sexta-feira, 29 de junho de 2018

Estado é condenado a indenizar criança que teve mão amputada após erro no parto


O Estado da Bahia foi condenado a indenizar em R$ 180 mil uma criança que aos 20 dias de vida teve uma mão amputada, por erro médico, no Hospital Manoel Vitorino, em Salvador. 
O valor corresponde a R$ 100 mil por danos morais e R$ 80 mil por danos estéticos. A criança, que atualmente tem 14 anos, também receberá pensão de um salário mínimo até os 70 anos. 
De acordo com os autos, a criança estava sob os cuidados do Estado da Bahia desde o trabalho de parto, até ser diagnosticada com uma isquemia aguda no membro superior esquerdo, que culminou com a necessidade de amputação da mão. A oclusão arterial não foi identificada no nascimento da criança. O problema só foi constatado mais de 24 horas depois do nascimento. Um perito do Ministério Público aponta que, se a criança já nascesse com a doença, os sintomas se manifestariam entre quatro e seis horas depois do parto.
A autora afirmou que a obstrução aconteceu por culpa de uma enfermeira, que fez uma punção inadvertida na artéria umeral no lugar de uma veia. O parto foi realizado no hospital em 2005, quando a mãe era gestante de gêmeas. 
O Estado da Bahia recorreu da decisão, proferida pela 7ª Vara da Fazenda Pública de Salvador, que determinou a condenação.
O Estado foi condenado por responsabilidade civil objetiva dos prejuízos causados por seus funcionários e pela conduta culposa da enfermeira que fez punção de forma errada. 
O Estado afirmou que não há provas de que o incidente aconteceu por culpa da enfermeira, sobretudo porque consta dos autos laudo pericial indicando como causa “tocotraumatismo secundário à gemelaridade” (traumatismo ocorrido durante as manobras obstétricas realizadas no parto das gêmeas). Ainda nos argumentos do Estado, são listados que os funcionários do hospital não foram imprudentes ou agiram com negligência ou imperícia no atendimento da criança, que nasceu prematura e com dificuldade de respiração. Por isso, não existiria, em seu ponto de vista, o dever de indenizar. Também argumentou que não há conexão entre a atuação dos profissionais do Manoel Vitorino com a amputação da mão do bebê, e que, no seu entender, a causa da amputação foi decorrente das manobras realizadas no parto. Outro ponto rebatido pelo Estado foi do pagamento de pensão até os 70 anos, por acreditar ser despropositado e que o valor de um salário mínimo por mês é exagero, já que uma criança de três anos de idade (referente a quando a ação foi ajuizada) não possui “a consciência da gravidade da lesão que sofreu, não se justificando a fixação de indenização com base em futura e incerta pertubação emocional ou psíquica”, sendo indevido danos morais. Por fim, disse que os danos estéticos são equivalentes aos danos morais, e são excessivos.
A Procuradoria de Justiça se manifestou pela manutenção da sentença de 1º Grau. Segundo a relatora do recurso, desembargador Pilar Tobio, da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), peritos identificaram conexão entre o erro da enfermeira e a amputação da mão da criança. 
A desembargadora ainda salientou que a enfermeira realizou uma transação penal no Juizado Especial Criminal em decorrência da amputação da criança, com prestação de serviço comunitário por seis meses. “Diante desse quadro fático, por qualquer ângulo que se olhe as circunstâncias do caso, tenho que há nexo de causalidade entre a conduta praticada pelo Estado e os danos suportados pela recém-nascida”, afirmou a relatora no voto. Pilar Tobio ainda lamentou ler no apelo do Estado que uma criança de três anos de idade não possui “a consciência da gravidade da lesão que sofreu, não se justificando a fixação de indenização com base em futura e incerta perturbação emocional ou psíquica”. “Ora, independentemente da tenra idade, perder membro tão importante como uma mão causa sequelas emocionais e psíquicas de dificílima mensuração. Embora não se saiba precisamente quais tipos de desconfortos, íntimos, particulares e profundos, essa criança sofreu em seu âmago, é inequívoco que ter sua mãozinha esquerda amputada com apenas 20 dias de nascida gera ao Estado o dever de indenizar prejuízos de ordem extrapatrimonial”, declarou a magistrada. Ainda no acórdão, a relatora afirma que a pensão é justa, pois com a perda da mão, a criança terá capacidade laborativa reduzida e “terá que se adaptar para desempenhar funções compatíveis com suas limitações funcionais”. Ainda sinalizou que a criança “viverá toda a sua vida sem um dos membros mais úteis e importantes para as tarefas mais simples do cotidiano; estará também privada de desempenhar atividades laborativas incompatíveis com suas limitações funcionais; além de ser pessoa humilde, representada judicialmente pela Defensoria Pública do da Bahia”. Também considerou que os valores das indenizações afixadas são proporcionais à deformidade que perdurará para toda a vida.


