Manaus – Elizabeth Oliveira Gama, 38, morreu, na noite desta terça-feira (26), no Hospital e Pronto Socorro (HPS) João Lúcio, na zona leste da capital. Familiares alegam negligência médica. Segundo eles, a mulher passou por um procedimento cirúrgico, no Instituto da Mulher e Maternidade Dona Lindu, na zona sul, e, após a cirurgia, por falta de leito, ela teve que ser transferida para o HPS João Lúcio, onde veio a óbito.
Segundo a sobrinha da vítima, Andreia Vieira, 43, a mulher estava tentando fazer uma histerectomia – remoção de parte ou da totalidade do útero – há cerca de três meses, na rede pública de saúde, quando foi diagnosticada com uma ‘falsa gravidez’, ou gravidez molar, que é quando a mulher desenvolve um tumor semelhante a uma gestação.
“Ela já ficou internada várias vezes. Primeiro, ela achava que estava grávida. Então, ela foi para (Maternidade) Ana Braga fazer curetagem e descobriram a gravidez molar. Disseram que tinha que fazer uma biópsia, pois ela tinha vários cistos que estavam subindo ao pulmão”, relatou.
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Andreia contou que a vítima já havia passado por outras unidades de saúde, em busca de tratamento e realização de exames. Ela tentou fazer os procedimentos médicos na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon), mas não pode ser internada, pois não tinha o exame de biópsia.
Na última segunda-feira (25), Elizabeth foi internada no Instituto da Mulher, onde fez o exame de biópsia. Na manhã de terça-feira, a mulher pegou alta e, durante a saída do Instituto, desmaiou e precisou ser socorrida. De acordo com Andreia, a vítima foi reanimada e os médicos disseram que ela havia sofrido uma embolia pulmonar.
Após sofrer embolia pulmonar, a mulher foi levada para o centro cirúrgico e o procedimento de histerectomia foi realizado. Conforme Andreia, após a cirurgia, os familiares foram informados que não havia leito disponível no Instituto da Mulher e, por conta disso, Elizabeth foi transferida para o HPS João Lúcio.
“Ela passou mal na ambulância, quando estava sendo transferida. O médico do João Lúcio disse que foi descaso, pois ela chegou lá com 10% de vida. Entubaram ela e levaram para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva)”, relatou.
A sobrinha da vítima afirmou que Elizabeth sofreu duas paradas cardíacas e, por volta de 23h20, veio a óbito no HPS João Lúcio. “Nós acreditamos que foi negligência médica, sim. O médico falou que ela não deveria ter sido transferida, pois era uma cirurgia arriscada e ela tinha perdido muito sangue”, disse Andreia.
O corpo da mulher está sendo velado em uma igreja, na Comunidade Grande Vitória, bairro Gilberto Mestrinho, zona leste de Manaus.
reportagem do GRUPO DIÁRIO DE COMUNICAÇÃO (GDC) entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) e aguarda a resposta do órgão sobre o caso em questão.
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