final da reportagem.

A morte do pedreiro Antônio Roberto Ferreira de Almeida, 52 anos, ocorreu no dia 7 de novembro. Por a família residir em Glória D´Oeste, somente agora o caso se tornou público. De acordo com a esposa, ele foi encontrado por outro paciente, desacordado, no banheiro do hospital. A professora Maria Inês, diz que a informação foi passada pelo médico Guilherme Grassane, que o teria atendido. “O próprio médico disse que ele foi encontrado por outro paciente caído no banheiro. Ele diz que tentou reanimá-lo, mas não conseguiu”.

De acordo com a esposa, Antônio Ferreira teve começo de infarto no dia 6 de novembro, em Glória D`Oeste. Ele teria sido levado às pressas para um hospital de Mirassol D´Oeste. E, posteriormente, para o Hospital Regional. Ela diz que o último contato com o esposo foi por volta das 23h. E, que a informação no hospital é que ele teria ido a óbito por volta das 6h da manhã do dia 7. Maria Inês diz que não acredita na versão do médico no que diz respeito a reanimação.

“Eu não posso afirmar. Mas, não acredito que ele tentou reanimá-lo. No corpo não havia nenhum sinal. O meu marido certamente já estava morto há várias horas, quando ele foi encontrado por outro paciente, no banheiro. Ele morreu a mingua dentro do hospital. Quando chegamos, por volta das 8h, o corpo já estava congelado” conta afirmando ainda que, além da suposta negligência e omissão de socorro, o hospital sequer informou que o paciente estava morto. ”Só soubemos da morte depois que ligamos para saber como ele estava”.

A esposa da vítima diz que já denunciou o fato a Ouvidoria do hospital e ainda nesta semana estará denunciando também no Ministério Público. “Eu sei que denunciar não vai trazer o meu marido de volta. Mas vai evitar que outros casos como esse aconteça. Essas pessoas tem que ser responsabilizadas civil e criminalmente”.

Médico registra B.O para paciente ser atendido

Só depois de registrar um Boletim de Ocorrência Policial, o médico de São José dos IV Marcos, Cleyton Thiago Melo de Oliveira, conseguiu a internação de sua paciente a viúva Belânia Pereira dos Santos, 76 anos. O caso aconteceu no dia 18 de novembro. A comerciante havia fraturado o braço em uma queda.

De acordo com o B.O, após medicar a paciente, o médico fez várias ligações para o setor de regulação para internação. Sem conseguir ele teria ligado para um enfermeiro do hospital que se identificou como Mizael. Oportunidade em que foi informado que ele até poderia mandar a paciente, mas ela não seria atendida porque não havia leito.

Diante da gravidade da situação da paciente, ele a encaminhou, mesmo sabendo da dificuldade. Ao ser barrado na portaria do hospital, ele mesmo tomou a iniciativa de procurar a polícia. Após registrar a ocorrência e apresentar no hospital a paciente foi atendida.

Idosa que fraturou o fêmur teve que pagar tratamento particular

A família da idosa Ivanilda Medeiros, 78 anos, teve que se sacrificar para desembolsar cerca de R$ 20 mil para pagamento de cirurgia particular no Hospital São Luiz. O caso aconteceu no dia 31 de outubro. De acordo com familiares, a idosa teria sofrido uma queda e fraturou o fêmur. De imediato ela foi conduzida para o Hospital Regional.

Assim como em vários outros casos, não foi possível fazer a internação para o procedimento cirúrgico por falta de regulação. Diante da gravidade da situação a família, não teve alternativa, levou a idosa para fazer a cirurgia no hospital São Luiz, tendo que desembolsar cerca de R$ 20 mil.

Falta de equipamentos

            Além de denuncias de supostos descasos e omissão de socorro, representantes da área de saúde dos municípios da região de Cáceres, também denunciam a falta de equipamentos e medicamentos no Hospital Regional.

 “Vamos nos reunir com a direção para saber da real situação do hospital. A maioria dos pacientes é mandada de volta porque não estão fazendo Raio-X, mamografia, ressonância. A informação é que os aparelhos estão quebrados” diz a secretária de Saúde de Gloria D´Oeste, Daiane da Silva Teodoro.

            “Em vários casos, inclusive de pacientes com fraturas, os atendentes do hospital colocam uma tala e mandam de volta porque dizem que a aparelhagem está quebrada” completa a secretária de Saúde de São José dos IV Marcos, Taionara Cristiane da Silva.

O prefeito de Comodoro, Jeferson Gomes diz que a situação do hospital está insustentável. “Chegaram ao ponto de mandar paciente com fratura exposta de volta para o município. A situação do Hospital Regional está insustentável. Não tem nem papel higiênico nos banheiros”. O paciente Edson Martins dos Santos, disse que interrompeu o tratamento de câncer por falta de medicamento no hospital.

