sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Corpo de jovem que morreu após cirurgia na Santa Casa de São Roque é enterrado: Polícia investiga

Nicoli tinha 20 anos e morava no bairro Saboó em São Roque

A jovem Nivoli Ferreira da Silva, 20 anos, que faleceu na Santa Casa de São Roque após uma cirurgia na quinta-feira, 27, foi enterrada na manhã deste sábado, 29, no Cemitério do Cambará.

No início da tarde desta sexta-feira, 28, o corpo que estava na Santa Casa de São Roque, foi encaminhado para o IML de Sorocaba onde passou por exames e ainda foi encaminhado para uma equipe especializada de médicos legistas de uma faculdade.

No fim da tarde, o corpo foi liberado para a funerária Conslac de São Roque.

O velório foi realizado das 08h00 às 11h00 no Velório Municipal no Junqueira.

Participaram os avós, o namorado, os pais do namorado de Nicoli, além de alguns amigos e conhecidos.

Nicoli era órfã, seus pais foram assassinados quando ela tinha 02 de idade em Osasco-SP.

O pai na época há 18 anos, teve envolvimento em uma dívida com suspeitos que então entraram na casa e atiram contra ele e a mãe de Nicoli na cozinha, onde ainda ocorreu roubo.

A menina se escondeu debaixo da mesa.

A criança ficou, a partir de então, sob os cuidados dos avós.

Ela estava morando agora no bairro Saboó em São Roque e trabalhando no Outlet Catarina na Rodovia Castello Branco no restaurante Grilletto.

Há pouco mais de um ano estava namorando Igor Camargo, 23 anos, morador em São Roque e que trabalha em um supermercado da cidade.

Nicoli estabeleceu laços afetivos com a família de Igor e era muito adorada por todos.

A mãe de Igor e os tios dele, são quem estão ajudando em todo o processo envolvendo a morte de Nicol.

O caso

Nicole, segundo a sogra, Ellen Cristina, teria um cisto no ovário e sofria com muitas cólicas e sangramento.

Sempre se queixava de dores e tomava muitos remédios.

No domingo, 23, ela trabalhou normalmente, mas, com algumas dores. Mais tarde foi ao hospital apresentando dores mais fortes, febre, diarreia, dores de cabeça e vômitos.

Foi atendida e liberada.

Também por conta de alguns sintomas, fez o teste para coronavírus.

Na segunda-feira, 24, com dores ainda intensas retornou à Santa Casa de São Roque onde após atendida, medicada, foi liberada.

Depois, voltou nos outros dias, outras três vezes até que na quinta-feira, um dos médicos resolveu fazer uma cirurgia, segundo a família, suspeitando de uma apendicite.

Segundo a sogra, Nicoli chorava de dores, queixava-se que era insuportável, mais do que outras vezes.

Ellen disse que nas idas até a Santa Casa, os médicos realizaram um raio x, mas, não fizeram um exame de ultrassom.

Os familiares pediram, porém, não fizeram, segundo Ellen, por alguma situação ligada aos problemas com a pandemia.

De acordo com Ellen, Nicoli passou durante todos esses dias por vários médicos e na quinta-feira, 27, o profissional que pediu a cirurgia de urgência, estava atendendo Nicoli pela primeira vez.

Ele pediu alguns exames, viu o raio x feito alguns dias atrás e não solicitou ultrassom.

Ainda segundo Ellen, durante a cirurgia, o médico não encontrou qualquer problema com apendicite.

Ellen também relatou que a partir disso, eles então tentaram ainda durante a cirurgia encontrar o que estava causando as dores.

Logo depois, finalizaram a cirurgia e fecharam o corte.

Algumas horas depois, Nicoli teve uma parada cardiorrespiratória e faleceu.

Ellen disse que todos os familiares ficaram desesperados e procuraram saber o que tinha ocorrido.

Relatou que no meio da situação e não se recorda quem, alguém do hospital, chegou a dizer que no fim da cirurgia, poderia ter ocorrido um corte ou perfuração incorreta, o que teria provocado à parada cardíaca que levou a morte.

Suspeitando de um erro médico, mais tarde, Ellen e o filho foram até a Delegacia de São Roque para registrar um boletim de ocorrência.

Durante o registro, o delegado de plantão manteve contato com os médicos e a direção da Santa Casa por telefone.

A Polícia Civil recebeu uma carta do hospital informando as circunstâncias da cirurgia, onde não cita erro médico e sim a evolução rápida da piora do quadro clínico para a morte levantando a suspeita de possibilidade de envenenamento, o que pode ser ou não confirmado e por qual substância, através de exame necroscópico e toxicológico.

Assim, a Polícia Civil colheu o depoimento de Igor, que relatou sobre os dias que passou ao lado da jovem até o momento da morte e devido as informações passadas pela Santa Casa, a delegada Dra. Bruna Madureira, que estava no plantão e é responsável pela Delegacia da Mulher de São Roque, titular da Delegacia de Araçariguama, solicitou requisição de exames toxicológicos com interrogação para envenenamento.

De acordo com a sogra de Nicoli, a família ficou sem entender a citação de envenenamento até o momento e aguarda esclarecimentos da Santa Casa.

Segundo Ellen, Nicoli tomou apenas remédios para cólica, e dizia que as dores de Nicoli estavam mais fortes. Que Nicoli, apesar da boa saúde, estava debilitada nós últimos dias e com problemas nos rins.

Também comentou que se a jovem estava com suspeita de coronavírus por que passou por cirurgia?, procedimento que ainda não constatou qualquer problema de apendicite.

Já a Santa Casa informou em nota que por meio das análises dos médicos houve a necessidade de uma cirurgia de emergência, no entanto, no texto divulgado, não informa por qual causa houve a realização da cirurgia, afirma que ela deu entrada queixando-se dores abdominais intensa, febre e vomito.

Ellen disse que registrou boletim de ocorrência para que haja todo esclarecimento sobre a morte de Nicoli. Que devido a jovem ter passado por vários médicos, foi difícil até o momento entender o que realmente aconteceu.

Que as idas e voltas ao hospital, passando com profissionais diferentes, sem a possibilidade de saber o que estava ocorrendo, tornou a situação ainda mais complicada.

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso e aguarda os laudos dos exames realizados no corpo da jovem.

O São Roque Notícias informa que foi chamado pela família da jovem para companhar o caso e que ouviu todos lados.

Que prossegue acompanhando o caso relatando as informações levantadas e passadas por ambos os lados.



 




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