sexta-feira, 15 de maio de 2020

Profissionais de saúde denunciam falta de equipamentos de proteção em MG

A reportagem da TV Globo mostrou que em um hospital referência para doenças infectocontagiosas, funcionários gravaram imagens dos capotes que deveriam ser descartados, mas estão sendo reutilizados.


Profissionais de saúde estão denunciando a falta de equipamentos de proteção para lidar com pacientes de Covid-19. A denúncia é dos funcionários de um hospital referência para doenças infectocontagiosas em Minas Gerais. Eles gravaram imagens dos capotes que deveriam ser descartados, mas estão sendo reutilizados.

“Olha ali, os capotes estão pendurados para uso do enfermeiro, uso do técnico. E os capotes ficam aqui para ser reutilizados. A gente tem medo que isso possa contaminar a gente no futuro”, explica um funcionário do Hospital Eduardo de Menezes.

Os profissionais também denunciam que, no hospital que só recebe pacientes com suspeita da Covid-19, muita gente da equipe de enfermagem não passa por testes e que até os resultados dos exames dos pacientes demoram mais de uma semana para sair.

A Associação Médica Brasileira recebeu, do dia 19 de março até esta quarta (13), 3.500 denúncias de falta de equipamentos de proteção individual no Brasil. Primeiro, vem a falta de máscara. Em seguida, falta de óculos, de capote impermeável, falta de gorro, de álcool em gel 70% e de luvas.

Em um hospital de Belo Horizonte, funcionários que trabalham na linha de frente do pronto atendimento denunciam que usam máscara inadequada: “Eu trabalho com máscara comum e, às vezes, oferecem máscaras artesanais, que não são apropriadas para a gente que trabalha dentro da unidade.”

Ainda de acordo com o levantamento da Associação Médica Brasileira, há registro de denúncia em 716 cidades brasileiras de 26 estados e do Distrito Federal, boa parte dos municípios em São Paulo e Minas Gerais.

A Fundação Hospitalar de Minas Gerais declarou que o uso do capote de tecido é previsto nos protocolos clínicos, que a reutilização é necessária para manter o atendimento com racionalidade e segurança e que fornece máscaras cirúrgicas e do tipo N95 para os servidores da linha de frente.

Segundo a Fundação, o teste para diagnosticar Covid-19 nos pacientes fica pronto em 48 horas e os servidores sintomáticos também são testados.

O Ministério da Saúde não retornou o contato da TV Globo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário