Três médicos foram presos; dois deles formados no Paraguai e na Bolívia. Segundo o MP, um dos suspeitos recebeu R$ 25 mil por plantões entre março e junho deste ano.
MP cumpriu mandados nesta terça-feira (14) para apurar supostos médicos que atuam de forma ilegal em Alagoas (Foto: Reprodução/TV Gazeta) |
O presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (CRM-AL) classificou como “crime elaborado” a atuação ilegal de profissionais de medicina em hospitais de Major Izidoro e Piaçabuçu. Uma operação do Ministério Público (MP-AL) realizada nesta terça-feira (14) prendeu três médicos envolvidos no esquema.
Foram cumpridos seis mandados, sendo três de prisão preventiva e três de busca e apreensão em Maceió e Arapiraca, nas residências dos suspeitos.
As investigações apontam que dois dos envolvidos no esquema eram formados na Bolívia e no Paraguai e um terceiro, médico formado no Brasil, fornecia a documentação para que o irmão pudesse exercer a profissão irregularmente no interior do estado.
O outro profissional formado no exterior usava a documentação do pai, que é médico e está em situação regular. O MP no entanto, não informou se ele também foi alvo da operação.
“É um crime elaborado e que transcende a Medicina, já que envolve falsidade ideológica”, diz o presidente do CRM, Fernando Pedrosa.
Pedrosa disse ainda que enviou corregedoria do CRM recebeu a documentação necessária para abrir investigação que vai avaliar o envolvimento dos médicos em situação regular.
“O Conselho, comprovando alguma conduta irregular desses profissionais, vai aplicar a punição devida. Nosso código de processo não define uma punição específica, como o Código Penal, por isso o conselho vai observar a importância, relevância e gravidade da situação, assim como o ‘conjunto da obra’ desses profissionais. Cada caso é um caso”, explicou Pedrosa ao G1.
Esse é o segundo caso do tipo registrado pelo CRM no intervalo de pouco mais de um ano. “Um jovem falsificou o diploma de um médico formado na universidade de Minas Gerais. Intercedemos, a polícia o prendeu e ele está sendo investigado”, lembrou o presidente do Conselho.
De acordo com o MP, os médicos em situação irregular não haviam feito o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira (Revalida), estando impedidos de exercer a profissão no Brasil.
“Eles se faziam passar por outras pessoas que estavam com a situação completamente regular. O esquema foi descoberto porque os médicos agiam em desconformidade com as condutas adotadas normalmente. Em alguns momentos, prescreviam soro em excesso, em outra, diziam que apenas compressas bastavam em crianças com quadro clínico de febre alta. Ao desconfiar da postura dos falsos médicos, a diretoria de um dos hospitais fez a notícia de fato ao Ministério Público”, explica o promotor de Justiça Guilherme Diamantaras.
As investigações apontam ainda que um dos acusados recebeu, ao todo, R$ 25 mil por plantões entre março e junho deste ano. No período, ele atendeu cerca de 200 pessoas.
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