Família de menino de dois anos que morreu após ser picada por um escorpião no quintal de casa alega que houve demora na transferência da criança para centro de referência no Recife
Kaique, de dois anos, morreu no HR após ser picado por um escorpião. Foto: Cortesia |
A mãe de uma criança de dois anos que morreu na madrugada deste sábado após ser picada por um escorpião na cidade de Itambé, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, está acusando um médico do hospital da cidade de negligência no atendimento do menino. Kaíque César Martins da Silva foi atingido por uma picada do animal enquanto brincava no quintal de casa, no bairro de Luiz Gonzaga.
A criança foi socorrida para a Unidade Mista Doutor Hercílio Moraes Borba, onde recebeu os primeiros atendimentos, e de lá foi encaminhada a uma unidade de saúde do município de Goiana, também na Mata Norte, de onde enfim seguiu para o Recife. O garoto só deu entrada no Hospital da Restauração (HR), referência estadual no atendimento de acidentes por picadas de animais peçonhentos, por volta das 20h30. A criança não resistiu e faleceu às 4h30 da madrugada.
A mãe de Kaíque, Lívia Regina da Silva, que está grávida do segundo filho, informou que a criança brincava no quintal de casa quando, por volta das 17h, foi picada por um escorpião. Ao perceber o acidente, ela afirma que levou o filho imediatamente para o hospital. Já na unidade de saúde, o menino apresentou vômitos com sangue — o que, de acordo com ela, foi classificado como um “sintoma normal” pelo médico que prestou a primeira assistência a Kaíque.
Lívia conta que, bastante nervosa, questionou a conduta do profissional. “Ele disse que ia chamar a viatura para me prender, disse que sabia o que estava fazendo”, relata. Ela afirma que o filho foi medicado com remédios para dor e enjoo e colocado no oxigênio para só então ser encaminhado para a unidade hospitalar de Goiana, onde seria atendido por uma pediatra. Ao avaliar o quadro, a segunda profissional estabilizou a criança e determinou a transferência imediata do menino para o HR. Quando deu entrada no hospital no recife, Kaíque foi rapidamente entubado e levado à Unidade de Terapia Intensiva, mas o quadro se agravou e os médicos não conseguiram evitar a morte da criança.
A família afirma que o médico responsável pelo atendimento do menino no HR foi taxativo em afirmar que houve negligência por parte do profissional que prestou os primeiros socorros em Itambé e que a morte de Kaíque poderia ter sido evitada caso ele tivesse sido transferido de imediato para o Recife. Por conta da suspeita, o corpo da criança foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife, onde será necropsiado. “Só estamos esperando os papéis do HR e do IML para procurar a polícia e já contratamos uma advogada”, afirma a mãe da vítima.
A Unidade Mista de Itambé foi contactada, mas a responsável informou que a diretoria só se encontrava no local pela manhã e que não estava autorizada a fornecer nenhum posicionamento sobre o caso nem a informar os contatos dos diretores. O corpo de Kaíque só deve ser liberado pelo IML no fim da tarde. O velório da criança vai ocorrer na funerária São Luiz, em Itambé, e o sepultamento será feito no cemitério da cidade na tarde do domingo.
OP9
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