domingo, 28 de fevereiro de 2021

DENÚNCIA: médicos estariam atendendo sem registro profissional em Bataguassu

 

             O Conselho Regional de Medicina irá apurar as denúncias.


Uma denúncia enviada ao Portal Notícias em Rede, aponta que médicos estariam atendendo no pronto socorro de Bataguassu sem o registro profissional no Conselho Regional de medicina do Estado.

Na denúncia enviada à nossa reportagem, o denunciante apresenta uma escala de plantão com os nomes dos médicos que atendem no pronto socorro municipal. A reportagem apurou junto ao Conselho Regional de Medicina que pelo menos cinco clínicos gerais contratados este ano para atender no pronto socorro municipal não constam nos registros do órgão.

Os nomes dos médicos e do denunciante serão preservados.

De acordo com o Código de Ética Médica, o médico não pode receitar, atestar ou emitir laudos sem a identificação de seu número de registro no conselho regional de medicina onde estiver trabalhando. O Conselho Regional de Medicina do Estado de Mato Grosso do Sul (CRM-MS) informou que irá apurar as denúncias.

O Notícias em Rede entrou em contato com a administração da Santa Casa de Misericórdia de Bataguassu que informou que a gestão do Pronto Socorro e a contratação dos profissionais é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde. 

A reportagem também entrou em contato com a Prefeitura Municipal, através da assessoria de imprensa, que até o fechamento desta matéria não havia se pronunciado. O espaço segue aberto para manifestação.

Após denúncias na Saúde, Secretário será sabatinado na Câmara

Nas ultimas semanas, a saúde pública vem sofrendo várias denúncias de negligência no atendimento e falta de especialistas para atender à população. O Pronto Socorro Municipal é o principal alvo das reclamações.

No dia 26 de janeiro, veio a público o caso da grávida de 7 meses que perdeu sua bebê no dia 11 de janeiro, após ir ao Pronto Socorro da Santa Casa de Bataguassu, por duas vezes e não ter sido atendida por um ginecologista, para que fosse dado um diagnóstico preciso sobre seu estado de saúde.

A insatisfação com a saúde pública em Bataguassu, aumentou ainda mais na semana passada. Quando internautas passaram a acompanhar relatos nas redes sociais de uma mãe que pedia por atendimento a sua filha, de 1 ano e 3 meses, que infelizmente veio a óbito, na quarta-feira (03). Parentes e amigos da família alegam demora no atendimento. A mãe questiona a falta de especialista para um diagnóstico mais preciso no primeiro dia de atendimento, que foi no último domingo, dia 31 de janeiro. Segundo ela, um especialista de plantão poderia ter salvo a criança. Ela alega ainda que na quarta-feira, dia da morte da criança, ela só teria sido atendida depois que sua mãe - avó da bebê - ameaçou chamar a polícia. Em nota, a prefeitura negou que tivesse ocorrido negligência e disse que todo o atendimento necessário foi prestado a paciente.

Na sessão de segunda-feira (08), os vereadores aprovaram por unanimidade a convocação do secretário de saúde, Geison dos Santos Nascimento para dar esclarecimentos sobres as constantes reclamações e denúncias de negligência feitas pela população em relação à saúde do município.

A sabatina, foi oficializada nesta quarta-feira (10) pelo presidente da Câmara Municipal, que convocou os vereadores e o secretário para uma sessão extraordinária que será realizada sexta-feira (12), às 17h30 - horário de Brasília - no plenário da Casa de Leis.


Notícias em Rede


Homem transferido do AM com Covid é levado por engano à enfermaria comum no RJ

 

No processo, dois pacientes que estavam no local foram contaminados e testaram positivo para o novo coronavírus


Um relatório da Secretaria Estadual da Saúde do Rio de Janeiro obtido pela CNN apontou falhas durante o socorro a um paciente transferido de Manaus para uma unidade, na capital fluminense, que é administrada pelo Ministério da Saúde.  


