segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Ministério Público denuncia três médicos por estelionato e falsificação em Projeto Glaucoma

 



O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação penal contra três médicos e o secretário de Saúde de Guanambi por estelionato e falsificação de dados no Projeto Glaucoma, financiado pelo Ministério da Saúde, com recursos do SUS (Sistema Único de Saúde). Na denúncia, recebida pela Justiça Federal na primeira semana de novembro, os médicos são acusados, ainda, de lesão corporal culposa e entrega de substância nociva à saúde, ambos cometidos contra pacientes.

Segundo apurado pelo MPF, entre 2013 e 2017 a clínica que é alvo da ação – com sede em Salvador e filiais em outros municípios baianos – esteve cadastrado no Projeto Glaucoma e chegou a receber R$9,4 milhões do SUS para atendimentos em Guanambi e em outros 30 municípios próximos.

Porém, conforme demonstrado na denúncia, os médicos responsáveis colocaram em risco a saúde de pacientes, descumprindo diversos requisitos da Política Nacional de Atenção Oftalmológica e inserindo dados falsos no sistema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Essa atuação criminosa só foi possível com a postura omissa e conivente adotada pelo secretário municipal, responsável por credenciar, regular, controlar e avaliar a empresa; e responsável também por reportar ao Ministério da Saúde ilegalidades encontradas, podendo inclusive suspender ou rescindir o contrato, mas nada disso foi feito.

Atendimentos em estrutura inadequada – Apesar de estar previsto no regulamento do Projeto Glaucoma e no contrato firmado com a clínica denunciada que os atendimentos deveriam ser realizados em unidades especializadas em Oftalmologia, eles eram feitos em regime de mutirões, em galpões, escolas e igrejas. Além disso, a quantidade de atendimentos era incompatível com a capacidade da clínica. Disponibilizando apenas um médico para atender em dois dias da semana, a clínica poderia realizar 317 consultas por mês, mas realizava um número cinco vezes maior, uma média de 1.731 consultas.

Imposição de colírios de alto custo – O protocolo do Ministério da Saúde estabelece, como regra, nos casos de glaucoma, o uso de colírio de 1ª linha (de baixo custo), passando para o de 2ª (de custo médio) e em seguida para o de 3ª (de custo alto) somente após constatação de que o anterior não surtiu efeito. Contudo, os médicos denunciados orientavam os prestadores de serviço da clínica a prescrever sempre o colírio de valor mais alto, sem considerar as necessidades do paciente. Para o MPF, o objetivo era aumentar ilicitamente os rendimentos da empresa, pois o colírio de 3ª linha possibilitava a maior margem de lucro (aproximadamente 70%) na compra junto aos fornecedores.

Cobrança ao Poder Público por exames inadequados – Segundo o Projeto Glaucoma, o valor da “consulta oftalmológica com realização dos exames de tonometria, fundoscopia e campimetria” era de R$57,74, e o da “consulta oftalmológica e os exames de fundoscopia e tonometria”, era de R$17,74. A clínica realizava o atendimento simples e cobrava pelo outro, ganhando ilicitamente R$40,00 por consulta. Considerando que em um dia de mutirão eram realizadas em média 250 consultas, a empresa conseguia em um só dia o faturamento indevido de R$10mil, isso sem contar o valor das prescrições indevidas dos colírios de 3ª linha.

Falso diagnóstico de glaucoma – A ilegalidade provocava, ainda, a produção de falsos diagnósticos de glaucoma em muitos pacientes e, consequentemente, a distribuição desnecessária de colírios. Nas investigações, das 55 pessoas ouvidas pelo MPF que foram atendidas pela filial da clínica em Guanambi, oito (14,5%) tiveram falso diagnóstico de glaucoma. De acordo com a apuração do MPF, os colírios para tratamento de glaucoma possuem contraindicações graves e podem causar danos à saúde de quem deles faz uso, especialmente quando não são necessários, o que configura, segundo a denúncia, ofensa à saúde.

Pedidos – O MPF requer a condenação de todos pelos crimes de estelionato e de inserção de dados falsos em sistema de informações (artigos 171 e 313-A do Código Penal). Requer, ainda, a condenação dos três médicos pelos crimes de lesão corporal e de entrega a consumo de substância nociva à saúde (artigos 129 e 278 do Código Penal).

Número para consulta processual na Justiça Federal (PJ-e): – 1005066-42.2020.4.01.3309


Saúde JUR


domingo, 29 de novembro de 2020

Médico é acusado de abusar sexualmente de paciente na UPA

 



Conforme informações do Diário do Sudoeste, uma mulher moradora de Pato Branco  no sudoeste do Estado denunciou na Delegacia da Mulher  um abuso sexual. O caso foi em 11 de novembro na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), durante uma consulta.

Segundo a delegada Franciela Alberton, a vítima disse que procurou a unidade de saúde, pois estava com dores na garganta e nas costas com suspeitas que estivesse com Covid-19. O médico pediu para ela entrar no consultório, trancou a porta , encostou um objeto para que não fosse aberta e durante o exame passou a tocar em suas partes intimas, alheios aos sintomas da mulher e inclusive com atos libidinosos. 