NOTA:

A direção do Hospital Regional de Cáceres está fazendo um levantamento de cada caso apresentado e encaminhará, assim que concluído, um relatório à redação do jornal. Não foi possível concluir nesta manhã de sexta-feira, quando recebemos a demanda, porque recebemos uma equipe da ONU, porém reiteramos que estamos à disposição para todos os esclarecimentos.

Quanto à questão da falta de material, já foi resolvida com uma compra emergencial, sendo que outra compra já está sendo feita para garantir estoque de material de higiene e limpeza e insumos por 90 dias.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) e a direção do HRC está tomando as providências possíveis para garantir os atendimentos de urgência e emergência, lembrando que retomou a gestão da unidade pela desistência da Congregação de Santa Catarina e dos prefeitos da região.

MP-MA oferece denúncia contra médico e ex-diretora de hospital

De acordo com o MP, Denis Rubens Teixeira exerceu ilegalmente a profissão de médico.


PIO XII - A Promotoria de Justiça da Comarca de Pio XII propôs Ação Penal contra Denis Rubens Teixeira e Elizabeth Cantanhede da Silva (ex-diretora do Hospital Municipal de Pio XII). Formulou a manifestação ministerial o promotor de justiça Thiago Lima Aguiar.

De acordo com as investigações do Ministério Público do Maranhão, Denis Rubens Teixeira exerceu ilegalmente a profissão de médico no Hospital Municipal de Pio XII no ano de 2015, a convite de Elizabeth Cantanhede. Embora formado em medicina na cidade de Cochabamba, na Bolívia, ele não chegou a validar, no Brasil, o seu diploma.

A conduta do denunciado no hospital culminou na morte de uma criança recém-nascida, ocorrida logo após o parto, em 12 de julho de 2015.

Denis Teixeira foi denunciado por homicídio culposo, falsidade ideológica e exercício ilegal da profissão. Já Elizabeth Cantanhede é alvo da Ação Penal por corrupção passiva, falsidade ideológica e exercício ilegal da profissão.

Elizabeth sabia que Denis não tinha autorização para exercer a medicina no Brasil. Mas o contratou para trabalhar no hospital municipal, como plantonista, sob a condição de que dividisse o seu salário com ela. Para cada plantão, era pago R$ 1.500 sendo que o valor de R$ 800 era encaminhado para a diretora do hospital.

A diretora sugeriu, ainda, que Denis utilizasse o CRM e o CPF de um médico verdadeiro de nome semelhante. Acolhendo a ideia, Denis Rubens Teixeira passou a utilizar o nome e os dados do médico Denis Gualberto de Paulo, coletados na internet. Inclusive, mandou confeccionar carimbos com as referências, passando a assinar receituários, óbitos, entre outros documentos com o nome falso.

Foi apurado, ainda, que Denis Teixeira e Elizabeth Cantanhede mantiveram, na época, um relacionamento amoroso.

Morte

No dia 12 de julho de 2015, a gestante Francisca de Sousa deu entrada no hospital com fortes dores pois estava prestes a dar à luz. Após alguns procedimentos que resultaram no estouro da bolsa, as dores aumentaram. Foi quando o marido de Francisca, Antônio Wilton, chamou o médico plantonista, Denis Teixeira.

Segundo informações de Francisca de Sousa, o médico sem habilitação primeiramente disse que não era a hora do parto e, quando a examinou, teve opinião divergente das enfermeiras a respeito do estado dela.

Já na sala de parto, as enfermeiras pediram a Francisca que fizesse bastante força e, ainda, forçaram muito a sua barriga, machucando-a. Percebendo que o parto normal não seria possível, Denis Teixeira chamou o médico-cirurgião, conhecido como Dr. Franzé, que fez a cesárea. Ao ser retirado, o bebê apresentava hematomas na cabeça, nariz e nas costas, tendo sido levado imediatamente para o balão de oxigênio, falecendo minutos depois.

De acordo com o laudo do exame de corpo delito, assinado pelo médico legista Jayron de Aquino Porto, do Instituto Médico Legal do Maranhão, “o trabalho de parto para o bem-estar fetal não está em conformidade com as recomendações do Ministério da Saúde”. Segundo o promotor de justiça Thiago Aguiar, a atitude “evidenciou a negligência e a inobservância de regra técnica de profissão pelo acusado”.

Penalidades

Se condenado, Denis Teixeira poderá pegar até 10 anos de prisão. O MPMA pediu a condenação dele, conforme as sanções previstas nos artigos 121, § 3º (homicídio culposo), 299 (falsidade ideológica) e 282 (exercício ilegal da profissão), do Código Penal.

A Promotoria de Justiça requereu a condenação de Elizabeth Cantanhede conforme os artigos 317 (corrupção passiva), 299 e 282, 29, § 1º, do Código Penal, que podem resultar em até 19 anos de prisão.

