Segundo o comerciante, esposa chegou ao pronto-socorro com sangramentos, mas foi mandada embora por não ter documentos
A esposa
teria perdido o filho por negligência no atendimento do hospital
Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí. A denúncia é do comerciante Dary
Wellington de Souza, 39 anos, morador do loteamento Rio Bonito, no
bairro São Vicente. Segundo ainda ele, a médica responsável pelo
atendimento teria assinado um atestado que leva o nome de outro
obstetra. Já o hospital diz que a mulher de Dary recebeu o atendimento
adequado.
O
comerciante conta que a esposa, Elizângela Moreira da Silva, 39, que
estava grávida de poucas semanas, e esteve no hospital na terça-feira,
dia 28 de maio, com muito sangramento e suspeita de aborto. Mesmo com a
mulher estando com todos os exames em mãos, ele afirma que ela não foi
atendida por uma questão burocrática”, reclama. “Somente não estava com a
carteirinha de gestante”, diz.
A
correria para que Elisângela fosse atendida precisou ficar pro dia
seguinte. “Tive que, no outro dia de manhã [quarta-feira], ir atrás
desta carteirinha e somente assim pude retornar com ela no hospital pra
ser atendida”, relata Dary.
Não bastasse isso, a esposa do comerciante ainda amargou uma espera de quase cinco horas para ser atendida.
O
marido conta que Elizângela foi examinada por uma médica. “Ela disse
que a gestação era de altíssimo risco, porém, nada fez. Somente mandou
minha esposa voltar para casa”, conta, revoltado.
A médica deu para Eliângela um atestado, informando o código 0200, que se refere à “ameaça de aborto”.
Dary
ainda percebeu outro problema. “Quando fomos verificar o atestado
assinado por ela na frente da minha esposa, este [atestado], por sua
vez, tinha CRM e nome de um outro médico”, relata o comerciante.
O
pior, no entanto, ocorreu no dia seguinte, quinta-feira, quando a
tragédia se confirmou. O casal foi até uma clínica particular.
Elizângela fez um ultrassom e o resultado deu que a mulher tinha perdido
a criança.
Na
sexta-feira, a esposa de Dary ainda não tinha expelido o feto
naturalmente. A orientação da clínica particular foi que ela repousasse
por pelo menos três dias até fazer o procedimento de curetagem, pra
retirada do feto e limpeza do útero. Após isso, Dary informa que vão
registrar um boletim de ocorrência contra o hospital.
Por
conta dessa situação, o comerciante do Rio Bonito diz que “aplaude de
pé” a decisão da direção do hospital Marieta Konder Bornhausen em
contratar uma empresa terceirizada para tocar o plantão do centro
obstétrico do hospital. “Se esses médicos que estão lá não querem
trabalhar, deixem quem quer”, desabafa.
Procedimentos foram corretos, diz hospital
Em
nota oficial, o hospital Marieta informou que, conforme o prontuário
médico de Elizângela Moreira da Silva, todos os procedimentos médicos
foram realizados de acordo com a necessidade da paciente. “Todo o
atendimento foi garantido pelo corpo clínico”, diz o esclarecimento do
hospital.
Sobre
a assinatura do atestado em nome de outro médico, o hospital explicou
que, mesmo que a pessoa tenha sido atendida por outro profissional de
saúde que estivesse no momento trabalhando no hospital, quem assina o
documento é o plantonista responsável pelo setor, que tem acesso às
informações dos demais membros da equipe.
Desde
o último sábado, uma nova equipe passou atender no plantão na
maternidade. Seriam dois médicos, contratados através de uma empresa
terceirizada para, segundo o hospital, melhorar o atendimento do setor
de obstetrícia.
Segundo a direção, a contratação foi feita porque os médicos do corpo clínico não aceitaram assumir o plantão da obstetrícia.
Médicos
do setor questionam a contratação na justiça. Segundo eles, os
contratados vão receber 40% a menos e isso pode prejudicar o atendimento
aos pacientes.
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