A delegado informou que o médico já vinha sendo investigado por atos similares praticados em Santa Catarina. A delegada solicitou uma medida cautelar pedindo o afastamento do médico da UPA que foi deferida pelo Poder Judiciário.

O nome do médico não foi divulgado pois o caso corre em segredo de Justiça e outras vítimas podem procurar a polícia para denunciar. A delegada vai ouvir mais algumas pessoas e concluir o inquérito que será encaminhado ao Ministério Público

Tnonline


sábado, 28 de novembro de 2020

Cresce número de mulheres retirando prótese de mama por complicações

 

A decisão de fazer esse procedimento pode ser por fatores de saúde ou por decisão da própria paciente




Segundo o último levantamento divulgado em dezembro de 2019 pela Sociedade internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), em 2018, o número de cirurgias de aumento de mama no mundo foi de mais de 1 milhão. Só no Brasil, foram mais de 275 mil cirurgias de aumento de mama. 

Apesar do grande número de cirurgia para colocar o implante mamário, um assunto que tem ganhado grandes proporções na mídia é o 'explante de silicone', que é a retirada da prótese de mama. A decisão de fazer esse procedimento pode ser por fatores de saúde ou por decisão da própria paciente


Blogueira Evelyn Regly após a cirurgia

A blogueira Evelyn Regly, que tem mais de 9 milhões de seguidores, recentemente compartilhou a decisão da retirada da prótese. Evelyn teve complicações na cirurgia de implante de silicone das mamas. De acordo com ela, houve um erro médico, o que fez a cicatriz da cirurgia ficar aberta por 9 meses. "Foram 9 meses com seio aberto, correndo risco de infecção. Inúmeras idas a emergência e a médicos, como mastologista, infectologista. Fui do sonho ao pesadelo," disse ela em rede social.

Além disso, Evelyn também revelou que teve vários sintomas da síndrome de ASIA (doença do silicone). Pensando em conscientizar outras mulheres, a blogueira fez um vídeo falando sobre o assunto.

Para o médico e Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional ES, Ariosto Santos, a "doença do silicone" apesar de existir, é rara. De acordo com ele, a síndrome é autoimune. Os sintomas são:

- Alteração de humor;
- Queda de cabelo;
- Unha quebradiça;
- Irritabilidade;
- Insônia;
- Cansaço e até mesmo depressão.

Ainda de acordo com o médico, o diagnóstico ainda é confuso. Houve casos de mulheres com queixa da 'doença do silicone' e mesmo após a retirada da prótese, continuaram a ter os sintomas. Por este motivo, não há um diagnóstico preciso de que esses sintomas sejam apenas provocados pela prótese de silicone.



A maior parte dos explantes são por motivos de estética. De acordo com Ariosto, com o passar dos anos essas pacientes acabam tendo mudanças no corpo, o que as levam a mudar o tamanho da prótese ou fazendo a retirada optando pela mamoplastia, que é uma cirurgia plástica que transforma e modifica o formato das mamas, tornando mais harmonioso e proporcional ao restante do corpo, sem o uso da prótese mamária.

Outro fator que leva uma paciente a fazer a retirada da prótese é a contratura. O médico explica que ela ocorre quando o corpo não se adapta bem ao produto inserido. Com isso, o organismo cria uma cicatriz (uma forma de cápsula) em volta do silicone como defesa e as vezes acaba tendo uma rejeição, deixando os seios doloridos e até mesmo mudando a assimetria dos seios. Segundo ele, a contratura acontece em 2 a 3% dos casos e geralmente a prótese é trocada. Mas eles faz um alerta. Quando se tem a contratura capsular por repetição, a paciente deve tirar as próteses. Para esses casos, é indicado a mamoplastia.

A ruptura da prótese também é outro fator da retirada do implante. Geralmente acontecem ou por acidente, ou até mesmo por defeito de fabricação.

A prótese mamária pode interferir na mamografia e nos exames de mama, atrasando um diagnóstico de câncer de mama?

A orientação é que se coloque a prótese por debaixo do músculo para facilitar a visão do médico durante a realização do exame de mama. Porém, de acordo com Ariosto, para as mulheres que já colocaram a prótese por cima, existe a ressonância magnética, que ajuda na investigação, e mesmo tendo o implante, não interfere no diagnóstico.

Folha Vitória


Mãe entra na Justiça para provar erro durante parto em Minas

 



Uma auxiliar administrativa afirma que foi vítima de um erro médico. A mulher alega que seu bebê morreu por negligência obstétrica durante um atendimento realizado em setembro de 2019 em uma maternidade de Guanhães, a 240 km de Belo Horizonte. O caso foi parar na Justiça.


Cresce número de ações judiciais por erro médico

 As ações judiciais por erro médico triplicaram no país, segundo dados do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Além da ação que busca o pagamento de indenização, é possível mover uma ação de produção antecipada de provas, que pode constar se houve ou não erro médico.


Gavel dourado em fundo grafite representa ação judicial por erro médico.



sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Médico é preso em agência dos Correios de MS quando recebia encomenda de drogas

 Ele confessou que comprou a droga por um aplicativo




Nesta quarta-feira (18), médico oftalmologista foi detido em flagrante em Três Lagoas, em uma agência dos Correios. Ele buscava uma encomenda de drogas quando foi preso.

