Na atenção primária, boa parte dos incidentes acontecem por falhas de compreensão entre os profissionais de saúde e pacientes
Quando o assunto é segurança do paciente, o cenário que costuma vir à cabeça são os hospitais. Mas estudos sugerem que uma parcela significativa dos incidentes podem ocorrer na atenção primária, em consultórios e ambulatórios que primeiro atendem a população no dia a dia. “A literatura sugere que até 30% dos incidentes detectados nos hospital começaram antes de o paciente entrar, portanto, infere-se na atenção primária”, afirma a enfermeira Thatianny Tanferri de Brito Paranaguá, professora da da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília.
Podem ser erros de diagnóstico, de tratamento ou prescrição. Mas a causa-raiz de boa parte desses incidentes são problemas de comunicação entre profissionais de saúde e pacientes. “Se eu trabalho com um paciente que daqui a pouco vai para casa, a minha capacidade de engajá-lo no cuidado tem de ser muito maior”, afirma Thatianny, também coordenadora da Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente no Distrito Federal. “Muitas vezes, na formação, não somos preparados para isso.”
Thatianny recomenda usar na comunicação com os pacientes uma estratégia comum entre os profissionais de saúde, o Read-Back. Trata-se de sempre confirmar as informações recebidas, principalmente verbalmente, para conferir se ela foi compreendida corretamente. O mesmo procedimento pode ser usado ao explicar um diagnóstico a um paciente ou a maneira de fazer uso de uma medicação. O paciente deve explicar ao profissional de saúde a mensagem que acabou de receber.
IBSP
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