quarta-feira, 28 de março de 2018

Pacientes perdem membros por atraso em exames no Hospital Francisca Mendes, denuncia Luiz Castro



Pacientes perdem membros por atraso em exames no Hospital Francisca Mendes, denuncia Luiz Castro
Foto: Cleudilon Passarinho


Pacientes vasculares esperam meses por exames de angioplastia e cateter, entre outros, nos hospitais e pronto socorros Platão Araújo e João Lúcio. A demora resulta em amputação de dedos e até membros, devido ao quadro de necrose. A denúncia é do deputado estadual Luiz Castro (Rede) e foi anunciada da tribuna da Assembleia Legislativa (Aleam), nesta quarta-feira (21).

Muitas amputações poderiam ser evitadas se o governo do Estado agilizasse os procedimentos no Hospital Francisca Mendes, onde as análises vasculares são realizadas, segundo o parlamentar “A situação afeta não somente os pacientes -diabéticos, hipertensos e com sérios problemas de articulação em braços, pés e mãos – internados nos prontos socorros João Lúcio e Platão Araújo, tomando vagas, leitos, atenção de outros pacientes e que ficam lá, por meses a fio, devido a falta de diagnósticos do Francisca Mendes”, assinalou Luiz Castro.

Atenção básica também falha – O parlamentar da Rede também lembrou da falta de eficiência na atenção básica de saúde, de responsabilidade da Prefeitura de Manaus. “Caso atuassem com competência, haveria melhor identificação dos pacientes com ou sem diabetes rápido. Falha o Município e o Estado em situações que devem ser obrigatoriamente priorizadas, além de tudo, prejudicando atendimento nos dois hospitais”, afirmou Luiz Castro.

Ala psiquiátrica – Outra situação encontrada pelo deputado estadual, quando visitou o Hospital e Pronto Socorro Platão Araújo – no início deste mês – é a da inércia da construção da ala psiquiátrica. A unidade de saúde estadual atende pacientes com surtos de transtornos mentais, mas atualmente são precariamente atendidos.

“O governo federal enviou repasses para a obra, ainda não finalizada e não sabemos o por quê. E, apesar dos esforços dos trabalhadores do Platão, não há apoio efetivo e humanizado a essas pessoas, que  acabam sendo levados ao Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, sem as mínimas condições de higiene”, finalizou Luiz Castro.

Major da PM é preso no Rio por cobrar propinas em contratos para hospital da corporação

O major cardiologista João Alexandre Assad foi preso por agentes da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança e do Ministério Público na Região Serrana do Rio.
Major da Polícia Militar é preso por ter recebido propina

Um oficial da PM foi preso em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, por receber propinas de empresários durante negociação de contratos para licitação de compra de insumos para o hospital da Polícia Militar.

O major cardiologista João Alexandre Assad recebeu R$ 554 mil para fornecer 500 stents nos últimos 5 anos, segundo o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.

Como mostrou o RJTV neste sábado (24), o major aparece em imagens conversando com empresários para receber a última parcela de R$ 40 mil, de um total de R$ 120 mil, que ainda tinha a receber de contratos de 2014, referentes ao recebimento de 297 stents. No vídeo, depois de receber a quantia em dinheiro vivo, ele se preocupa se a quantia está correta, sem saber se estava sendo filmado.

De acordo com o Ministério Público, que pediu a prisão de Macedo por corrupção passiva, ele já havia recebido anteriormente R$ 2 mil por cada stent contratado, totalizando R$ 434 mil. Em troca, Assad ofereceu assinar um laudo atestando que o produto da empresa Vide Bula era superior aos concorrentes, o que possivelmente direcionaria futuras licitações.

Em 2014, segundo o MP, a empresa foi novamente contratada para fornecimento de stents para o HCPM, desta vez por intermédio de uma adesão a uma ata de registro de preços, para o fornecimento de 297 stents farmacológicos por R$ 2,1 milhões. Nesse contrato, o major de fato assinou um parecer favorável à compra, alegando que o produto era superior aos demais disponíveis no mercado. Novamente, Assad cobrou R$ 2 mil de propina por cada stent fornecido.

Entre 2015 e 2018, 17 PMs foram presos por desvios do Fundo de Saúde da Polícia Militar (Fuspom), no que ficou conhecido como Operação Carcinoma. Segundo as investigações, um grupo de policiais fraudou contratos com a empresa fornecedora de medicamentos e roupas hospitalares em um esquema que movimentou R$ 4,5 milhões.

Maternidade afasta coordenadora após infestação de formigas

Imagens divulgadas por uma associação que representa trabalhadores de hospitais de Minas Gerais mostram bebês com insetos no rosto.

Imagem mostra formigas sobre bebê em maternidade Foto: Reprodução

As agonizantes cenas que mostram um bebê com o rosto tomado por formigas já causaram a primeira baixa na equipe médica da Maternidade Odete Valadares, em Belo Horizonte. A coordenadora do Centro de Tratamento Intensivo Neonatal foi afastada de suas funções e uma sindicância foi aberta para investigar o caso. Todos os bebês que estavam no CTI passam bem.

De acordo com o diretor da Associação dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (Asthemg), Carlos Augusto Martins, acredita que as medidas tomadas pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) mantenedora da maternidade, não resolve a situação. Desde que o caso foi denunciado pelos funcionários a empresa responsável pelo controle de pragas voltou ao local para uma nova dedetização.

Martins também destaca que as denúncias vem sendo feitas desde o 2º semestre de 2017 e que relatórios internos podem comprovar a preocupação de quem trabalha na CTI da Maternidade Odete Valadares. Depois que o vídeo ganhou repercussão o clima de terror se instalou na unidade. “Eles (direção) não estão preocupados em resolver o problema das formigas na maternidade, mas sim querendo descobrir quem gravou o vídeo para punir.”

Por meio de nota, a Fhemig disse que, além do afastamento da coordenadora da CTI Neonatal e a dedetização, todos os leitos e incubadoras foram trocados.

Infecção hospitalar


Um estudo feito em 2011 pela pesquisadora da USP, Ana Paula Macedo Ruggiero Couceiro comprovou que as formigas podem ser vetoras mecânicas de bactérias patogênicas. As infecções causadas por esses insetos podem causar abcessos difíceis de tratar mesmo com o uso de antibióticos.

No caso específico da Maternidade Odete Valadares, o diretor da Asthemg afirma que existem informações de funcionários que dão conta para a existência de uma bactéria multirresistente. “As formigas são insetos que causam infecção hospitalar e funcionários dizem que há uma super bactéria lá. Esperamos que isso não seja verdade e que nenhuma criança apresente ainda mais problemas, uma vez que o estado de saúde desses bebês exigem cuidados adequados.

A Fhemig, no entanto, nega que tenha ocorrido alguma contaminação e destacou que a comissão de Controle de Infecção Hospitalar monitora o local.

Nos dias 19 e 20 deste mês, quatro bebês que estavam na UTI do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro morreram em decorrência de uma infecção hospitalar de causa ainda desconhecida. Durante três dias a unidade ficou sem receber novos pacientes e, em nota, o hospital negou que houvesse registro de pacientes com infecção pela bactéria KPC.

Leia, a seguir, o posicionamento da Fhemig:

"A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais - FHEMIG ordenou o afastamento da coordenadora do CTI neonatal da Maternidade Odete Valadares e instaurou uma sindicância administrativa para apurar os fatos relativos a imagens feitas no local e possíveis omissões, tanto em relação à incidência de formigas no CTI neonatal quanto à segurança e integridade física do bebê que aparece nas imagens.

