Jovem de 22 anos permaneceu durante cinco dias com feto morto em seu corpo
Prefeitura se colocou à disposição de jovem que perdeu bebê |
Após reportagem do jornal Folha de Ribeirão Pires denunciar problemas no atendimento a uma gestante no Hospital e Maternidade São Lucas, conforme relatos da vítima, a Prefeitura de Ribeirão Pires informou que está abrindo processo para a apuração do atendimento prestado a paciente.
Letícia Cristina Xavier Moraes, de 22 anos, estava grávida de três meses quando buscou atendimento na unidade apresentando fortes dores na região abdominal e sangramento.
Ao chegar, deparou-se com duas gestantes em trabalho de parto e a informação de que, por ordens que partiram de um telefonema, não haveria atendimento para as pacientes.
Foi necessário acionar a Polícia Militar e registrar Boletim de Ocorrência para que o atendimento acontecesse.
Exames foram feitos e Letícia recebeu a notícia de que tudo estaria bem, além de nenhum sangramento ter sido detectado, mesmo com a paciente utilizando absorvente. Foi receitada medicação para casa e a jovem foi liberada.
Dois dias depois, na sexta-feira, as dores voltaram ainda mais fortes, com sangramento contínuo. Novamente no São Lucas recebeu atendimento e fora levantada a suspeita de aborto, que poderia ser confirmada com um ultrassom, porém, foi informado à paciente que não havia profissionais para operá-lo na unidade, tendo que buscar clínicas particulares para realização do exame.
No domingo, com o retorno das dores, foi levada ao Hospital Nardini, em Mauá, onde soube que o feto estava morto em seu ventre desde a quarta-feira, quando foi iniciado sangramento e atendida no Hospital São Lucas.
Após a reportagem, a Secretaria de Saúde e Higiene, confirmou que a paciente foi atendida pelas equipes do Hospital e Maternidade São Lucas nos dias 11 e 14 de outubro. Nessas datas, consta na Ficha de Atendimento que a paciente foi atendida por médico e passou por procedimentos na unidade. A Secretaria informou ainda que está abrindo processo para a apuração do atendimento prestado à paciente, bem como dos procedimentos adotados pela equipe. A Secretaria se mantém à disposição da paciente para prestar auxílio e orientações.
Comunicada acerca da ação promovida pela Prefeitura, Letícia, que considerou péssimo o atendimento na unidade municipal, pede apenas que o fato não se repita.
“Eu espero que essa investigação consiga apurar esse erro, principalmente para que outras mães não passem pelo que passei e estou passando neste momento”, diz Letícia, que afirma ainda sofrer com dores de cabeça e no corpo.
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