O documento relata que o doente foi encaminhado por engano para uma enfermaria não dedicada ao tratamento de Covid-19, e, no processo, dois pacientes que estavam no local foram contaminados e testaram positivo para o novo coronavírus. 


O paciente transferido da capital do Amazonas morreu por causa de complicações decorrentes da doença. 


A Secretaria Estadual da Saúde mantém investigações de rotina sobre a presença da nova cepa do novo coronavírus no estado, mas até agora ela não foi encontrada no Rio de Janeiro.  A variante está em circulação pelo Amazonas e é mais transmissível que a outra forma da doença.


Por conta disso, diversos países como Reino Unido, Portugal, Alemanha e Itália fecharam as fronteiras com o Brasil. 


A vistoria no Hospital dos Servidores foi feita dia 7 de fevereiro. Técnicos da Secretaria Estadual da Saúde investigaram as razões para um paciente oriundo de Manaus ter sido tratado em ambiente que não era restrito aos casos de Covid-19. 

A informação preliminar é de que o paciente foi levado por engano para a enfermaria 450 da unidade, que não é dedicada à Covid-19 e que é atendida por médicos residentes. 


No relatório, os técnicos informam que o rastreio de contatos dos pacientes ainda está sendo feito, e concluem que “falta interlocução entre os entes federal, estadual e municipal” durante as transferências de pacientes com o novo coronavírus do Amazonas para o Rio de Janeiro. 


“As equipes das unidades que estão recebendo pacientes com Covid-19 oriundos de Manaus devem elaborar um plano estratégico interno para apoio ao recebimento dos pacientes, onde conste forte interlocução entre as unidades do estado do Rio, inclusive a avaliação criteriosa quanto ao tipo de suporte existente no ato dos transporte dos pacientes”, sugerem os técnicos. 


Procurado, o Ministério da Saúde manifestou-se por meio de nota: "A direção do Hospital Federal dos Servidores do Estado informa que os residentes são médicos formados, e trabalham sob supervisão dos clínicos do plantão interno. Em relação ao estado de saúde do Sr. Gelson Freitas de Moraes, ressaltamos que ele era portador de comorbidades e encontrava-se com quadro grave de Covid-19 no CTI, evoluindo a óbito."


CNN Brasil



sábado, 27 de fevereiro de 2021

11 mulheres já procuraram a polícia para denunciar médico suspeito de importunação sexual contra pacientes em Caruaru

 O médico é dono de uma clínica de imagem em Caruaru

O fato aconteceu em Caruaru, no Agreste de Pernambuco

Ao todo, 11 mulheres já procuraram à policia para denunciar o médico radiologista, de 54 anos, dono de uma clínica de imagem suspeito de importunação sexual contra três pacientes durante exames. O caso aconteceu em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. 

De acordo com informações, mais três vítimas serão ouvidas na tarde desta quinta-feira (11). O profissional foi preso na terça-feira (9). Ele foi encaminhado ao Presídio Juiz Plácido de Souza.


Por meio de nota, a defesa do médico disse que todas as informações serão esclarecidas em juízo. Ainda segundo o advogado, o médico irá contribuir com a investigação para provar a sua inocência.

Relembre o caso


Um médico, de 54 anos, dono de uma clínica de imagem foi preso, na manhã dessa terça-feira (9), suspeito de importunação sexual contra três pacientes durante exames. O fato aconteceu em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. 


Médico preso por importunação sexual em Caruaru é encaminhado ao presídio

 O profissional atendia pacientes em clínica no bairro Maurício de Nassau e é especialista em radiologia e exames de imagem


Médico foi encaminhado a Penitenciária Juiz Plácido de Souza tem capacidade para 780 detentos

Na manhã desta terça-feira (9), a equipe da 89ª Circunscrição Policial, que fica no bairro do Salgado, em Caruaru, no Agreste, cumpriu um Mandado de Prisão Preventiva contra um médico, de 54 anos, especialista em radiologia e exames de imagem. O profissional é suspeito de importunação sexual contra, pelo menos, três de suas pacientes.