Foi determinada uma nova dedetização no local, com supervisão da equipe do CTI neonatal. A direção da FHEMIG afirma que tão logo sejam apurados os fatos, tomará as justas e devidas providências.

E, adiante, a nota da direção da maternidade:

A direção da Maternidade Odete Valadares (MOV) está investigando a incidência de formigas no salão do CTI neonatal. Em decorrência disso, todas as providências foram adotadas, inclusive realizadas dedetizações no local, como também alterada toda a rotina de limpeza da unidade (do teto ao piso).

Em função do reaparecimento das formigas, a empresa de dedetização foi notificada e retornou à Maternidade para nova aplicação de formicida mais potente. Junto a isso, foi realizada uma desinfecção terminal no local, após o remanejamento para outros leitos de todos os bebês e da troca das incubadoras.

O bebê em questão está bem, mas continua sob os cuidados médicos intensivos. Em relação à possível existência de bactéria multirresistente (KPC) não houve nenhuma ocorrência confirmada. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) está acompanhando e monitorando os resultados.

Direção da Maternidade Odete Valadares"

Hospital e médico indenizarão por profissional esquecer metal em joelho de paciente

Valor de R$ 10 mil da condenação foi mantido pelo STJ.


A 3ª turma do STJ negou provimento a recurso contra acórdão que fixou condenação por danos morais por erro médico.

O profissional deixou um pedaço de metal no joelho do paciente durante uma cirurgia. Com o objeto estranho, o paciente sentiu dores e precisou realizar nova operação. O hospital e o médico alegaram que não era possível enxergar onde o pedaço de metal ficou.

Contudo, ao analisar o recurso, a ministra Nancy Andrighi, relatora, entendeu caracterizado o dano moral, a ser suportado solidariamente pelos responsáveis. A ministra manteve o valor de R$ 10 mil fixados no acórdão do TJ/SP, ressaltando ainda que o médico era integrante do corpo clinico do hospital.

A decisão da turma foi unânime.

terça-feira, 27 de março de 2018

Exclusivo! Corpo de bebê morto é trocado no Dom Malan/IMIP em Petrolina; A Polícia Civil investiga o caso



Homem denuncia Hospital Dom Malan/IMIP, em Petrolina, por negligência médica. De acordo com Adauto Pereira, morador de Riacho Seco, em Curaçá, norte da Bahia, sua esposa Edinaiane da Silva deu entrada na unidade hospitalar, por volta das 23h40 deste domingo (25), em trabalho de parto e deu a luz a uma menina, a qual estava viva.

Aproximadamente 40 min depois, a paciente foi informada que sua filha veio a óbito. Na manhã desta segunda-feira (26), o pai da criança esteve no local para buscar o corpo da filha e ao retornar para a residência da família para a o sepultamento, a avó da criança resolveu abrir o caixão e trocar a roupa da neta já morta, foi quando descobriu que se tratava de um menino. “Ninguém me atendeu e lá no necrotério só havia esse corpo. Quando cheguei em Riacho Seco, graças à minha sogra, que resolveu tirar o lençol e vestir uma roupinha, descobrimos que era um menino.”, explicou Pereira.

Na tarde de hoje, Adauto retornou com o corpo até o Dom Malan, onde já teria uma outra mulher à procura do seu filho também falecido na unidade. A polícia foi acionada e corpo da filha de Adauto foi encontrado, mas o Delegado não quis se pronunciar sobre o caso, que segue sendo investigado.

CRM apura denúncias contra casos de violência no parto em Cáceres

Cerca de 30% dos casos de sindicâncias se tornam em Processo Ético Profissional (PEP). Ao todo há 176 PEP’s em andamento em Mato Grosso

De acordo com a presidente do CRM, Maria de Fátima de Carvalho Ferreira, As maiores reclamações e denúncias são contra procedimentos cirúrgicos e na área de obstetrícia

O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) investiga atualmente 251 médicos de todo o Estado. Conforme apurou o , a maior parte das reclamações são referentes a casos de violência obstétrica e ginecológica. A maioria das denúncias vêm do interior.   

"Dos 76 casos julgados no ano passado, em 53 deles, os médicos foram absolvidos, portanto mais da metade dos profissionais conseguem comprovar inocência”, explicou a presidente do CRM.  

De acordo com a presidente do CRM, Maria de Fátima de Carvalho Ferreira, cerca de 30% dos casos de sindicâncias se tornam em Processo Ético Profissional (PEP). Ao todo há 176 PEP’s em andamento em Mato Grosso.  

“As maiores reclamações e denúncias são contra procedimentos cirúrgicos e na área de obstetrícia. Dos 76 casos julgados no ano passado, em 53 deles, os médicos foram absolvidos, portanto mais da metade dos profissionais conseguem comprovar inocência”, explicou a presidente ao .  

Recentes casos têm sido veiculados na mídia sobre mau atendimento, erros médicos, negligências e violências durante os procedimentos. Para apurar fatos desta natureza, o CRM coleta dados, laudos, depoimentos e exames dos pacientes para investigar e determinar a punição.  

“O que faz o profissional ser condenado ou não é a gravidade dos fatos, se ele tem reincidência ou outras denúncias contra ele. Fazemos um levantamento minucioso".  

“O que faz o profissional ser condenado ou não é a gravidade dos fatos, se ele tem reincidência ou outras denúncias contra ele. Fazemos um levantamento minucioso de tudo, por isso cada processo leva de um ano ou mais para ser concluído” disse Maria de Fátima.  

Caso o profissional seja considerado culpado no processo, somente a minoria que acarreta em punição de suspensão temporária ou cassação do exercício da profissão.  

“Após o caso julgado dentro do Conselho, há cinco tipos de punições conforme a gravidade. São elas: advertência confidencial, censura confidencial, censura pública, suspensão do exercício por 30 dias e por fim a cassação do exercício do profissional, que no caso ele fica impedido de atuar em qualquer lugar do país”, especifica.  

Casos recentes:  

Somente em março deste ano, três casos foram denunciados em Mato Grosso. Dois deles, referentes a atendimento no Hospital São Luiz em Cáceres (217 km de Cuiabá) e outro em Tapurah (433 km de Cuiabá), contra um médico que atendia no Hospital Municipal.  

"Há cinco tipos de punições conforme a gravidade. São elas: advertência confidencial, censura confidencial, censura pública, suspensão do exercício por 30 dias e pôr fim a cassação do exercício do profissional".  

O médico Júlio Cesar da Silva, diretor do Hospital Municipal de Tapurah foi afastado do cargo e impedido de atender ou realizar cirurgias após a Secretaria Municipal de Saúde receber diversas denúncias sobre negligência e erros em procedimentos realizados pelo profissional, que possui registro para atuar em Mato Grosso e Goiás.  

Uma das pacientes o acusa de ter a operado sem o consentimento dela ou da família. Outros alegam erros durante o procedimento e cirurgias mau sucedidas.  

Em Cáceres, constantemente pacientes atendidos no Hospital São Luiz, registram queixas contra a equipe médica. A dona de casa Gracilene dos Santos Silva Guacasse, de 32 anos, denunciou no último dia 19, um médico por negligência e lesão corporal, após o bebê dela ter a clavícula quebrada durante o parto.  

No começo do mês, uma família denunciou outro caso de negligência médica na mesma unidade hospitalar. Devido à demora para o atendimento e realização do parto, o que acarretou na morte de um bebê. A mulher alega que ficou mais de três horas em trabalho de parto e quando o bebê nasceu, já estava morto.  

