sábado, 30 de setembro de 2017

Polícia Civil investiga denúncia de uso indevido de verbas públicas pelo Ielar

Valor desviado de finalidade foi de R$ 663 mil.
 
   Hospital Ielar está fechado em Rio Preto (Foto: Reprodução/TV TEM)
 
 
A Polícia Civil está investigando uma denúncia de que diretores do Ielar, que administrava o hospital Ielar, teriam usado de forma indevida verbas públicas. O instituto era responsável pela administração do hospital fechado há seis meses e pela contratação de funcionários da saúde pela prefeitura.
 
A denúncia foi feita pela Secretaria de Saúde ao Ministério Público, que então pediu a investigação policial. O valor desviado de finalidade foi de R$ 663 mil. A Secretaria de Saúde do município percebeu a diferença na prestação de contas de um convênio.
 
“A Secretaria de Saúde firmou convênio com o Ielar para contratar e gerenciar funcionários para a unidade de saúde da prefeitura e encaminhava a importância de R$ 3 milhões. Ao analisar os balancetes, observamos o desvio que serviu para o Ielar pagasse contas particulares. Encaminhamos então a documentação ao Ministério Público”, afirma Antônio Baldin, assessor especial de Saúde.
 
O dinheiro, segundo Baldin, foi empregado para pagamentos de energia elétrica do hospital, divida com empresas e outras atividades a fins que não eram para serem utilizados.
 
O Ielar admitiu a dívida, mas disse que o dinheiro não foi usado indevidamente. O dinheiro serviu para pagar impostos da prefeitura porque o Ielar queria renovar o convênio com o município. A instituição quer agora fazer o pagamento da dívida em 60 meses.
 
O hospital
 
O Hospital do Ielar parou de fazer atendimentos em março depois de um impasse entre a administração e a prefeitura. O impasse vinha desde o começo do ano porque a prefeitura parou de repassar verbas à Associação Espírita Nosso Lar. As contas da instituição referentes a 2010 e 2011 foram reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado.
 
Pelo que diz a lei, o município fica impedido de depositar o dinheiro. Com isso o Ministério Público propôs um TAC, Termo de Ajustamento de Conduta, dizendo que a prefeitura não seria punida caso a verba continuasse sendo repassada. Mas o prefeito não assinou, alegando que foi orientado pela Procuradoria Geral do Município. Com isso o hospital foi fechado.
 

Paciente espera cinco horas por consulta, discute com médica e caso acaba na polícia

Médica denunciou dona de casa por desacato e ameaça; paciente nega agressões e acusa profissional de desrespeito
 
 
O atendimento médico em uma UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) acabou virando caso de polícia após a médica Karla Marques de Mello Rodrigues, 28 anos, e a paciente Valdelice da Silva Neto, 39 anos, brigarem durante a consulta. O caso aconteceu em Anastácio, distante 140 quilômetros da Capital.  
 
Segundo a paciente, ela foi até a UBSF um dia antes, quando o atendimento foi suspenso e só avisaram após algumas horas de espera. “Fui no outro dia, cheguei as 10h com uma dor de cabeça intensa. Ela chegou era 13h30 e entrou sem sequer dar boa tarde. Entrou para a sala da enfermagem e, quando já estava perto das 15h, bati na porta e as duas estavam no celular papeando”, contou.
 
A dona de casa conta que só queria trocar a receita, pois o primeiro medicamento que foi receitado era muito caro e ela não tinha condições de comprar. “Ela gritou comigo, mandou eu calar a boca, ela foi na polícia e me acusou de várias coisas, de jogar as coisas no rosto dela. Eu sou ignorante, mas não gritei com ela, porque ainda pedi desculpas para ela, porque ela tem nojo de encostar na gente”, conta com fala simples.
 
“Ela disse que não ia me atender, eu fiquei muito nervosa, sou pernambucana, avexada e, com muita dor de cabeça, fiquei nervosa. Mas em nenhum momento eu agredi ela, xinguei ou fiz qualquer coisa. Pedi para ela retirar a queixa, porque essa atitude de sujar meu nome. Nunca passei por isso na vida”, lamenta.
 
Valdelice afirmou que é um descaso idosos, pessoas com dores, estarem em fila esperando. “E quando a gente abre a porta, depois de quatro, cinco horas esperando uma está no computador e outra no WhatsApp. Isso é revoltante”.  Agora, Valdelice teme que o registro do boletim de ocorrência a atrapalhe para trabalhar.
 
Outro lado

A médica fez um boletim de ocorrência na delegacia onde afirmou que estava em reunião com a enfermeira do local e que teria sido intimidada e ameaçada pela paciente durante o atendimento.
 
O registro policial aponta que a médica mandou a paciente procurar a emergência e que teria então sido atacada com os papéis, que seriam exames e receitas. Ainda de acordo com o que ela narrou, após a discussão, a paciente teria dito que era “bom não desmerecer, senão você já sabe”, fazendo isso em tom de ameaça e por isso ela teme pela integridade física dela.
 

Médico denuncia profissionais atuando sem especialização no HGR



Durante audiência pública sobre saúde no estado de Roraima, o Dr. Wilson Lessa denunciou a existência de dois profissionais da medicina atuando sem devida especialização no Hospital Geral de Roraima (HGR). Ele afirma que, dos três médicos psiquiatras atuantes na linha de frente da unidade de saúde, apenas um possui especialidade na área psiquiatria. A denúncia causou controvérsia entre os profissionais presentes no evento.
 
De acordo com o coordenador da Câmara Técnica de Psiquiatria do Conselho Regional de Medicina de Roraima, Dr. Laerte Thomé a situação pode ser interpretada de dois pontos de vista.
 
“Já posso adiantar que na condição de médico, o profissional pode exercer quaisquer especialidades que lhe convenham. Por outro lado, veja bem, é como se da noite pro dia eu me intitulasse neurocirurgião e abrisse uma cabeça: eu não tenho expertise para isso, não posso fazê-lo. O erro está colocar em meu carimbo uma especialização da qual eu não fiz residência ou prova de título”, explicou.
 
Para o Secretário de Saúde do Estado, Paulo Linhares, o primeiro passo é formalizar a denúncia no Conselho Regional de Medicina.
 
“A partir do momento que o conselho autoriza o exercimento da profissão, independente de especialização, a Secretaria de Estado de Saúde não pode fazer nada”, contou.
 

Rachaduras, fungos e infiltrações em hospitais públicos

Vídeo gravado no Hospital de Messejana - com lagartixa e infiltrações nas paredes de centro cirúrgico %u2014 é, para o Sindicato dos Médicos, retrato do caos da saúde pública de Estado e Município
 
 
 
Após cirurgia de revascularização do miocárdio, conhecida como ponte de safena, médico mostra fungos, rachaduras próprias de infiltrações e uma lagartixa na sala onde o procedimento foi realizado.
 
O vídeo foi gravado esta semana, no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, por médico que não quis ser identificado. Junto a isso, escorpiões “encontrados diariamente” nos Gonzaguinhas e paredes seguradas por estacas no Gonzaguinha do José Walter, segundo denúncia do Sindicato dos Médicos do Ceará, são exemplos do caos da saúde pública no Estado e no Município.
 