Menino de 5 anos morre após ser liberado de hospitais em Nova Iguaçu

Menino de 5 anos morre após ser liberado de hospitais em Nova Iguaçu

Reprodução G1

Diogo Vinicio Alves Pinto, de apenas cinco anos, morreu após complicações de um caso de pneumonia, após duas unidades de saúde de Nova Iguaçu (RJ) liberarem o garoto sem realizar um raio-x. A família denuncia que houve negligência.

"Um simples raio-x poderia evitar a morte do meu filho", disse o pai do menino.

Segundo o G1, no dia 15 de outubro o garoto deu entrada na UPA de Cabuçu em Nova Iguaçu, com forte febre e crise de convulsão. A unidade alegou que a máquina de raio-x estava quebrada e que o pulmão da criança estava limpo. Diogo foi apenas medicado e, em seguida, liberado. No dia 26, o menino voltou a ter febre alta, convulsões e foi para o Hospital Geral de Nova Iguaçu (Posse), onde a família recebeu a informação de que o menino estava sem nenhum quadro grave. Ele foi novamente liberado sem fazer raio-x.

A mãe da criança, Deiviane Alves, e o pai, Diogo de Oliveira, voltaram para a UPA de Cabuçu no dia seguinte, onde disseram que o pulmão do menino estava "totalmente limpo".

A criança morreu no dia 2 de novembro no Hospital Carlos Chagas, em decorrência de choque séptico, convulsão e pneumonia. A família acusa a UPA de Cabuçu e o Hospital da Posse de negligência.

Os pais enfrentaram dificuldades para registrar o caso. Deiviane pediu os prontuários do filho e nenhuma das unidades de saúde forneceu. Ela também afirma que tentou registrar a ocorrência duas vezes na 52ª DP (Nova Iguaçu).

A Secretaria Estadual de Saúde informou que lamenta a morte do paciente e divulgou a seguinte nota:
"A Secretaria de Estado de Saúde informa que lamenta a morte do paciente Diogo Vinicio Alves Pinto. A SES ressalta que a direção da Unidade de Pronto Atendimento informou que o paciente deu entrada na unidade no dia 27/10, foi acolhido e avaliado pela equipe médica. A criança passou por exames laboratoriais que não apresentaram sinais de quadro infeccioso. O paciente foi liberado com orientação.

Após cinco dias (01/11) o paciente deu entrada no Hospital Estadual Carlos Chagas com quadro de insuficiência respiratória. Foi avaliado pela equipe médica, internado em unidade de terapia intensiva, acompanhado e medicado. No dia seguinte a criança evoluiu para óbito.

Quanto à solicitação de cópia do prontuário, o responsável legal deve se dirigir ao setor de documentação médica da unidade e protocolar a solicitação".

O Hospital da Posse informou que foi aberta uma sindicância para investigar os fatos. "A direção do Hospital Geral de Nova Iguaçu informa que, assim que tomou ciência do caso, abriu uma sindicância para investigar os fatos alegados. E, nesta segunda-feira (27/11), o Conselho de Ética Médica será notificado. Desde já, a direção se coloca à disposição da família para prestar esclarecimentos".

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Erros médicos matam um a cada 90 segundos


No Brasil, seja por falha do profissional ou do hospital. Falhas banais como erros de dosagem ou de medicamento, uso incorreto de equipamentos e infecção hospitalar mataram 302.610 pessoas nos hospitais públicos e privados brasileiros em 2016. 
    
Foram, em média, 829 mortes por dia, uma a cada minuto e meio. Dentro das instituições de saúde, as mortes por “eventos adversos” só ficam atrás das provocadas por problemas no coração (950), segundo o Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil. 
    
Produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e a Faculdade de Medicina da Univ. Federal de Minas Gerais, o relatório mostra que o número diário supera as 129 pessoas que morrem em acidentes de trânsito, as 164 provocadas pela violência e as 500 por câncer. 
    

42,7 milhões 
    
O problema está no radar da Organização Mundial de Saúde. Estudos mostram que anualmente morrem 42,7 milhões de pessoas em razão de eventos adversos no mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a situação não é muito diferente da brasileira. 
    
Com população aproximada de 325 milhões de pessoas, o país registra 400 mil mortes por eventos adversos ao ano, 1.096 por dia, ou 16% menos que no Brasil. A diferença diz respeito às mortes hospitalares, que são a terceira do ranking americano, atrás de doentes cardíacos e de câncer. 
    
"A diferença é que, no caso brasileiro, apesar dos esforços, há pouca transparência sobre essas informações e, sem termos clareza sobre o tamanho do problema, fica muito difícil começar a enfrentá-lo”, afirma Renato Couto, professor da UFMG, um dos responsáveis pelo Anuário. 
    

Sem transparência 
    
Quanto à transparência, Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS, diz que hoje, no Brasil, quando um hospital é escolhido, a decisão é baseada numa percepção de qualidade ou por recomendação de amigos os médicos. 
    
Mas o leigo não tem como avaliar a qualificação daquela instituição. “Não há como saber quantas infecções hospitalares foram registradas no último ano, qual é a média de óbitos por diagnóstico, e de reinternações e por aí afora”. 
    