Outro caso no mesmo hospital, ocorrido em novembro do ano passado, também acarretou na morte de um bebê. A jovem Andréa Marcilene Aires Garcia, de 22 anos, alega que perdeu o bebê durante o parto, pois os médicos insistiram em fazer parto normal, sendo que a família alertou diversas vezes que a criança era grande e a médica dela tinha indicado cesárea.  

A família dela denunciou a equipe médica do Hospital São Luiz por ter forçado o parto e tentado empurrar o bebê de volta para então iniciar a cesárea. A mãe quase morreu e alega que o erro durante o parto, que acarretou em complicações de saúde para ela e a morte do bebê.    
 
Para denunciar:
 
Para formalizar uma denúncia no CRM-MT, é necessário apresentar um relato por escrito e assinado, anexo à cópia do documento pessoal do denunciante.  

Junto à denúncia é necessário entregar cópia de prontuários, exames, fotos, receitas, laudos, raio-x e outros documentos que possam servir de provas e colaborar com o processo.   A denúncia deve ser feita pessoalmente na sede do CRM, nas Delegacias Regionais ou enviadas por correio.  

Dúvidas ou informações podem ser esclarecidas no site do CRM-MT ou através do telefone (65) 3612 5400.

Paciente acusa médico fazer cirurgia com dúvida





A trabalhadora autônoma Luciana dos Santos Barbosa Lima, de 36 anos, denunciou o médico Júlio César da Silva por realizar uma cirurgia nela sem autorização, no último dia 13, no Hospital Municipal de Tapurah, a 414 km de Cuiabá.

Ao G1, ela contou que, ao ser questionado sobre a necessidade de ter feito o procedimento, o médico alegou que estava com dúvidas sobre o que ela tinha e, por isso, resolveu abri-la.

A reportagem não conseguiu localizar o médico, que também ocupava o cargo de diretor-clínico do hospital.

O secretário de Saúde de Tapurah, Marcos Felipe, afirmou que, assim que recebeu a denúncia, as cirurgias que seriam realizadas por Júlio César foram suspensas por 30 dias e, na sequência, o contrato dele com o município foi rompido. “Ele realizou as últimas consultas dele ontem (quarta-feira) à tarde e já deixou o cargo”, afirmou.

Luciana relatou ter passado pela primeira cirurgia com o médico em agosto de 2017, quando precisou retirar o útero.

Como consequência do procedimento, levou 11 pontos na região da barriga e passou dois meses com sangramentos contínuos, que, segundo ela, eram considerados normais pelo médico.

No dia 13 deste mês, ela disse que decidiu retornar ao hospital para pedir encaminhamentos para a realização de exames de rotina anual, necessários devido a um problema cardíaco que ela possui.

Segundo Luciana, um dos exames solicitados foi a ultrassonografia do local da cirurgia, que o médico fez no mesmo dia.

“Ele viu que havia um ponto da cirurgia inflamado e disse que iria tirá-lo, mas que seria um procedimento simples, sem corte e rápido. 'Em quinze minutos você estará em casa', foi o que ele me falou”, relatou.

Luciana contou ter lembrado o médico de que, devido ao problema cardíaco, não poderia ser submetida a qualquer anestesia, que não estava de jejum e que não queria passar por cirurgia. O médico a teria acalmado e repetido que nenhum procedimento cirúrgico seria necessário.

Ela deixou o hospital e retornou ainda pela manhã para passar pelo procedimento indicado pelo médico e disse ter estranhado o comportamento dos enfermeiros, que colheram seu sangue, deram-lhe um calmante e pediram à ela para tomar banho e trocar de roupa. "Questionei, mas disseram que eram procedimentos comuns”, afirmou.

A paciente disse ter se sentido incomodada com a internação e, desconfiada, pensou em desistir, chegando a relatar ao médico Júlio César a preocupação que sentia.

“Eu pedi a ele pelo amor de Deus para não ser cortada. Ele me disse para relaxar e garantiu que eu não seria cortada”, disse.

Luciana contou que chegou a adormecer, sendo acordada minutos mais tarde e direcionada para a sala de cirurgia, onde o médico e outras três pessoas – sendo duas delas enfermeiros que ela já havia visto – a aguardavam.

Nesse momento, o médico a teria perguntado se ela estava tonta, ao que ela negou. Na sequência, uma enfermeira passou um produto na barriga de Luciana – sob protesto da paciente – e outra pessoa aplicou um líquido no tubo que ligava o soro à veia da paciente.

“Comecei a ficar tonta e ainda repeti para ele lembrar que eu tinha problema de coração, não havia feito preparação alguma e não queria ser cortada”, relatou.

Luciana acordou no final da tarde e se viu sozinha no quarto do hospital. Ela percebeu que estava com um curativo no mesmo local onde havia passado por cirurgia e disse que, naquele momento, ficou desesperada e imediatamente ligou para o marido, que nem mesmo sabia que ela estava no hospital.

“Chorei muito, porque o desespero foi grande e a raiva também. Como que um médico faz uma cirurgia sem o meu consentimento, sem avisar meu marido, minha mãe, meus filhos? Eu não assinei termo algum autorizando isso. Tive muito medo de morrer depois”, afirmou.

Dessa vez, a paciente recebeu 12 pontos e, segundo ela, em momento algum o médico foi ao quarto dela para explicar o que havia acontecido e ver como ela estava. Segundo ela, nenhum enfermeiro conseguia dar explicações sobre a cirurgia e, cansada de esperar, ela decidiu "se dar alta" na manhã do dia seguinte.

“Eu saí com a minha barriga ainda muito inchada, mandei tirarem o soro e fui atrás dele. Eu gritei com ele, perguntei por que ele me abriu. Ele me disse: 'tive dúvida do que você tinha, por isso abri, vi que não tinha nada e fechei'. Eu que devia ter dúvidas, que era a paciente, não o médico”, reclamou.

Há nove dias em casa e impedida de trabalhar, Luciana procurou a Delegacia da Polícia Civil, onde registrou um boletim de ocorrência, no dia 16 deste mês, e disse que também formalizou denúncia no Ministério Público Estadual (MP-MT) e na Secretaria de Saúde de Tapurah.

Outro lado

Segundo o secretário municipal de Saúde, Marcos Felipe, assim que foi informado da denúncia de Luciana, o médico – que mantinha convênio com a prefeitura há quase um ano – providências foram tomadas.

O secretário afirmou ao G1 que outras duas denúncias contra o médico foram formalizadas na secretaria após o caso de Luciana vir à tona, mas que ainda estão sendo apuradas.

Uma sindicância foi aberta pela pasta para apurar os fatos e os prontuários de todos os pacientes atendidos por ele estão sendo recolhidos, devendo ser encaminhados ao Conselho Regional de Medicina (CRM-MT).

De acordo com Marcos Felipe, o médico Júlio César Silva tem 28 anos de formação e o registro dele junto ao CRM de Mato Grosso e de Goiás, onde ele também atuava, foram checados antes dele ser contratado pelo município.

“Tudo estava regular. Ele mesmo disse querer que o CRM o avalie porque é o único órgão que pode dizer se ele cometeu alguma infração, se houve erro médico ou negligência. E eu também acredito ser o órgão mais indicado para averiguar isso”, disse.

Filhos de paciente que morreu após receber medicamento vedado serão indenizados

O valor da indenização por danos morais foi fixado em 300 salários mínimos.