Bahia Noticias

Médico esquece gaze na barriga de paciente em MT e família descobre após corte de cirurgia se abrir

Bento Ferreira, de 57 anos, fez a 2ª cirurgia e está internado em uma UTI em Juína.
Erro foi cometido em abril durante uma cirurgia para a implantação de bolsa de colostomia.
Bento Ferreira, de 57 anos, está internado após a cirurgia para retirada do material (Foto: Edson Ferreira/Arquivo Pessoal)

O trabalhador Bento Ferreira, de 57 anos, passou por uma cirurgia de emergência na segunda-feira (25) depois de passar mais de dois meses com gaze na barriga. O material foi descoberto depois que o corte se abriu. O erro médico foi cometido em abril durante um procedimento no Hospital Municipal de Juína, a 737 km de Cuiabá.

Ao G1, a secretária municipal de Saúde Leda Villaça afirmou que o caso está sendo investigado pela prefeitura.

O paciente foi internado numa Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) depois da cirurgia de correção e, segundo a prefeitura, passa bem. Ele, porém, não tem previsão de alta.

De acordo com o filho de Bento, Edson Ferreira, em abril o pai foi internado para uma cirurgia após ser diagnosticado com câncer de próstata. Na ocasião, foi implantada uma bolsa de colostomia.
Em casa, após o procedimento, o paciente chegou a reclamar de dores. Em atendimento no Posto de Saúde da Família (PSF) do bairro onde mora, ele ouviu que as dores eram consequência da cirurgia.

Ainda sentindo-se mal, Bento comeu carne de porco no último final de semana e o corte da primeira cirurgia se abriu, revelando o gaze dentro da barriga.

“Um erro médico desse é inaceitável, poderia ter sido fatal para o meu pai. Era uma quantidade de pano grande. Não me deixaram entrar na sala de cirurgia, mas vi que era muito. Como podem tratar a saúde dos pacientes dessa maneira?”, questionou Edson.
Na segunda-feira, Bento passou por uma cirurgia de emergência para a retirada do material.

A família exigiu que o mesmo médico fosse responsável pelo segundo procedimento.


“Não deixamos que outro médico fizesse a cirurgia. Depois ele poderia alegar que não tinha responsabilidade porque não foi quem consertou”, afirmou o filho do paciente.


Outro lado

A prefeitura alega que Bento está internado na UTI apenas por segurança e o estado de saúde ele é estável.

A secretária de saúde afirmou que o caso é tratado como um acidente.

"Faço uma ressalva que o médico responsável pela cirurgia é muito respeitado, tem uma conduta de sucesso. Somos humanos e estamos passíveis a erros", disse.



Paciente com hérnia sai de cirurgia em SP sem a vesícula: 'Estou indignado'

Daniel Francisco Carvalho, de 39 anos, acusa cirurgião de erro médico após marcar uma cirurgia de
 hérnia inguinal e sair sem a vesícula do procedimento. Caso ocorreu em Santos, no litoral paulista.

Paciente teve a vesícula retirada ao entrar em centro cirúrgico para operar hérnia (Foto: Arquivo Pessoal)
Um paciente acusa um cirurgião de erro médico após dar entrada em um hospital em Santos, no litoral de São Paulo, para operar uma hérnia inguinal e sair do centro cirúgico sem a vesícula. O hospital abrirá inquérito para apurar o que aconteceu.

