Suspeita é de que médico cobrava altos valores por procedimentos custeados pelo sistema público
Um neurocirurgião do Hospital Santa Isabel, em Ubá, na Zona da Mata, foi preso preventivamente, nesta quinta-feira, suspeito de cobrar consultas que seriam custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A prisão faz parte da segunda fase da Operação Sala Vermelha, deflagrada em janeiro de 2019.
Além da prisão, o médico - que não teve o nome revelado - foi alvo de mandados de busca e apreensão em seu consultório no hospital e em seus dois endereços residenciais.
De
acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a nova fase
busca aprofundar as investigações sobre uma nova modalidade de conduta
criminosa que estaria ocorrendo contra pacientes do SUS no hospital.
O médico é acusado de cobrar altos valores para a realização de
neurocirurgias e cirurgias na coluna, procedimentos que são custeados
pelo sistema público. Na última neurocirurgia, ele teria cobrado R$ 5 mil.
Os promotores já apresentaram três denúncias
na Justiça Criminal de Ubá contra o profissional. As outras suspeitas
envolvem cobranças de R$ 30 mil e R$ 7 mil pelos procedimentos.
Os
crimes investigados se relacionam com a tentativa de concussão, que
significa pedir, em razão da função que ocupa, vantagem indevida. A pena
pelo delito pode chegar até oito anos de prisão.
Primeira fase
Em 24 de janeiro,
o MPMG e as polícias Civil e Militar cumpriram um mandado de prisão e
12 de busca e apreensão nas cidades de Guarani, Piraúba e Rio Novo, além
de Ubá. Todos os municípios estão localizados na Região da Zona da
Mata.
Durante a primeira fase das investigações, 36 pacientes informaram ter sido vítimas de cobranças indevidas do médico.
Conforme as investigações, de 2013 a 2018, os profissionais do Hospital Santa Isabel teriam implementado o funcionamento de “dupla porta”
em Pronto-Socorro para atendimento às urgências médicas. A assistência
seria dividida entre os usuários particulares e planos de saúde e os
pacientes do SUS.
Segundo o MPMG, a suspeita é de
que os pacientes eram transferidos informalmente das unidades
hospitalares de origem para o Hospital Santa Isabel, sob condicionante
do pagamento da consulta médica de pronto-socorro, passando na frente de outros pacientes do SUS que aguardavam transferência por meio do sistema oficial.
Outra
suspeita é que os profissionais fraudavam o sistema de classificação de
risco do pronto-socorro do Hospital Santa Isabel. No método ilegal, os
usuários que se submetiam ao pagamento das consultas particulares no
pronto-socorro furavam a fila de espera do SUS.
Às 20h35 desta quinta-feira, o Estado de Minas tentou contato com o Hospital Santa Isabel, mas não foi atendido.
Às 20h35 desta quinta-feira, o Estado de Minas tentou contato com o Hospital Santa Isabel, mas não foi atendido.
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