Comissão da Câmara esteve no hospital, em Bauru, para pedir esclarecimentos. Direção da maternidade afirma que profissionais estavam sendo ameaçados.
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Fiscalização da Vigilância Sanitária intedita uma das salas da Maternidade Santa Isabel |
Três médicos obstetras pediram demissão da Maternidade Santa Isabel após as denúncias de negligência em partos realizados no hospital em Bauru (SP). A demissão foi informada pela Famesp, que administra a maternidade e outros três hospitais da cidade, em uma reunião com uma comissão de vereadores que esteve no hospital, na segunda-feira (17), para apurar essas denúncias.
Tudo teria começado depois da morte de uma paciente de 35 anos. Nas redes sociais, família e amigos de Silvania Nascimento publicaram mensagens de revolta. Eles afirmam que ela era hipertensa e que deveria fazer cesariana, mas que os médicos teriam esperado demais para fazer a cirurgia.
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Amigos e familiares da mulher que morreu no parto em Bauru manifestaram revolta nas redes (Foto: Reprodução/ TV TEM ) |
Relatos parecidos, de outras mães, também chegaram à Câmara de Vereadores. “Esse assunto está sendo muito discutido nas redes sociais e por conta disso, nós recebemos outros relatos de mães que passaram por situações semelhantes, que se esperou até o último minuto para optar pela cesariana e por isso viemos até a Maternidade para obtermos mais esclarecimentos. Agora a câmara vai acompanhar essa situação por meio da comissão de saúde e também por meio da comissão de fiscalização e controle da qual eu sou presidente”, afirma o vereador Markinho Souza (PP).
O diretor da maternidade, Antônio Rugolo, negou que tenha havido negligência no caso da paciente que morreu ou em qualquer outro caso sobre a suposta insistência dos médicos para fazer parto normal. “Existe um protocolo, a gestante que entra aqui fica por 12 horas aguardando o trabalho de parto desde que não tenha nenhuma intercorrência com ela ou o bebê e, passado esse tempo, aí a conduta pode ser mudada para uma cesárea. A Silvania ocorreu tudo normal e ela teve uma complicação da cesárea, por isso que a cesárea para os profissionais da obstetrícia é uma segunda opção, porque é uma cirurgia com todos os riscos que a envolve.”
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Vereadores se reuniram com a direção da Maternidade Santa Isabel em Bauru (Foto: Reprodução/ TV TEM ) |
Segundo a Famesp, os médicos que pediram demissão não tiveram participação no parto de Silvânia, mas resolveram deixar o hospital, que passou a ser alvo de várias críticas de usuárias, principalmente na internet. A fundação informou ainda que a maternidade tem hoje 26 médicos obstetras, com escalas que permitem cobertura de eventuais baixas no quadro.
Na nota, a Famesp ressalta ainda que não haverá prejuízo no atendimento e afirma que os médicos estavam sendo ameaçados. “O prejuízo, no entanto, é pelo fato de a Maternidade Santa Isabel perder, nesse momento, médicos qualificados por conta de pressões em relação às suas condutas. Infelizmente, todos os profissionais estão sendo acusados de assassinos e recebendo ameaças de todos os tipos, o que a diretoria técnica considera uma violência contra os médicos.”
Interdição
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Vigilância Sanitária interdita sala de esterilizações de materiais da Maternidade de Bauru |
Além das denúncias de negligência, uma das salas da maternidade, a central de materiais e esterilização, foi interditada após uma fiscalização da Vigilância Sanitária. O local não atendia às normas sanitárias. A sala foi interditada e o material foi removido para outro local que apresentasse as condições exigidas de higiene.
O hospital agora tem um prazo para se adequar. O diretor da maternidade diz que já está tomando todas as providências para regularizar a situação. “Uma das irregularidades apontadas pela vigilância já havia sido apontada pela nossa equipe de infecção hospitalar e as providências já estão sendo tomadas para transferir a parte de esterilização para outros hospitais, tanto o Hospital de Base como o Estadual.”
Ainda sobre isso, a Famesp informou que não houve prejuízo nenhum aos serviços por conta dessa interdição, já que a transferência da sala já estava prevista.
Greve dos funcionários
A Maternidade Santa Isabel enfrenta ainda a greve dos funcionários da Famesp, que completa nesta terça-feira (19). Os funcionários da saúde pedem 9,49% de reajuste mais o índice da inflação deste ano, que fica em torno de 5%, mais 6% de aumento real, além de aumento de R$ 170 no ticket.
A Famesp oferece 3% de reajuste mais R$ 61 de aumento no ticket. Por causa disso, a greve continua por tempo indeterminado.
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Funcionários da Famesp estão em greve há 19 dias (Foto: Reprodução/ TV TEM ) |
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