domingo, 31 de julho de 2022

Hospital da Mulher em Bangu é alvo de mais uma denúncia sobre morte de bebê durante o parto

 

Laudo do IML (Instituto Médico-Legal) apontou que Maria Alice morreu de asfixia dentro da barriga da mãe




O Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, em Bangu, zona oeste do Rio, é alvo de mais uma denúncia sobre a morte de um bebê durante o parto. Marcelle Pereira, de 19 anos, disse que deu entrada na unidade passando mal e ficou horas sem auxílio médico. O exame de ultrassom mostrou que a criança estava viva, mas o médico disse à mãe durante a internação que a filha estava morta. O laudo do IML (Instituto Médico-Legal) apontou que Maria Alice faleceu por asfixia. A família registrou o caso na 34ªDP (Bangu). Somente nessa semana, esse já é o segundo caso de violência obstétrica no hospital. A direção da unidade disse que a vítima recebeu assistência da equipe em que estava de plantão, que constatou a falta de batimentos cardíacos do bebê.




Polícia Civil investiga denúncia de documentos falsos de médica na Bahia; mulher atuava no Samu de Ilhéus e em outras unidades

 

Caso é investigado há dois meses e acompanhado pelo Ministério Público do estado.


Imagem aérea de Ilhéus, onde a polícia investiga uma denúncia de documentos falsos de médica na Bahia

A Polícia Civil investiga uma denúncia de documentos falsos de uma médica na Bahia que atendia pacientes em cidades da região sul da Bahia, entre elas Ilhéus, onde ela atuava no Serviço Móvel de Urgência (Samu).


(CORREÇÃO: o g1 errou ao informar que a polícia investiga a atuação de uma médica sem registro profissional na área. Na verdade, a polícia investiga denúncia de que a mulher atuava com documentos falsos, mas não detalhou quais. O Secretário de Saúde de Ilhéus diz que a mulher é investigada por falsificação de assinaturas e por usar registro do Conselho Regional de Mediciona (CRM) de uma profissional em São Paulo. A informação foi corrigida 17h12)

O caso é investigado há dois meses e também foi denunciado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA). Na quinta-feira (28), a denúncia foi feita na Câmara de Vereadores de Ilhéus, onde foram entregues documentos com assinaturas da mulher.

Além do Samu de Ilhéus, ela teria atuado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Conquista, no mesmo município, e em unidades particulares da cidade.

g1 tenta contato com a médica, mas não conseguiu posicionamento dela até a publicação desta reportagem.

O secretário de Saúde, André Cesareo, afirmou que após as denúncias, suspenderam os plantões da mulher. De acordo com o gestor, a mulher teria falsificado assinaturas e usava o documento de registro do Conselho Regional de Mediciona (CRM) de uma profissional com atuação em São Paulo.

O secretário informou ainda que denunciou a situação para o CRM.





sábado, 30 de julho de 2022

Família denuncia negligência da UPA de Bebedouro após morte de mulher

 


Rosemeire Pinheiro dos Santos, de 49 anos, morreu terça-feira na UPA de Bebedouro e a família dela denuncia uma possível negligência médica no atendimento.




Famílias de pacientes que morreram em hospital no RN denunciam erros médicos; Prefeitura abre investigação

 

Familiares de mulher de 27 anos dizem que ela recebeu remédio mesmo após avisar que era alérgica. Outra família diz que idoso teve ventilação de oxigênio retirada na tentativa de salvar a primeira paciente.


Hanna Letícia da Silva Venâncio, 27 anos, e Manoel Ferreira da Silva, 86 anos, morreram no hospital de Santa Cruz, nesta quinta-feira (28).

As famílias de dois pacientes que morreram nesta quinta-feira (28) no Hospital Municipal Aluízio Bezerra (HMAB), em Santa Cruz, no Agreste potiguar, denunciaram supostos erros médicos que teriam provocado os óbitos.

Uma das famílias disse que a paciente Hanna Letícia da Silva Venâncio, de 27 anos, morreu após ter recebido a medicação dipirona, mesmo tendo avisado à equipe médica que era alérgica à substância.