O inspetor de alunos Daniel Francisco de Carvalho, de 39 anos, conta que foi diagnosticado com uma hérnia inguinal do lado esquerdo, por meio de um exame de imagem. "Após o diagnóstico, procurei o cirurgião para poder fazer a operação. Realizei consultas, exames complementares, ficou tudo combinado para operar a hérnia. Nas consultas, ele se demonstrava desconexo, não prestava muita atenção, mas achei que poderia ser dele mesmo", explica Carvalho.

A cirurgia foi marcada para a última segunda-feira (25) e, no dia, Daniel compareceu ao Hospital São Lucas, onde o médico realiza seus procedimentos. "Fui até o centro com meus exames em mãos, guia médico, guia do plano de saúde, tudo. O médico disse apenas que seria uma incisão simples. Eu conhecia o procedimento, pois já operei o lado direito, então já sabia como era. Mas em nenhum momento ele quis me explicar. Ninguém me perguntou o que eu ia fazer", relembra.

Daniel foi anestesiado e, ao acordar, se sentiu mal. Ao colocar a mão no local onde deveria estar o corte da cirurgia de hérnia, notou que não havia corte algum. "Quando acordei, vi que existiam quatro furos na minha barriga. Fui para o quarto, e quando a enfermeira veio me dar a medicação, perguntou se eu era o paciente que havia retirado a vesícula".
Hospital São Lucas, em Santos, SP (Foto: Divulgação)

A mulher de Daniel respondeu que o marido havia feito uma cirurgia de hérnia e, ao pedir para ver o prontuário, viu que no documento constava o procedimento de remoção da vesícula. Ao procurar o diretor do hospital, ele esclareceu que apenas o médico poderia explicar o que havia acontecido.

"Procuramos o cirurgião, e ele me disse que, antes da cirurgia, inseriu uma câmera para dar uma 'geral' em todos os órgãos, percebeu que minha vesícula tinha um problema e decidiu fazer a remoção. Perguntei se não era mais fácil operar a hérnia e comunicar minha esposa sobre o outro possível procedimento, e ele disse que fez 'um favor de irmão' para mim, para me ajudar. Ele retirou meu órgão sem autorização, sem comunicar minha esposa ou minha mãe, que estavam no hospital", conta Carvalho.

O cirurgião disse, ainda, que notou a presença de cálculos e, por isso, fez o procedimento, mas, segundo Carvalho, na guia do prontuário constava como 'negativo' a presença de cálculos. "Foi erro médico. Ao sair da cirurgia, ele foi embora. Só percebeu o que tinha feito quando minha esposa ligou para ele. Estou indignado, sofri um prejuízo físico e emocional, para mim e para toda minha família. No fim das contas, não operei a hérnia", ressalta.

O médico disse ao paciente que não operou a hérnia porque, ao retirar a vesícula, vazou líquido biliar, e não era mais possível continuar o procedimento. Carvalho teve alta na terça-feira (26). "Estou juntando documentação, tenho tudo em mãos, e vou procurar a Justiça. Ele faria o que estivesse escrito lá, e se fosse um transplante?", questiona.

Em nota, o diretor administrativo do Hospital São Lucas, Sérgio Paes de Melo, informou que 'com respeito ao assunto da retirada de vesícula do paciente, informamos que abrimos inquérito médico-administrativo para saber a posição do médico assistente'. O G1 tentou contato com o médico responsável pela cirurgia mas, até a publicação desta reportagem, não houve retorno.


quinta-feira, 28 de junho de 2018

Por falta de UTI, hospital coloca bebê em caixa de papelão em Santa Bárbara


Na madrugada desta quinta-feira (28), uma bebê de um mês de vida foi colocada numa caixa de papelão improvisada para receber oxigênio no Hospital Municipal “Dr. Afonso Ramos”, em Santa Bárbara d’Oeste. Segundo a família, a ação dos médicos foi necessária em decorrência da inexistência de UTI Neonatal/Pediátrica e salvou a vida da menina Alice, que foi transferida às pressas para o Hospital Estadual de Sumaré (HES).

De acordo com a autônoma Vanilda Tiyoko, tia da criança, a bebê engasgou com leite materno e foi levada para o Hospital Afonso Ramos com falta de ar. “Ela engasgou com o leite e o leite foi para o pulmão, por isso ela precisava receber oxigênio. Mas, como não havia incubadora no hospital, que não tem UTI para crianças, os médicos precisaram improvisar uma caixa de papelão para colocar ela dentro e fornecer o oxigênio necessário”, contou.