“A regra hoje é trabalhar nos hospitais da rede pública municipal e estadual em condições precárias de salubridade. O agravante é que eu recebi um vídeo novo em que foi encontrado um gato dentro da sala cirúrgica de cardiologia de Messejana. A cirurgia não foi feita porque tinha um gato dentro da sala. Esses animais entram por frestas na parede’, relata Mayra Pinheiro, presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará. O POVO não teve acesso ao vídeo citado por ela.
 
À precariedade estrutural das unidades se soma a suspensão de cirurgias cardíacas em hospitais da rede privada credenciada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Essa interrupção no atendimento tem superlotado o Hospital de Messejana, segundo o Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec).
 
Como O POVO noticiou quinta-feira, 21, o órgão enviou ofício ao Governo do Estado demonstrando preocupação com o crescimento do número de pacientes na unidade, referência no diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas. “O Messejana não tem condições de dar vazão a todos esses procedimentos. Já temos uma fila imensa, vários pacientes ficam nas enfermarias do hospital durante dias porque não conseguem fazer a cirurgia e não podem voltar para casa porque são pacientes graves”, destaca Mayra, salientando também que a entidade repassou ofício a deputados listando problemas da rede pública de saúde.
 
Reparos

A assessoria da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) informou, por meio de nota, que “a sala 1 do Centro Cirúrgico do Hospital de Messejana está passando pelos reparos necessários. O material para execução da obra já havia sido adquirido”.
 
“A diretoria administrativa, juntamente com a equipe do centro cirúrgico, avaliou uma data para que pudesse ser realizada a reforma, sem prejudicar a alta demanda de cirurgias programadas no hospital. As salas do Centro Cirúrgico são higienizadas diariamente, contam com telas de proteção e passam por dedetização regular”, declara a Sesa.
 
O coordenador dos Hospitais e Unidades Especializadas da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Romel Araújo disse desconhecer a existência de estacas servindo de escoras no Gonzaguinha do José Walter, mas admite haver infiltrações na sala de parto que necessitam de reforma. “Nesta quarta, foi liberada ordem de serviço para reforma que deve começar logo. Lá será feita a troca da cobertura e a obra está orçada em R$ 190 mil”, detalha. Sobre os escorpiões que teriam sido vistos nos Gonzaguinhas, o gestor afirma não ter havido relato por parte das direções das unidades.
 
Ele informa que os Frotinhas de Messejana e do Antônio Bezerra, além do Hospital Nossa Senhora da Conceição, estão passando por reformas estruturantes que têm prazo de finalização em dezembro, outubro e novembro, respectivamente. (Colaborou Lucas Braga)
 
Saiba mais

Sobre a suspensão dos contratos das unidades privadas que realizam cirurgia cardíaca por meio de credenciamento no SUS, a SMS informou que “as cirurgias cardiovasculares ofertadas pelo SUS estão sendo realizadas no Hospital de Messejana”.
 
“A SMS esclarece que os serviços disponíveis para o SUS estão normalizados e em fase de ampliação, através de chamamento público, que está andamento, para áreas diversas, incluindo a cardiologia”, informou a assessoria, por meio de nota.
 

Morador denuncia saúde precária em Chupinguaia; secretário nega


Texto: Extra de Rondônia
Fotos: Internauta

A redação do Extra de Rondônia recebeu nesta terça-feira, 26, áudio de um morador do Corgão, no qual afirma que sua filha havia quebrado o braço, e ele teve que pagar R$ 150,00 a um veículo particular para transportar a filha até ao hospital de Chupinguaia, pois ambulância que atende a comunidade, há dias não está no Posto de Saúde.
 
O denunciante ressalta que foi informado que enquanto a população insistir em fazer denúncias ao Extra de Rondônia em relação à falta de ambulância e ao estado de abandono que se encontra o Posto de Saúde, a comunidade ficará desguarnecida de qualquer providencia por parte da prefeitura.
 
O outro lado
 
A reportagem entrou em contado via telefone com o Secretário Municipal de Saúde, Fábio Novaes, no qual foi categórico em desmentir o denunciante.
 
De acordo com o secretário, a saúde em Chupinguaia não está tão ruim como a população relata. Fábio ressalta que o Posto de Saúde do Corgão, objeto de denuncias por parte da comunidade, foi fechado há seis anos por determinação da justiça.
 
“A justificativa seria a falta de demanda, era inviável manter servidores se não havia pessoas para atender. Com isso, foi realizado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e ficou acordado que a cada 15 dias uma equipe da saúde da família faria atendimento no Corgão, no qual está sendo cumprido”, salientou Fábio.
 
A questão da ambulância não estar à disposição da comunidade, o secretário afirma que a mesma está passando por reparos mecânicos e tão logo fique pronta de imediato voltará à base no Corgão.
 
Novaes ainda ressalta sobre a regulação médica das urgências que é um sistema de acolhimento de solicitações de ajuda. O médico regulador decide de acordo com as informações colhidas, o tipo de atendimento que o paciente precisa e depois encaminhá-lo para o local já pré-determinado.
 
No caso da menina que segundo o pai tinha quebrado o braço, Fábio relata que o médico não confirmou, pois o hospital do município não tem aparelho de Raio X, mas que a demora em transferir a paciente para o Hospital Regional de Vilhena, foi em torno de uma hora e meia.
 
Para finalizar a entrevista, o secretário afirma que nos distritos do Guaporé, Boa Esperança e Novo Plano, os Postos de Saúde todos tem equipes de plantão 24 horas.
 

Após pai se acorrentar em poste, menino com suspeita de tumor consegue transferência para o Hospital de Clínicas

Garoto de 14 anos, que estava internado no Hospital de Farroupilha, vai passar por cirurgia nesta tarde
 
Na segunda-feira, pai se acorrentou a poste no centro de Farroupilha
 
Um dia depois de o pai se acorrentar a um poste em frente ao Hospital de Farroupilha, na Serra, o menino de 14 anos com suspeita de tumor ósseo e que aguardava uma cirurgia no fêmur conseguiu transferência para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A vaga foi confirmada na terça-feira (26) por meio da Central de Regulação de Leitos do Estado. 
 
O tom de desespero de Anério Zimmer na segunda-feira deu lugar a um sentimento de calma:
- Agora estou bem. Ele vai ser operado hoje, às 13h. A suspeita é que (o tumor) não seja maligno, que tenha surgido por causa do machucado - conta.
 
A família é de Alto Feliz, onde o garoto fazia fisioterapia para lesão muscular desde o início do mês de agosto depois de ter se machucado enquanto brincava. Como ele quebrou o fêmur há cerca de 10 dias, foi levado para Farroupilha, onde deveria passar por cirurgia de média complexidade. 
 
Durante o atendimento, surgiu a suspeita do tumor ósseo. Por isso, ele precisava ser levado para Porto Alegre, onde três hospitais são habilitados pelo SUS para casos de oncologia infantil. Entre o período que foi cadastrado na Central de Leitos e a transferência, o menino aguardou nove dias.
 