Uma das consequências é que em 10 anos o Superior Tribunal de Justiça (STJ) registrou um aumento de 1.600% nos processos por erro médico e odontológico, e os processos ético-profissionais cresceram 302%, segundo dados dos CRMs e CROs. Com dados da Agência Brasil.


Justiça do DF condena hospital particular por morte de Marcelo Dino

O adolescente de 13 anos foi internado com crise asmática e chegou a ir para a UTI. Pais alegavam que erros médicos causaram a morte


Após quase seis anos da morte do adolescente Marcelo Dino, 13 anos, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) condenou o Hospital Santa Lúcia por erros no atendimento ao paciente e puniu a instituição com pagamento de indenização aos pais do garoto por danos morais. 

sentença atribuiu responsabilidade parcial ao hospital pela morte de Marcelo, de acordo com a avaliação da perícia, que concluiu ter sido o atraso na aplicação de medicação e o não uso de um remédio que contribuíram para o agravamento do quadro.
 
"As duas horas de atraso na ministração da medicação broncodilatadora é um erro, que foi cometido pela auxiliar de enfermagem do hospital requerido. [...] Além disso, não foi usado sulfato de magnésio e o uso de beta 2 agonista deveria ter ocorrido antes do que foi ministrado. Vale reforçar que, no primeiro laudo complementar, o médico esclareceu que a resposta terapêutica do sulfato de magnésio dá-se em questão de minutos e, às vezes, de forma imediata". 

A decisão da Juíza de Direito Substituta Clarissa Menezes Vaz Masili fixou a indenização por danos morais em R$ 90 mil mil para cada um dos demandates, o pai, Flávio Dino, e a mãe, Deane Fonseca de Castro e Costa. 
 
O processo chegou a ser arquivado, em abril de 2013, a pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e do TJDFT por entenderem que a morte do menino foi uma fatalidade e não consequência de erro médico. Porém, em maio de 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu reabrir o caso, após ministros da Corte reconhecerem a inércia do MPDFT na atuação.  
 
Depois de anos de embate judicial, o caso finalmente foi julgado. Em um post nas redes sociais, o pai de Marcelo e governador do Maranhão, Flávio Dino, desabafou: "Não cura nenhuma dor, mas talvez ensine profissionalismo e seriedade ao hospital". Flávio afirmou, ainda, que vai doar o valor da indenização. 
 
Até o momento desta publicação, o Hospital Santa Lúcia não tinha se pronunciado sobre a decisão. 

Relembre o caso

 
O jovem deu entrada no Hospital Santa Lúcia, em Brasília, em 13 de fevereiro de 2012, após uma crise asmática enquanto jogava futebol na escola. Ele foi medicado e, à noite, apresentou uma piora no quadro de saúde. Às 6h de 14 de fevereiro, Marcelo teve uma nova crise grave. Mesmo com as tentativas de ressucitá-lo, o menino teve parada cardíaca e não resistiu.

Bebê nasce morta e mãe acusa maternidade de Roraima de negligência

Antes do parto, adolescente foi duas vezes a hospital, mas médicos a orientaram a voltar para casa e esperar. Ela diz que demora para dar à luz levou ao óbito da bebê.

Mãe teve bebê já sem vida na sexta-feira (24) na maternidade de Roraima (Foto: Arquivo pessoal)

Uma adolescente que deu à luz a uma bebê já morta nessa sexta-feira (24) no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, em Boa Vista, acusa a unidade de negligência no atendimento.

Segundo Larissa Cavalcante, de 16 anos, a bebê morreu porque demorou a nascer. Ela afirma que foi por duas vezes à unidade na semana passada para ter a criança, mas foi orientada a ir para casa e esperar a gestação chegar a 42 semanas.

Em nota, a direção da maternidade negou a denúncia de negligência e disse que a mãe foi examinada quando esteve na unidade, mas aconselhada a ir para casa porque não havia necessidade de permanência no local. (veja íntegra da nota ao fim da matéria).

"No dia 11 eu completei nove meses de gravidez e no dia 13, eu fui ao hospital, mas me examinaram e disseram para eu aguardar chegar a 42 semanas de gestação para ter a minha filha. No dia 17 eu voltei lá e me disseram de novo para esperar mais um pouco, até chegar a pelo menos 41 semanas", relembra.

A adolescente contou que ficou preocupada com a bebê. Por isso, no dia 21 fez uma ultrassom em uma clínica particular e ouviu os batimentos cardíacos da filha. No entanto, dois dias depois, expeliu uma secreção e parou de sentir os movimentos da bebê na barriga.

"Voltei na maternidade no mesmo dia, que foi quinta-feira [23], e depois de exames descobri que minha bebê tinha morrido. O médico que me deu a notícia ainda me perguntou porque eu não tinha ido lá antes e eu disse que fui, mas me mandaram ir para casa".