Reprodução: pixabay.com
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) fixou indenização por danos morais de 300 salários mínimos em favor de dois filhos de uma paciente que morreu em razão de complicações decorrentes da administração de medicamento que lhe causava alergia.

A indenização contra o Hospital Copa D’Or, do Rio de Janeiro, havia sido fixada em R$ 50 mil para cada filho pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), mas a Terceira Turma, com base em casos semelhantes, considerou o valor ínfimo e aumentou-o para 150 salários mínimos em favor de cada um deles.

“A hipótese dos autos representa de maneira inconteste a efetiva ocorrência de dano moral aos recorrentes, filhos da paciente que por um – na falta de melhor predicado – lastimável erro médico sofreu gravíssimas consequências, cujas repercussões atingiram o âmago da personalidade e a esfera psíquica mais sensível de seus filhos”, apontou a relatora do recurso especial, ministra Nancy Andrighi.

De acordo com os filhos, a paciente informou em prontuário médico que tinha alergia ao medicamento dipirona. Mesmo assim, durante o atendimento hospitalar, foi ministrada a medicação e, minutos depois, ela sofreu parada cardiorrespiratória.

Após a parada, a paciente entrou em coma, ficando internada por 150 dias. Ela permaneceu em estado vegetativo durante quatro anos, até o óbito, aos 58 anos de idade.

Erro preponderante

Com base em laudo pericial, o juiz de primeira instância julgou improcedente o pedido de indenização por entender que não foi demonstrado o nexo causal entre a morte da paciente e os defeitos no atendimento médico durante o período em que ela esteve no hospital.

A sentença foi reformada pelo TJRJ, que concluiu, entre outros pontos, que o erro médico foi preponderante para a configuração do estado clínico posterior da paciente.

Em análise do recurso especial dos filhos, a ministra Nancy Andrighi destacou que a compensação por dano moral é devida, em regra, apenas ao próprio ofendido. Entretanto, existe a possibilidade de que os parentes ou outras pessoas ligadas afetivamente a ele possam postular a compensação pelos prejuízos, caso tenham sido atingidos pelo ato lesivo – os chamados danos morais reflexos.

Valor irrisório

Em relação aos valores de indenização, a ministra ressaltou que a revisão, pelo STJ, da compensação por danos morais só é possível em hipóteses excepcionais, especialmente nos casos em que os valores arbitrados nas instâncias ordinárias forem irrisórios ou exorbitantes.

No caso analisado, a relatora lembrou que, após a errônea administração do medicamento e o quadro de coma, a paciente ainda permaneceu em estado vegetativo, necessitando de assistência domiciliar ininterrupta até a data do seu óbito precoce. Com base nesse quadro é que o TJRJ fixou a indenização em R$ 50 mil para cada filho.

“Esse valor, entretanto, é passível de revisão por esta corte, pois de fato representa quantia ínfima diante das particularidades da hipótese concreta, inclusive quando comparada a julgamentos de situações semelhantes sobre a matéria”, concluiu a ministra ao elevar a indenização para 150 salários mínimos por filho.



quinta-feira, 22 de março de 2018

Pacientes denunciam médico por erros em MT



Médico que tem registro profissional de Mato Grosso e também Goiás e que atua nos 2 estados está sendo denunciado por mais de 10 pacientes de Tapurah (433 a Médio- Norte de Cuiabá) por erros graves em cirurgias. O acusado é Julio Cesar da Silva, diretor do Hospital Municipal de Tapurah.

Uma das pacientes é Luciana dos Santos Barbosa Lima, 36. Ela foi "aberta" pelo médico, sem o consentimento dela ou da família, para tirar uma dúvida, que poderia ser sanada via ultrassom.

Revoltada, conta que no ano passado fez uma cirurgia de retirada de um mioma no útero com o médico Julio Cesar. Ficou internada após a intervenção, no Hospital Municipal de Tapurah, onde o médico denunciado atua e sangrou muito no pós-operatório.

Ainda perdendo sangue e uma espécie de "água", resolveu ir para casa e por 2 meses essa situação perdurou amenizando um pouco. Mais de 6 meses depois, resolveu voltar ao médico, porque ainda sentia desconforto.

No dia 13 deste mês, uma terça-feira, no consultório do médico, questionou o profissional sobre o motivo disso. O médico alegou que havia ponto infeccionado e que poderia resolver isso facilmente, sem corte. "Respondi que tinha um compromisso no centro da cidade e que voltaria e voltei", lembra a paciente.

No hospital, equipe de enfermagem começou os procedimentos parecidos aos realizados na primeira cirurgia. "Questionei que não ia operar, que o médico disse que não haveria corte e que não precisa de exame de sangue pré-operatório, porque não seria cirurgia, mas me responderam que todos os pacientes que entravam passavam por isso e pensei: ok então", relata.

Depois disso, ela tomou um comprimido que a deixou "grogue" e foi encaminhada ao centro cirúrgico. Quando chegou lá, começaram a passar gel na barriga dela, sinalizando que seria feito um corte ali.

A paciente voltou a questionar, desta vez ao médico, que já estava a postos. "O senhor se lembra que falou comigo que não precisaria cortar? O senhor se lembra que eu sou cardíaca? Doutor, eu não fiz jejum. Outra coisa, anestesia comum não pega em mim", disse. O médico respondeu para ela se acalmar e determinou que aplicassem algo na veia. "Olhei para o teto e já não conseguia falar. Apaguei", relembra.

Cerca de 4h depois, Luciana acordou já no quarto, passou a mão na barriga e sentiu um curativo do tamanho idêntico da primeira cirurgia. 

"Entrei em desespero. Chorei, chorei e chorei. Não tinha ninguém ali comigo, quando acordei, para me explicar a situação. Ele me operou sem a minha permissão, sem a minha família saber, são muitos erros em uma só pessoa", lamenta. "Liguei para o meu marido e falei para ele correr para o hospital que eu estava internada e tinha sido operada. Ele correu para lá, indo direto à sala do médico, que alegou que me abriu porque tinha uma dúvida e fechou porque não tinha nada de errado. Por que ele não pediu um ultrassom?" - questiona.

Quando ela soube disso, retirou o soro, vestiu a roupa e também se dirigiu à sala do médico. Questionou a conduta dele e afirma ter ouvido ele dizer que estava com uma dúvida. "Quem tem dúvida aqui sou eu que sou paciente, o senhor é médico, devia ter me explicado a situação, pedido exames", reagiu.

Saindo do hospital, registrou Boletim de Ocorrência, na Delegacia Municipal de Tapurah, e levou o caso ao Ministério Público Estadual. Ela ainda não foi chamada para prestar depoimento.

Moradores estão indignados com diversas histórias de supostos erros, reclamam que não são cobaias humanas e pedem providências ao secretário Municipal de Saúde de Tapurah, Marcos Felipe.

O Hospital não tem UTI e mesmo assim está fazendo cirurgias. Esta é outra denúncia dos moradores.
Há pacientes com medo de se expor como é o caso de uma senhora de 52 anos. Ela teve uma apendicite no dia 26 de setembro de 2017, sentiu forte dor e foi para o hospital. No dia seguinte, entrou para o centro cirúrgico.

"Ele retaliou meu corpo com 4 ou 5 cortes, disse que eu estava podre por dentro, furou meu intestino várias vezes, colocou ele para fora e eu fiquei com aquelas bolsas. Tive alta mesmo assim, mas no dia seguinte voltei para o hospital ruim, queimando de febre dos cortes vazava fezes", detalha.