Desesperado, o pai chamou a atenção para a demora se acorrentando no centro de Farroupilha no início da manhã de segunda-feira. A titular da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde, Solange Sonda, disse que não havia demora para o atendimento e que o prazo variava conforme a situação de cada paciente. 
 

Taxista denuncia omissão do Samu em Coruripe

Serviço alega que não negou atendimento e que instruiu familiar de paciente sobre como proceder diante da crise epiléptica
 
Taxista alega que não conseguiu atendimento para a irmã em Coruripe
FOTO: HEliana Gonçalves
 
O taxista Tarcísio Ramos Azevedo denunciou à Gazetaweb, na tarde desta quinta-feira (28), que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) teria se negado a prestar socorro a sua irmã, no município de Coruripe, litoral Sul do estado. Ele conta ter ligado para o 192 em busca de ajuda para a paciente com mais de 130 kg, a fim de que a mesma, inconsciente, fosse levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Ele alega que, apesar de ter corrido risco de vida, a base do Samu não disponibilizou nenhuma equipe após o chamado. A assessoria do Samu, por sua vez, nega qualquer conduta negligente.
 
"Minha irmã ficou inconsciente por cerca de 1 hora", denuncia o taxista, assegurando que houve omissão. Segundo ele, antes de chegar em casa, sua vizinha já havia entrado em contato com o Samu, pedindo que uma unidade móvel fosse enviada para o transporte da paciente. Contudo, mesmo descrevendo o sofrimento da paciente, o socorro não chegou. 
 
A reportagem teve acesso à gravação do telefonema entre o irmão e a atendente do Samu. Na ocasião, ela justifica que o não envio da viatura seria fruto de recomendação do médico plantonista. 
 
"Eu estou denunciando esta omissão de socorro para que casos como este não voltem a acontecer. Não é possível que uma pessoa inconsciente não receba a devida assistência. Eles pediram que eu a levasse no meu carro, mas não tenho técnica para isso. Essa situação colocou em risco a vida da minha irmã. Isso jamais pode voltar a acontecer", afirmou o taxista. 
 
Ainda segundo o denunciante, após a segunda negativa, familiares ligaram para o Corpo de Bombeiros, quando militares instruíram os familiares sobre como retirar a paciente do local em que estava, encaminhando-a para a UPA. "Depois de tudo isso é que consegui uma ambulância da prefeitura e, com a ajuda dos bombeiros, que nos auxiliou por telefone, consegui levar minha irmão para a unidade de saúde", reforçou o taxista. 
 
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Samu garantiu que o médico plantonista instruiu os familiares da paciente sobre como conduzir o quadro de crise epiléptica. Segundo a assessoria, 95% dos casos registrados duram até três minutos, não necessitando da ajuda de profissionais do serviço.
 
A assessoria assegurou ainda que as equipes do Samu estão orientadas a ofertar o socorro ao paciente somente quando as crises forem sucessivas, levando-o ao pronto socorro mais próximo.   
 

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Gravida de gêmeos está há cinco dias com filho morto na barriga



Uma jovem de 18 anos, grávida de gêmeos e com quase 9 meses de gestação, espera há mais de cinco dias para retirar um dos bebês que está morto da barriga. A informação é de familiares de Vanessa de Sousa Costa, que foi internada na quinta-feira (21) no Hospital Municipal em Santarém, no Pará. Segundo a família, já se passaram mais de cinco dias e a paciente está recebendo apenas medicação para induzir o parto. Familiares alegam demora e negligência do hospital.
 
Foi por meio do exame de ultrassonografia que a equipe médica detectou a jovem estaria com um bebê morto e outro vivo, logo que ela deu entrada no hospital. Ao G1, a mãe de Vanessa, dona Solenilda de Sousa de Costa, relatou a preocupação com a filha e com o bebê que ainda está vivo. Ambos são do sexo masculino. Solenilda disse que a morte informada pelos médicos foi causada por uma má formação da criança.
 
A família cobra mais agilidade no atendimento e o correto seria Vanessa passar por uma cirurgia para retirar as crianças. Segundo a mãe, Vanessa está aparentemente bem e que o parto está demorando mais que o previsto. “A médica disse que ela está bem. Ela está sendo medicada, eles vão lá verificar a pressão. Eu perguntei se ela não corria risco, eles disseram que não. Estou muito preocupada porque faz dias que ela está assim”, disse.
 
A Secretaria Municipal de Saúde informou que Vanessa de Sousa Costa está internada no setor de obstetrícia do Hospital Municipal com quadro de hipertensão. A paciente apresenta quadro estável, está sendo medicada e monitorada pela equipe médica e de enfermagem. A nota diz ainda que Vanessa está no 8º mês de gravidez e por conta disso, a equipe médica está realizando um trabalho de conservação do feto que está vivo.
 

Mais outra denuncia grave sobre descaso no Hospital Dom Malan. Paciente é obrigada a ser levada as pressas para Juazeiro




Mais outro caso grave de negligência médica foi denunciado na manhã desta quarta-feira (27) na imprensa em Petrolina. Segundo a senhora Lindinalva Divina Marques, moradora do bairro São Gonçalo, em Petrolina, levou a paciente Leomaria Landris para o Hospital Dom Malan e chegando na unidade fez triagem, sendo que logo depois o enfermeiro que atendeu pediu para esperar no corredor. Com o passar dos minutos a situação da paciente se agravou, deixando ela e o marido em estado de pânico, e no momento de agonia eles correram a procura de socorro e quando abriram uma das portas do hospital encontraram enfermeiros dormindo.
 
“Está um descaso muito grande no hospital com as pessoas que chegam para ganhar neném com os enfermeiro dormindo, os médicos se recusam atender, provavelmente estivessem também dormindo. Eu cheguei com a paciente por volta de 2:45 horas da manhã de hoje para fazer um parto de urgência com a bolsa estourada, a criança defecou dentro dela, foi obrigada a retirar de lá as pressas e levamos para a Clise em Juazeiro. Já como os enfermeiros e os médicos não querem trabalhar, que deem lugar para quem queira. O que não falta é um monte de profissionais desempregados querendo trabalhar”, disparou.
 
Lindinalva afirmou ainda que com o passar do tempo a situação da paciente se agravou sentindo fortes dores, e em um determinado momento, a parturiente foi ao banheiro, e na saída estava com a bolsa estourada derramando liquido de cor amarela, foi naquele momento que ela e seu marido estraram em desespero a procura de atendimento. “Eu e meu marido saímos gritando pedindo pedindo ajuda, e naquele mesmo momento quando abrimos uma das portas do hospital encontramos todos os enfermeiros dormindo, e o médico ninguém tinha notícia”, denunciou.
 
Ela concluiu afirmando que outras pacientes estavam passando pela mesma situação de humilhação. “Na parte de fora tinha outras mulheres necessitando de atendimento. Eles queriam colocar Leomaria no corredor, foi quando reagimos em dizer que não ficava. Em Juazeiro ela foi muito bem recebida, o médico que a recebeu ficou indignado com o hospital daqui, mas graças a Deus, ela e a criança estão passando bem”.
 