Conforme as primeiras informações da Polícia Militar, equipes receberam denúncia anônima sobre a encomenda que havia chegado nos Correios. Assim, quando o médico chegou para receber a droga, foi abordado.

 

Em verificação, foi identificado que havia skunk na caixa e o médico acabou preso em flagrante por tráfico e encaminhado para a delegacia. Ele ainda confessou que comprou a droga pelo celular e pagou R$ 1,5 mil.


Jornaldanova

Médico é suspeito de assediar funcionária e mentir para colocar o namorado dela na cadeia

 




quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Paciente denuncia que foi vítima de abuso sexual dentro de hospital na Serra

 O caso aconteceu enquanto a mulher estava internada para realizar um procedimento cirúrgico 


Hospital Dório Silva: vítima diz que abusador trabalha no hospital 


Uma dona de casa, de 56 anos denunciou um abuso sexual durante atendimento recebido no Hospital Estadual Dório Silva, que fica na Serra. O caso aconteceu enquanto a mulher estava internada para fazer um procedimento cirúrgico. A identidade dela não será revelada por motivos de segurança. 

A vítima contou que deu entrada no hospital em outubro para uma cirurgia de retirada de pedra na vesícula, e que recebeu alta no último dia 14, sábado. Mas, por medo, acabou fazendo a denúncia somente quando saiu do hospital. 

“Fiquei receosa demais, medo dele fazer alguma coisa enquanto eu estava internada, minha colega de quarto que também viu tudo, me orientou a denunciar quando eu saísse”, contou a dona de casa. 


Ela disse ainda que as violências que sofreu foram dentro do banheiro, no quarto do hospital, mesmo depois de operada e com fortes dores. “Não quero comentar detalhes, é muito vergonhoso. No início ele passava no meu quarto todos os dias, dizia que eu era a mais linda e me elogiava, comecei a ficar sem graça”, contou. 

Segundo a mulher, o abusador era um homem que realizava coletas de sangue. 

“Um dia eu estava no banheiro tomando banho, me sequei com a toalha e voltei para o quarto já que ele sempre estava fechado por causa da Covid, ele entrou no quarto e me levou de volta para o banheiro”, relatou. 

A paciente disse que não consegue dormir e se sente envergonhada com tudo que aconteceu. “Me sinto um lixo, envergonhada, nunca achei que fosse acontecer comigo, estou em pânico, não consigo dormir e estou tendo pesadelo”, disse. 

Ela pede justiça, para que pessoas como essa não façam mal a outras mulheres. “Quem me fez sofrer tem que ser punido, espero que as autoridades façam algo”, pediu. 

A Secretaria de Estado da Saúde enviou uma nota informando que todos os hospitais da rede estadual possuem serviços para acolher e orientar os pacientes. E que em casos como este é necessário que o paciente registre um Boletim de Ocorrência junto à polícia para que os fatos sejam verificados pela direção em conjunto com o órgão competente. 

Já a Polícia Civil informou que o caso vai seguir sob investigação da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Serra. E que todas as providências cabíveis estão sendo adotadas. 




Família de adolescente grávida acusa hospital de negligência médica após morte de gêmeas

 

Hospital Universitário Antônio Pedro ainda não se pronunciou sobre o caso






A família de uma adolescente, de 16 anos, acusa o Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense, em Niterói, de negligência médica, isso porque a unidade não identificou as mortes dos bebês da jovem que estava grávida de gêmeas.

Na última sexta-feira (20) ela passou mal e disse que não sentia a movimentação das crianças, no domingo (22), então, ela decidiu ir ao hospital para realizar exames. O médico disse que só conseguia ouvir o coração de um deles, e afirmou que aquilo era normal, já que os batimentos cardíacos da mãe não permitiam que ele ouvisse o coraçãozinho do outro.

No mesmo dia ela passou muito mal e precisou voltar para a unidade hospitalar, onde ficou internada. No dia seguinte foi informada pela equipe médica que as gêmeas estavam mortas desde a última sexta. Ela segue internada e os corpos dos bebês foram enterrados, nesta quarta-feira (25). O Hospital Universitário Antônio Pedro ainda não se pronunciou sobre o caso.



Família denuncia hospital por idoso morrer com Covid-19 depois de ficar internado e receber alta em Taubaté

 

Quando deu entrada, o idoso testou negativo; a família aponta suposta negligência, pois o paciente não passou por um segundo exame antes de ir pra casa




A família de um idoso, de 81 anos, enviou uma denúncia ao Conselho de Saúde de Taubaté após ele morrer com Covid-19 depois de ter ficado internado no Hospital Regional com problemas cardíacos e receber alta. O paciente fez um teste para coronavírus quando deu entrada no hospital, que deu negativo. Os familiares reclamam que o idoso não passou por um novo exame antes de ir pra casa.

Ariádine Soares relata que, por volta das 23h30 do dia 5 de outubro, o pai, Ari Soares, foi levado ao pronto socorro do Hospital Municipal, pois estava com insuficiência cardíaca. Segundo ela, o paciente ficou sem leito em uma cadeira até 7h do dia seguinte.