Às pressas, ela foi encaminhada para o Hospital Regional de Sorriso, com um quadro de saúde considerado grave. Passou por tomografia e deu entrada no centro cirúrgico. O cirurgião colocou o intestino dela para dentro, mas teve que mantê-lo fora do lugar. "Minhas tripas estavam mais curtas", conta a paciente.

Segundo ela, teve que passar pela 3ª cirurgia, desta vez para que o intestino fosse colocado no lugar.
Foram 2 meses de internação e riscos e ela agora precisa do médico para pegar atestado. Isso porque está tentando, ainda sem conseguir, receber pelo INSS.

A mulher, que mora sozinha, é faxineira de um mercado local e com esse dinheiro que sobrevive. Devido às condições de saúde, não está podendo trabalhar. Há informações de uma paciente que também foi operada e ficou com uma toalha dentro da barriga. 

Outro lado

O Gazeta Digital tentou falar com o médico denunciado, ligou para o Hospital de Tapurah, deixou 2 recados com secretárias e deixou o telefone de contato. Porém, até a publicação desta matéria não houve retorno.

O secretário municipal de Saúde, Marcos Felipe, informou que tem conhecimento das insatisfações da população e já formou uma comissão para avaliar caso o caso. De acordo com ele, já foi solicitado o prontuário de todos os pacientes do médico Júlio Cesar e outras documentações para anexá-las a um dossiê que será encaminhado ao Conselho Reional de Medicina (CRM).

"Falei com o médico e ele disse que responderá a todas as acusações, mesmo que sejam criminais, e chegou a colocar o cargo à disposição", informa o secretário.

A reportagem entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina (CRM) de Goiás para saber se o profissional responde a processos por erro médico no conselho da classe daquele estado, mas a informação foi a de que processos dessa natureza tramitam em sigilo. Dessa forma, não foi possível confirmar se o profissional é processado por lá. No CRM de Goiás, nunca foi punido publicamente por falhas.

Já o CRM de Mato Grosso também informa que os processos daqui correm em sigilo e que o médico Julio Cesar da Silva não foi alvo de qualquer punição pública.

Polícia apura suposta negligência médica em fratura de recém-nascida em Cáceres



Bebê recém-nascida sofre fratura em parto e mãe denuncia possível negligência médica
Polícia Civil de Cáceres (a 217 km de Cuiabá) investiga uma fratura na clavícula diagnosticada em um bebê que nasceu na semana passada, no Hospital São Luiz, no município. A denúncia do caso foi feita pela mãe, que acusa a unidade médica de maus tratos e negligência com ela e a filha.

Ao RDNews, a dona de casa Gracilene dos Santos Silva Guacasse, de 32 anos, conta que deu a luz no último dia 12, e que só foi levada para a sala de cirurgia, pois estava em um maca no corredor, após gritar várias vezes de dor.

“Eu dei entrada na unidade ao meio dia e no início as enfermeiras me trataram super bem. Só que por volta das 16h as contrações e as dores foram aumentando e, mesmo depois da bolsa já ter estourado, eu fiquei no corredor. Em um momento um médico veio e foi bastante grosseiro, dando um toque em mim bastante dolorido. Nisso, eu já fiquei bem chateada”, relata.

Cerca de duas horas depois das primeiras contrações, os médicos perceberam que a cabeça da criança já estava saindo e só então Gracilene foi levada para o centro cirúrgico. A mãe cita que durante a retirada do bebê, um dos profissionais chegou a dar um “puxão” para retirar a criança.

Depois de realizado o procedimento, já em casa, a dona de casa afirma que a filha chorava e gritava bastante. Ela, que tem outros seis filhos, diz que estranhou a situação, já que nunca tinha visto uma criança chorar com aquela frequência e intensidade.

“Ela gritava muito, bem fora do comum. Eu dei uma olhada e percebi que um lado do rosto dela estava bem inchado. Quando peguei na clavícula, percebi que havia um osso saltado. Eu corri para o ambulatório porque fiquei bastante preocupada.”

Na unidade de saúde foi realizado um exame de raio-x, onde constatou que a recém-nascida tinha uma fratura na clavícula. A mãe contactou uma assistente social e registrou, na segunda (19), um boletim de ocorrência na Polícia Militar de Cáceres.

O BO trata o caso como lesão corporal. O delegado Alex de Souza Cuyabano requisitou um exame de corpo de delito para constatar a situação e, então, utilizar o resultado no inquérito. 

Outro lado

A assessoria do Hospital São Luiz informa, através de nota, que foi instaurada uma sindicância interna que irá apurar o caso. Além disso, a unidade médica se colocou à disposição das autoridades para esclarecer qualquer tipo de situação.

MP vai apurar negligência em caso de idosa que morreu na UPA Veneza

Mulher ficou dez dias na unidade e faleceu antes de conseguir leito hospitalar...


A 9ª Promotoria de Justiça de Cascavel determinou no último dia 20 de março a instauração de procedimento investigatório criminal para apurar a denúncia encaminhada pelo vereador Fernando Hallberg (PPL), na qual relata o caso de uma paciente de 86 anos de idade, que entrou na UPA Veneza no dia 08 de dezembro de 2017 sendo diagnosticada com doença pulmonar obstrutiva crônica e pneumonia e no dia seguinte foi “clicada” na Central de Leitos da 10ª Regional de Saúde. 

No dia 16 de dezembro, a paciente foi encaminhada para a unidade de suporte e no dia 18 de dezembro de 2017 veio a óbito na própria UPA, depois de ficar oito dias na fila de espera por um leito hospitalar e mais de 24 horas na unidade de suporte.

A resposta do Ministério Público veio através de Ofício nº 279/2018, assinado pelo promotor Ângelo Mazzuchi Santana Ferreira.

Fundamentação da denúncia

Hallberg citou a Portaria nº 10/GM/MS de 2017 que estabelece o prazo máximo de 24 horas para permanência de pacientes nas UPAS e expressamente veda a internação de pacientes nestas unidades. A denúncia apresentada por ele também se baseia na Portaria nº 609/MS de 2013 que dispõe sobre o protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para tratamento de doença pulmonar obstrutiva crônica, a ser seguido pelos gestores estaduais, distrital e municipais do SUS.
“Vale lembrar que a própria Constituição Federal assegura o direito à vida e à saúde e que é dever do Estado garantir este acesso”, explica o vereador.
Ele lembra também que o Código Penal Brasileiro estabelece o que é homicídio culposo e quais as condições de aumento da pena, a exemplo de crime que resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício.

Questionamentos

Na denúncia, Hallberg alerta que, para apurar a eventual responsabilidade pelo óbito da paciente, em especial da 10ª. Regional de Saúde, é preciso responder algumas questões: se a paciente tivesse sido transferida para um leito hospitalar adequado para o tratamento de doença pulmonar obstrutiva crônica dentro do prazo das 24 horas, teria maior chance de sobrevivência? Foi comunicada a direção técnica da UPA pelo médico plantonista em função da não disponibilização de um leito para essa paciente? Qual a procedimento adotado pela direção técnica da UPA quando recebeu a notificação? Ao não disponibilizar o leito necessário, o Estado do Paraná não estaria assumindo o risco pela vida da paciente? Qual é o serviço médico hospitalar de referência no atendimento de DPOC em Cascavel? Se não existir, é responsabilidade de quem credenciar esse serviço e porque ainda não está credenciado? De quem foi a falha pela não transferência da paciente para um leito especializado em até 24h?

Após morte de idoso, familiares reclamam de negligência

Homem passou por cirurgia na vesícula e, após receber alta, morreu aos poucos, sem receber assistência...