Na sexta-feira, por volta das 8h, ela deu à luz a menina já morta e com um nó no cordão umbilical. Antes do parto, ela contou também que foi mal atendida e deixada sem ajuda médica.

"Me deram o remédio para ter dilatação, e fiquei várias horas sentindo muita dor. Só não tive a bebê só porque minha mãe foi atrás e conseguiu uma médica para me ajudar. ".

Agora, ela diz que pretende acusar formalmente o hospital pelo que classificou como negligência. "Se tivessem me atendido no dia 17, feito uma cesária ou então induzido o parto, eu teria tido ela e, apesar do nó no cordão umbilical, eu não teria perdido minha bebê”.

Veja íntegra da resposta da maternidade:


A Direção do Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth esclarece que a paciente foi encaminhada para casa, porque passou por exames e não foram detectadas alterações em seu processo de gestação, que indicassem a necessidade dela permanecer na unidade.

Em relação ao parto, a equipe médica que a atendeu informa que havia um nó verdadeiro de cordão umbilical, que cortou a circulação de sangue para o bebê. Caso raro, que não é visualizado nem em ultrassom.

domingo, 26 de novembro de 2017

Negligência pode ter levado à morte de um bebê, diz Polícia

"Estamos muito abalados", diz Antônio Costa (Foto: Divulgação)

Um caso de possível negligência médica, que aconteceu na última quarta-feira (22), comoveu moradores do município de Anapu, sudoeste paraense. O casal Francilene Costa Lima e Antônio da Conceição Costa, denunciam um médico do Hospital Municipal Oscar de Dea que, por conta do descaso, levou à morte de uma recém-nascida.

Ao DOL, Antônio Costa contou que estava hoje em Tucuruí para acompanhar o corpo da recém-nascida, que passará por um exame necroscópico. Ele disse que ficou sabendo da morte na sexta-feira (24).

"Estamos muito abalados. Hoje eu vim para Tucuruí fazer o acompanhamento do corpo até o IML. A Franci está sob efeito de medicamentos, a orientação que deram a ela é que ficasse em repouso. A gente já registrou a denúncia na polícia e agora só podemos esperar. Só que é triste porque ela tinha um sonho de ter uma filha, mas isso já não é mais possível."

A HISTÓRIA

No dia 29 de outubro, Francilene Lima realizou uma ultrassom, acompanhada pelo médico denunciado. Na ocasião, porém, ele não teria visto o tamanho que a criança estava, o que, segundo a denúncia, foi um dos motivos da complicação no parto realizado.

Na quarta-feira (22), quando Francilene sentiu dores e foi levada para a sala de parto com 7 cm de dilatação, a equipe médica fez uso de uma injeção de força para estimular as contrações para um parto normal. O procedimento foi o problema porque, como o bebê pesava 6.900kg, deveria ter sido realizada uma cesárea - indicado em casos de bebês com peso acima de 4,5kg.

MEDIDAS

O delegado de Anapu, Rubens Mattoso, está à frente do caso e disse que vai instaurar inquérito policial para apurar a conduta do médico e de outros envolvidos:

"Uma das primeiras providências foi solicitar o exame necroscópico do bebê, que precisou ser em Tucuruí porque em Altamira não existe o exame, para saber qual foi a causa da morte. Já consegui alguns documentos do hospital e agora vamos iniciar as investigações para saber a conduta de todos os envolvidos."


Hospital Universitário denuncia venda de fichas para marcação de consultas e exames



(Crédito: Reprodução)


A Gestão do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) entregou provas documentais em fotos e vídeos ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal que comprovam a prática de venda de fichas na fila do HU para agendamento de consultas e exames.

Segundo a chefe do Setor de Regulação e Avaliação, Maria Betânia Fernandes, esta ação era investigada pela PF há alguns meses e na manhã desta terça-feira (21), entregou uma intimação à mulher identificada como chefe da quadrilha que agia no HU.

Betânia conta que a suposta líder do grupo procurou o setor responsável pelo agendamento, Eliane Maria, para ameaçar uma das funcionárias. Diante da ameaça, servidoras do HUPAA fizeram um Boletim de Ocorrência na sede Polícia Federal e a mulher foi conduzida para prestar depoimento e os devidos esclarecimentos.

“Queremos mostrar que essa quadrilha vivia disso, cobrando da população pelo serviço, que é absolutamente público, ninguém deve pagar por nenhum procedimento ou consultas no HUPAA, ele e 100% SUS. Esperamos que esta prática não se repita e nem aconteça em outros lugares“ disse Betânia Fernandes.

A superintendência do HU informou que se coloca à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.

Fonte: Redação com assessoria

Conselho Federal esclarece pontos sobre pesquisa divulgada pela UFMG/IESS





O plenário do Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou nesta sexta-feira (24) uma Nota à Sociedade explicando que é inapropriado o uso da expressão “erro médico”, da forma como ela foi usada na repercussão de pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS) e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para o CFM, o relatório destaca as falhas do processo de atendimento ocorridas no ambiente hospitalar, as quais não são necessariamente causadas por médicos, sendo inadequada a referida expressão.