Em seguida, o idoso foi atendido e a médica de plantão informou que seria necessário recorrer a intubação. Nesse momento ele foi levado para um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Por conta dos sintomas de falta de ar, ele foi testado para Covid-19, mas deu negativo.

No dia 19 daquele mês, ele foi transferido para a enfermaria por apresentar melhora e no dia seguinte recebeu alta. A família afirma que, antes de ir pra casa, questionou o hospital se o paciente havia passado por um segundo teste de Covid-19 e, ainda de acordo com o relato da filha, um médico da unidade afirmou que sim.

Em casa, os familiares procuraram a informação sobre o segundo teste nos laudos médicos, mas não encontrou nenhuma informação.

Sete dias depois de receber alta, Ari começou a ter febre, passar mal e retornou para o Hospital. Ele foi testado novamente e desta vez foi diagnosticado com coronavírus. Ele permaneceu internado por mais 15 dias e faleceu. A filha afirma ainda que o pai também contraiu outra bactéria.

A família questiona a conduta do hospital por não ter feito um exame de Covid-19 antes de dar alta ao paciente na primeira internação. Dizem ainda que cinco pessoas da família foram contaminadas desde então, uma delas a esposa de Ari, que precisou ser internada na UTI e segue no hospital.

O que diz o Hospital?

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, o idoso foi submetido a somente um exame para Covid-19. O segundo exame não foi feito, pois, ainda segundo o Estado, o paciente não apresentava sintomas ao receber alta.

Por nota, a Secretaria de Saúde informou que Ari Soares foi atendido no primeiro momento como um paciente com suspeita de Covid-19, pois apresentava insuficiência respiratória. Contudo, o idoso testou negativo para o vírus, não teve nenhum contato com outros pacientes e ficou em ambiente controlado.

“Depois da alta hospitalar, é responsabilidade da família e do próprio paciente manter os cuidados necessários de prevenção da Covid-19, com uso de máscaras e higienização adequada, visto que o vírus está em circulação e as pessoas podem se infectar em qualquer espaço”, disse o hospital.

Confira a nota na íntegra:

"O Sr. Ari Soares deu entrada no Hospital Regional do Vale do Paraíba na madrugada do dia 6 de outubro com quadro de insuficiência respiratória, configurando suspeita de COVID-19, além de ter histórico de acompanhamento por problemas cardíacos em outro serviço de saúde.

Foi atendido no Pronto Atendimento e internado em leito isolado de UTI com todo suporte para seu quadro clínico. Passou por exame de PCR e teve diagnóstico negativo de coronavírus. Ele não teve contato com outros pacientes confirmados, nem apresentou sintomas de COVID-19 até sua alta, portanto sem indicação médica de novo exame.

Seguiu assistido na unidade devido à gravidade clínica. Foi transferido da UTI para a enfermaria no dia 19, e teve alta no dia 20 após melhora. Depois da alta hospitalar, é responsabilidade da família e do próprio paciente manter os cuidados necessários de prevenção da COVID-19, com uso de máscaras e higienização adequada, visto que o vírus está em circulação e as pessoas podem se infectar em qualquer espaço se as medidas sanitárias não forem adequadamente seguidas.

O paciente retornou ao hospital nove dias após a alta com descompensação clínica. Realizou nova coleta e foi transferido para unidade prevista em seu convênio médico. Após este segundo exame, houve a confirmação do diagnóstico de COVID-19.

O Hospital segue todos os protocolos estipulados pelo Ministério da Saúde e está à disposição da família para esclarecimentos".. finaliza a nota


Meon.com



quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Absurdo! Grávida de 8 meses conta que ficou dias com gêmeas mortas na barriga e denuncia hospital

 A família no Rio de Janeiro, está acusando Hospital Universitário Antônio Pedro que pertence à Unidade Federal Fluminense (UFF) de negligência médica



Uma família no Rio de Janeiro, está acusando Hospital Universitário Antônio Pedro que pertence à Unidade Federal Fluminense (UFF) de negligência médica, após uma adolescente, de 16 anos, que não teve a identidade divulgada, ficar com bebês mortos dentro da barriga.

Desde a última sexta-feira, 20 de novembro, a jovem que estava grávida de 36 semanas de gêmeas e, começou a notar que a barriga estava ficando mais dura e não sentia mais a movimentação das bebês. Então, no domingo, 22 de novembro, ela decidiu ir ao hospital, para realizar exames.

Em conversa com a Universa, os familiares deram mais detalhes de como tudo aconteceu. “No domingo ela já estava muito preocupada. Chegando ao hospital, ela fez um exame para checar como estavam as bebês. O médico falou que conseguiu escutar apenas o coração de uma das filhas, porque, segundo ele, o coração da mãe não permitiu escutar o coração da outra criança. Mesmo assim, ela foi liberada e o médico recomendou que ela fizesse um ultrassom por conta própria e retornasse no dia seguinte”, afirmou uma parente da jovem, que também pediu para não ser identificada.

