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Delegado diz que Roger lucrou R 80 mil com venda dos remédios |
Da Redação
Manaus - Preso por desviar medicamentos de Pronto-Socorro e Hospital João Lúcio, na zona leste de Manaus, Roger Lima Duarte Gonçalves, de 22 anos, disse em depoimento que ganhava por semana, em média, entre R$ 2 mil e R$ 4 mil com a venda dos remédios, segundo o delegado Guilherme Torres, da Delegacia Especialização em Roubos e furtos, responsável pela investigação. Torres disse que Roger chegou a faturar R$ 80 mil desde que começou os desvios e o prejuízo é de R$ 100 mil para o hospital.
O delegado disse que Roger, que é funcionário terceirizado, foi preso após ser identificado levando caixas em um carrinho para seu carro, um Citroen C3 preto, na noite dessa quinta-feira, 31. Ao abordá-lo na rua Nossa Senhora dos Navegantes, na Cidade Nova, zona norte, os policiais encontraram 1 mil ampolas de Tramadol, 120 frascos de Ampicilina, 280 frascos de Imipenem, 150 frascos de Meropénem, além de outros medicamentos.
A Polícia civil começou a investigação a partir de denúncia da diretoria do hospital sobre desvio de medicamentos. Os policiais passaram a monitorar o embarque e desembarque de remédios na unidade de saúde.
Roger foi autuado pelo crime de peculato.
Em nota, a Susam (Secretaria de Saúde do Amazonas) informa que a descoberta do desvio é resultado de medidas de segurança implantadas nos hospitais. Confira a nota na íntegra.
NOTA DE ESCLARECIMENTO - SUSAM
A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) informa que a investigação sobre o desvio de medicamentos que resultou na prisão de Roger Lima Duarte, funcionário terceirizado do Hospital e Pronto-socorro João Lúcio Machado, é resultado das medidas de controle que vêm sendo adotadas nos hospitais e foram deflagradas pela Polícia Civil a partir de uma denúncia da direção da unidade.
A ocorrência foi oficializada à Delegacia de Roubos e Furtos em 14 de outubro, mas a direção da unidade já vinha monitorando, em sigilo, com o conhecimento da Susam, o sistema de entrada e saída de medicamentos do setor de farmácia do HPS João Lúcio Machado, onde foram observadas inconsistências e verificadas baixas significativas no estoque de itens que não correspondiam ao consumo do hospital.
Conforme a direção do HPS João Lúcio Machado, o funcionário, que atuava na farmácia da unidade, começou a ser monitorado a partir de setembro, devido às atitudes suspeitas e a observação de divergências significativas na movimentação de estoque.
Um exemplo é o Alprostadil, cujo estoque fora abastecido pela Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) no dia 2 de outubro com 200 ampolas e no dia 8 do mesmo mês havia apenas 100 ampolas, sem registro de uso. O funcionário alegou que os mesmos tinham sido usados em permuta com outras unidades, mas não apresentou processo administrativo comprovando o procedimento, como é de costume. Dois dias depois, o estoque estava zerado, embora tenha sido registrada no período apenas uma permuta de 30 unidades.
Também não foi registrada saída para setor ou paciente.
Ao verificar o sistema de registros de câmaras da unidade, a direção flagrou o funcionário em atitude suspeita carregando caixas de medicamentos para o estacionamento, sendo a denúncia oficializada à Polícia Civil, que passou a investigar o funcionário. A Susam lamenta atitudes como estas, que prejudicam diretamente os usuários da rede pública de saúde e está tomando todas as medidas para reforçar o controle nas unidades, além de confiar no avanço das investigações da Polícia do Amazonas, inclusive na identificação dos receptadores dos produtos desviados.
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Caixa com remédio tem identificação do Hospital João Lúcio |
Remédios eram retirados do hospital em caixas
O Atual
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