terça-feira, 13 de maio de 2014

Gustavo Menelau: Dr. Morte de Recife é a ponta do iceberg!

 
“Ao lado do câncer e dos problemas de coração, os médicos estão entre os três maiores causadores de mortes atualmente.”Vernon Coleman
 
Como fui vítima de erro médico, tenho profunda empatia pelas vítimas destes canalhas albergados por CRMs, CFM, Conselhos e tutti quanti. Acho que estas entidades deveriam ser indiciadas por formação de quadrilha, pois são condescendentes com todas as más praticas, toda barberagem e indiferença praticada na medicina brasileira, quiçá, mundial!
O caso do Dr. Gustavo Menelau explodiu depois que o sujeito pintou e bordou durante anos na medicina, com suas cirurgias de gastroplastia feitas a rodo em pacientes cuja indicação era duvidosa. A vítima que levou o caso à tona, foi a empresária Fernanda Nóbrega, que passou mal após o procedimento e, a despeito de toda a dor que sentiu, foi sumariamente ignorada pela equipe médica que a atendeu, sendo diagnosticada como “ansiosa”, vindo a falecer por negligência. Revela a Delegada Maria Helena, que o indiciou :
Houve negligência uma vez que Fernanda apresentava sintomas, mesmo antes da segunda cirurgia. Logo após o segundo procedimento ela apresentou falta de ar, dores nos braços e nas costas. E todos esses sintomas foram tratados, até poucos minutos antes da morte, como ansiedade
Mas não pense que o Dr. Gustavo é o único culpado no meio da trama desta nefasta tragédia. Seria injustiça despejar o peso da culpa num homem que é apenas o retrato falado da medicina brasileira. Senão vejamos:
Mesmo com as queixas da paciente, os médicos avaliaram o quadro como estável, sendo prescritos remédios tranquilizantes.

Repare que houve outros “médicos” envolvidos, cuja única e imperdoável culpa, é a burrice ratificada pelo Cremepe. Além da óbvia negligência. Mas não é somente isso: se você quiser a prova de que as sociedades médicas, conselhos, associações e quejandos são cúmplices destes marginais de branco, eu posto aqui um trecho do Diário de Pernambuco (nem vou falar sobre o coronelismo institucional ao qual este jornal se rebaixa porque, às vezes, ele faz algo de bom.) onde o Dr. Álvaro Ferraz, listado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, joga panos quentes na possível culpabilidade do médico e na possibilidade de que haja esquema para indução de pacientes a procedimentos cirurgicos inadequados. Coisa que sabemos, porque somos crédulos e idiotas, que não acontece.
Segundo a família da paciente, o cirurgião teria incentivado ela a ganhar quilos para fazer a cirurgia. Isso realmente acontece?
Não posso afirmar isso. É difícil para o cirurgião perceber se a pessoa engordou com essa intenção quando ela chega ao consultório. Todos dizem que lutam contra a balança há muito tempo. Por isso pedimos os exames ao cardiologista e ao endocrinologista, por exemplo. Trata-se de uma cirurgia de grande porte que não podemos subestimar. Além disso, os planos colocam auditoria para investigar se está tudo dentro dos trâmites legais. Não acredito em esquema. O que existe são equipes de especialistas que trabalham com o cirurgião, que tem um lado bom, pois são pessoas de nossa confiança. Mas eles não atendem todos os planos e por isso as pessoas não são obrigadas a se consultar com eles.
O grande problem, Dr. Álvaro, é que a família da moça atesta que a mesma foi induzida pelo médico a engordar para operar e possivelmente recebeu laudos falsos de endocrinologistas. Como fica a coisa toda, Dr. Álvaro? Já sei, o Sr. não acredita em esquema, é tudo teoria da conspiração.  Mas não é somente isso. O corporativismo médico é uma monstruosidade tão grande, um câncer tão nefasto e truculento, que estas instituições só caçam os médicos quando eles matam uma meia-dúzia de pacientes. O que significa que mutilar, aleijar, mentir e enganar, tá valendo! Só não pode matar. É o famoso ditado malufiano “estupra, mas não mata!”.
Eu sei que tem muita podridão envolvida aí nesse mundo cão das cirúrgias bariátricas e outras. Muitos questionamentos que gostariamos de fazer. Como o porquê do Dr. Gustavo continuar operando, mesmo depois de tantas denúncias. Explico: Abundam relatos de pacientes dizendo-se mutilados pelo homem em cirúrgias diversas, em relatos do Facebook e nas páginas de comentários dos grandes jornais. Eu gostaria de perguntar ao Dr. Pedro Cavalcanti, que faz cirurgias bariátricas no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) e é  presidente da Sociedade de Cirurgia de Obesidade em Pernambuco, por que esse homem continuou na ativa por tanto tempo? Ou por que nunca abriram uma sindicância interna para apurar as denúncias? Foi preciso a polícia entrar solando, pelas mãos da competente delegada Maria Helena, para o Cremepe fazer algo.
Mas eu sei como o esquema funciona. A primeira coisa que mais da metade dos médicos fazem é ocultar o Termo do consentimento esclarecido do paciente, onde os riscos cirúrgicos estão dispostos, para não perderem os seus “clientes”. Eu sei porque vivi isso, quando um criminoso urologista aqui do maior e mais antigo hospital privado de Olinda me operou de varicocele e sumiu com todos os riscos da cirurgia, se limitando a dizer que era uma “cirurgia simples”, coisa que não é jamais! Resultado: fiquei com sequela. Cirurgiões também são campeões em recomendar procedimentos invasivos desnecessários a pacientes saudáveis: É a gripe tratada com cirurgia de amigdalas, a apendicite que não existia etc . Gostam também de multiplicar os procedimentos, fazendo o famoso “pacote”, assim o paciente que vai operar uma fimose, sai com uma cirurgia de vesícula, apêndice e hérnia na mesma anestesia, de modo que o médico ganha mais grana do plano de saúde do que jamais ganharia com uma simples consulta. Depois, ele não procura saber se o paciente é alérgico aos anestésicos, as medicações usadas na sedação e por fim nem aparece para dá alta, mandando em seu lugar um colega. Quando o paciente questiona uma eventual sequela, eles dizem: “isso é muito raro”. Nos casos em que paciente pede o prontuário médico, o hospital segura por fim da força e vai contra a própria lei que o obriga a entregar.
É assim que a “banda toca”. Enquanto a CPI do Erro Médico não acontecer, os casos continuarão a se multiplicar. Eu só espero que a vida de Fernanda não tenha sido tomada em vão, espero que sua história abra o olhos dos outros pacientes: nunca se submetam a procedimento médico-invasivo sem consultar uma segunda opinião ou sem ler estudos científicos que explanem os riscos e benefícios da cirurgia e nunca confie cegamente em seu cirurgião. Em geral, eles inflacionam as estatísticas de sucesso dos procedimentos e deflacionam os riscos.

Fontes:
http://www.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/cotidiano/noticias/arqs/2013/12/0138.html

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2013/11/06/interna_vidaurbana,472216/empresaria-morre-apos-cirurgia-de-reducao-de-estomago.shtml

http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/12/medico-e-indiciado-por-negligencia-em-morte-de-paciente-apos-gastroplastia.html

http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/12/medicos-alertam-para-risco-de-cirurgia-bariatrica-apos-caso-polemico-em-pe.html

http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/28684

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2014/01/16/interna_vidaurbana,484591/nova-denuncia-contra-cirurgiao.shtml

Nenhum comentário:

Postar um comentário