Após ser liberada, a adolescente sentiu fortes dores e decidiu voltar ao hospital. “No mesmo dia, no domingo à noite, ela sentiu uma dor muito forte e voltou ao hospital. Na segunda pela manhã, recebemos a notícia que nos deixou muito abalados. Eles nos contaram que as bebês estavam mortas desde sexta-feira [20 de novembro], justamente no dia que ela sentiu que havia algo errado. Como pode? Ele não fez nenhuma observação, disse que estava tudo bem e que ela podia ir embora [na ocasião]. Você entrar em um hospital com um bebê morto dentro de você e eles não conseguirem identificar… isso para mim é descaso ou burrice”, disse a familiar.

Estado de saúde

Após o ocorrido, a familiar também contou que a jovem está internada na unidade. Como ela estava com pouca dilatação e, de acordo com os médicos, eles não realizariam cesariana, somente hoje (24 de novembro) conseguiram retirar as gêmeas. “Ela ficou segunda e terça no hospital, em nenhum desses dois dias ela teve dilatação. Ela chegou a 3 cm de dilatação hoje e não sei como ela conseguiu entrar em trabalho de parto”, afirmou a mulher.

A família segue aguardando notícias do estado de saúde da menina. “Como não pode ter visita, ficamos sempre esperando por notícias. Eu sinto que o hospital está tirando o dele fora, dizem que não foi negligência, disseram que é normal o que aconteceu. Para amenizar a situação, eles disponibilizaram uma assistente social que vai oferecer o caixão para poder enterrar as meninas. Algumas enfermeiras chegaram a explicar que, quando a criança fica muito tempo dentro da barriga da mãe, dá uma infecção no sangue. Agora, imagina, elas já estavam mortas desde sexta”, conta.

Família abalada

A mulher contou que todos da família, estão completamente abalados com o que aconteceu. Ela disse ainda que, assim que as coisas acalmarem, a família vai procurar a Defensoria Pública. “Os dois, as mães deles, nós todos estamos destroçados. A mãe dela viu as crianças sendo retiradas. Foi uma cena muito chocante. Agora, eles estão recebendo esse apoio psicológico do hospital, porque ela ainda está na maternidade, vendo todas as mães saindo com os filhos e ela nem chegou a ver nenhuma delas”, disse.

Ela ressaltou que a jovem e o companheiro estão muito abalados. “Eles não param de chorar. Nesse momento, ninguém consegue falar com ninguém. O que nos alivia é que ela não sofreu nada, nenhuma infecção. A placenta saiu inteira, então, até agora, ela não corre risco. Os médicos fizeram exame de sangue e está tudo certo”, afirmou a mulher.

Ainda de acordo com os parentes, os médicos disseram que não fizeram a cirurgia pois o útero da menina estava alto e, se fizesse um corte, correria o risco de ela não conseguir ter outro filho futuramente. A Uol procurou  a direção da unidade, mas eles  ainda não se manifestaram sobre o ocorrido.

Paisefilhos


Familiares afirmam que bebê quebrou a perna durante parto em Belém

 Caso ocorreu no Hospital Ordem Terceira, que informou por meio de assessoria que a criança está sendo observada em UTI.


Hospital Ordem Terceira, em Belém



Uma criança quebrou a perna durante o parto no Hospital Ordem Terceira, em Belém, nesta segunda (19), segundo familiares.

Uma dos parentes relatou que a mãe chegou ao local com exames apontando que o feto estava sentado e, por isso, não poderia ter parto normal, que mesmo assim teria sido realizado pela equipe médica.

O pai da criança deve registrar boletim de ocorrência somente nesta terça. A mãe tem previsão de alta também nesta terça.

O hospital confirmou, por meio de assessoria, que a criança está em observação em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A assessoria do hospital divulgou a nota operatória do médico obstetra responsável pelo parto, dizendo que a paciente evoluiu para parto normal, mas de "difícil extração". A direção da unidade hospitalar disse que confia no seu corpo clínico e que entende que a decisão tomada foi certa para resguarda a vida do recém nascido e da mãe.

O hospital confirmou, por meio de assessoria, que a criança está em observação em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A assessoria do hospital divulgou a nota operatória do médico obstetra responsável pelo parto, dizendo que a paciente evoluiu para parto normal, mas de "difícil extração". A direção da unidade hospitalar disse que confia no seu corpo clínico e que entende que a decisão tomada foi certa para resguarda a vida do recém nascido e da mãe.


terça-feira, 24 de novembro de 2020

Hospitais públicos e unidade da Unimed suspendem cirurgias eletivas por cenário da Covid em BH

 

Cirurgias eletivas estão suspensas em hospitais públicos e hospital privado em Belo Horizonte


O aumento dos casos de Covid-19 leva hospitais de Belo Horizonte a suspender cirurgias eletivas, novamente. De acordo com as unidades, das redes pública e particular, nos últimos dias, houve crescimento nos atendimentos e nas internações relativos ao novo coronavírus. Os procedimentos do tipo já foram interrompidos no Sistema Único de Saúde (SUS) da capital, confirmou a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).