Na noite desta quarta-feira (21), a equipe da CGN foi chamada até a Casa Mortuária do Bairro Interlagos, para ouvir uma dura reclamação. 

Em meio a velas e flores, familiares tristes, desolados e principalmente indignados, velavam Osni Rocha, 62 anos, que teria falecido, conforme a denúncia, após negligência médica. 

Com muita coragem, quem conversou com a equipe da reportagem foi Eliane Rocha, que é filha do idoso. 

Tudo começou, quando o homem precisou fazer uma cirurgia na vesícula. Apesar de Osni ser de Cascavel, e ter dado entrada na UPA Brasília, a operação foi realizada em um hospital de Nova Aurora, fato não compreendido pela família.

Visivelmente revoltada, a manicure contou como foi toda a luta do pai, que teria morrido aos poucos, sem o 'auxílio necessário' para tentar sobreviver.

Indignada por ter perdido o pai, a internauta relata revolta, pois, somente após chegada em uma condição muito difícil, foi solicitada a transferência do homem à UTI (Unidade de Terapia Intensiva). 

Osni sofreu seis paradas cardiorrespiratórias e veio a falecer. 

Sem respostas, Eliane argumenta com a 'Saúde Pública de Cascavel', sobre onde estão sendo investidos os impostos, pois o setor está em calamidade. 

Finalizando, a filha do senhor Osni roga e implora para que o caso seja investigado, pendido também que o atendimento às pessoas seja aprimorado, para que as pessoas não morram à espera de atendimento.

Mãe crê que houve negligência de médicos em UPA

A mulher acionou a Polícia Militar nesta tarde para registrar a ocorrência na UPA Pediatria...


A mãe de uma garotinha de um ano três meses que aguardava para atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Pediatria e que chamou a Polícia Militar (PM) até a unidade nesta tarde, conversou com a reportagem da CGN.

A mulher critica o atendimento prestado na unidade e diz que houve negligência no trato com a sua filha, que possui restrições quanto a alguns medicamentos e também alimentos.

A moradora do Bairro São Cristóvão conta chegou a unidade por volta das 11h15 da manhã, acompanhando a filha, mas que se decepcionou com a equipe da unidade. 

A criança estava com manchas vermelhas pelo corpo e com a garganta 'trancada', sinais da alergia aos remédios.

Os médicos teriam receitado remédios sem verificar o prontuário da criança, no qual constava o aviso determinando alguns remédios restritos.

A mãe diz que foi informada que o caso da criança não era grave e que a mesma deveria aguardar para novo atendimento, mas sem previsão alguma de horário.

Quando a PM foi acionada, a mulher registrou uma ocorrência acusando médicos e enfermeiras de não darem atendimento a criança, o que caracterizaria negligência. 

A mulher diz que vai procurar os seus direitos e também os da filha quanto ao caso e que se preocupa que outros pais e pacientes passem por situação similar.

terça-feira, 20 de março de 2018

Homem denuncia servidora por mau atendimento em posto de saúde; enfermeira diz que foi ameaçada

Shutterstock.com
Homem de 52 anos registrou boletim de ocorrência de "preservação de direito" na Delegacia de Polícia Civil de Corumbá, após procurar o posto de saúde do bairro Cristo Redentor. Ele relatou (BO 1700/2018) que desde novembro do ano passado tem passado por consultas no posto e que na tarde de segunda-feira (19) foi ao local para renovar receita médica que dá direito à retirada gratuita de medicamento para hipertensão arterial.

Segundo o comunicante, a enfermeira disse que não podia atendê-lo, que vai "acabar com a mamata de receber remédio gratuitamente" e afirmou que a médica não estava no local. Ainda de acordo com ele, a mulher se exaltou quando questionou o porquê de o posto estar aberto se não tinha médico e medicamento. Durante a discussão, o paciente viu a médica que o atende e ela prontamente o chamou para a consulta. A médica aferiu a pressão, medicou, prescreveu novos exames e trocou a receita, conforme o paciente havia pedido desde o início.

Por outro lado, a enfermeira também registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil e relatou que o paciente chegou alterado ao posto e pediu para falar com ela. Quando entrou em sua sala, a servidora pediu que ele se sentasse  para que sua pressão arterial fosse aferida. Nesse momento, o homem disse que se não havia remédio no posto, a culpa era dela e que estava sendo negligente. "Você fica aí com essa bunda sentada nessa cadeira, aí que nunca vai ter remédio mesmo", teria dito. Depois de atendido pela médica plantonista, o homem teria ido atrás da enfermeira na cozinha do posto, cujo acesso não é permitido e a ameaçou: "se acontecer alguma coisa comigo, eu acabo com você, você acha que está protegida aqui dentro?". Ainda de acordo com a enfermeira, tudo foi presenciado por funcionários do posto de saúde. 

Ouvidoria e gabinete da Saúde

A população pode registrar reclamações sobre qualquer setor que envolva as atividades da Prefeitura de Corumbá, incluindo situações no âmbito da saúde. O contato pode ser feito através da Ouvidoria da Saúde, por meio do telefone 0800 647 2255, ou direto no gabinete do secretário de Saúde, Rogério Leite, pelo 3234-3522.

População dorme nas portas de UBS para conseguir atendimento médico em Arapiraca





Falta de medicamentos e demora para conseguir marcar consulta. Essas são algumas reclamações que a população de Arapiraca tem feito exaustivamente em relação aos serviços prestados pela Secretaria Municipal de Saúde. Eles também reclamam que o número de médicos é insuficiente para atender a demanda, por este motivo, há muita demora para conseguir atendimento.


Segundo uma moradora identificada por Marta Luiza, que reside no Sítio Mulungu, nas imediações do Conjunto Brisa do Lago, no bairro Olho D’Água dos Cazuzinhos, para a população ter oportunidade de ir ao médico no posto de saúde Fernando Lourenço, que funciona na localidade é necessário dormir na porta na unidade de saúde para conseguir uma consulta, além de conviver com a falta de medicamento e mau humor de alguns funcionários.

“Eu cheguei aqui de manhã logo cedo e tem gente que até dormiu na porta do posto. Por isso eu não estou conseguindo pegar a ficha. Esta já é quarta vez que venho tentar uma consulta e nunca consigo porque falta ficha”, disse a dona de casa Marta Luiza, que tenta marcar uma consulta para o filho iniciar um tratamento dentário.

Chateada com o descaso pelo serviço público de saúde em Arapiraca, a usuária do posto de saúde disse que o caso é bem mais complexo. “Aqui é complicado, quando tem a ficha não tem material para os médicos trabalharem. Quando tem material não tem ficha e meu filho está com o dente bastante inchado e eu não sei mais o que fazer”, disparou.

De acordo com as denúncias que chegaram ao programa Show de Notícias, da Rádio 96 FM Arapiraca, foram disponibilizados apenas 25 atendimentos para adultos e 23 para crianças. Outra paciente que foi em busca de marcação de consulta, afirmou que chegou ao posto de saúde por volta das 19h desse domingo, dia 18, e não conseguiu a marcação.

“Acampamos aqui em frente ao posto e não estamos tendo direitos iguais, porque de um lado distribui uma quantidade de ficha, de outro lado, outra quantidade, será que o prefeito Rogério Teófilo não sabe disso? Sem contar que ficamos aqui ao relento”, reclamou Madalena Silva.