Mulher denuncia abuso sexual na UPA de Pato Branco

 Ela procurou o profissional de saúde por que suspeitava estar com Covid-19.

A Delegada Franciela Alberton, da Delegacia da Mulher de Pato Branco, 
acredita que possa haver mais vítimas abusadas pelo médico.

Uma paciente jovem, de 22 anos, procurou a unidade de saúde (UPA) de Pato Branco para uma simples consulta médica, por suspeita de Covid-19. Ela jamais poderia imaginar os atos que aconteceriam no consultório médico. Acompanhada por sua advogada, que atuará como assistente da Promotoria Pública, Aline Martins Pinto, a vítima, cuja identidade será mantida em segredo, até porque o processo corre em segredo de justiça, concedeu uma entrevista exclusiva, onde contou como foi abusada sexualmente pelo médico.


A jovem se emociona a cada vez que fala do assunto, chora durante a entrevista, em que relata os abusos que sofreu por parte do profissional, que atua há pouco tempo em Pato Branco, oriundo de outro Estado onde também responde pelo mesmo crime, de violência sexual mediante fraude. “Eu fui à unidade de saúde porque estava com gripe, e estava preocupada que fosse a Covid-19, mas logo fiquei muito assustada com o comportamento do médico. Ele fechou a porta com chave e, além disso, escorou a porta com a escadinha que tem no consultório. Depois pediu para que eu baixasse a calça, para um exame que precisaria fazer, introduzindo os dedos nas partes íntimas”, relatou a vítima.


Suspeitas da advogada

Para a advogada Aline Martins Pinto a ajuda da imprensa neste momento é muito importante. “Acreditamos que hajam mais vítimas deste profissional médico em Pato Branco, uma vez que atuava em uma unidade de saúde pública, onde centenas de pessoas são atendidas todos os dias.” Principalmente, considerando o histórico de reincidências do médico, que responde pelo mesmo crime em Santa Catarina, destacou.


A delegada da Delegacia da Mulher, Franciela Alberton, instaurou o inquérito policial que apura o caso. “É importante a colaboração da comunidade, para que outras mulheres que podem ter sido vítimas deste médico procurem a Polícia”, conclamou. A delegada acredita que possa haver outras vítimas pelo perfil do investigado, já indiciado no Estado vizinho, pelo crime de violência sexual mediante fraude.

O crime

O crime de violência sexual mediante fraude está tipificado no Artigo 215, do Código Penal. No caso utilizando da profissão de médico, utiliza meios que impedem ou dificultam a livre manifestação de vontade da vítima.


O crime prevê pena de dois a seis anos de prisão, no caso de condenação. O médico já foi afastado, por decisão judicial, de suas funções na unidade da UPA em Pato Branco.


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Médicos confundem meningite com covid e estudante morre

 Família de adolescente de 17 anos afirma que ‘nem tocaram nela, não examinaram’

Médico afirma que se Ellen fosse entubada na ambulância poderia ter sobrevivido

A estudante Ellen da Rocha Posselt, 17 anos, morreu na sexta-feira 5, de meningite bacteriana, menos de uma semana após o surgimento dos sintomas, informou a família de Laranjeiras do Sul, município do interior do Paraná. Segundo a mãe, Andreia da Rocha, os médicos confundiram os sintomas da meningite com os da covid.

Os primeiros sintomas da doença foram semelhantes aos de covid: dor de cabeça, dor no corpo e febre. "Ela ficou doente no sábado, dia 29 de janeiro. Na terça-feira, meu marido a levou em um posto de saúde aqui de Laranjeiras, mas eles nem tocaram nela. Não examinaram. Ficaram bem longe", lembra.

Segundo a mãe, diante da suspeita, os profissionais de saúde solicitaram teste para detectar o novo coronavírus.