“Tais efeitos adversos decorrem de uma série de problemas, que incluem aspectos operacionais, de gestão e mesmo da atuação de diferentes categorias profissionais”, explica a autarquia. A nota pode ser acessada aqui.

No texto, o CFM também critica o tom alarmista dado ao tema, já que a pesquisa trata de um estudo de projeção de dados, com limites reconhecidos por seus próprios autores. Dentre eles, está o fato de os resultados terem sido calculados a partir da análise de um pequeno número de hospitais (menos de 3% do total de estabelecimentos brasileiros) e a inclusão somente de informações relacionadas a alta ou óbito, sem relatos de necropsias e da gravidade dos casos. “Esses aspectos comprometem a qualidade final do trabalho e não permitem a generalização dos resultados, como tem sido feito”, argumenta a autarquia.

Apesar de criticar imprecisões no relatório, o CFM afirma que ele está correto ao concluir que, no Brasil, as deficiências na infraestrutura física, os problemas nos equipamentos disponíveis para a assistência, as falhas administrativas e a falta de controle interno nos estabelecimentos, entre outros pontos, comprometem os processos de atendimento, o que dificulta a atuação de todas as categorias da saúde, inclusive dos médicos.

Os problemas estruturais da saúde têm sido denunciados pelo sistema conselhal e enviados para órgãos como o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União. O CFM e os CRMs também têm defendido que avanços no atendimento em saúde no País ocorrerão apenas após a adoção de um conjunto de ações, incluindo a adequada capacitação das equipes de assistência e a qualificação da rede assistencial pública e privada, incluindo o aumento dos investimentos, a valorização dos profissionais, o aperfeiçoamento da gestão e a criação de mecanismos eficazes de avaliação, monitoramento e controle.

Assessoria de Imprensa do CFM (61) 3445-5940

Governo de SC deve indenizar paciente que aguardou 10 horas e não teve dedo reimplantado

Segundo TJ, polegar ficou armazenado de maneira incorreta no Hospital Celso Ramos.

  Caso aconteceu no Hospital Celso Ramos (Foto: Reprodução/RBS TV)

Um homem deve ser indenizado pelo Governo de Santa Catarina em R$ 17,5 mil por esperar 10 horas para ser atendido no Hospital Celso Ramos, em Florianópolis. Segundo divulgado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) na quinta-feira (23), o paciente perdeu o dedo em um acidente doméstico e a demora no atendimento impossibilitou o reimplante do membro. Cabe recurso da decisão.

O G1 aguardava posicionamento da Secretaria de Saúde até a publicação desta notícia.

A decisão unânime da 2ª Câmara de Direito Público do TJ entendeu que houve negligência no atendimento. O caso ocorreu em 4 de abril de 2013.

O homem perdeu o polegar da mão esquerda em um acidente doméstico que não foi detalhado pela Justiça. A vítima foi socorrida pelo Samu e levada ao hospital “em tempo hábil para reconstituição do membro”, cerca de 30 minutos, segundo o TJSC.

No entanto, o homem teria aguardado 10 horas para ser encaminhado a cirurgia, enquanto que o limite máximo para esse tipo de reimplante é de oito horas.

O paciente relatou que chegou às 13h no hospital e foi encaminhado ao centro cirúrgico às 23h. A vítima alegou a Justiça, que “foi abandonado em uma maca no corredor da emergência e não foi tomada nenhuma medida para proteção do membro amputado”.

Além disso, conforme a Justiça, o dedo não teria sido armazenado de maneira correta, tendo ficado acondicionado em um saco plástico com gelo.

O Estado alegou que não houve erro médico no atendimento nem negligência porque o implante do dedo não foi possível pelo tipo de lesão sofrida, “que teria causado grande dano aos tecidos - artérias, veias e nervos”, segundo o TJ.

O desembargador Francisco Oliveira Neto não deu razão ao Estado. “O laudo pericial produzido confirmou não só a inviabilidade de reimplante pelo tempo decorrido, como também revelou que houve negligência quanto ao acondicionamento do membro amputado até o momento da cirurgia para a tentativa de reimplantá-lo, o que teria causado o insucesso do procedimento", disse.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Após morte de bebê, MP investiga médica acusada de empurrar cabeça no parto

Em comentário na matéria, a médica Bethania Bianquini diz que não participou do parto de Andreia Garcia

Andreia Marcilene registrou momento antes de dar à luz ao bebê em outubro - Reprodução

O Ministério Público de Cáceres abriu inquérito para investigar suposta negligência da médica B.C.B., que atua no hospital São Luiz, no município. A denúncia foi protocolada por Nilza Aires, mãe da jovem de 22 anos Andreia Marcilene Aires Garcia, que perdeu o bebê em 28 de outubro, após ser internada na unidade.