No socorro à jovem, outro erro teria ocorrido. Segundo a família de Manoel Ferreira da Silva, de 86 anos, que estava internado no local, a equipe médica teria tirado o ventilador mecânico de oxigênio que estava com o idoso para usar na jovem. Ele também morreu.

Após a repercussão das denúncias, a Secretaria de Saúde do município informou nesta sexta-feira (29) que abriu um inquérito administrativo para apurar os fatos.

Segundo a direção do hospital, o homem morreu às 14h39. Já a mulher deu entrada na unidade às 13:26h e foi dada como morta às 15:26h, após ter mal súbito e passar por 40 minutos de tentativas de ressuscitação.

Pacientes


  • Hanna Letícia da Silva Venâncio, 27 anos, era casada, mãe de dois filhos - um menino de 7 anos e uma de menina de 1 ano e sete meses. Trabalhava em uma empresa de costura.

  • Manoel Ferreira da Silva, 86 anos, aposentado, casado há 50 anos com a mesma mulher e pai de oito filhos, dois já falecidos.

Medicação para paciente alérgica


A agricultora Simone Silva é tia de Hanna Letícia e contou que a jovem ligou para a mãe no início da tarde informando que iria ao hospital porque estava com uma dor no abdômen. No local, ela teria preenchido uma ficha informando que era alérgica ao remédio dipirona. Ainda assim, segundo a tia, a equipe teria aplicado a medicação nela. Hanna passou mal, foi socorrida, mas não resistiu.

"A médica receitou uma injeção que contém a Dipirona, mistura de Dipirona com Buscopan. Ai na hora que aplicaram nela, já caiu, fez xixi na roupa e faleceu naquele momento ali. Quando a mãe dela chegou lá, minha irmã, ela já estava sem vida, no chão. E eles tentando reanimar ela", afirmou. "Ela falou que já tiraram o aparelho de outra pessoa para ela, mas não conseguiram reanimar", revelou.

Ainda de acordo com Simone, a família está em posse de duas fichas no nome da paciente. Uma delas, que teria sido a primeira, informa que a mulher era alérgica à medicação. A outra não tem a informação. Os familiares dizem que a segunda ficha já foi preenchida após o falecimento de Hanna.

"Você já viu morto falar? Já? A médica quis fazer uma nova documentação como se uma morta tivesse falado. Como é que uma morta vai falar? Não tem como falar. Ela fez, mas contrariou a si mesma. Ela mesma se culpou", diz a tia.

Idoso sem oxigênio


Outra família enlutada é a do aposentado Manoel Ferreira da Silva, de 86 anos, que estava internado na unidade desde o dia 26 de julho, com pneumonia. Segundo os familiares, ao tentar socorrer Hanna Letícia, a equipe médica teria tirado a ventilação mecânica de oxigênio que o homem estaria usando.

"Ele estava com o pulmão bem comprometido, mas da forma que retiraram o aparelho, para socorrer a moça, isso me deixou muito indignada, porque era uma vida que estava ali. Minha irmã viu ele sem ar, faltando fôlego, morrendo sem o aparelho", relatou a assistente de serviços gerais Ana Elizabete Silva, filha de Manoel.

"Nesse momento, eu acho que foi uma negligência. Se ele não podia ficar sem o ar, sem o oxigênio, por que tinha que tirar dele? Se tinha outros (equipamentos), como dizem que tem, por que não trouxeram? Por que não socorreram com os outros que tinham? Isso é muito revoltante", declarou.

Secretaria abre investigação


Em entrevista à Inter TV Cabugi, a secretária de Saúde do município, Cássia Penha, afirmou abriu um inquérito administrativo para investigar os fatos denunciados pelas famílias.

"Está sendo aberto um inquérito administrativo, que é uma ferramenta legal que vai apurar todos os fatos que ocorreram. A partir do resultado desse inquérito, nós repassaremos todas as informações. De antemão, não podemos estar emitindo mais informações de ordem clínica, técnicas, que ocorreram dentro do ambiente, das quais não temos propriedade", afirmou.