Ellen nem chegou a fazer o exame. Na quinta-feira (4), o estado de saúde da adolescente se agravou e a família decidiu levá-la ao hospital do município. "Foi quando descobrimos que se tratava de meningite", disse a mãe. "Nesse mesmo dia, na madrugada, tivemos que pagar por uma ambulância de UTI móvel para transferi-la do hospital de Laranjeiras para o Instituto Virmond, em Guarapuava, pois não tinha como levá-la. Cobraram quase R$ 7 mil, pois uma ambulância de outra cidade teria de ser solicitada. Nesse momento, ela já não falava nem andava mais. Era para ela ter sido intubada na ambulância, mas também não foi. Foi só no oxigênio", lembra. Segundo a mãe, de Laranjeiras do Sul a Guarapuava é cerca de 1h30 de viagem.

Na sexta-feira (5), menos de uma semana após o surgimento dos sintomas, Ellen morreu. "Foi muito rápido", lamenta a mãe. "Quando meu marido a levou no posto de saúde, eles deveriam tê-la examinado. Com certeza, se tivessem feito isso, minha filha poderia ter sido salva. Ela não estava tão mal. Estava com um dedo roxinho, mas ainda caminhava. No entanto, ficaram o tempo todo mantendo distância dela, e ainda mandaram que todos nós não saíssemos de casa. Tudo para eles é covid agora", disse, indignada. "Em Guarapuava, o médico também disse que se ela tivesse sido intubada ainda dentro da ambulância, não teria morrido", completa. "Foi muita negligência", diz.

Resposta

O secretário de saúde do município, Valdecir Valick, confirmou que no posto de saúde os sintomas de Ellen foram considerados como sendo "suspeita de covid". Mas que a equipe continuou monitorando a paciente de casa. "Alguns dias depois, acionaram a ambulância até a casa da paciente para levá-la ao hospital. Mas o caso ainda está sendo tratado como suspeita de meningite", afirmou à nossa equipe. Sobre a conduta do médico do posto de saúde, o secretário afirmou: "Foi a conduta do médico. Não posso dizer que a conduta foi errada. Não tenho como me posicionar. Não questionamos o médico sobre isso".

Vacina

A mãe de Ellen afirma que a adolescente havia tomado todas as vacinas obrigatórias, desde a infância. A vacina contra a meningite B, que é opcional, oferecida apenas na rede privada, ela não tomou.

O pediatra Nelson Douglas Ejzenbaun, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria e Academia Americana de Pediatria, a meningite bacteriana é uma doença de evolução rápida. "Quando os sintomas surgem, é sinal que o quadro já está grave e pode evoluir para óbito em poucas horas", explica. O que acontece, de acordo com o pediatra, é uma inflamação nas membranas que recobrem o cérebro.


MP oferece denúncia contra médico por cobrança de cirurgias do SUS e estelionato sexual em MS

 

Segundo as investigações, o médico é acusado de ter feito cobranças indevidas pelo menos seis vezes a pacientes que passaram por cirurgias realizadas gratuitamente pelo SUS, além de ato libidinoso contra uma paciente de 35 anos.


MP pediu condenação do médico Ricardo Chauvet


O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) ofereceu denúncia à Justiça, nesta sexta-feira (12), contra o médico Ricardo da Fonseca Chauvet por crimes de corrupção passiva e estelionato sexual. O médico é acusado de cobrar por cirurgias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e ainda por violação sexual de uma paciente de 35 anos.

O promotor de Justiça Luciano Bordignon Conte, de Corumbá, na fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia, protocolou as alegações finais do processo que reúne as duas denúncias contra Chauvet pedindo a condenação pelos crimes praticados.

Segundo as investigações, o médico é acusado de ter feito cobranças indevidas pelo menos seis vezes a pacientes que passaram por cirurgias realizadas gratuitamente pelo SUS, na maternidade da Santa Casa do município. Dos casos apurados pelo MP, os valores somam mais de R$ 18 mil.

De acordo com o Ministério Público, Chauvet ainda se aproveitou da condição de médico e do estado de saúde debilitado de uma paciente para praticar um ato libidinoso contra ela ao simular um exame de toque. Pelos crimes, a promotoria pede na Justiça a condenação do médico, inclusive com cumprimento da pena em regime fechado e ainda que seja decretada a perda do cargo público como médico vinculada ao município de Corumbá.

G1 e a TV Morena tentaram contato com a defesa de Ricardo da Fonseca Chauvet, mas até a publicação desta reportagem, não tinha conseguido retorno.

RELEMBRE OS CASOS


Em 2015, Ricardo foi gravado por uma paciente de 35 anos durante um exame de toque de mamas. No vídeo ele aparece tocando as partes íntimas e os seios da paciente de forma inadequada à profissão. Já em 2019, o médico foi flagrado por um casal cobrando R$ 1 mil para fazer cirurgia de retirada de um pólipo do útero pelo SUS.

Na gravação, a voz atribuída ao médico diz: "Eu não faço pelo SUS, tá? Por motivo simples. O SUS paga R$ 24 pra fazer isso. Eu não vou botar a mão no útero de mulher desse tamanho com cinco cesáreas anteriores por R$ 24". O interlocutor altera a voz quando fala sobre a característica física da paciente.

O médico chegou a ficar afastado das funções em dois locais de trabalho por 15 dias, depois de apresentar um atestado médico, mas retornou às atividades.


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Mulher morre esperando ambulância do Samu no Piauí; médico responsável foi afastado

 

A mulher, que não teve o nome divulgado, faleceu em casa, após sentir fortes dores no peito.


Mulher morre sem receber atendimento do Samu em Parnaíba

Uma mulher de 37 anos morreu enquanto esperava a chegada de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em Parnaíba, no litoral do Piauí. A mulher, que não teve o nome divulgado, faleceu em casa, após sentir fortes dores no peito. A direção do serviço confirmou que a ambulância demorou além do habitual para ser enviada, e afastou o médico responsável pela regulação.

O caso aconteceu durante o último sábado (20). Segundo o relato de familiares da vítima, a mulher começou a sentir dores no peito e eles decidiram chamar a ambulância. O atendimento teria sido negado pelo médico responsável.

A família teria feito cinco tentativas de pedir socorro. Na última tentativa, houve a decisão de enviar a ambulância. A mulher faleceu antes da chegada da equipe médica.

Ambulância Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)

O diretor de urgência e emergência do Samu de Parnaíba, Paulo Santos, confirmou que o atendimento não foi concedido a tempo. Segundo ele, o médico responsável teria acreditado se tratar de um caso de crise de gastrite ou úlcera, e não teria enviado a ambulância.

“Isso é o que se diz ser negligência médica, né? Porque se ela tivesse mandado a ambulância, trazido ela para o Pronto Socorro, tivesse medicado ela, mesmo que ela tivesse vindo a falecer, mas teria sido prestado socorro. Isso não foi feito. Isso é uma coisa que a direção não aceita”, disse Paulo Santos.



Criança morre em hospital de Manicoré e família relata negligência médica

 Saimon Gabriel Freitas Neri da Costa, de apenas 6 anos de idade, estava internado no Hospital Regional de Manicoré com o braço quebrado


Manaus – Os familiares do pequeno Saimon Gabriel Freitas Neri da Costa, de apenas seis anos de idade, procuraram o Portal Tucumã para fazer uma grave denúncia. Eles alegam que o menino morreu no Hospital Regional Hamilton Cidade, principal unidade hospitalar no município, vítima de negligência médica.