Enquanto isso os vereadores estão brigando entre si querendo outros mandatos. Já a administração Miguel Coelho (PSB) não toma qualquer tipo de providência para resolver o problema da saúde no município. As atenções do gestor estão voltadas para PMDB e as eleições de 2018.
 

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Erro médico: Paciente será indenizada por ter compressa hospitalar esquecida durante parto cesariana

Estado do Acre, responsabilizado objetivamente, foi condenado a pagar R$ 20 mil de danos morais e R$ 10 mil pelos danos estéticos
 
 
 
A autora do Processo n°0707863-03.2016.8.01.0001 teve garantido pelo Juízo da Vara de Execução Fiscal da Comarca de Rio Branco o direito de ser indenizada, em função de médicos terem esquecido compressa hospitalar dentro dela. Assim, o Estado do Acre, responsabilizado objetivamente, pois o erro médico foi cometido por equipe de hospital público, deverá pagar R$ 20 mil de danos morais e R$ 10 mil pelos danos estéticos causados na mulher.
 
Ao estipular os valores indenizatórios, a juíza de Direito Mirla Regina escreveu, na sentença, publicada na edição n°5.965 do Diário da Justiça Eletrônico (fl.72), que “a autora, além da tormentosa circunstância, teve que submeter-se a novo procedimento cirúrgico poucos dias após um parto cesariana”.
 
De acordo com a autora, logo após ter feito o parto cesariana na maternidade pública, começou a sentir fortes dores, os médicos suspeitaram de perfuração da artéria do intestino, por isso, a submeteram a novo procedimento cirúrgico, onde constataram compressa hospitalar esquecida dentro dela na cirurgia anterior.
 
Sentença
 
Discorrendo sobre a responsabilidade civil e objetiva, que advém da Teoria do Risco Administrativo, a juíza de Direito, titular da unidade judiciária, observou que o requerido se enquadra nisso, pois foram seus servidores que foram negligentes com a cirurgia cesárea ao esquecerem-se de retirar a compressa hospitalar da paciente.
 
“Verifica-se, portanto, que o esquecimento da compressa cirúrgica no organismo da autora constitui fato incontroverso, de resto, também não impugnado pelo requerido em sua contestação, acarretando, em consequência, o dever de indenizar, notadamente por tratar-se de responsabilidade objetiva, que prescinde da comprovação de culpa, devendo o Estado responder pelos danos advindos da falha de seus profissionais”, afirmou a magistrada.
 
Mirla Regina ainda reconheceu o dano estético causado à autora, em função da cicatriz que ficou no abdômen da autora, afinal, como afirmou a magistrada, o dano “(…) não teria ocorrido sem a nova cirurgia, consistindo, certamente, motivo de constrangimento em situações específicas”.
 

terça-feira, 26 de setembro de 2017

DIREITO DO PACIENTE




Você conhece todos eles? Pois saiba que hospitais e profissionais de saúde têm uma série de obrigações legais para com seus usuários.

Faça valer os seus direitos e saiba a quem recorrer caso eles sejam desrespeitados.
 
Embora alguns detalhes variem de um Estado a outro, são estes os direitos do paciente:
 
- Os profissionais da saúde devem dar ao paciente um atendimento humano, atencioso e respeitoso, em local digno e adequado.
 
- O paciente deve ser identificado por seu nome e sobrenome, nunca pela doença ou problema de saúde que o afete – e nem de maneira genérica, imprópria, desrespeitosa ou preconceituosa.
 
- O paciente tem direito a receber, tão logo chegue ao consultório ou instituição de saúde, um atendimento imediato capaz de assegura-lhe conforto e bem-estar.
 
-  O profissional da saúde deve portar crachá com nome completo, cargo e função, de forma que o paciente possa identifica-lo facilmente.
 
-  A pessoa tem direito a marcar suas consultas com antecedência e o tempo de espera no local do atendimento não deve ultrapassar 30 minutos.
 
-  O material utilizado em qualquer procedimento médico deve ser descartável ou rigorosamente esterilizado, sendo manipulado de acordo com todas as normas de assepsia e higiene.
 
-  O paciente deve receber explicações claras e detalhadas sobre exames realizados, bem como sobre a finalidade de eventual coleta de material para análise.
 
-  O indivíduo tem direito a informações claras, objetivas e, se preciso, adaptadas à sua capacidade de entendimento, sobre as ações diagnósticos e terapêuticas e suas consequências, duração prevista do tratamento, áreas do organismo afetadas pelo problema, patologias envolvidas, necessidade ou não de anestesia e instrumental a ser utilizado. Deve ainda ser informado se o tratamento ou diagnóstico for experimental, sobre se os benefícios obtidos são proporcionais aos riscos e sobre a possibilidade de agravamento dos sintomas da patologia.
 
-  O paciente pode recusar qualquer tratamento experimental. Se não tiver condições de expressar sua vontade, os familiares ou responsáveis deverão manifestar o consentimento por escrito. É direito do paciente recusar qualquer diagnóstico ou procedimento terapêutico.
 
- O consentimento deve ser expresso de maneira livre e voluntária, depois de prestados todos os esclarecimentos necessários. Se porventura ocorrer alterações significativas em seus estado de saúde ou nas causas do consentimento inicial, o paciente deverá ser novamente consultado.
 
-  A pessoa em tratamento pode revogar tal consentimento a qualquer instante por decisão livre, consciente e esclarecida, sem que lhe sejam imputadas sanções morais ou jurídicas.
 
-  O paciente tem livre acesso a seu prontuário médico. O mesmo deve ser legível e conter os documentos do seu histórico, dados sobre o início e a evolução do problema, o raciocínio clínico do profissional da saúde, exames e condutas terapêuticas, bem como relatórios e demais anotações.
 
-  O diagnóstico e o tratamento devem ser registrados por escrito, de forma clara e legível, repassados ao paciente, constando desse registro o nome do médico e seu número de inscrição no respectivo Conselho Profissional.
 
-  Os medicamentos devem ser acompanhados de suas bulas, impressas de forma clara e legível, e repassados ao paciente, constando desse registro o nome do médico e seu número de inscrição no respectivo Conselho Profissional.
 
-  Os medicamentos devem ser acompanhados de suas bulas, impressas de forma compreensível, com data de fabricação e prazo de validade do processo. Deve constar nas receitas o nome genérico do medicamento, de acordo com a Lei do Genérico, e não apenas seu código.
 
- A receita deve ser impressa datilografada ou escrita em caligrafia perfeitamente legível, com assinatura do médico e o carimbo com seu número de registro no respectivo Conselho Profissional.
 
-  O hospital é obrigado a informar ao paciente a procedência do sangue ou dos hemoderivados a serem utilizados transfusões, bem como as bolsas de sangue devem conter carimbo atestando as respectivas sorologias e sua validade. Na hipótese de o paciente se achar inconsciente, devem ser anotados em seu prontuário todos os dados referentes à medicação, sangue ou hemoderivados, com informações sobre a origem, tipo e prazos de validade.
 