Questionada se houve aplicação errada de medicação e retirada de oxigênio de um dos pacientes, a secretária disse que ainda não poderia responder. "São informações que serão apuradas mediante o inquérito", disse.

A secretária não deu prazo para que a apuração seja concluída e negou que haja desabastecimento de oxigênio na unidade de saúde.

"Não está faltando oxigênio na unidade. Temos usina de produção de oxigênio e temos cilindro para retaguarda. São quatro leitos de estabilização, com oxigênio", disse.






sexta-feira, 29 de julho de 2022

O médico, o monstro e a impunidade!

 

Rafael Moia Filho, Escritor, analista político e graduado em Gestão Pública

Na nossa sociedade é raro presenciarmos julgamentos, condenações e prisões em regime fechado por mais de dez anos de políticos. Nesse rol, podemos incluir a categoria dos médicos, que raramente passam por este processo em nossa justiça. Podem cometer qualquer crime, estupro em consultório, erro médico seguido da morte do paciente, que são raríssimos os casos em que terminam condenados e cumprem penas em regime fechado. O médico Roger Abdelmassih é uma exceção à regra, um caso raro.

Na semana passada um caso chamou a atenção da nossa sociedade. A divulgação das imagens na denúncia do monstro que estuprava pacientes após o parto dentro das salas de cirurgias ou de pós cirurgia. A indignação das enfermeiras levou o caso ao conhecimento público através de denúncia formal a polícia civil do RJ com imagens irrefutáveis como provas.

Não fosse por essa iniciativa corajosa das enfermeiras e o caso seria mais um daqueles em que a vítima não teria como provar o ato criminoso e ficaria a palavra dela contra o monstro. O caso ganhou evidência, páginas de jornais, espaço nas televisões em seus telejornais, redes sociais, porém, em pouco tempo cairá no esquecimento. Quando e se for julgado por júri popular o efeito do crime terá sido abrandado pelo tempo.

A nossa Justiça, infelizmente, possui inúmeros atalhos, recursos, que ajudam os réus a escaparem da condenação. E mesmo assim, se condenados, as penas são ínfimas, risíveis, diante dos crimes hediondos cometidos muitas vezes. Fazendo com que as vítimas sofram duas vezes, no ato criminosos e no resultado aquém do que o condenado mereceria.

Não à toa, constantemente ficamos sabendo de condenados por estupro que estão nas ruas, após breve período cumprindo penas ridículas com atenuantes de bom comportamento, regressão penal e outras benesses que os fazem voltar as ruas para na maioria das vezes cometer o mesmo crime.

Há muito tempo o Brasil precisa de uma revisão completa no seu sistema penitenciário e na revisão das leis e suas penas. É inaceitável penas máximas de 30 anos, regressão penal, visitas íntimas e outras barbaridades.

Os presos precisam produzir na prisão, tem de trabalhar e ou estudar enquanto cumprem pena. Somente assim, talvez tenhamos redução do número de crimes no país. A impunidade aliada as penas brandas recheadas de benesses incentivam a criminalidade. 


DM.COM.BR


‘Conselho Federal de Medicina sucumbiu ao fascismo e ao charlatanismo’

 O ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, publica texto de médico indignado com a submissão do Conselho Federal de Medicina ao charlatanismo e fascismo do governo Bolsonaro. “Mas aquela plateia entusiasmada de doutores assistiu o sangue do povo escorrer solenemente pelo granito imponente da casa da medicina, ora apelidada de palácio da morte”, diz o texto. Veja abaixo:

Do Facebook de José Gomes Temporão

José Gomes Temporão (imagem reprodução -rede social)

Hoje a medicina brasileira foi golpeada pela instituição que tem a responsabilidade de zelar pela ética do exercício profissional. Abaixo texto do médico Renan Araújo que expressa nossa indignação :

“*27 de julho de 2022: o dia em que a medicina foi estuprada em sua própria casa (com o consentimento de quem deveria protegê-la)*

É estarrecedor que o Conselho Federal de Medicina, que deveria proteger a sociedade brasileira contra o erro médico e as más práticas médicas, tenha sucumbido vergonhosamente ao fascismo e à necropolitica de Bolsonaro.

