Hospital da Sias em Fátima do Sul. - Crédito: Ligado na Redação |
Uma gestação tranquila, sem situações de risco, em meio a tantos preparos de uma família inteira para receber o novo membro. Esses foram os últimos nove meses de Débora Martins Silva, de 22 anos, residente em Fátima do Sul.
O que ela não esperava é que após todo o período gestacional o terceiro filho dela, e o primeiro do atual esposo, acabaria morrendo com apenas três dias de vida. A família acusa negligência no atendimento de Débora.
Segundo a mãe, na quarta-feira passada (29) ela chegou por volta das 19h no Hospital da Sias (Sociedade Integrada de Assistência Social) em Fátima do Sul com dores abdominais. Às 20h ela foi recepcionada pela equipe de enfermagem e só às 22h conseguiu internação após a chegada do médico obstetra que não estava no local.
O especialista teria avaliado a mãe e descartado a possibilidade de trabalho de parto. Ele justificou as dores dizendo que poderia ser infecção urinária.
Apesar disso a mulher continuou em observação e na quinta-feira (30) durante a tarde, por volta das 14h, a bolsa da gestante estourou com coloração escura.
Débora precisava passar por cirurgia, porém, o médico que estava presente não pode atendê-la por estar com outros três procedimentos marcados, então foi preciso acionar o obstetra que havia atendido a mãe na noite anterior.
O médico chegou ao hospital só às 19h, quando Débora foi levada para a sala de cirurgia.
Ao retirarem o neném percebeu-se que a criança estava roxa e encaminharam rapidamente para máquina de oxigênio. Débora relata que foi tranquilizada de que o filho passava bem e que apenas estaria em observação médica.
No dia seguinte (31) a mãe foi informada que seria necessário encaminhar o bebê para Dourados. A criança foi internada na UTI Neonatal do Hospital Universitário e apenas no sábado (1) foi possível Débora encontrar o filho.
Em Dourados a mulher foi informada que o estado de saúde da criança era instável e no domingo (2), logo após o almoço, uma ligação da unidade solicitava a presença da mãe na cidade vizinha.
Ao chegar Débora foi informada de que o filho teria morrido por choque cardiogênico, insuficiência renal, insuficiência respiratória, hipertensão pulmonar, anoxia grave e por fim, aspiração de mecônio (primeiras fezes da criança em meio ao líquido amniótico).
O velório do pequeno Arthur Gabriel está acontecendo nesta segunda-feira (3) e segundo informações passadas ao Dourados News, a família irá entrar com ação na justiça por negligência médica.
Ainda não se sabe se a ação será movida contra o hospital ou o médico que atendeu Débora.
OUTRO LADO
O Hospital da Sias foi contatado pela reportagem e a direção afirmou que não irá se pronunciar publicamente, porém, “está a disposição para esclarecimento da família”.
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