-  O paciente tem direito de saber, com segurança e antecipadamente, por meio de testes e exames, que não é diabético, portador de algum tipo de anemia e nem alérgico a determinados medicamentos (anestésicos, penicilina, sulfas, soro antitetânico, etc).
 
-  O paciente tem direito a acompanhante tanto nas consultas quanto nas internações. A visita de parentes e amigos deve ser restrita a horários compatíveis e não comprometer as atividades médico-sanitárias. Em caso de parto, a mulher poderá solicitar a presença do marido.
 
-  São garantias aos indivíduos segurança e integridade física nos estabelecimentos de saúde, sejam eles públicos ou privados. Todos têm direito a contas detalhadas, com valores discriminados sobre tratamento, exames, medicação, internação e demais procedimentos.
 
-  Ninguém pode ser discriminado em estabelecimento de saúde por portar qualquer patologia, especialmente AIDS e doenças infectocontagiosas.
 
-  O paciente tem direito a medicamentos e equipamentos capazes de lhe assegurar a vida e a saúde.
 
- O paciente tem direito a resguardar informações de caráter pessoal, pela manutenção do sigilo médico, desde que isso não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública. Tais informações incluem tudo o que, mesmo desconhecido pela própria pessoa, seja do conhecimento do profissional de saúde em decorrência de conclusões obtidas a partir do histórico do paciente e dos exame.
 
-  O paciente tem direito à privacidade- seja no leito, seja fora dele – quando satisfazer suas necessidades fisiológicas e higiênicas, incluindo o ato de alimentar-se.
 
-  A parturiente pode exigir a presença de um neonatalogista por ocasião do parto.
 
-  A maternidade é obrigada a realizar em todos os recém-nascidos o chamado teste do pezinho para detectar a presença de fenilcetonuría.
 
-  O paciente tem direito à indenização pecuniária no caso de imprudência, negligência ou imperícia por parte dos profissionais de saúde.
 
-  Não pode faltar assistência adequada mesmo em períodos festivos, feriados ou durante greves. O indivíduo doente pode recusar assistência moral, psicológica, social e religiosa.
 
-  A pessoa tem direito à morte digna e serena, podendo optar ela própria (desde que lúcida), a família ou o responsável, pelo local onde desejar morrer, se quer ou não companhia de pessoa nesse momento ou se deseja submeter-se-á algum tratamento doloroso que lhe prolongue a vida.
 
-  O paciente tem direito à dignidade e ao respeito mesmo após a morte. Os familiares ou responsáveis devem ser avisados imediatamente após o óbito.
 
- É assegurado o direito a um órgão jurídico específico da área de saúde, sem ônus e de fácil acesso.
 
A QUEM RECORRER:

Se você sentiu-se lesado em seus direitos, acha que foi vítima de erro médico ou esteve submetido a um atendimento desrespeitoso, procure ajuda especializada:
 
. Conselho Regional de Medicina de seu Estado
O de Pernambuco - CREMEPE,  fica na Rua Conselheiro Portela, 203 - Espinheiro, Recife - PE, CEP: 52020-030
Telefone: (81) 2123-5777
 
. Comissão de Ética Médica do Hospital: toda instituição tem a sua equipe, cuja função, entre outras, é a de fiscalizar o desempenho ético da medicina dentro do local.

CONSELHOS DE SAÚDE:

Conselho Municipal de Saúde do Recife.
R. dos Palmares, 239 - Santo Amaro, Recife - PE, 50040-010
Tel. (81) 3355 - 3827/3355 - 4346
e-mail: cmsrecife@recife.pe.gov.br
Site: http://cmsaude-recife.blogspot.com.br/

A maioria dos municípios dos Estados têm seus conselhos de saúde.

Conselho Estadual de Saúde de Pernambuco
Rua João Fernandes Vieira, 518 - Boa Vista, Recife - PE, 50050-200
Tel. (81) 3184-4210
e-mail: ces@saude.pe.gov.br
Site: http://www.ces.saude.pe.gov.br/

Conselho Nacional de Saúde.
Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo Ala B, 1 andar, salas 128 a 147, Brasília, DF
CEP 70058-900
Tel. (61) 315-2150
e-mail - cns@saude.gov.br
Site - http://conselho.saude.gov.br.

PARA DENUNCIAR ABUSOS DE PLANOS DE SAÚDE:

PROCON - PE.
Rua Floriano Peixoto, 141 -  Bairro de São José
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Paciente morre após aparelho cair sobre sua cabeça no hospital



Veja SP A estudante morreu no final da noite deste domingo (24)


Uma estudante morreu no final da noite deste domingo (24), vítima de um acidente dentro da Santa Casa de Barretos (SP). Beatriz Pires Cardoso, de 19 anos, havia sido internada no local no dia 16 deste mês devido à queda de um cavalo, tendo passado por uma cirurgia.
 
Segundo a família, ela estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas se recuperava bem de um traumatismo craniano. A situação, porém, teria se agravado no dia seguinte após um aparelho de videomonitoramento cardíaco cair sobre a sua cabeça.
 
A estudante então acabou não resistindo e faleceu, sendo seu sepultamento realizado na tarde desta segunda-feira (25). A família procurou a polícia, que registrou inquérito para apurar se houve negligência médica e quem seria o responsável.
 
O delegado Antônio Alício Simões Júnior contou que o caso foi registrado como homicídio culposo. Mas são aguardados laudos periciais e exames do IML (Instituto Médico Legal) que ajudarão a esclarecer o que aconteceu dentro do hospital. “Precisamos saber, por exemplo, se o aparelho estava em local seguro”, explicou.
 
Questionada pela reportagem, a Santa Casa de Misericórdia de Barretos confirmou o óbito da estudante, mas sem entrar em detalhes. A instituição informou apenas que “colaborará com as autoridades para apuração completa de todos os fatos”.
 

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Médico que fornece falso atestado justifica que é socialista: 'trabalhador é uma vítima'

Ele faz atestados médicos a pacientes sem qualquer doença. Médico de São José dos Campos admite o erro, mas nega obter vantagem financeira.
 
 
Trecho de texto postado pelo médico em uma rede social (Foto: Reprodução/Facebook)
 
O médico Ildemar Cavalcante Guedes, flagrado emitindo um atestado falso depois combinar o diagnóstico com paciente, admitiu o erro, afirmou que é um profissional de índole socialista e que fornece os atestados para ajudar quem precisa. 
 
 
"O trabalhador brasileiro é uma vítima e, as pessoas que exploram os trabalhadores brasileiros não querem ver ninguém se posicionando a favor do trabalhador", disse o médico Ildemar.  
 
O Conselho Regional de Medicina (CRM) instaurou uma sindicância para apurar o caso. Por causa da conduta, o médico pode ser punido com uma advertência, suspensão ou até ter o registro cassado. Ele nega que tenha agido com o propósito de obter vantagem. "Não vendo atestado", garantiu. O médico pode ainda responder criminalmente.
 
