Em 2017, foram registradas 489 ações. Este ano, Tribunal de Justiça já contabilizou 294 até julho.
Número de ações na justiça por erro médico aumenta em todo o estado |
O número de pessoas que estão entrando na Justiça por se considerar vítima de algum erro médico cresceu 101% entre 2013 e 2017 na cidade de São Paulo, de acordo com o Tribunal de Justiça. Somente em 2017, o TJ registrou 489 ações. Até julho deste ano, já foram contabilizadas 294.
No estado, no ano passado, foram mais de 1700 ações desse tipo. É o maior número dos últimos cinco anos. Só até julho de 2018 foram quase 1000 novas ações, aponta o levantamento.
Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, vários fatores explicam esse aumento das ações. O maioria delas é contra profissionais das áreas de obstetrícia e cirurgia plástica estética.
O presidente da Comissão de Direito Médico da OAB. considera que existem falhas na atual formação dos profissionais.
“A formação dos médicos hoje tem algumas falhas. Existe uma grande proliferação da faculdade de medicina existem faculdades que não dão uma formação adequada para o médico e tem até faculdades que não tem hospital escola”, avalia Silvio Eduardo Valente.
A família de Oswaldo Moraes entrou na Justiça com uma ação contra o plano de saúde, que é responsável pelo médico que prestou o atendimento. Ele passou 12 dias na UTI tratando de uma infecção.
O problema é que o aposentado, que tem insuficiência renal, tinha feito uma cirurgia recente de fístula - que é um acesso no braço para facilitar a hemodiálise. A esposa dele, Marilia Pereira Moraes, reparou que o braço do marido não parava de sangrar.
"Eu descobri que como ele estava ligado no monitor por causa da infecção, colocaram aparelho de pressão em cima da fistula. Dilacerou as artérias dele", revela.
Ela ainda conta que mesmo com sangramento, o médico deu alta para Oswaldo.
"Eu nunca vou esquecer isso. E eu trouxe ele com hemorragia, uma hemorragia enorme. Ele voltou para o hospital com 5 por 3 de pressão. Ele não falava. Ele quase morreu", recorda a esposa.
"O médico, a equipe de enfermagem, o hospital e o plano de saúde. Todos. É uma cadeia solidária de responsabilidade. Porque várias pessoas passaram por ali e viram aquele problema", defende a advogada de Oswaldo, Renata Vilhena.
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