Esta é a segunda vez que médicos do hospital são denunciados. Jarbes Balieiro Damasceno foi afastado por suposta violência obstétrica durante um parto realizado em 29 de maio, e responde judicialmente a um processo criminal pela morte de um bebê na unidade de saúde.

Agora, conforme o MP, o promotor Kledson Dionysio de Oliveira investiga se houve improbidade na conduta da médica. Existem três frentes de investigação, sendo uma na esfera criminal, cujo inquérito está na delegacia da Infância de Cáceres, outro na esfera civil e o terceiro na Promotoria da Cidadania, no qual foi feito um TAC com a direção do hospital para regularizar o funcionamento em relação aos diretos da gestante.

Segundo Nilza, há 27 dias do parto a filha ainda está traumatizada, inclusive acha que a criança vai chegar em casa a qualquer momento. “Ela enche o berço com ursinhos. Tinha tudo esperando o bebê, era uma criança saudável, segundo os exames do pré-natal. Então, não foi falha na gravidez, tudo foi falha médica”, afirma ao RD News.

Emocionada, a avó diz que a filha começou a passar mal em 25 de outubro, quando foi encaminhada ao pronto-socorro municipal, onde o médico que fez o pré-natal orientou levá-la para o São Luiz. Entretanto, B.C.B., que estava de plantão, informou que ainda não era chegada a hora do parto e mandou a jovem para casa. Na residência, Andreia sentiu fortes dores e teve sangramento.

Nilza ressalta que levou a filha novamente para o pronto-socorro. “O médico reforçou que ela já deveria estar internada e que não tinha condições de ter parto normal”, explica. Neste sentido, a jovem retornou ao hospital, ocasião em que foi internada.

Conforme a avó, Andreia passou a madrugada de 25 para 26 de outubro com dores ao ser induzida ao parto normal. Ela conta que falou à equipe de enfermeiros que a filha não tinha estrutura para fazer este tipo de parto, contudo, a enfermeira que estava no local respondeu que B.C.B. tinha orientado no sentido de realizar o parto normal, uma vez que a jovem teria, sim, condições.

Ela enche o berço com ursinhos. Tinha tudo esperando o bebê, era uma criança saudável. Não foi falha na gravidez, tudo foi falha médica


Diante do cenário, Nilza afirma que procurou a coordenadoria do hospital, mas não encontrou ninguém. De acordo com ela, por volta das 14h do dia 26 a filha entrou na sala de cirurgia, acompanhada pelo marido. “Minha filha desmaiou. A cabeça do bebê saiu, mas mandaram meu genro segurá-la para colocarem a cabecinha para dentro, a fim de fazer o parto cesariano”, revela.

Após o procedimento, a jovem tomou quatro bolsas de sangue devido à hemorragia. O bebê foi levado para UTI, com sequência de paradas cardíacas e morreu dois dias depois. Nilza diz que a enfermeira que cuidou da criança avisou que, se o menino sobrevivesse, teria sequelas, pois ingeriu líquido do parto, o que afetou alguns órgãos.

A avó ainda conta que teve que pagar entre R$ 35 e R$ 45 para obter o laudo médico da filha e do neto. “O hospital demorou 10 dias para entregar. O laudo da Andreia tem 100 folhas e do meu neto 70. Tive que pagar, mesmo sendo meu direito ter acesso. A gente só quer justiça, não quer dinheiro, porque fazemos planos para gente e para a família”, lamenta.

Às 16h02 - Hospital abre sindicância para apurar situação
A assessoria da Associação Congregação de Santa Catarina informa que o Hospital São Luiz instaurou uma sindicância interna para apuração do caso, bem como se colocou à disposição dos órgãos competentes para contribuir com as informações que se fizerem necessárias.

Às 17h27 - Médica diz que não participou de procedimento
Em comentário na página do RD News, a médica afirma que apenas procedeu à internação da paciente Andréia Marcilene Aires Garcia na madrugada de 25 de outubro por volta das 1h30. Segundo ela, a paciente não estava em trabalho de parto, quando foram realizados exames específicos que mostravam boa vitalidade fetal (cardiotocografia). A médica ressalta que deixou o hospital às 7h da manhã com outros plantonistas. "Portanto, não participei do procedimento de parto ocorrido por volta das 15h", explica.


NOTA À IMPRENSA

O Hospital São Luiz de Cáceres (MT) informa que foi instaurada uma sindicância interna para apuração do caso, bem como se colocou à disposição dos órgãos competentes para contribuir com as informações que se fizerem necessárias.

Mamógrafo doado mas nunca usado em Barra Velha deve ser devolvido, diz Secretaria de Saúde

Aparelho foi cedido em 2013 à prefeitura do município, que alega que é muito caro colocá-lo em funcionamento.