A suspeita de que os atestados emitidos pelo médico eram falsos surgiu quando a diretora de uma empreiteira de São José dos Campos (SP), cidade onde Ildemar atua há 30 anos. Ela percebeu que quatro funcionários apresentaram atestados do mesmo médico, sendo que um dos empregados chegou a entregar três atestados no mesmo mês.
 
“A gente mandou então um funcionário de nossa confiança e ele conseguiu comprar com a maior facilidade”, afirmou a mulher que não quis se identificar.
 
A gravação obtida pela TV Vanguarda, exibida nesta sexta-feira (22), mostra um atendimento que durou sete minutos. O paciente não precisou agendar consulta. A imagem mostra que o homem já chega e pede um atestado. Ele diz que quer faltar no trabalho a semana toda. O paciente não relata qualquer sintoma de doença, nem examinado.
 
Questionado pelo paciente sobre o valor do atestado, o médico afirma que o preço já está incluso no valor da consulta, que é de R$ 100. Ele preenche no atestado que o paciente saudável está com uma doença infecção respiratória - diagnóstico falso discutido entre paciente e médico antes da emissão do documento. O médico ainda deu uma receita para o paciente comprar antibióticos.
 
O médico, ao ser confrontado com o vídeo, disse que foi vítima de uma 'armadilha' de alguém que quer desmoralizá-lo para que ele interrompa as ações solidárias aos pobres e oprimidos.
 
"Os trabalhadores sempre aparecem com uma história de sofrimento e necessidade para conseguir o atestado. Fico sensibilizado e forneço", explicou em uma postagem no Facebook.
 
O texto, em que ele assegura que não fornece os falsos atestados por dinheiro, foi apagado minutos depois de ser publicado.
 
"Ás vezes sou procurado por pessoas pobres que estão aflitas para encontrarem um parente doente em outra cidade, ou então consgeuir um atestado médico para não sofrer um desconto injusto no salário que pode agravar a situação de énúria em que vivem. Sempre que posso, ajudo", disse em outro trecho da postagem.

Carreira 

Ildemar já foi secretário de Saúde em São José dos Campos, no governo da prefeita Ângela Guadagnin (PT), em 1993. Ele foi filiado ao Partidos dos Trabalhadores até 2004.
 
Ele também trabalhou 32 anos como médico concursado da prefeitura, até se aposentar.
 
Crime
A Polícia Civil informou que quem vende atestado médico pode responder pelo crime de falsidade ideológica, com até três anos de prisão.
 
Quem compra pode responder por uso de documento falso, que prevê até 6 anos de prisão e demissão por justa causa.
  

Médico perfura intestino e deixa gaze no abdômen da paciente em Cuiabá, hospital é condenado

A mulher ficou seis meses com o objeto no abdômen e precisou se submeter a duas cirurgias de reconstrução do intestino.
 
 
 
 
O juiz Luiz Octávio Saboia Ribeiro, da Terceira Vara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), condenou a Sociedade de Proteção a Maternidade e Infância de Cuiabá (Universidade de Cuiabá – UNIC e Hospital Geral Universitário – HGU) em R$ 53,4 mil, a título de danos morais e materiais, em favor de mulher submetida a erros médicos durante uma cirurgia de apendicite.
 
Seu intestino grosso foi perfurado durante o procedimento. Não bastando, uma gaze foi esquecida no corpo da vítima. Ela ficou seis meses com o objeto no abdômem e precisou se submeter a duas cirurgias de reconstrução do intestino. A sentença foi proferida no último dia 15.
 
Trata-se de Ação Indenizatória ajuizada por Noema Marineuza dos Santos em desfavor da Sociedade de Proteção a Maternidade e Infância de Cuiabá (UNIC – HGU), na qual se arguiu que em 09 de setembro de 2010 foi submetida à cirurgia em razão de apendicite aguda.
 
Narra que após o procedimento cirúrgico passou a sentir sérias dores, ao que novamente procurou o HGU, que “negou-se a atender alegando que o plano de saúde não era mais conveniado”. Alega a autora que após realizar exame de tomografia computadorizada em 21 de março de 2011, foi verificada a presença de uma compressa esquecida durante o procedimento cirúrgico.
 
Além da compressa, constatou-se uma perfuração no intestino grosso, que a autora atribui à cirurgia. Segundo a autora, a perfuração gerou a necessidade de reconstituição do órgão. Por estas razões, pediu indenização material e moral pelos danos sofridos.
 
A UNIC-HGU defendeu-se na inicial, alegando inexistência de nexo de causalidade entre o fato e o suposto dano narrado pela autora, bem como inexistência de dolo ou culpa da equipe médica que atendeu a autora.
 
Pondera a inexistência de ato ilícito, na medida em que não houve perfuração intestinal da requerente durante o procedimento cirúrgico realizado naquele dia, bem como inexistiu esquecimento de compressa no interior da mesma, pois se tal circunstância existisse “a paciente estaria em quadro grave, com sépsis, com risco de óbito imediato”. Também refutou, por fim, a alegação de que tenha recusado o atendimento.
 
Em sua sentença, o juiz Luiz Sabóia Ribeiro invoca o laudo pericial realizado na vítima, que é claro: “O dano da necessidade da segunda cirurgia para retirada da compressa deixada na apendicectomia, que resultou na perfuração do ceco, resolução com hemicolectomia direita e ileostomia, e terceira cirurgia para reconstituição do intestino, tem nexo causal claro com a conduta médica na realização da apendicectomia, em virtude do dever do cirurgião da vigilância sobre a contagem de compressas cirúrgicas, antes e após a sua utilização na cirurgia”.
 
Evidente, portanto, avalia o magistrado, que o “médico e o requerido violaram a obrigação de segurança ao deixar de tomar todos os cuidados necessários a fim de evitar o esquecimento de material cirúrgico (gaze) na cavidade abdominal da autora explorada na cirurgia”. Em outro ponto, afirma que “o esquecimento de material cirúrgico é resultado de negligência e não pode ser tido como intercorrência normal de uma operação, vez que poderia ter sido evitado”, avalia.
 
“Inexiste, portanto dúvidas de que ato ilícito existiu no procedimento cirúrgico realizado na unidade hospitalar demandada, assim como nexo causal entre a primeira cirurgia realizada e os demais procedimentos cirúrgicos a que necessitou a autora se submeter, sendo certo que a perita judicial é enfática ao concluir que ‘Restou comprovado um defeito na prestação do serviço médico-hospitalar’”.
 
Adiante, o magistrado reconheceu o dever de indenizar moralmente a vítima, tendo em vista que “não se trata de mero aborrecimento, mas de injusto sofrimento impingido à paciente. Note-se, que em função do ilícito praticado a autora necessitou submeter-se a dois outros procedimentos cirúrgicos, houve perfuração intestinal, com necessidade de reconstrução e a necessidade de colostomia. O quadro da autora, após a cirurgia, tornou-se extremamente grave, pois a negligência verificada, conforme assertiva do requerido colocou em risco a vida da requerente”.
 
Assim, condena a UNIC-HGU em R$ 50 mil por danos morais e R$ 3,4 mil por danos materiais, tendo em vista as cirurgias estéticas que precisou realizar para reparar os danos do erro cirúrgico.
 