Pais denunciam negligência de médico em morte de recém-nascida



Familiares da criança estão revoltados (Crédito: Reprodução )
Na última sexta-feira (16), uma bebê morreu três horas após nascer no Hospital Regional Dirceu Arcoverde, na cidade de Parnaíba, e os pais denunciam que houve negligência do médico que realizou o parto. 

A recém-nascida Ayla morreu após sua mãe passar uma semana em trabalho de parto sem ser atendida pela equipe médica do hospital. O fato aconteceu porque o médico obstetra que fez o acompanhamento da grávida durante o pré-natal está de férias e o profissional que o substituiu teria demorado demais para atender a jovem. 

“A gente passa 9 meses sonhando com o momento de amamentar, ninar a criança, e vem um monstro desses e acaba com tudo em poucos momento. Estava tudo pronto, só esperando ela chegar e todas as mães tendo filho e eu lá, sentindo dores, e ninguém foi ajudar, lamentou a mãe de Ayla. 

Revoltado, o bisavô da bebê afirmou que as enfermeiras chegaram a alerta o médico sobre a situação da mãe de Ayla, mas, o profissional teria feito pouco caso. “As enfermeiras avaliavam a menina e diziam que havia alteração e comunicava a ele (médico) e ele nada. Eu pergunto, quantas Aylas vão morrer ainda, para que um homem desses continue travesseiro de médico, destruindo nossas famílias”, questionou. 

A advogada da família afirmou que aguarda a conclusão de um laudo do Instituto Médico Legal, que irá confirmar a causa morte da criança, para ingressar com uma ação na Justiça por danos morais.

“Por todos os relatos dos familiares e pelo prontuário, trata-se de negligência médica e nós vamos entrar com uma ação de danos morais, que não vai trazer a criança de volta, mas, pode futuramente evitar que outras mães passem pelo que aquela mãe passou”, afirmou. 

Em nota, a direção do hospital afirmou que lamenta o ocorrido, classificado com um fato isolado, e destaca que as providências administrativas acerca do caso já foram iniciadas. 

segunda-feira, 19 de março de 2018

Prescrição para reparação por erro médico inicia com a ciência da lesão



Nos casos de erro médico em cirurgia, o prazo prescricional inicia quando o paciente efetivamente toma ciência da lesão ocorrida, e não a partir da data do procedimento médico.

Esse foi o entendimento da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça ao manter decisão que condenou uma clínica oftalmológica a pagar R$ 25 mil de indenização por danos morais a um paciente que perdeu a visão de um dos olhos após erro médico em cirurgia de catarata.

O caso ocorreu no ano 2000. Segundo a paciente, ela contratou os serviços do centro oftalmológico para fazer a cirurgia de catarata em seu olho direito. No momento da operação, executada com raio laser, o cirurgião teria errado o alvo e destruído a córnea. Após exames em outra clínica, ela descobriu que a cegueira era irreversível.

O juiz de primeira instância condenou o centro oftalmológico a indenizar a paciente por danos morais em R$ 25 mil. A condenação foi mantida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Por meio de recurso especial, a clínica oftalmológica questionou a revogação de decisão monocrática que havia determinado a produção de nova prova por magistrado que substituiu o juiz anterior na condução do processo.

Além disso, alegou que houve prescrição, uma vez que a cirurgia aconteceu em 2000 e o processo somente foi ajuizado em 2005. Assim, de acordo com a clínica, estaria ultrapassado o prazo de três anos para pedir a reparação civil, conforme o Código Civil de 2002, vigente à época.

Comportamento omissivo

 A relatora do recurso, ministra Nancy Andrighi, lembrou que o TJ-RJ concluiu que a repetição de prova pericial anteriormente produzida seria desnecessária, sobretudo porque a paciente, no momento da perícia, já contava com 95 anos de idade, e a operação tinha sido realizada há mais de 14 anos.

A ministra também ressaltou que, no caso dos autos, o suposto resultado inconclusivo da perícia feita nos autos decorreu de comportamento omissivo da clínica, que deixou de entregar todos os documentos referentes à cirurgia — em especial o prontuário médico da operação.

“A falta de colaboração processual em matéria probatória em tempo oportuno, decorrente exclusivamente da inércia da própria recorrente, não deve ser premiada com a reabertura da prova pericial, sobretudo quando, reitere-se, constatado que sua estratégia representa manifesto intuito protelatório do processo”, concluiu a ministra.

Quanto ao prazo prescricional, a ministra explicou que o surgimento da pretensão não se dá necessariamente no momento em que ocorre a lesão ao direito, mas, sim, quando o titular do direito subjetivo violado obtém plena ciência da lesão e de toda a sua extensão.

No caso, como a paciente somente tomou conhecimento que a cegueira era irreversível em dezembro de 2002, o prazo para ajuizar a ação começou a contar desta data, e não do dia em que foi feita a cirurgia. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.

sexta-feira, 16 de março de 2018

Justiça manda Unimed Sul do Pará realizar cirurgia reparadora em paciente com broca no corpo há 5 anos

Mulher alega sofrer com dores e exames comprovaram que objeto está alojado em seu corpo. Ela ainda pede indenização de R$140 mil por danos morais e materiais.




O juiz Márcio Teixeira Bittencourt, titular da 1ª Vara Cível e Empresarial de Marabá, determinou que a Unimed Sul do Pará pague uma cirurgia reparadora para a cliente Sandra Rosa da Cruz Arantes, a qual alegou em ação judicial que durante uma cirurgia ortopédica realizada há mais de cinco anos por conta de acidente automobilístico, uma das brocas usadas teria quebrado dentro de seu corpo, causando diversos prejuízos.

A paciente pede à Justiça que a Unimed Sul do Pará e o médico Tarcízio Franzosi, responsável pelo procedimento, paguem indenização no valor de R$ 140.880.00 por danos morais e materiais por erro médico em cirurgia realizada sob a cobertura de plano de saúde contratado, onde supostamente a broca da furadeira utilizada na cirurgia quebrou-se dentro do corpo de Sandra, o que vem lhe gerando complicações decorrentes deste suposto erro há mais de cinco anos.

Ainda de acordo com a denúncia, após a realização da cirurgia, Sandra apresentou diversos problemas, tendo perdido a conta dos gastos com medicamentos e fisioterapia na tentativa de solucionar ou pelo menos amenizar as sequelas. Alega, também, a grande dificuldade que teve em conseguir um médico que aceitasse fazer a cirurgia para a retirada da broca de seu corpo, tendo em vista a negativa por parte da Unimed e do médico Tarcízio Franzosi em realizar tal procedimento, mesmo devido à gravidade da situação, diante de risco da broca se movimentar no seu organismo e perfurar uma artéria, podendo vir à óbito.

“Analisando os autos, denota-se que os documentos apresentados demonstram superficialmente a veracidade das alegações iniciais, eis que há evidências de que existe um corpo metálico (fragmento de broca) alojado junto ao corpo da requerente e que, em princípio, está afetando a qualidade de vida da autora”, reconhece o magistrado em sua decisão inicial.

O relatório da anestesia e o laudo médico elaborado por neurologista existentes nos autos dão probabilidade à alegação de erro médico, decorrente de um agir culposo do anestesista (troca da substância anestésica por anticéptico), o que teria dado causa aos danos sofridos por Sandra.

Para a Justiça, há receio de dano irreparável ou de difícil reparação, considerando que a questão é relativa à saúde. A mulher necessita de medicamentos, tratamentos e materiais que lhe são extremamente caros, conforme demonstrado pela farta documentação que instruiu o agravo, e não tem condições de arcar com tais despesas.