Natural de Manaus, Saimon morava em Manicoré, distante a 332 quilômetros da capital em linha reta. De acordo com a mãe do garoto, Sandy Freitas Pantoja, Saimon estava internado no hospital após ser vítima de um acidente de motocicleta no dia 18 de fevereiro, acompanhado do padrasto, Jailson Meirelles Coutinho.

Com isso, a criança fraturou o braço e precisou ficar internado, mas não corria risco de vida. Saimon deveria ter sido transferido para Manaus, no entanto, o médico S.S.M, que trabalha como clínico geral na unidade hospitalar, decidiu endireitar o braço do garoto por conta própria.

Porém, o procedimento deu errado e a criança morreu no hospital por volta de 21h no dia 20 de fevereiro de 2021.

“Ele aplicou três anestesias, mas como não teve resultado, o médico aplicou uma anestesia geral. O Saimon morreu logo em seguida. Eu fui avisada sobre a morte dele tarde da noite. Mataram meu filho porque ele estava bem de saúde”, disse.

Exame de Raio-X da criança

Pessoas ligadas ao hospital informaram que a criança teve uma convulsão por conta do medicamento aplicado pelo médico.

A tia do menino, Adrieida Rebouças, de 31 anos, disse que a família pede respostas e o caso não deve ficar impune.

“Colocaram no atestado de óbito que ele morreu vítima de parada cardíaca, mas isso foi consequência do procedimento feito pelo médico. Estamos muito abalados com tudo isso, o Saimon era um menino forte, saudável e alegre. Nós queremos respostas”, reitera.

O caso foi registrado no 72° Distrito Integrado de Polícia (DIP) e segue em investigação por parte da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).

Problemas com médicos

A população de Manicoré vem relatando nos últimos que estão enfrentando problemas com a falta de médicos nas unidades hospitalares do município.

Recentemente diversos profissionais deixaram a cidade alegando falta de pagamento por parte da Prefeitura de Manicoré. Com isso, a cidade ficou sem ginecologista obstetra, cirurgião geral e anestesistas.

“Só Deus mesmo pra ter compaixão de quem precisar de médico. Fico imaginando quanto teremos que pagar pra ter especialista e se vai ter médico disposto a vir atender, com todos esses meses de atraso”, disse um morador que preferiu não se identificar.

Manicoré foi um dos municípios no interior do Amazonas atingidos com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), até o momento, há 2.406 casos confirmados e 54 mortes por conta da doença.

Resposta

Portal Tucumã entrou em contato com a Prefeitura de Manicoré para cobrar esclarecimentos sobre a morte do pequeno Saimon Gabriel e os problemas com médicos no município.

Até o fechamento dessa reportagem ninguém atendeu nossas ligações, mas o espaço fica aberto para esclarecimentos.


Portal Tucumã

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Hospitais de Porto Alegre vivem pior situação desde o início da pandemia

 

Em manifesto, dirigentes hospitalares fazem apelo às autoridades, pedindo 'medidas mais duras', e apontam possível colapso nos próximos dias


As autoridades sanitárias da capital gaúcha temem as consequências 
das aglomerações no carnaval

Em manifesto divulgado nesse domingo (21/02), dirigentes de hospitais e clínicas de Porto Alegre reivindicam das autoridades sanitárias 'medidas mais duras' para conter o avanço da pandemia da COVID-19 na capital gaúcha. "A pior onda desde o início", segundo o documento.

Eles pedem a suspensão das atividades noturnas, como forma de 'eliminar' as aglomerações registradas nas últimas semanas. Temem um colapso para os próximos dias, 'diante das aglomerações registradas durante o carnaval'. Pedem ao governo do estado 'empenho' na aquisição de vacinas para imunização em massa.

"Estamos diante de uma situação de alto risco à toda coletividade. Um cenário que exige, para os próximos dias, decisões duras mas necessárias, a fim de preservar o maior bem: a vida", diz a nota.

A situação na capital gaúcha é gravíssima, com a superlotação dos leitos e serviços de urgência e emergência, com "doentes de todas as idades, chegando em condições cada vez mais críticas, inclusive nas enfermarias". Faltam equipamentos de ventilação mecânica.

