terça-feira, 14 de maio de 2019

CASO DE POLÍCIA | Perfil no Instagram acusa médico conquistense de assédio sexual a pacientes


Um médico conquistense está sendo o alvo de denúncia de assédio sexual contra pacientes, a partir de uma conta no Instagram. Aberto há menos de 24 horas, depois que começou a postar a denúncia, no início da tarde desta sexta-feira (10) – coincidentemente no mesmo dia em que vai ao ar o segundo capítulo da série Assédio, baseado no caso do médico Roger Abdelmassih – o perfil @diganaovca já passa de 1.870 seguidores no momento em que esta matéria é postada. Para dar uma ideia de como a adesão está crescendo, em menos de 10 minutos, entre 17h20 e 17h30, a conta passou de 771 para 1.068, a maioria mulheres apoiando a pessoa que criou o perfil. A denunciante não se identifica, mas conta que foi abusada pelo médico em consulta, “há algumas semanas”.

O BLOG tentou contato com o médico ligando para o telefone que aparece em seu perfil no Facebook, mas ninguém atendeu. Também enviou recado no Messenger (Doutor, meu nome é Giorlando Lima. Sou jornalista. Uma conta do Insta o está acusando de assédio. Não sei se o senhor viu. O que o senhor pode me dizer disso?), mas também não obteve resposta.

No perfil do Instagram que o acusa de assédio as postagens já haviam alcançado mais de três mil likes e de 750 comentários, a maioria de mulheres, quase todas apoiando a pessoa que faz a denúncia. Entre as imagens mostradas, algumas também foram postadas no perfil do próprio médico, como estas:

O BLOG verificou o perfil do médico tanto no Instagram como no Facebook e viu que ele se apresenta como proprietário de uma clinica e como profissional da Prefeitura Municipal de Vitoria da Conquista, do Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC) e do Hospital Unimec.

Consultados, advogados disseram que o perfil oferece um grande risco para a pessoa que o criou porque traz acusações muito graves que não sendo verdadeiras se configuram em calúnia e difamação, passíveis de prisão. Para isso, ele ou outra pessoa precisam fazer uma denúncia. Também chamam a atenção de que, se as informações forem falsas, podem causar prejuízo moral irreparável para o médico e para a família dele.

Por outro lado, se os casos narrados forem verídicos, o que exige investigação policial, o profissional responderá por crime de violação sexual mediante fraude, previsto no artigo 215 do Código Penal, com pena de reclusão de dois a seis anos, agravado pela conduta tipificada no artigo 61, inciso II, alínea g, que trata do abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão. O médico pode ser punido também pelo Conselho Federal de Medicina e perder o direito de atuar na profissão.

No caso das acusações feitas pelo Instagram, em si, por serem anônimas já ensejam investigação policial, tanto para identificar autorias e motivações, como para confirmar a veracidade ou a falsidade das acusações.

VEJA A DENÚNCIA PRINCIPAL POSTADA ESTA TARDE

Bom, há dias estou pensando por onde começar, porque eu não queria ficar calada, pois sei que se aconteceu comigo, pode acontecer com outras garotas. Então resolvi começar do começo mesmo e relatar o que aconteceu durante o meu atendimento com Dr. xxx.

Há algumas semanas estive em seu consultório para realizar um preventivo e eu de fato estava muito nervosa por ser a primeira vez que passaria em um homem. –
No início, a consulta estava seguindo com normalidade, até eu achar estranho/desnecessário ele elogiar o meu clitóris “seu clitóris é um pouco grande mas é bonito e interessante” a partir daí não tive nem reação para respondê-lo.

A consulta continuou e ele ainda estava colhendo o meu material, até que eu senti que ele estava tentando estimular o meu clitóris, mas como ele ainda estava colhendo o material eu até achei que seria normal, foi quando ele tirou o espéculo mas ainda sim continuou na tentativa de me estimular.

Logo depois eu o perguntei se já tinha acabado e ele disse todo sem graça que sim, então ele se aproximou de mim, pediu para que eu tirasse minha blusa para examinar os meus seios e assim o fez, nesse período ele tentava guiar o meu braço para perto do pênis dele e no primeiro momento ele obteve êxito, pois eu achava que era a posição correta que o braço teria que ficar para o exame ser feito e nesse momento eu senti que o pênis dele estava ereto. Foi aí que eu tirei meu braço de perto dele e só tremia, depois me pediu pra ir vestir minha roupa e assim eu fiz.

Quando voltei ele me pediu para sentar e foi aferir minha pressão, ele segurou meu braço de uma forma que queria que a minha mão passasse novamente no pênis dele, mas eu esquivei e coloquei em cima da mesa. Logo depois disse que a minha pressão estava normal e que eu poderia voltar com 30 dias para pegar o resultado.
Continua nos comentários … 

Uma das mulheres que comentam conta que com ela o médico também teria ido além do normal, acariciando-a e tentando encostar os órgão sexual nela. Leia.

Passei com ele uma única vez, já fui não me sentindo muito bem por ser a primeira vez passando com um obstetra homem.

Estava grávida de 9 semanas na época e ele me deu 90% de certeza que o meu bebê era um menino! Acreditei, por ser meu primeiro filho e ser dito por um “profissional”, mas é uma menina!
Ele me elogiava, falava do meu cabelo, e ficava acariciando o meu braço em quanto fazia o procedimento, quando foi tirar minha pressão ele fez a mesma coisa, tentando encostar suas partes em mim, quando foi ouvir os meu batimentos cardíacos… Realmente a gente acaba achando que é coisa da nossa cabeça e que não é possível aquilo estar acontecendo conosco. Não é brincadeira e hoje percebi que muitas de nós passamos por isso com o mesmo.

Quando marquei a consulta com ele várias mulheres falavam que ele era fechado e que não fala muito, que eu teria que ficar perguntando. E não foi assim que aconteceu, muito pelo contrário.

Espero que ele tenha o que merece!


 
 





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