A tia da criança frisou, ainda, que a família é grata aos médicos e à equipe hospitalar que improvisou e salvou a vida da menina. “Nossa indignação não é com os médicos e enfermeiros do hospital. Eles fizeram o que podiam e, mesmo improvisando, salvaram a vida da Alice. Nossa revolta é com o fato de não existir uma UTI pediátrica em nossa cidade”, disse. “É um grito de socorro, um alerta para as autoridades de nosso município, para que outras mães e outras crianças não passem mais por essa situação em Santa Bárbara”, completou Vanilda. 


Alice foi transferida às pressas para o Hospital Estadual de Sumaré com quadro de pneumonia, onde permanece internada. O Portal Atualidade entrou em contato com a assessoria de imprensa do HES para saber o estado de saúde da criança e obteve a informação de que o hospital "não fornece boletins médicos de crianças sem autorização escrita dos pais ou responsáveis".



Questionada sobre o assunto, a Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste informou em nota que "a Secretaria da Saúde de Santa Bárbara d'Oeste enaltece o trabalho da equipe de profissionais do Pronto Socorro "Dr. Afonso Ramos", frente ao atendimento prestado à bebê, que necessitava de tratamento intensivo em pediatria. Diante do quadro e vendo a necessidade de oxigenação limitada da paciente, montou-se um sistema de Tenda de Oxigênio, improvisado, que prestou pleno atendimento à bebê, suprindo sua necessidade e permitindo sua sobrevida até que a vaga no hospital de referência fosse liberada. Vale ressaltar que a não utilização desta manobra, bem pensada pela equipe, poderia incorrer em agravo ou até mesmo à morte da bebê, que foi transferida para UTI do Hospital Estadual de Sumaré e com quadro estabilizado. A pasta ressalta o agradecimento da mãe da bebê, que em contato com a Secretaria de Saúde, reconheceu o atendimento prestado pelos profissionais, sem o qual não teria a possibilidade de manter sua filha viva até a transferência".

Paciente denuncia agressão de enfermeira durante atendimento em hospital de Itapetininga

Jovem de 25 anos alega que foi agredida com arranhões por uma enfermeira após confusão. Caso ocorreu no hospital Léo Orsi Bernardes. Polícia vai investigar.

Jovem de 25 anos registrou boletim de ocorrência por lesão corporal (Foto: Arquivo Pessoal/Yasmin Michelli)
Uma jovem de 25 anos registrou boletim de ocorrência alegando que foi agredida por uma enfermeira durante atendimento no Hospital Léo Orsi Bernardes, em Itapetininga (SP), na quarta-feira (27).

A paciente conta que registrou boletim de ocorrência na quarta-feira (27) e a polícia vai investigar o caso. A reportagem procurou a assessoria do Hospital Léo Orsi Bernardes, que informou que o hospital já tomou conhecimento do caso e no momento apura o ocorrido.

Em entrevista ao G1, a paciente Yasmin Michelli Siqueira Momberg afirmou que sofre de bronquite e procurou o pronto-socorro por volta das 23h de terça-feira (26) porque estava com crise. Porém, se envolveu em uma confusão enquanto esperava ser medicada.
"Eu estava com muita falta de ar e então fui até o hospital. Me deram a pulseira de emergência e uma médica já me atendeu e disse que eu ia ser encaminhada para ser medicada o quanto antes. Contudo, estava na sala de espera e uma enfermeira entrou chamando 'Michelli'. Eu questionei se era Yasmin Michelli e ela deu as costas e não respondeu", conta.

Segundo a jovem, ela questionou porque a enfermeira não respondia.

"Fui perguntar e ela ficou brava comigo. Depois, outra funcionária me chamou e fui até a sala para ser medicada. Porém, ao levantar esbarrei com a bolsa nessa enfermeira que nem me respondeu e ela veio para cima de mim me arranhando. Precisou duas enfermeiras segurarem ela", conta.
Jovem de 25 anos mostra pulseira dada para casos de emergência (Foto: Arquivo Pessoal/Yasmin Michelli)
"Eu estava passando muito mal e fui para ser atendida, e não agredida. Espero que façam algo", ressalta.