Na rede privada, a Unimed BH enviou comunicado aos colaboradores informando a suspensão, desde essa sexta-feira (20), de operações não urgentes no Hospital da Unimed, na avenida do Contorno, Centro-Sul da capital, e também na unidade de Betim. Ao Hoje em Dia, a empresa confirmou, em nota, que a medida que prevalecerá até 27 de novembro.

"A cooperativa recomenda que, antes de se deslocar para as unidades de Pronto Atendimento, os clientes utilizem o serviço de Consulta Online Coronavírus ou que seja feito um contato com seu médico de referência", salienta a empresa. De acordo com o texto, a Unimed BH teria ampliado a equipe de teleconsulta, opção que "contribui para diminuir a propagação do vírus, evita o aumento do tempo de espera e garante maior segurança aos clientes", observa.

Nas demais unidades, a recomendação é para que a realização das cirurgias eletivas seja avaliada de forma cuidadosa e criteriosa. Com a suspensão, segundo o informativo, será iniciado o remanejamento de leitos com priorização para a área Covid-19.    

SUS-BH

A decisão de suspender os procedimentos eletivos no SUS-BH, assim como ocorreu em julho, também foi informada na sexta. Conforme o comunicado, cerca de 22 mil pessoas – residentes em Belo Horizonte e nos mais de 500 municípios atendidos por meio de convênio - estão cadastradas na central de internação da secretaria para a realização de procedimentos em 18 especialidades. 

A secretaria também esclareceu que, de janeiro e agosto deste ano, foram realizadas 14,6 mil operações e que, mesmo com a recomendação do Ministério da Saúde, a cidade optou por manter o serviço na rede em número reduzido, dando prioridade para os casos em que a espera pela cirurgia representava um risco maior do que uma possível infecção pelo coronavírus.

A reportagem tentou contato com a associação e o sindicato dos hospitais, com clínicas e casas de saúde de Minas (Central dos Hospitais), mas não conseguiu localizar representantes das entidades.

Balanço

Belo Horizonte tem 52.352 casos confirmados pela doença desde o início da pandemia, até essa sexta-feira. Também foram registradas 1.610 mortes pela Covid até o momento, 13 a mais do que o boletim de quinta-feira. Há ainda 95 óbitos sendo investigados. O número médio de transmissão por infectado (Rt) está em 1,09. Isso quer dizer que, em média, 100 infectados transmitem o novo coronavírus para 109 pessoas.




Médico denunciado por erros cirúrgicos pode ter envolvimento na morte do próprio pai

 



Uma testemunha que não quis se identificar fez uma nova denúncia contra o ex-médico Wagner Fiorante, de 71 anos, acusado por diversos erros cirúrgicos. De acordo com a denúncia, Wagner pode ter sido responsável pela morte do próprio pai. Após a ex-companheira dele, Vanessa, acusá-lo de realizar um procedimento que quase a deixou cega, a testemunha entrou em contato com o Cidade Alerta para contar que Wagner também poderia ter cometido erros graves em uma cirurgia no pai, Quirino Fiorante. Acompanhe a reportagem!


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Idosa com suspeita de Covid-19 espera resultado do exame há uma semana

 Só depois da segunda passagem pelo Pronto-Socorro do M’Boi Mirim, Guilhermina recebeu receita de um coquetel para tratamento de coronavírus




Na semana passada, a babá Guilhermina de Fátima Santos, de 64 anos, começou a apresentar sintomas de gripe, mas, para evitar a exposição em hospitais, optou por tratar com dipirona e ingestão de líquidos. Com a permanência dos sinais e duas pessoas na mesma casa diagnosticadas com coronavírus, a filha dela, Camila Lima, achou melhor procurar atendimento no Hospital M’Boi Mirim. Os médicos deram dipirona, fizeram exame PCR e a liberaram, com afastamento de 10 dias e mais receita do analgésico.


Na última quarta-feira, Camila e Guilhermina voltaram ao hospital do M’Boi Mirim, na zona sul de São Paulo. Elas chegaram na instituição por volta das 15h, mas só foram atendidas as 19h30min. A idosa já estava fraca e desidratada. Camila conta que a mãe começou a tomar remédios contra coronavírus por conta própria. “Ela super debilitada e ninguém tinha respostas de quando iriam atendê-la. Comecei a fazer um certo tumulto na recepção, até que falaram que só tinha uma médica fazendo as internações”, conta. “Minha mãe não foi medicada, só teve o pré-diagnóstico, e o médico disse que era pra ela ficar aguardando a ligação. Se eu tivesse feito o que ele me pediu, nem sei se minha mãe estaria viva”, afirma a jovem.

Só depois da segunda passagem pelo Pronto-Socorro do M’Boi Mirim, Guilhermina recebeu receita de um coquetel para tratamento de coronavírus. Ela está se alimentando melhor, mas o resultado — prometido pela equipe de saúde para quarta-feira — ainda não saiu. Questionada sobre a demora nos resultados, a secretaria de Saúde da cidade de São Paulo não respondeu e informou que o exame de Guilhermina foi encaminhado para o Instituto Adolfo Lutz. Em nota, a Pasta afirmou que a idosa “recebeu triagem em tempo apropriado” nas duas passagens pelo Hospital M’Boi Mirim e que a instituição não fez o exame de coronavírus com a Camila por ela não apresentar sintomas. A jovem pagou R$ 140 na rede privada para fazer um teste sorológico e também aguarda o resultado.