Ao deferir a tutela provisória de urgência antecipada, o magistrado justificou que há prevalência do direito à vida com saúde, o que deve compreender tão somente as despesas médicas, ou seja, os gastos que Sandra não está em condições de suportar com medicação de uso contínuo, bem como de todo o tratamento de saúde que necessitar (e que não seja coberto pelo plano de saúde), aí incluído o custo mensal com aluguel de andador e cama hospitalar.

O juiz Márcio Teixeira Bittencourt determinou que o plano de saúde Unimed assegure à Sandra cobertura para a realização da cirurgia reparadora, para a retirada do fragmento de broca alojado em seu corpo, no prazo de 30 dias, nos moldes dos laudos médicos apresentados, sob pena de ter de pagar multa diária de R$ 2.000,00, até o limite de R$ 60.000,00, em caso de descumprimento.

O magistrado também marcou audiência de conciliação do caso para o dia 21 de junho deste ano, às 13 horas.

A reportagem do Blog entrou em contato com a direção da Unimed Sul do Pará há mais de uma semana e o presidente da entidade, Jorge Bichara, se comprometeu em enviar resposta, o que até a publicação desta notícia não aconteceu.

Mães perdem filhos em hospital na BA e parentes denunciam erros médicos; unidade diz que houve 'complicações'

Casos ocorreram no município de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador.



Duas mulheres perdem filhos em parto e familiares acusam hospital em Feira de Santana


Duas mulheres perderam os filhos em consequência de partos que, segundo familiares delas, foram feitos de forma errada no Hospital da Mulher, que fica em Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador. Os parentes denunciam que houve erros médicos. A unidade de saúde, no entanto, relata que houve complicações nos partos.

Um dos casos envolveu uma mulher de prenome Jucileide, que, na última terça-feira (13), enterrou a filha Isabela, de pouco mais de um mês de idade. O sepultamento ocorreu no cemitério São Jorge, em Feira.

A prima de Jucileide, Bruna Linhares, acompanhou toda a história e fez a denúncia. Segundo ela, a criança morreu por negligência de um médico da unidade de saúde.

"Induzindo parto normal. Tanto que ela estava sem dor e, praticamente, sem dilatação. Eles botaram naquele soro para induzir a dor e a dor foi chegando, mas ela não dilatava de jeito nenhum. Às oito horas, ela iniciou um processo de parto realmente, mas só que já estava saturada e não tinha mais forças. Ela foi por uma hora 'tentada' ao parto normal, mas quando viu que não ia ter jeito, encaminharam ela para a cesariana. Nesse processo, a bebê já estava asfixiada dentro do canal dela. A bebê nasceu e foi direto para a UTI e daí não saiu mais", afirmou Bruna.

A criança, segundo os parentes, ficou um mês e cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva e não resistiu. No atestado de óbito, consta como motivos da morte choque séptico e asfixia perinatal grave.
 
Logo depois do parto, Jucileide também teve complicações e teve de ser transferida para uma UTI, onde ficou por 18 dias. "Ela teve uma infecção na barriga pelo fato de o bebê ter feito fezes na barriga dela. E teve de fazer nova cirurgia, colocar um dreno. Ela também quase falece nesse processo", disse a prima, Bruna.

Outro caso

Jailson de Jesus também sofre por conta da filha Geisla, que já nasceu sem vida na mesma unidade de saúde. Segundo ele, a esposa, Joselita da Silva, foi internada no dia 22 de fevereiro com 40 semanas de gestação. Ainda de acordo com o homem, o médico que fez o pré-natal indicou que a mulher deveria passar por uma cesariana, mas o procedimento não foi realizado.

"Eu cheguei aqui e o médico disse que ela ia ter [parto] normal. Ele fez toque, e eu acompanhando. Eu disse que ela não tinha passagem para fazer normal. O primeiro filho dela foi cesáreo. Eu tenho todos os [exames do] pré-natal aqui, tudo constando que ela não tem passagem para parir de forma normal e ele disse que sabia o que estava fazendo. E eu levei minha filha no caixão", afirmou Jailson.
 
A diretora do hospital da mulher, Márcia Sueli do Amaral, afirmou que uma avaliação foi feita após as denúncias, mas que não houve erros médicos e sim complicações nos dois casos.

"O Conselho Regional de Medicina é que tem a competência técnica para dizer com certeza o que aconteceu, mas, diante de tais fatos, de tais denúncias, a gente fez uma avaliação sintética e o que a gente avaliou foi que em nenhuma das duas situações houve indicação errada. Muito pelo contrário: a indicação foi correta. Se houve a complicação, essa complicação não decorreu de uma indicação errada. Decorreu de que pode realmente haver complicações em qualquer das duas situações, tanto no parto normal quanto no cesáreo e nós sabemos disso", afirmou.

Mãe denuncia que filha grávida morreu por omissão de socorro de médica: 'Falou que iria embora'

Marcela Vitória passou mal e procurou hospital à noite, em Uruaçu. Na manhã seguinte, descobriram que o bebê estava morto, e ela não resistiu à cirurgia para retirar o filho. Secretaria de Saúde investiga o caso.

Família denuncia médica por omissão de socorro a grávida que acabou morrendo

A família de Marcela Vitória Serra Rodovalho, de 21 anos, denuncia que a jovem morreu por omissão de socorro em Uruaçu, no norte goiano. Segundo Maria Divina, a filha estava no 7º mês de gestação, se sentiu mal, foi à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas a transferiram para um hospital particular, onde a obstetra que estava sobre aviso se negou a atendê-la.

“Ela foi avisada que a Marcela estava passando muito mal. Ligaram para ela, e ela falou que não poderia atender a Marcela por causa que ela iria embora para casa. Então não foi atendida pela médica”, relatou a mãe.

Marcela procurou atendimento na noite do último dia 7. De acordo com os familiares, após a obstetra negar atendimento à paciente, um clínico geral que estava de plantão pediu à Central de Regulação de Porangatu a transferência da jovem para um hospital de Goiânia. No entanto, o transporte não ocorreu.

Na manhã seguinte, em 8 de março, Marcela Vitória passou por exames e constataram que o filho estava morto. Durante o procedimento de retirada do bebê, ela teve complicações e morreu.

Parentes da gestante ficaram revoltados com a morte dela e protestaram pelas ruas da cidade cobrando a apuração do caso.

“Quero justiça, não pode continuar assim, a gente está triste pela perda da Marcela, mas temos que tentar salvas outras vidas”, disse a mãe da jovem.

O secretário de Saúde de Uruaçu, David Damaceno, disse que vai investigar a atuação dos médicos. “Instauramos uma sindicância para apurar se houve negligência por parte da médica, também foi instaurada uma comissão de óbito para investigar a causa da morte, as devidas providências estão sendo tomadas”, afirmou.

A médica trabalha a serviço da prefeitura no Hospital Santana. Ela está afastada do atendimento a gestantes até o fim da investigação.

Em relação ao transporte da paciente não ter sido feito, a Central de regulação de Porangatu disse que entrou em contato com o plantonista para informar que ela poderia ser transferida em uma ambulância municipal acompanhada de enfermeira e que o médico não solicitou uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel. Para a unidade, a responsabilidade do transporte, neste caso, seria do município.

Por sua vez, a Secretaria de Saúde de Uruaçu disse que não recebeu do hospital o pedido da ambulância para a transferência da paciente e ressaltou que o caso será esclarecido depois que a investigação for concluída. Já a direção do hospital alega que não fez o pedido de ambulância ao município porque não seria responsabilidade do hospital.