De acordo com o delegado Rafael Granano, a paciente fará exame de corpo delito nesta quinta-feira (28) e a ocorrência vai ser encaminhada para a Delegacia de Defesa da Mulher, que deve instaurar inquérito para apurar o caso.
Ainda segundo o delegado, durante o inquérito será investigado quem eram as enfermeiras de plantão, já que a paciente sabia apenas o primeiro nome de uma delas. Todos os envolvidos serão ouvidas durante o inquérito.
Caso ocorreu em hospital de Itapetininga (Foto: Reprodução/TV TEM)

Médico manda paciente para casa e horas depois a vítima morre

Foi sepultado na tarde de ontem (27) no cemitério São Jorge, o corpo de Alexsandro dos Santos, 33 anos, que residia no bairro Asa Branca, em Feira de Santana. 

De acordo com familiares, o homem estava desempregado há vários meses e após ingerir chumbinho, foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para a policlínica do bairro George Américo. 

Alexsandro foi atendido por um médico de plantão, que pediu para que o paciente fosse para a casa, pois ele teria ingerido bebida alcoólica, segundo relato da esposa da vítima, Josenir de Jesus Macedo. 

Ainda de acordo com parentes que estiveram no Departamento de Polícia Técnica (DPT), ao chegar em casa, Alexsandro passou mal novamente e retornou à unidade de saúde, mas veio a óbito no dia 26. A denúncia foi confirmada pela viúva, para a reportagem do programa Ronda Policial (rádio Subaé). 

Ela contou também que no retorno para a unidade, pela segunda vez, o médico disse que o caso já tinha sido atendido mais cedo . "Eles não deveriam ter liberado ele; é um caso de negligência médica'', denunciou. 

"Ele estava com sintomas de embriaguez e foi liberado, sem passar por nenhum exame. Desde o momento que meu marido entrou na ambulância, todos foram informados que ele ingeriu chumbinho, como também foi relatado dentro daquela unidade de saúde'', disse a esposa.

A perícia técnica  ainda não expediu o laudo conclusivo da necropsia, mas a suspeita inicial é de ingestão de veneno. 

Blog Central de Polícia, com informações de Denivaldo Costa e imagem reprodução.



Valter Vieira













Estado indenizará criança após erro médico no parto

O Estado da Bahia foi condenado a indenizar em R$ 180 mil uma criança que aos 20 dias de vida teve uma mão amputada, por erro médico, no Hospital Manoel Vitorino, em Salvador. O valor corresponde a R$ 100 mil por danos morais e R$ 80 mil por danos estéticos.
A criança, que atualmente tem 14 anos, também receberá pensão de um salário mínimo até os 70 anos. De acordo com os autos, a criança estava sob os cuidados do Estado da Bahia desde o trabalho de parto, até ser diagnosticada com uma isquemia aguda no membro superior esquerdo, que culminou com a necessidade de amputação da mão. A oclusão arterial não foi identificada no nascimento da criança. O problema só foi constatado mais de 24 horas depois do nascimento.
Um perito do Ministério Público aponta que, se a criança já nascesse com a doença, os sintomas se manifestariam entre quatro e seis horas depois do parto. A autora afirmou que a obstrução aconteceu por culpa de uma enfermeira, que fez uma punção inadvertida na artéria umeral no lugar de uma veia. O parto foi realizado no hospital em 2005, quando a mãe era gestante de gêmeas. O Estado da Bahia recorreu da decisão, proferida pela 7ª Vara da Fazenda Pública de Salvador, que determinou a condenação.
O Estado foi condenado por responsabilidade civil objetiva dos prejuízos causados por seus funcionários e pela conduta culposa da enfermeira que fez punção de forma errada. O Estado afirmou que não há provas de que o incidente aconteceu por culpa da enfermeira, sobretudo porque consta dos autos laudo pericial indicando como causa “tocotraumatismo secundário à gemelaridade” (traumatismo ocorrido durante as manobras obstétricas realizadas no parto das gêmeas).
Ainda nos argumentos do Estado, são listados que os funcionários do hospital não foram imprudentes ou agiram com negligência ou imperícia no atendimento da criança, que nasceu prematura e com dificuldade de respiração. Por isso, não existiria, em seu ponto de vista, o dever de indenizar. Também argumentou que não há conexão entre a atuação dos profissionais do Manoel Vitorino com a amputação da mão do bebê, e que, no seu entender, a causa da amputação foi decorrente das manobras realizadas no parto.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Equipe médica se recusa a fazer cesariana e bebê morre durante parto normal no Alcides Carneiro


A família de Sara Freitas, está indignada após o filho da jovem morrer durante a cirurgia de parto normal, no Hospital Alcides Carneiro, em Corrêas. De acordo com os familiares, Sara deu entrada na unidade no dia 19/06 para realização do parto do seu filho. A equipe que lhe atendeu optou por realizar o parto normal, mesmo após ser comunicada pela família que sua médica, que a acompanhou seu pré-natal, recomendou parto por cesariana, devido à complicações durante a gestação.
Orientada pela equipe médica, a mãe aguardou a dilatação, sofrendo com dores por 48 horas e teve que ingerir sete comprimidos para induzir o parto. A bolsa estourou na madrugada de quinta-feira (21/06), por volta das 2h30, e o parto somente teve início às 14h30 do mesmo dia.
Ainda de acordo com a denúncia, na hora do parto, a equipe percebeu que a dilatação ainda não era suficiente para prosseguir com a cirurgia, mas optaram por continuar com o procedimento levando, levando o bebê a óbito.
NOTA DA SECRETÁRIA DE SAÚDE
Ainda na quinta-feira, a partir da constatação do óbito, a Direção do Hospital Alcides Carneiro (HAC) abriu uma sindicância para uma apuração técnica rigorosa do ocorrido.
A direção técnica e a Coordenação de atendimento do Hospital Alcides Carneiro estão em contato permanente com a família.  Se constatada negligência médica, o responsável será punido pela unidade e pelos órgãos competentes.

Denúncias de falta de atendimento e supostos erros médicos estão custando vidas em Gandu

Uma última denúncia foi registrada na manhã desta terça-feira (26). Um outro pai reclamou do atendimento recebido por sua filha.


Uma série de denúncias por supostos erros médicos e falta de atendimento tem colocado o sistema de saúde pública municipal, em Gandu, à prova. Só este ano foram registrados aproximadamente quatro denúncias que se tornaram pública e repercutiram nas redes sociais.
Em janeiro deste ano, em um vídeo gravado dentro do Hospital João Batista de Assis, o pai de uma criança reclamava da demora no atendimento ao seu filho. Segundo ele, a criança teve que esperar cerca de 30 minutos para ser atendida.
No final de maio uma outra denúncia.
Na última sexta-feira (23), uma nova denúncia de suposta negligência teria provocado a morte de um rapaz de 32 anos. Silvio teria sentido fortes dores no peito, foi levado ao Hospital e, segundo relatos de amigos, diagnosticado pelo médico plantonista com crise de ansiedade. O paciente foi atendido e liberado. Poucas horas depois as dores teriam voltado com mais força e provocado um infarto fulminante no jovem.
Uma última denúncia foi registrada na manhã desta terça-feira (26). Um outro pai reclamou do atendimento recebido por sua filha. “Minha filha passou a noite e madrugada com dor e chorando. Fui ao hospital e o médico nem tocou na minha filha pra saber o que realmente ela estava sentindo, falou que só iria atender emergência”, escreveu.

Família denuncia negligência em morte de criança após cirurgia

Para sustentar a denúncia, a família afirma que a morte só ocorreu porque a criança foi submetida a um procedimento traqueostomia
junho 21, 2018 às 11:54 - Por: Mariane Rodrigues e Wadson Correia
 
Criança morreu após um procedimento cirúrgico realizado no ambulatório, em Maceió. Foto: Reprodução TV Ponta Verde

Uma criança de um ano morreu após passar por um procedimento cirúrgico em uma unidade de saúde localizada no bairro Chã da Jaqueira, parte alta de Maceió. Segundo o avô da criança, José Petrucio da Silva, em entrevista exclusiva à TV Ponta Verde, a neta deu entrada no hospital no dia 5 de maio deste ano com um quadro de tosse. Poucas horas depois, a menina saiu morta do local.