A casa dos médicos recebeu o genocida, sem se importar que ele há quatro anos leva o nosso povo à fome, ao desespero, ao empobrecimento, ao adoecimento e à morte.

O despresidente corrupto e perverso foi recebido como herói, com pompas e honrarias.

O mesmo ser seboso que permitiu que o Brasil fosse recordista de mortes por COVID, neglicenciando a compra de vacinas, prescrevendo tratamentos inúteis e zombando dos pacientes que morriam aos milhares por falta de oxigênio, entrou no CFM pela porta da frente e se vangloriou de ter sido protagonista de um dos períodos mais tristes de nossa história, com apoio de parte da categoria médica e de suas entidades.

O charlatão-presidente (que prescreveu cloroquina até para as emas do palácio), nos proporcionou assim mais um espetáculo dantesco.

Ele até “poderia” adotar as posições bizarras que chama de autonomia médica, pois não prestou juramento nem tem sua atuação regida pelo Código de Ética Médica. Mas aquela plateia entusiasmada de doutores assistiu o sangue do povo escorrer solenemente pelo granito imponente da casa da medicina, ora apelidada de palácio da morte.

Renan Araujo – médico”





Família acusa hospital municipal do Rio de erro médico na morte de recém-nascido

 

O bebê sofreu um ferimento na cabeça logo após o parto



Uma família do Rio de Janeiro acusa um hospital municipal pela morte de um bebê recém-nascido, ferido durante o parto de mais de 15 horas. Na declaração de óbito, o hospital informou que a criança foi vítima de uma infecção generalizada. Procurado, o hospital confirmou o uso de um equipamento chamado vácuo extrator e que o hematoma na cabeça do bebê é típico do uso do aparelho.




quinta-feira, 28 de julho de 2022

ACUSAÇÃO DE NEGLIGÊNCIA Mulher cobra cirurgia para retirar bebê morto da barriga da irmã

 Jeicilene Oliveira vê negligência no atendimento à jovem. Sesau rebateu a fala e informou que paciente segue recebendo toda a assistência

Jaquelane Sousa da Silva, 21 anos, estava grávida de nove meses

A cuidadora infantil Jeicilene Oliveira da Silva, de 22 anos, procurou a Folha para cobrar que o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré realize cirurgia cesariana para retirar o bebê morto da barriga da irmã, a auxiliar de limpeza Jaquelane Sousa da Silva, 21 anos, que estava grávida de nove meses.

Segundo Jeicilene, Jaquelane está desde as 15h de terça-feira (26) com a criança morta e corre o risco de vida. O trabalho para retirá-la está sendo feito por meio de parto induzido. Até o momento, a auxiliar de limpeza tem sentido apenas contrações leves.

Jeicilene acredita que houve negligência durante o atendimento à jovem, desde o Hospital Epitácio de Andrade Lucena, em Alto Alegre, o qual critica por não encaminhar a irmã à Maternidade em uma ambulância, em vez de a família levá-la em transporte próprio. Na unidade hospitalar, o bebê apresentava 80 batimentos por minuto. A Sesau disse em nota (que pode ser conferida ao final da reportagem) que o primeiro atendimento, na verdade, foi em uma Unidade Básica de Saúde do município.

“Foi nesse percurso [de Alto Alegre a Boa Vista] que os batimentos foram diminuindo. Quando ela deu entrada na Maternidade, os batimentos estavam cada vez mais fracos e os movimentos estavam diminuindo também. Foi quando ela deu entrada e simplesmente pediram para ela aguardar o período”, relatou.