“É obrigação do hospital bem escolher quem pode ou não atuar dentro da instituição. Nesse sentido, os referidos profissionais devem ser competentes técnica e moralmente – aqueles (da classe médica, ou não) que desempenham nele suas atividades – tanto o médico membro do corpo clínico, como o empregado, como, até, aquele médico que eventualmente exerça a sua atividade no hospital (o médico, mesmo que de um modo indireto, sempre é um ente vinculado ao hospital, ainda que, neste último caso, haja posições em contrário) este é o entendimento predominante dos Tribunais. Ademais, é obrigação do hospital vigiar fiscalizar o trabalho dos seus prepostos (médicos ou não), sendo responsabilizado o hospital por seus deslizes que causem prejuízo aos pacientes”, afirmou o magistrado.
 
O outro lado:
 
Nota de esclarecimento:
 
“Na Busca por garantir seu direito legítimo ao contraditório e a ampla defesa, o Hospital Geral, entidade filantrópica, mantido pela Associação de Proteção a Maternidade e a Infância de Cuiabá desde sua fundação, em 23 de outubro de 1942, vem a público se posicionar quanto a decisão judicial de primeiro grau proferida no dia 15 de setembro de 2017:
 
O Hospital reitera a inexistência de nexo de casualidade entre o fato e o suposto dano narrado, com inexistência de ato ilícito na medida em que não houve perfuração intestinal da requerente durante o procedimento cirúrgico realizado no Hospital Geral naquele dia bem como inexistiu esquecimento de compressa.
 
Estes pontos serão matéria de recurso judicial, visto que a decisão ainda não é definitiva.
 
O Hospital Geral e Maternidade de Cuiabá mais uma vez reafirma sua conduta de comprometimento e zelo pela vida de seus pacientes, oferecendo todo o suporte técnico ambulatorial e hospitalar necessário para os mais de 1000 atendimentos diários de média e alta complexidade, referência inclusive em toda região Centro Oeste, tendo 96% de todos os seus atendimentos destinados ao usuários do Sistema Único de Saúde”. (Com informações/olhardireto)
 

Juiz aceita denúncia contra André e ex-secretários por não aplicar R$ 374,4 milhões em saúde

Ex-governador tentou remanejar ação para a Justiça Estadual, mas não conseguiu e virou réu no dia 12 deste mês
 (Foto Arquivo)

A Justiça Federal de Campo Grande aceitou ação civil por improbidade administrativa contra o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e os ex-secretários estaduais de Saúde, Antônio Lastória, e de Fazenda, Jader Rieffe Julianelli Afonso, pela não aplicação de R$ 374,4 milhões em saúde. Eles podem ser condenados a perda dos direitos políticos por até oito anos, serem proibidos de firmar contratos com o poder público e a pagar multa de R$ 10 milhões.
 
A denúncia foi aceita pelo juiz da 4ª Vara Federal, Pedro Pereira dos Santos, que rejeitou os argumentos da defesa.
 
A decisão do magistrado demorou um ano e três meses, porque os três recorreram a todas as instâncias judiciais para tirar a competência da Justiça Federal de processar a denúncia. Somente em fevereiro deste ano, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região rejeitou o pedido para encaminhar o caso para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
 
De acordo com o procurador regional da República, Marcos Nassar, em 2013, o peemedebista não cumpriu a lei que prevê o investimento mínimo de 15% da receita corrente líquida em saúde. Além de não respeitar o percentual mínimo, a administração estadual considerou despesas de outras fontes como próprias da saúde. Também deixou de usar o Fundo Estadual de Saúde.
 
Na ação, o MPF denuncia que não houve o investimento de R$ 374.477.586,31 em saúde em 2013. O valor representa quase metade do valor previsto no orçamento do Estado para o setor naquele ano, que era de R$ 766 milhões.
 
Após o juiz aceitar a denúncia, eles serão notificados para apresentar a defesa.
 
Caso estivesse no Paraná, onde as ações judiciais tramitam a jato, o peemedebista, que sonha em ser candidato a governador ou senador em 2018 para voltar a ter foro privilegiado, deveria ficar preocupado, porque corria o risco de ver a sentença ser propalada nos próximos dias e o risco de ser condenado em segunda instância até agosto do próximo ano.
 
No entanto, devido ao ritmo da Justiça Federal em Campo Grande, Puccinelli só deverá ter uma preocupação até lá: o desgaste diante do eleitorado por não aplicar uma quantia tão expressiva em saúde, considerando-se o atual quadro caótico do setor.
 
Jader Afonso é auditor fiscal estadual e ainda ocupa cargo de destaque na  gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), onde exerce o cargo de assessor especial na Secretaria Estadual de Governo.
 
Lastória nunca teve pretensão política e ainda ocupa o cargo de assessor especial na Secretaria Municipal de Saúde, na gestão de Marquinhos Trad.
 
Além de cobrar a punição dos gestores, o MPF foi à Justiça para obrigar o Governo estadual a repor o dinheiro desviado em 2013. No entanto, em audiência na Justiça Federal, o secretário estadual de Fazenda, Márcio Monteiro – alheio à dor de quem sofre na fila do SUS (Sistema Único de Saúde) por falta de remédio, de médicos, de exames e de vagas em hospitais – garantiu que não há falta de recurso no setor em Mato Grosso do Sul.
 
A ação está suspensa por determinação do TRF3, em São Paulo.
 
Pelo menos o despacho do juiz pode ser uma luz no fim do túnel na ação por improbidade administrativa.
 
“Assim, neste juízo de delibação, considero que as condutas omissivas do Ex-Governador e Ex-Secretários da Saúde e Fazenda revelam-se como determinantes ao estado de negligência que se impôs ao direito fundamental à saúde neste Estado do Mato Grosso do Sul”, avisa.

Defesa de ex-governador diz que não houve dolo nem dano moral coletivo


O ex-governador André Puccinelli e os ex-secretários de Saúde e de Fazenda insistiram no argumento de que agentes políticos não podem ser condenados com base na Lei de Improbidade Administrativa (8.429/1992). Eles destacam que não podem ser responsabilizados.
Já caso do seguimento da ação, o peemedebista ressaltou, por meio de advogados, que não houve danos morais coletivos. Apontou ainda a ausência de dolo ao deixar de investir R$ 374 milhões em saúde.
Lastória alegou que não tinha condições de elevar os gastos em saúde, apesar de ser o titular da pasta.
Jader Afonso ressaltou a ausência de improbidade nas supostas irregularidades apontadas pelo MPF.

O Jacaré

Médico denuncia negligência e mãe aponta omissão do Estado que levou a morte da pequena Sarah

“Clínica deveria ter acionado o SAMU para fazer o traslado de Sarah até um hospital para internação”, acusa o médico
(Divulgação)

Na manhã de quinta-feira (21/Set), sob sigilo de identidade, um médico denunciou ao Política Distrital (PD) a negligência, por parte da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), o que levou à óbito, Sarah Yasmim Santiago da Silva, 14 anos. Após dar entrada na Clínica da Família da 314 de Samambaia (18/Set), a unidade emitiu uma Guia de Consulta, em que informou a necessidade de internação e entregou à família para que a levassem Yasmim a um hospital. Sem êxito, por falta de vagas,  a adolescente morreu dois dias depois.
 