O avô da pequena Maria Isadora da Silva Lima foi o responsável por levar o caso à polícia, no 4º Distrito Policial, em Maceió. Ele disse que a denúncia partiu porque a família suspeitou que a morte não aconteceu por causas clínicas. “Eu entrei na Justiça porque suspeitei que a morte não foi clínica. Entrei para ter esclarecimento direto da morte dela. Porque encaminharam para o SVO [ Serviço de Verificação de Óbito] e o SVO iria dar morte clínica. Minha neta não estava doente, ela estava sadia”, afirma o avô da criança.

Segundo a mãe de Isadora, Isabela Pereira, depois que a filha deu entrada no Ambulatório Dom Miguel Câmera, foi ouvido um grito da criança. Após isso, a família foi notificada da morte. “Eu fiquei angustiada e chorando, foi quando ouvi o grito dela e depois não me disseram mais nada”, conta a mãe.

Para sustentar a denúncia, a família afirma que a morte só ocorreu porque a criança foi submetida a um procedimento de traqueostomia, quando é necessário realizar a abertura de um orifício para a passagem de ar. Por ser um procedimento invasivo, esse tipo de cirurgia não pode ser realizada em qualquer local. A equipe de reportagem da TV Ponta Verde foi até o ambulatório Dom Miguel Câmera à procura do responsável pelo posto, mas o diretor não se encontrava no momento. Um funcionário, que falou com a reportagem, afirmou que o ambulatório não está permitido de realizar cirurgias. 

Para o advogado da família, Marcelo Rogério Medeiros, há evidências de erro médico. Ele considera os prontuários entregues pelo posto como duvidosos, visto que foram feitos a punho. Uma perícia será solicitada para verificar a veracidade do documento. 

“O prontuário é um documento facilmente adulterado. Além do mais, há uma declaração do próprio médico dizendo que a paciente estava sem risco de vida, estável e que seria encaminhada ao Hospital Geral do Estado. Como pode estar com risco zero de vida e ela vir a óbito? Quando a equipe do Samu chegou ao local constatou que foi realizada uma traqueostomia e esse tipo de procedimento não pode ser feito em qualquer lugar porque é invasivo e, consequentemente, precisa de um critério até pra evitar contaminação de bactérias. Isso leva a crer que realmente houve erro médico”, explica o advogado. 

A situação já está na delegacia do 4º Distrito Policial, no entanto, as investigações ainda não avançaram, porque a polícia aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML). “Estava faltando até um tempo atrás o laudo do IML, que não concluiu porque o hospital não tinha encaminhado o relatório médico, agora o que falta é o IML concluir o laudo para ser encaminhado ao 4º DP para se apurar se houve negligência médica ou negligência do estado”, finaliza Marcelo Medeiros. 

Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) nega que houve negligência. Confira nota do órgão sobre o caso 
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) esclarece que não houve negligência no atendimento prestado no Ambulatório Dom Miguel Câmara e reafirma que os procedimentos clínicos necessários foram adotados durante o atendimento à paciente. Salienta, no entanto, que ela apresentava um diagnóstico grave de asma e, como não houve melhora do quadro clínico, após ser medicada e tomar nebulização, houve a necessidade de transferi-la para o Hospital Geral do Estado (HGE). Para isso, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e, conforme prevê o protocolo clínico, houve a necessidade de entubar a paciente. Mas, em razão de ter apresentado broncoespasmos, o que impediu a passagem do tubo, a equipe do Samu decidiu sedá-la e fazer uma traqueostomia. Após o procedimento, que nestes casos é o recomendado, a paciente sofreu uma parada cardiorrespiratória. Imediatamente os socorristas do Samu tentaram reanimá-la, mas ela evoluiu para óbito.

O IML afirmou que aguarda o resultado dos exames de patologia. Confira nota 
NOTA DE ESCLARECIMENTO 
A chefia do Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima, sobre a causa da morte da menina Maria Ysadora da Silva Lima, de apenas 1 ano, esclarece que aguarda o resultado dos exames complementares de patologia que foram solicitados pelo perito médico legista para confirmar a causa da morte, realizar a conclusão do laudo e enviar para a delegacia responsável.