Até o momento, com o bebê morto na barriga, a auxiliar de limpeza tem sentido apenas contrações leves 

Jaquelane chegou ao Hospital Materno por volta de 12h de terça-feira e não foi imediatamente atendida. O bebê foi declarado morto por volta das 15h, segundo Jeicilene. “Os médicos poderiam ter visto a situação dela, o fato de ela ter falado que a criança não estava com os batimentos normais e que estavam diminuindo cada vez mais. Poderiam ter encaminhado com urgência, no meu ponto de vista, para sala de cesárea e ter feito uma cesariana e não ter esperar a vez de bater ultrassom, como estava a situação dela. Quem é mãe sabe como é”, disse.

Sesau rebate falas

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), por meio da direção geral da Maternidade, disse que a paciente segue recebendo toda a assistência da equipe médica do serviço de obstetrícia.

"Oriunda do município de Alto Alegre, a paciente deu entrada na unidade por volta das 12 horas do último dia 26 de julho, com óbito fetal. Foi realizada a rotina de exames complementares, sempre obedecendo a protocolos do Ministério da Saúde, com acompanhamento de psicóloga".

Na nota, a Sesau disse que a suposta negligência relatada em relação ao Hospital Epitácio de Andrade não procede. "De acordo com a Direção Geral da unidade, a paciente buscou atendimento inicial em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) do município de Alto Alegre, sendo orientada pelo profissional médico a procurar a Maternidade de Boa Vista para fazer exame de ultrassom".

Por fim, a nota da Sesau diz que "mesmo com a indicação imediata de atendimento na maternidade, a paciente ainda procurou o hospital do município, que novamente avaliou a paciente e também orientou a mesma a procurar a Maternidade de Boa Vista. Não houve necessidade de acionamento de ambulância, uma vez que a paciente apresentava quadro clínico estável, sem nenhuma complicação de saúde".


Folha BV



Bebê de 2 meses morre à espera de atendimento

 Mãe denunciou caso ao Ministério Público e pede Justiça: "Vi meu filho agonizando até a morte" 

Mãe enquanto aguardava atendimento no hospital de Corumbá

Ravy Luiz de Arruda Aldama, de dois meses de idade, morreu à espera de atendimento médico no corredor do pronto-socorro de Corumbá, a 419 km de Campo Grande, na segunda-feira (25). A mãe, Evelyn Arruda, denuncia negligência médica. "Vi meu filho agonizando até a morte", relata. 

Ao Campo Grande News, a supervisora de caixa contou que procurou atendimento no início da noite de segunda-feira. "O Ravy estava com uma tosse, mas estava bem, o médico disse que tinha uma manchinha no pulmão, mas nada preocupante e ele estava tomando remédio já. No fim do dia, ele estava na cama com o irmão, quando começou a ficar roxo, então eu peguei ele nos braços e saí na rua, gritando por socorro", lembra. 

Era por volta de 18 horas e vizinhos a acudiram. "Nos levaram ao quartel dos bombeiros que era o mais perto de casa". A residência fica no Bairro Padre Ernesto Sassida. "Os bombeiros fizeram os primeiros atendimentos e depois fomos encaminhados com urgência ao hospital", discorre.

Evelyn e pequeno Ravy. 

A mãe lembra que chegou na troca de plantão na unidade. "Falei que meu filho estava morrendo, para ele parar de preencher o papel e ele falou simplesmente que sem o papel meu filho não saía dali, eu respondi 'vocês preferem esperar meu filho morrer?'. Depois começaram a furar ele e eu falava que ele estava sem ar, ele estava sem ar".

Nesse momento, um médico teria afirmado que era normal chorar. "Eles achavam que meu filho estava engasgado com leite, eu falava que meu filho não tinha mamado, que ele não tinha engasgado", lembra. Em seguida, o bebê foi colocado em uma maca no corredor e mesmo em estado delicado, não recebeu atendimento médico imediato. "Apenas um cilindro de oxigênio", conta a mãe. O equipamento, segundo ela, estava em uma máscara inapropriada, de adulto, que não se encaixava no rosto do bebê.