A prefeitura publicou também no domingo (21/02), em seu site, que desde o dia anterior estão em funcionamento mais 80 leitos para as emergências. E que nos próximos dias serão disponibilizados mais 100 novos leitos.

Segundo o Executivo municipal, a elevação das internações de pacientes COVID-19 no estado impacta especialmente a capital, que é polo referência e acaba absorvendo grande número de pacientes do interior e da região metropolitana. De acordo com a Secretaria de Saúde do município, 60% das internações na capital são de moradores de outras cidades.

Governo do estado determina medidas mais duras em 11 regiões


"A determinação do governo estadual, estabelecendo Bandeira Preta para Porto Alegre e outros municípios vizinhos a partir de terça-feira (23/02), tornou ainda mais intenso o esforço para ampliar a disponibilidade de leitos na capital", disse o secretário de Saúde, Mauro Sparta.

Ele informou que durante a semana passada inicou negociações com a rede hospitalar para ampliar a oferta de leitos. "Todos esses esforços nos possibilitam enfrentar este momento crítico com mais eficiência e segurança", disse.

O secretário disse ainda que, desde sábado (20/02), Porto Alegre conta com mais 10 leitos de UTI e 70 leitos clínicos, ofertados pelo Hospital Porto Alegre. Estão em fase final de contratação outros 10 leitos UTI e 62 clínicos no Beneficência Portuguesa.

A Santa Casa disponibilizará mais 10 leitos de UTI; o Hospital de Clínicas mais 20, sendo 10 de imediato. Os hospitais Cristo Redentor e Conceição ainda estão definindo com quantos leitos vão reforçar a rede de atendimento.

A partir desta terça-feira, 11 regiões do Rio Grande do Sul terão de respeitar regras ainda mais rígidas para conter a disseminação do coronavírus, segundo determinação do governo estadual.

A situação difere das de meses anteriores, já que a classificação de risco gravíssimo para a rede hospitalar atinge, agora, quase 70% da população gaúcha. Até então, bandeiras pretas (de maior risco) só haviam aparecido duas vezes no mapa do distanciamento controlado.


Brasil chega a 250 mil mortos com ritmo acelerado de óbitos por Covid-19; especialistas culpam falta de medidas de isolamento


Em meio à falta de vacinas e com novas variantes, país vive o pior momento da pandemia. Especialistas criticam política de isolamento que 'enxuga gelo'.

 


Prestes a completar um ano de pandemia, o Brasil ultrapassou a marca de 250 mil mortes devido à Covid-19, segundo boletim extra do consórcio de veículos de imprensa divulgado nesta quarta-feira (24). Foram 1.390 novos óbitos registrados até as 18h18, totalizando 250.036 no país.

Até esse horário, 22 estados e o Distrito Federal que divulgaram atualizações de dados: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe São Paulo e Tocantins.

O número mortes foi atingido em meio à falta de campanha de vacinação e com novas variantes circulando. Especialistas citam o ritmo acelerado de transmissão e de mortes, consequência da falta de medidas de isolamento e de restrições impostas pelo Estado.

O registro do primeiro óbito por Covid-19 no Brasil ocorreu em 12 de março, e foram necessários 100 dias para que o número chegasse a 50 mil – marca atingida em 20 de junho do ano passado.

Entre a cifra de 200 mil, atingida em 7 de janeiro de 2021, e a de 250 mil, passaram-se 48 dias. O ritmo das mortes deve continuar acelerando. O país pode atingir 300 mil mortes ainda no mês de março.


"Desde 22 de dezembro, a média móvel de mortes, com algumas flutuações, é maior do que a primeira onda. Quer saber quando vamos chegar a 300 mil? Vamos chegar no final de março ou início de abril. Isso é aritmética simples. Estamos acima de 1 mil mortes por dia", afirmou Domingos Alves, pesquisador da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto.