O caso de Guilhermina acontece na semana em que a cidade e o Estado de São Paulo apresentaram piora nos indicadores da pandemia. O governo estadual admitiu alta de 18% nas internações em todo o sistema de saúde e proibiu a desmobilização de leitos e agendamentos de cirurgias eletivas. Nesta sexta-feira, o estado chegou a 1 milhão 200 mil 348 casos confirmados e 41 mil 179 mortes pela Covid-19.

Bebê sofre lesão grave após erro na aplicação de soro no Hospital Municipal de Araguaína

 A criança passou a noite chorando e o problema só foi percebido no dia seguinte.


Mão da criança após receber o soro


Uma criança de apenas um ano e dois meses de vida sofreu uma lesão grave após um suposto erro na aplicação de um soro no braço da pequena paciente.

O soro teria sido injetado fora da veia por uma enfermeira do Hospital Municipal de Araguaína na noite do último sábado (14), provocando o rompimento da camada da pele.

A família mora na cidade de Nova Olinda e registrou um Boletim de Ocorrência denunciando a suposta negligência do hospital em relação ao caso. A criança segue internada e com quadro de infecção decorrente de várias feridas na mão. A lesão já avançou para a região do ombro.

Fábio Costa, pai da criança, disse que a filha deu entrada na unidade durante a noite, após ter uma febre alta e sofrer crise convulsiva.

“Ela estava dando febre por causa dos dentes e o remédio que demos pela manhã fez efeito, mas a febre retornou à noite. Depois, ela deu uma convulsão, coisa muito difícil de ver. Fomos para o Hospital de Nova Olinda e, devido à gravidade, minha filha foi transferida para o Hospital Municipal de Araguaína, onde ficou em observação e colocaram um soro nela”, disse o pai.

A menina está sendo acompanhada pela mãe, que está de resguardo de 20 dias de outro filho. No dia da internação, a criança passou a noite chorando por causa do soro aplicado incorretamente.

“Minha filha chorou muito por causa da dor e desse erro. Na madrugada, falaram que estava tudo normal ao atendê-la com a luz apagada, porém pela manhã é que foram ver o erro. Negligência demais! Não queremos nada do hospital, queremos apenas que não aconteça mais com outras pessoas. Os médicos só foram ver minha filha às 10h da manhã depois que registramos o boletim de ocorrência”, relatou.

Ao ser procurada pela família, a direção técnica do Hospital Municipal informou que será aberto um processo de investigação para que sejam tomadas as providências cabíveis. "Todas as medidas de suporte clínico e cirúrgico serão oferecidas para a criança. Esperamos que ela se recupere o mais rápido possível", disse em e-mail enviado para os familiares.

O QUE DIZ A UNIDADE

O Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), o responsável pela gestão da unidade, disse que os profissionais do Hospital Municipal de Araguaína estão dando o acolhimento necessário à paciente e sua família, tanto em atendimento médico como em informações.

Conforme a nota, o Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente já está analisando todos os procedimentos adotados desde a chegada da criança na unidade.

“O instituto ressalta que possui protocolos bem estabelecidos de segurança do paciente para reduzir erros e garantir uma assistência de saúde de qualidade aos seus usuários”, finaliza a nota.

Situação da mão depois de algumas horas




domingo, 22 de novembro de 2020

Grávida leva três dias para conseguir atendimento, bebê morre e polícia investiga negligência em Olinda

Caso ocorreu no Hospital do Tricentenário. Larissa Ferreira da Silva, de 20 anos, disse que foi amarrada a uma maca e que demora causou morte da menina.


Grávida passa por três unidades de saúde, bebê morre e polícia investiga negligência


A Polícia Civil está investigando uma denúncia de negligência e violência obstétrica que resultaram na morte de um bebê, no Hospital do Tricentenário, em Olinda. De acordo com a mãe, uma jovem de 20 anos, foram três dias tentando ser atendida, em três unidades de saúde diferentes, na Região Metropolitana do Recife (veja vídeo acima).

Larissa Ferreira da Silva disse que teve atendimento recusado em mais de uma unidade, foi amarrada a uma maca e forçada a tentar um parto normal quando havia indicação de cesárea. Uma equipe do Hospital Tricentenário também começou a apurar o caso.

As complicações começaram no dia 6 de novembro. Com muitas dores, Larissa procurou a Maternidade Barros Lima, em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife.

Quarto da bebê havia sido preparado pelos pais, que não conseguem entrar no local, em Olinda

Moradora da comunidade de Ilha de Santana, no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, a jovem disse que evitou ir para o Tricentenário, mesmo sendo mais perto, devido à "má fama" do local.

Segundo a jovem, na Maternidade Barros Lima, o médico que a atendeu afirmou que não se tratava de trabalho de parto e disse que ela fosse para casa.

Ainda de acordo com Larissa. as contrações aumentaram e ela decidiu voltar a procurar atendimento médico. Quando tudo aconteceu, a jovem estava com 40 semanas e três dias de gestação.