Mais tempo sem respostas, Evelyn passou a ficar desesperada. "Eu gritava para os enfermeiros que meu filho estava morrendo, que os bombeiros tinham acabado de reanimar ele e que precisava de atendimento, mas não deram importância, deixaram meu filho morrer no corredor". Ainda, equipe do hospital teria acionado a polícia para "conter" a mãe e familiares no local. "Ao invés de correrem atrás de um médico, foram atrás da polícia para nos tirar dali", lamenta.

Emocionada, Evelyn lembra o quanto suplicou pelo atendimento. "Fui ignorada, falaram que já haviam solicitado vaga na pediatria e que eu precisava esperar. Eu suplicava, falava que meu filho iria morrer, mas elas diziam que era normal, que bebê chorava mesmo. Só depois que viram que meu filho já estava morto, foi que tentaram fazer algo, que dava tempo, dava tempo, mas não deu".

Familiares pedem Justiça e acionaram Ministério Público. 

Causa da morte - A família questiona a causa da morte apontada no atestado de óbito, assinado por um médico que não estava no local no momento dos fatos, e que, segundo a família teria sido baseada em relatos de terceiros. O documento sugere que a morte tenha ocorrido em decorrência de problemas cardiorrespiratórios acostado a uma suposta cardiopatia congênita. 

“Meu marido ficou a manhã toda no hospital tentando pegar o atestado de óbito, ninguém queria liberar, porque ninguém queria se responsabilizar pela morte do meu filho. Quando o laudo saiu alegaram que ele teve uma parada respiratória por causa de um problema no cardíaco. Quando ele nasceu fizemos exames em uma clinica particular e o resultado foi de que meu filho tinha o coração normal, saudável, o médico que assinou nem estava lá no momento, sequer atenderam meu filho para dizer que ele morreu por um problema que os exames já tinham confirmado que ele não tinha”, ressaltou a mãe ao site local Folha MS. 

A família denunciou o caso ao Ministério Público e Evelyn contou que o marido já foi ouvido. "Foi ele e outras testemunhas, mas eu ainda não tive condições emocionais de ir. Estou sofrendo, mas não quero que outras mães passem por este sofrimento. Era meu segundo filho, foi tão esperado, estou tentando ser forte” finalizou a mãe, afirmando que espera justiça.

Resposta da Secretaria de Saúde - O Campo Grande News entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde e assessoria da prefeitura de Corumbá. Em resposta,  a Secretaria informou que a criança foi prontamente atendida pelo médico e enfermeira de plantão.

"A mesma estava engasgada e cianótica (com a pele arroxeada). A equipe realizou manobra de desengasgo, ofertou oxigênio e foi transportada em uma ambulância de Suporte Avançado para o Pronto Socorro". 

Segundo a pasta, às 18h45, ao chegar no PS, a criança foi "imediatamente encaminhada para a Sala de Emergência, apresentando cansaço, dispneia e saturando 92 em ventilação ambiente. Foi utilizado oxigênio em máscara infantil, realizado exame de Raio-X (momento no qual foi feito o registro fotográfico que circula na internet), coletado RT-PCR para Covid-19, no qual o resultado foi POSITIVO, e acesso venoso para medicação".

A Secretaria ainda disse que às 19hs o bebê foi inserido no sistema do Núcleo de Regulação Hospitalar na solicitação de vaga para internação pediátrica. 

"Às 19h35, ainda em atendimento, a criança teve uma parada cardiorrespiratória e foi entubada. A equipe tentou reanimá-la inúmeras vezes, sendo que 4 médicos prestaram assistência, porém sem sucesso, infelizmente. O óbito foi constatado às 20h10, por insuficiência respiratória, choque e cardiopatia cardiogênica. Ressalta-se que a criança esteve o tempo todo sendo assistida pela equipe médica e de enfermagem, e que todos os protocolos foram seguidos. A criança esteve a todo momento acompanhado pela mãe". 

Por fim, a assessoria informou que por determinação do prefeito Marcelo Iunes, o caso está sendo apurado e, se necessário, será aberta uma sindicância para apurar o ocorrido. 

(*) A matéria foi editada às 11h20 para acréscimo do posicionamento da Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá.