segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Em BH, família e amigos homenageiam jovem morta em procedimento estético

 

Cabeleireira Edisa Soloni faleceu no dia 12 após fazer cirurgia em clínica da capital; informações preliminares da Polícia Civil apontam erro médico


Ato em homenagem a Edisa Soloni reuniu dezenas de pessoas na Praça do Cardoso, 
no Aglomerado da Serra, em BH


Familiares e amigos da cabeleireira Edisa Soloni, 20, que morreu no último dia 12 após fazer um procedimento estético em uma clínica de Belo Horizonte, se reuniram na tarde deste domingo (20) para homenagear a jovem. O ato aconteceu na Praça do Cardoso, no Aglomerado da Serra, região Centro-Sul da capital. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, mas informações preliminares da corporação indicam que houve erro médico.

Além do tributo à memória de Edisa, o ato pedia justiça."Vamos lutar com todas as nossas forças. Todas as evidências apontam para uma negligência. Minha irmã era muito querida, correta, todos estão muito comovidos. Ninguém imaginava que ela perderia a vida assim", comenta Samea de Jesus Soloni, 25. Edisa era a mais nova mova se quatro irmãos.

Muito emocionada, a mãe de Edisa, Arlete de Jesus Mota, falou sobre a filha: "Ela era muito especial e querida, estou surpresa com tantas pessoas aqui. Com ou sem negligência, esse ato aconteceria. Do jeito que ela gostaria que fosse".

Advogada da família de Edisa, Camila Félix, diz que eles vão aguardar a conclusão da Polícia Civil sobre o caso, que deve durar de 20 a 30 dias. "Só depois disso vamos nos manifestar oficialmente. A certeza que temos é que o médico não tinha especialização em cirurgia plástica. Ele até poderia fazer a cirurgia, mas não pode vender-se como especislista, e foi isso que ele fez nas redes sociais", ressalta a advogada.

A exumação do corpo de Edisa Soloni foi realizada na sexta-feira (18) e a Polícia Civil pediu à Justiça a suspensão das atividades na clínica. 

Relembre

A cabeleireira Edisa Soloni, 20, contratou dois procedimentos estéticos na clínica no bairro São Pedro e para lá foi na sexta-feira (11), onde submeteu-se a uma lipoescultura e a uma enxerto de silicone nos glúteos. Até o momento, sabe-se que exames de risco cirúrgico feitos antes da operação acusaram problemas no coração da cabeleireira. Entretanto, médicos a encaminharam para a cirurgia apesar destas alterações, e, logo após o procedimento, ela começou a se sentir mal. Edisa chegou a ser transferida para um hospital, mas não resistiu e morreu no sábado (12).

O que diz a clínica

A clínica esclarece que recebeu, voluntariamente, o delegado de polícia, acompanhado de perito, em 15/09, para vistoria de suas dependências, mesmo sem a apresentação de um mandato judicial ou ordem de serviço. 

Isso porque o Hospital Dia sabe da qualidade de sua infraestrutura, que conta com um avançado centro cirúrgico, com capacidade de suporte pré e pós operatórios, além de todas as instalações necessárias à realização dos procedimentos estéticos.  

Acerca do suposto fechamento da clínica, a direção informa desconhecer qualquer informação para essa tomada de decisão. Inclusive, reforça que nenhum processo relacionado a isso pode ser localizado nos sistemas de consulta do Judiciário Mineiro.

"Destacamos, ainda, que o local não foi, sequer, vistoriado pela Prefeitura de Belo Horizonte após o caso. E que a menos de 30 dias, a Vigilância Sanitária esteve nas dependências e manteve o alvará de funcionamento sem qualquer ressalva", informa a clínica.

O Tempo


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