Evento no Rio de Janeiro alerta sobre a necessidade de medidas
preventivas para reduzir os danos decorrentes do cuidado aos pacientes
Cirurgia: erros médicos causam a morte de 1,3 milhão de pessoas por ano no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) |
São Paulo – Os erros médicos causam a morte de 1,3 milhão de pessoas por ano no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS). No Brasil, esses “eventos adversos” na saúde atingem 7,6% de
todas as internações hospitalares, um índice que alerta sobre a
necessidade de medidas preventivas para mitigar os danos decorrentes do
cuidado aos pacientes.
Esse problema estará em discussão a partir desta quarta-feira (5) no
1° Congresso Brasileiro para a Qualidade do Cuidado e Segurança do
Paciente, que será realizado no Rio de Janeiro. O evento, promovido pela
Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do
Paciente (Sobrasp), reunirá mais de mil participantes, entre
profissionais dos vinte e seis estados e do Distrito Federal, de amanhã
até sexta-feira (7) no Hotel Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca, para
debater e construir propostas para avançar numa área que ainda é um
desafio para o Brasil.
Com um quadro global grave relacionado à Segurança do Paciente na
assistência médica, a OMS criou a Aliança Mundial pela Segurança do
Paciente (2004) para enfrentar esse problema. Dois exemplos dessa
atuação da OMS foram as campanhas “Cirurgias Seguras Salvam Vidas” e a
“Higienização das Mãos na Assistência à Saúde”.
Em 2013, o Brasil criou o Programa Nacional de Segurança do Paciente
(PNSP) para contribuir na qualificação do cuidado em saúde no território
nacional, seguindo as orientações da OMS e o exemplo de diversos
países, como os Estados Unidos, Canadá, Espanha, Austrália e Portugal.
De acordo com Victor Grabois, presidente da Sobrasp, o tema da
Segurança do Paciente não se esgota nos serviços de saúde, estando
presente em esferas como a mídia, no ensino superior e técnico, e no
judiciário, que precisam também considerar seu papel na prevenção de
eventos adversos no cuidado de saúde.
“O Congresso vai discutir como acelerar a melhoria da Segurança do
Paciente, como tornar os gestores, profissionais de saúde e a população
mais conscientes dos riscos existentes nos serviços de saúde e como
reduzi-los. Além disso, vamos discutir como evoluir de uma cultura
punitiva frente ao erro no cuidado de saúde para uma cultura de
aprendizagem”, explica.
Além de especialistas sobre o tema do Brasil, o Congresso conta com a
participação de cinco convidados internacionais que irão apresentar
suas pesquisas científicas e experiências de seus países com o tema da
Segurança do Paciente. Entre os nomes estão G. Ross Baker da
Universidade de Toronto, no Canadá, e Sara J. Singer da Universidade de
Stanford, nos Estados Unidos.
O encontro está pautado em cinco trilhas que irão conduzir toda a
programação e versam desde a solução e inovação para a Qualidade do
Cuidado e Segurança do Paciente no sistema de saúde, até a Segurança do
Paciente como política pública de saúde.
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