  Secretaria solicita devolução de mamógrafo parado há quatro anos em Barra Velha

A Secretaria Estadual da Saúde disse em nota, nesta quinta-feira (23), que o aparelho de mamografia doado pela pasta à prefeitura de Barra Velha há quase cinco anos e ainda não foi usado, deve ser devolvido pelo município.

O aparelho está guardado num galpão e, atualmente, cerca de 200 mulheres que vivem em Barra Velha têm que fazer o exame em outras cidades.

Conforme a pasta da Saúde, foi firmado um termo de cessão de uso com a prefeitura de Barra Velha em janeiro de 2013, com validade de dez anos. No acordo firmado, a secretaria não tinha responsabilidade pelos custos para colocar o aparelho em funcionamento.
 
Ainda segundo a pasta estadual, se o aparelho não estiver sendo usado, tem que ser devolvido pra Gerência de Patrimônio da Saúde.
 
Custos

A prefeitura de Barra Velha diz que nunca instalou o aparelho porque o custo de operação e manutenção seriam muito altos para os cofres do município. A atual gestão vai analisar se o aparelho ainda funciona, para então decidir se vale a pena instalar ou se vai devolver o equipamento para o Estado.

A reportagem questionou o ex-prefeito do município, Claudemir Matias, sobre o porquê do mamógrafo nunca ter sido devolvido ao estado. Ele colocou a responsabilidade nos secretários de Saúde do município.

"Se o secretário não fez essa ação, tem que cobrar dos secretários que estavam na pasta na época pra fazer esses afazeres, né", disse.

Na sequência, ao ser perguntado se, como prefeito, ele não sabia que esse aparelho não tava sendo usado, ele admitiu que teve conhecimento do fato. "A princípio, não. Depois, quase no final que eu fiquei sabendo, né?".

O Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE-SC) diz que a prefeitura tem direito de decidir o que pode não gastar do orçamento, mas que errou ao não devolver o mamógrafo pro estado.

"Ele viu que não tinha como dá continuidade, custear esse serviço. Então acho que nessa questão, ele agiu corretamente. No entanto, o que me preocupa é essa inércia. Esses quatro anos o equipamento parado. Recebeu e não é viável pro município? Devolve, pra que possa ser utilizado por outro", disse Monique Portela, diretora de Atividades Especiais do TCE-SC.

A prefeitura de Barra Velha teve três secretários de Saúde na gestão passada. O primeiro foi Renato Henz, que não quis comentar o assunto. Ronny Peterson diz que não chegou a pensar em devolver o mamógrafo porque até o final da gestão não tinha desistido de colocá-lo em funcionamento.

A NSC TV não consegiu contato com o terceiro ex-secretário, Nelson Feder Junior.

Hospital de Federico Westphalen tem UTI pronta e nunca usada há dois anos

Enquanto isso, pacientes precisam viajam centenas de quilômetros em busca de atendimento. Prefeito da cidade pede ajuda de outros municípios em busca de solução.

  Pronta há dois anos, UTI do hospital de Frederico Westphalen está sem funcionar

Mesmo com uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pronta e nunca usada há dois anos, os casos mais graves atendidos no Hospital Divina Providência, em Frederico Westphalen, no Norte do Rio Grande do Sul, precisam ser transferidos para outras localidades.

O hospital é referência para 30 municípios da região e realiza 80% dos 4 mil atendimentos mensais por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

"Às vezes nós ficamos com paciente de dois a três dias. Nós já estamos, como posso dizer, acostumados a manter pacientes, a manter a vida desse paciente a té a gente conseguir exatamente o leito", afirma a diretora administrativa Roselei Fátima Enderle.

De acordo com o presidente do hospital, existe um contrato que prevê o pagamento de valores, mas "além de atraso, (os valores) não condizem com os gastos que nós temos", afirma Silvestre Vargas Filho.

Diariamente, cerca de 100 pacientes percorrem aproximadamente 200 quilômetros em busca de atendimento em outras cidades, especialmente para o tratamento contra o câncer. A ativação da UTI pode ajudar a amenizar a situação, uma vez que o hospital poderia prestar o serviço de oncologia.

Uma dessas pessoas que faz essa viagem quase diária é o pai do advogado Dirceu Antônio de Freitas. "Dá entre seis e oito horas de viagem. Viaja mais do que é atendido, então a qualidade de vida é pouca para o paciente", afirma.

Foram investidos cerca de R$ 2 milhões para a compra de equipamentos para os 10 leitos de UTI, e agora a Prefeitura de Frederico Westphalen busca apoio junto a outras cidades da região para conseguir manter o serviço, que deve custar R$ 450 mil por mês.

"Se todos os municípios abraçarem essa causa do Hospital Divina Providência na abertura dessa UTI, porque é desumano, nós temos que levar as nossas pessoas, os nossos doentes todos os dias para Erechim, Passo Fundo, Porto Alegre, Santa Maria, Ijuí, e outros municípios distantes", afirma o prefeito de Frederico Westphalen, José Alberto Panosso.