Familiares e amigos do Babalorixá Edgar Landulfu Andrade Neto, conhecido como Taata Burukan, que faleceu, na madrugada da última quarta-feira (25), vítima de infarto fulminante, enquanto aguardava resultado de exames da UPA de Itinga, querem abertura de processo para investigar possível negligencia no atendimento ao religioso.
Segundo Clarissa, filha de santo de Burukan, por volta das 3 horas da madrugada de quarta-feira, o Babalorixá reclamou de fortes dores no peito. Ele mesmo teria tomado a iniciativa de ir a UPA, fato que surpreendeu a todos, pois Burukan não gostava de hospitais. Foi o próprio Burukan quem conduziu o automóvel até a UPA, pois, dado o avançar da hora, não havia ninguém habilitado para socorre-lo.
Ainda no caminho para o hospital, Clarissa percebeu a gravidade do quadro, pois Burukan desconsiderava os quebra-molas, passado de forma abrupta por eles. Ao chegar na unidade de saúde e passar inicialmente pela triagem, Burukan foi examinado pelo médico plantonista e medicado com Luftal, pois havia suspeita de gases.
O médico que o atendeu solicitou exame de sangue, cuja as amostras foram levadas para o laboratório no Hospital Menandro de Farias e um eletrocardiograma, que só teve o resultado divulgado após a morte do religioso.
Segundo Marcos, companheiro de Burukan e que também o acompanhou durante todo o instante, não houve demora por parte dos profissionais de saúde que atenderam Burukan, contudo amigos do Babalorixá apontam negligencia no atendimento.
Lucas Sotero, coordenador da Rede Orooni e amigo da comunidade religiosa que Burukan liderava, afirma que uma pessoa que chega as 3 horas da manhã numa unidade de saúde com dores no peito não pode aguardar um resultado de exame por 2 horas. “Se o médico suspeitou do infarto, a ponto de pedir um eletrocardiograma, acredito que diante da situação, o paciente deveria ser conduzido imediatamente à um hospital de maior porte”.
O coletivo de Entidades Negras e a FENACAB, vão disponibilizar apoio jurídico a família e se for comprovada a negligencia no atendimento, a família vai processar os responsáveis.
Entramos em contato com a secretaria municipal de saúde, mas até a publicação dessa matéria não obtivemos retorno.
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