'Enxugar gelo'


Há um consenso entre epidemiologistas, médicos e virologistas de que as medidas de isolamento do Brasil não são suficientes, sendo a ausência delas o principal fator para altas taxas de transmissão e mortes. Nesta quarta-feira, por exemplo, o estado de São Paulo determinou a restrição de circulação das 23h às 5h. Para Ethel Maciel, pós-doutora em epidemiologia, é "melhor que nada", mas está longe de ser uma medida eficaz.

"O problema é que estamos com pouquíssimas medidas de restrição. Restringir de 23h às 5h é melhor que nada, mas é muito ruim. As pessoas andam em transporte coletivo lotado, entram em outros lugares sem nenhum controle", disse.

Entre os erros cometidos pelo estado que acarretaram a marca de 250 mil mortes, Maciel lista:

  • demora para fechar as fronteiras;
  • implementação ineficaz – quase nula - de barreiras sanitárias;
  • política inexistente de testes e rastreamento de contatos e de assintomáticos;
  • queda na taxa de testagem; e
  • falta de liderança e incentivo ao isolamento por parte do presidente, governadores e prefeitos.
Já Alves resumiu essas medidas – na verdade, a ausência delas – com uma expressão: toda a política nacional é de "enxugar gelo". Segundo ele, cientistas avisaram sobre uma nova alta nos casos e mortes com dois meses de antecedência, em setembro do ano passado. Em novembro, com a alta no número de casos, o ministro da Saúde Eduardo Pazuello descartou o início de uma segunda onda e preferiu chamar de "repique".

"Quando a pandemia estava na Itália ainda, a gente achou que não chegaria no Brasil. Aí começou a segunda onda na Europa e o governo disse que não tinha retornado no Brasil. É falta de competência", avaliou Maciel.

Outro fator que pode impulsionar as transmissões é a chegada de novas variantes do Sars CoV-2. Nesta terça-feira (23), o Ministério da Saúde divulgou que rastreou 204 casos de pacientes infectados com as variantes do Reino Unido e do Brasil, inicialmente detectada no Amazonas. Ainda não há uma confirmação definitiva de que as mutações deixam o vírus mais transmissível, mas é uma possibilidade que está sendo investigada pelos cientistas e que causa preocupação.

Existem, no entanto, três centros de sequenciamento do vírus que enviam informações para o ministério: Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Adolfo Lutz e Instituto Evandro Chagas. Outros laboratórios públicos e privados também têm feito a análise do material, mas não existe uma centralização dos resultados. No final, o país não tem noção da real disseminação das novas variantes, nem se elas já são dominantes.

Zé Gotinha?


Sem máscara, o presidente Jair Bolsonaro posou ao lado do Zé Gotinha durante o lançamento do plano nacional de vacinação contra a Covid


Brasil não fez uma campanha publicitária de incentivo à vacinação como em outros tempos. A chegada das primeiras doses foi bastante divulgada pelos governos estaduais e federal, mas parou por aí. Por enquanto, não é possível definir a data para aplicação da primeira dose em cada faixa etária ou grupo de risco.

O Ministério da Saúde faz uma recomendação para aplicação, mas governadores distribuem as doses com critérios diferentes. Nesta semana, o governo liberou aplicação da reserva dos lotes para a segunda dose da CoronaVac em novos grupos prioritários. No ritmo de vacinação em que estamos, de acordo com os entrevistados pelo G1vamos sentir o impacto da vacina no final do ano, em uma previsão otimista.

"A falta de informação dá a entender que com a chegada da vacina nós temos um viés de salvação, mas tudo indica que o processo vai ter um efeito só no final do ano. Até lá o cenário vai piorar, e isso é um cenário real. Os dados que estão se apresentando mostram isso. E as nossas medidas que estão sendo tomadas são, volto a dizer, de enxugar gelo", disse Alves.