domingo, 25 de julho de 2021

RJ: presa por usar CRM de outra médica vai responder em liberdade

 

Após denúncia, polícia investiga falsidade ideológica; em depoimento, acusada disse ter formação profissional da Bolívia



Uma mulher foi presa em flagrante por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica em um hospital particular de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Entretanto, a suspeita foi liberada em seguida, sem pagar fiança, e responderá em liberdade.

O caso chegou às autoridades pela denúncia de uma médica que trabalha em outro hospital, em Duque de Caxias. De acordo com a acusação, a funcionária estaria usando o registro profissional dela para atender pacientes na UTI.

Na delegacia, a mulher disse que possui o diploma de formação em medicina da Bolívia e que ainda está tentando aprovar a legalidade da residência no Brasil.

A unidade de saúde particular disse, em comunicado oficial, ter recebido a denúncia da doutora Bruna Carolina Rodrigues, no último dia 14 de julho, quando acionou a polícia. Além da funcionária recém-contratada com o registro de Bruna Carolina, o coordenador da equipe de UTI, que contratou a suspeita, também foi chamado para prestar depoimento. 

A Polícia Civil analisa a possibilidade do homem ter repassado os documentos de Bruna Carolina para a acusada. 

Em nota, o Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) disse que a atuação de falsos médicos é crime e deve investigada pela polícia. Além disso, o Conselho afirmou que, com o aumento de denúncias como essa, iniciou uma campanha, no mês passado, quanto ao uso do CRM e quais providências deverão ser tomadas se houver suspeita de irregularidade. 

"O Cremerj reforça a importância da verificação da documentação antes de realizar qualquer tipo de contratação, seja para atuar na rede pública ou privada."

Há, ainda, uma parceria entre a Cremerj e a Delegacia do Consumidor para solucionar esses casos. 

Negligência hospitalar

A técnica de enfermagem Thaíse Pereira denunciou outros casos de negligência hospitalar na mesma unidade de saúde, em entrevista à Record TV Rio. Segundo a profissional, houve imprudência do hospital no tratamento de um paciente, que não resistiu e faleceu.

“A gente tá lidando com vidas. O hospital tinha o dever de checar verdadeiramente quem eram os profissionais”, afirmou Thaíse sobre a funcionária acusada de falsidade ideológica.

A 52ª DP (Nova Iguaçu) está a cargo das investigações e apura o envolvimento do tal coordenador no crime. 




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