Gastar maiores frações do PIB com o financiamento da saúde não
significa melhores condições no sistema. Que o diga o governador do
Acre, Gladson Cameli que somente com a folha de pagamento da saúde já
investiu mais de R$ 130 milhões em cinco meses, dez vezes mais do que
todo o dinheiro aplicado na segurança, os resultados na saúde pública
não estão nem perto do que era esperado.
Para Cameli, se tem recursos – e em tese gestão – e mesmo assim
grande parte do sistema não funciona, “é porque existe um cartel”. Essa
tem sido a principal reclamação feita pelo chefe do executivo.De acordo
levantamento do ac24horas ao portal de transparência,
em média o Estado desembolsa R$ 25 milhões com o pagamento dos
servidores da saúde nos 22 municípios. Ao ter acesso aos números, Cameli
levantou suspeitas sobre a folha de pagamento. Ele foi alertado por
pessoas próximas, de um suposto esquema de gratificações em plantões
extras dentro do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco –
HUERB.
O assunto chegou a Assembleia Legislativa do Estado do Acre. O
deputado e médico, Jenilson Leite (PCdoB) pediu que a denúncia do
governador seja rigorosamente apurada e, caso exista cartel ou pagamento
irregular em plantões extras, que os supostos autores sejam enquadrados
ao rigor da lei.
O que trouxe à baila no Acre pelo governador é alvo de investigações
em outros estados brasileiros. O esquema funciona com a inserção de
pagamentos de plantões em formulários, criando um adicional no salário,
principalmente, os médicos.
Segundo a reportagem apurou, a casa civil e o secretário de saúde
Alysson Bestene já têm documentos que apontam indícios de
irregularidades dentro do HUERB, envolvendo alguns servidores da
instituição. Esses servidores estariam se sentido prejudicados e
repassam informações ao Palácio Rio Branco via WhatsApp e outras mídias
com imagens que apontam até para falsificação de documentos.
Enquanto fica apenas no denuncismo, o governo do Acre ver a cada dia
se agravar a crise envolvendo a saúde pública. Com recursos dez vezes
menor do que os investidos somente na folha de pagamento da saúde, o
setor de segurança pública vem reduzindo em até 60% os índices de
homicídios principalmente em Rio Branco, nos últimos meses.
A pressão por resultados levou o secretário da pasta, Alysson Bestene
a repensar sua permanência no cargo. O sobrinho do deputado José
Bestene (Progressistas) ainda não caiu por conta de um pedido do próprio
governador para o odontólogo permanecer na pasta.
A estatal de comunicação ainda não veio à público esclarecer que tipo
de medidas foram tomadas pelo comando de segurança pública sobre o
assunto. Sindicatos e federações ligadas aos servidores da saúde não se
manifestaram sobre o assunto.
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