Mulher ficou cinco dias em trabalho de parto
O carnaval do mecânico Luís Fernando de Carvalho, está sendo de imensa tristeza. Na última sexta-feira (1), sua esposa, Suelen Ribeiro da Silva de Carvalho,30 anos, deu a luz a terceira filha do casal. Mas, segundo o pai, uma suposta negligência médica fez com que a criança nascesse morta.
Fernando afirma que fez todo o pré-natal em uma clínica particular e que o bebê estava saudável. Na segunda-feira (25), foi realizada a última ultrassonografia, que confirmou que a bebê estava bem e pronta para nascer. Ao chegar a Maternidade Municipal Doutor Mário Niajar, em Alcântara, o médico de plantão verificou que Suelen estava com 40 semanas e mesmo assim a mandou de volta para a casa.
Fernando voltou com a mulher por mais três vezes no hospital. Suelen estava reclamando de muita dor e temia que o bebê “passasse do tempo”. Na quinta-feira (28), ao ser examinada por outra médica e receber alta, Suelen perdeu o tampão do útero e passou a noite sentindo dores fortes. Na ocasião, nenhuma ultrassonografia ou exame foi feito.
Na manhã de sexta-feira, o casal voltou ao hospital, pois a bolsa de Suelen tinha se rompido.
“Quando chegamos à maternidade, minha esposa pediu que o nome do primeiro médico que nos atendeu na segunda-feira, constasse no papel da triagem. Isso deixou o médico muito irritado. Ele nos chamou na sala e perguntou por que tínhamos colocado o nome dele, de uma forma ríspida. Disse que qualquer pessoa ali poderia atender minha mulher e que se a gente quisesse um atendimento especial deveríamos lhe pagar mil reais”, conta Fernando.
Quando o médico finalmente começou a examinar Suelen, constatou a falta de batimentos cardíacos no bebê. O cordão umbilical estava enrolado no pescoço da menina, que recebeu o nome de Sophia. O parto de Suelen foi induzido.
“Minha esposa é uma mulher forte, conseguiu fazer muita força, mesmo com o psicológico abalado, sabendo que ela estava com nossa filha morta dentro dela. Tudo por negligência médica. Ela já tinha passado da hora, nasceu com as vias respiratórias entupidas”, desabafou Fernando.
Fernando disse que o caso deles não é isolado.
“Só no quarto que minha esposa estava havia mais oito mulheres na mesma situação. Só que ninguém tem coragem de gritar. Minha filha estava dentro de uma geladeira, como as que a gente usa em casa. Eu tive que ir tirando os bebês de cima pra conseguir chegar até o corpo”, relembrou.
Fernando diz que vai procurar medidas legais contra a maternidade. O casal tem outras duas filhas, de 9 e 10 anos, que também estão muito abaladas com a perda da irmã. Sophia foi enterrada na tarde de sábado (2), no Cemitério do Pacheco.
A diretoria hospitalar da Maternidade Mário Niadjar, em Alcântara, informou que a paciente, Suellen, foi até a unidade na segunda-feira (25) às 11h30 para mostrar o resultado do último exame de ultrassonografia, por ter feito em unidade particular. Foi examinada e liberada já que não tinha nenhum problema. A paciente estava com 39-40 semanas e já tinha tido dois partos normais anteriormente.
Na quinta-feira (28) retornou ao hospital após sentir dores. Deu entrada às 11h58, fez exames e não estava em trabalho de parto, mas no resultado do exame o médico não ouviu o batimento cardíaco do bebê. Após identificado o óbito fetal ela foi internada para a resolução do parto. O motivo foi uma insuficiência placentária aguda, um problema de falta de funcionamento da placenta que não há previsibilidade. Pode acontecer de uma hora para outra com pacientes de baixo ou alto risco.
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