"Disseram que eu estava com bolsa íntegra. Eu não conseguia nem comer de tanta dor. Fui para o Hospital do Tricentenário e, lá, me mandaram para o Hospital Agamenon Magalhães [também na Zona Norte do Recife]. Recebi a mesma resposta e, lá, me deram analgésico na veia por causa da dor e me mandaram para casa", disse a jovem.

No mesmo dia, Larissa, ao voltar para casa, começou a vomitar e, por não aguentar mais as dores, voltou à Maternidade Barros Lima, no Recife.

"O médico que me atendeu me tratou muito mal, disse que não ia me internar de forma alguma, que não importava quantas vezes eu fosse lá, que não iria me internar, porque eu não estava em trabalho de parto. Decidi tentar, no dia seguinte, mais uma vez, o Tricentenário. De imediato, o médico disse que eu não estava parindo, mas me examinou e viu que eu estava com cinco centímetros de dilatação e que minha bolsa tinha rompido", declarou a paciente.

Larissa e o marido, Edvaldo, esperavam a filha Lunna Manoella 


No Hospital Tricentenário, onde foi internada, Larissa pensava que, enfim, receberia o atendimento médico de que precisava. Segundo ela, a situação piorou.

"Eu estava perdendo muito líquido esverdeado, que é quando existe mecônio [material fecal produzido pelo feto e normalmente é expelido nas primeiras 12 horas após o nascimento]. O médico que me atendeu encerrou o plantão e me deixaram lá a madrugada inteira, sem assistência, esperando por um parto normal. Só vinham enfermeiros para dar toque", disse.

No terceiro dia de sofrimento, dia 8 de novembro, segundo Larissa, a situação se complicou ainda mais, quando a bebê parou de mexer na barriga.

"Foram tentar escutar o coração e não conseguiram. Ainda demoraram bastante, até que decidiram me levar para uma cesariana de emergência. Fui internada às 23h do dia 7, às 3h do dia 8 estava com dez centímetros de dilatação e só tive minha filha, Lunna Manoella, às 8h. O coração dela tinha parado de bater fazia tempo. Essa demora causou a morte dela", declarou.

"Amarraram meus braços e eu perguntei o porquê. Disseram que era procedimento padrão. Ela nasceu e não ouvi o choro. Saiu todo mundo e me deixaram sozinha, amarrada, na sala de cirurgia. Uma enfermeira veio meia hora depois, disse que a pediatra ia falar comigo. Me levaram para o corredor e trouxeram minha filha toda arrumadinha, morta. Não souberam responder minhas perguntas nem me deram esclarecimentos", afirmou.

Advogada


O caso está sendo acompanhado pela advogada Flávia Andrade, que foi procurada pela família depois de ter acompanhado um caso em que o bebê, que também nasceu no Tricentenário, teve a orelha cortada durante o parto.

A advogada afirmou que, pelo fato de precisar ir a diversas unidades de saúde, a mulher já teria sido vítima de irregularidades. "Somente a grosseria do médico que atendeu ela na Barros Lima já é violência obstétrica", disse.

"Ela sofreu negligência de todos os lados. Já foi feito um boletim de ocorrência, mas a mãe não foi ouvida. Vou até a delegacia e falar com o delegado para marcar o depoimento. Nesse caso, a demora por atendimento causou a morte da criança. Também vamos denunciar o caso no Ministério Público e no Conselho Regional de Medicina (Cremepe)", explicou.

Responsável pelo caso, o delegado Ozias Tibúrcio afirmou que vai ouvir os pais da criança e a equipe do hospital. A princípio, o caso está sendo investigado como negligência.

"Eu quero justiça. Eu amava muito minha filha. Estava tudo pronto para receber ela. Foram três dias para cima e para baixo, procurando maternidade que me internasse. Pretendo levar a denúncia adiante, para que o hospital seja interditado. Ele é o único hospital que a gente tem na região e tem fama de matadouro", declarou a jovem.

Resposta


Por meio de nota, o Hospital do Tricentenário (HTRI) afirmou que "no decorrer do trabalho de parto da gestante foi evidenciado líquido amniótico meconizado, sendo indicado um parto cesáreo, com RN [recém-nascido] sem vitalidade".

A nota diz, ainda, que foram realizadas manobras de ressuscitação, sem sucesso. "Como solicitado, a paciente recebeu uma cópia de seu prontuário via e-mail. O caso já foi direcionado para a Comissão de Ética Médica, para que sejam apurados os fatos e o HTRI possa tomar as medidas cabíveis".

G1 também entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Recife, responsável pela Maternidade Barros Lima, que lamentou a morte da bebê e disse que "está verificando as queixas relatadas pela paciente sobre o atendimento recebido na Maternidade Professor Barros Lima, em Casa Amarela, no dia anterior ao óbito".

O Conselho Regional de Medicina, acionado pela reportagem, afirmou que, considerando as notícias veiculadas na mídia sobre o caso, "irá instaurar sindicância 'ex-offício' para apuração do fato. A partir de então, a sindicância corre em sigilo processual, para não comprometer a investigação, e segue o que estabelece o Código de Processo Ético Profissional".