“Uma menina de 14 anos, com diagnóstico de diabetes, tipo um, começou a passar mal no domingo a noite, procurou atendimento em diversos lugares, na segunda-feira foi para a clínica da família, foi atendida, recebeu guia de consulta para internação, para investigação, enfim, avaliação e conduta.
 
Essa mãe percorreu todos os hospitais públicos do DF e essa menina, infelizmente, faleceu. Faleceu ontem, as 22 horas, na sua casa, foi atendida pelos bombeiros e o SAMU e é muito triste. É um capítulo tristíssimo de nossa história. Não foi acolhida. Foi atendida, mas não foi feito nem a GAE [Guia de Atendimento de Emergência].   Estou com os depoimentos da mãe, que eu conheço, mas infelizmente, não conseguiu me achar onde eu atendo.”, relatou o médico.
 
Negligência

De acordo com o médico, ao receber a paciente e, após constatar a necessidade de internação, a unidade deveria ter acionado o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) e se responsabilizar por garantir que fosse conduzida e internada em uma unidade hospitalar.
 
Para o médico, ao entregar a Guia de Consulta para os pais da adolescente e sugerir que, com aquele documento, a manicure, Tatiana Barbosa Santiago, 37 anos, mãe de Sarah, conseguiria internar a filha em qualquer hospital, diante da falta de médicos e de leitos nos hospitais, a SES-DF deixou a família à mercê da própria sorte.
 
“Ao receber a pequena Sarah, constatado o quadro em que estava, se na própria avaliação e conduta foi diagnosticado a necessidade de internação da paciente, a própria unidade deveria ter acionado o SAMU e não repassado à família a responsabilidade de localizar um hospital para internar a Sarah.
 
No momento em que fizeram isso, praticamente assinaram o atestado de óbito daquela criança.”, disse o médico.
 
Classificação de Risco
 
Ainda segundo o médico, o caso evidencia a negligência por parte da SES-DF, ao tentar impor um protocolo de atendimento, mas sem as condições necessárias para que o atendimento seja oferecido à população. O profisional de saúde denunciou ao PD a falta de técnico em enfermagem, na Clínica de Família da 314 em Samambaia, com qualificação para realizar a triagem, onde se define a classificação de risco do paciente.
“A Secretaria implantou o Programa Saúde da Família mas as unidades estão totalmente desestruturadas. Na clínica em que aquela criança foi atendida, não havia, naquele momento, enfermeiro capacitados para fazer o Sistema Manchester de Classificação de Risco. Não sei se você sabe mas os enfermeiros precisam passar por uma formação específica para realizar a classificação de Manchester de modo a poder estabelecer a classificação de risco do paciente. A classificação de Manchester é dinâmica, o sistema não foi feito para mandar o paciente ir embora. E as vezes o paciente chega na unidade de saúde, onde pode aparentar não estar tão mal, mas o profissional preparado sabe que o quadro pode evoluir para uma outra classificação. As vezes a classificação verde pode se tornar amarela, e uma amarela pode se tornar, rapidamente, um laranja e até uma vermelha. É preciso que fique claro que os enfermeiros e técnicos da unidade são ótimos profissionais, mas, como eu disse, não havia enfermeiro qualificado em Sistema de Classificação Manchester. Se houvese, teriam condições de fazer essa avaliação e talvez acionassem o SAMU para garantir a internação da Sarah. Mas infelizmente, ela [Sarah] não teve esse atendimento qualificado na clínica e o resultado infelizmente foi a morte dessa criança.”, disse.
Com a voz embargada, o médico desabafou:
“A Sarah não pode ter morrido em vão, nós temos que denunciar para que isso não aconteça. Que pelo menos tenha a triagem, tenha acolhimento dos pacientes. É muito triste. Eu como médico fico arrasado, de não poder ter tido a oportunidade de atender a Sarah como já atendi antes, e saber que a morte dessa criança poderia ter sido evitada.”.
Atendimento Online da SES-DF aponta necessidade de acolhimento e
demonstra gravidade no quadro de atendimento de Sarah

A família

O médico repassou ao PD, uma sequências de áudios, recebidos de Tatiana, mãe de Sarah, em que relatou ao amigo, com riqueza de detalhes a saga para tentar conseguir internar a adolescente, após receber a Guia de Consulta na Clínica da Família 314 de Samambaia.

"Eles me deram um documento dizendo que eu poderia internar ela [Sara] em qualquer hospital, mas eu não consegui internar ela em nenhum hospital. Eu confiei nesse documento.”

Com indicação de necessidade de internação, na Guia de Consulta família de Sarah deixou Clínica da Família em Samambaia com expectativa de internar a adolescente em um hospital do DF

Negligência

Tatiana também apontou a negligência por parte da SES-DF. De acordo com a mãe de Sarah, dos vários hospitais em que passou para tentar internar a filha. A única unidade em que encontrou médico foi no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), onde seis pediatras faziam atendimento.
 
Porém, de acordo com Tatiana, por se tratar de uma adolescente, no HMIB também lhe foi recusado atendimento. “Nunca pensei que ia passar por uma situação dessa, enterrar um filho, não é fácil, é muito complicado. Ainda mais eu que sou muito apegado com meus filhos, onde eu vou eu levo os dois.”.
 
Tatiana encaminhou ao PD, uma foto e um vídeo que mostram o quanto a pequena Sarah definhou, em apenas 48 horas, por falta de atendimento adequado por parte das unidades de Saúde da SES-DF.
 
Tatiana respondeu que pega os dois tipos de insulina na Farmácia de Alto Custo, confirmou ter dificuldades recentes para obter o medicamento, mas, que por faltar no DF, conseguiu obter a insulina, em  Santo Antônio do Descoberto (GO), município vizinho ao DF.
“A gente não sabe o que houve exatamente, ela toma as medicações, tudo certinho, nos não conseguimos aqui, mas pegamos em Santo Antônio. Inclusive tenho insulinas que vou fazer doações.”
A mãe de Sarah não soube explicar ao certo o motivo da morte da adolescente. “O IML [Instituto Médico Legal] colocou como morte “súbita, diabete mélito insulina dependente”. Com a voz embargada e ainda preocupada com o sofrimento que a pequena Sarah foi submetida, Tatiana, declarou que não permitiu a realização de autópsia no IML. “Eu não permiti aquele exame que faz no IML porque ela já tinha sofrido muito e não achei certo cortar ela para fazer esse exame.”, disse.
 
Dois dias
 
Esse foi o tempo entre o atendimento inicial na Clínica da Família 314 de Samambaia (18/Set), serviço esse, implantado pelo atual secretário de Estado de Saúde do DF, Humberto Lucena Pereira da Fonseca. Programa esse, segundo o médico que atua nesse tipo de atendimento, em mais de uma unidade da SES-DF, implantado sem critérios e imposto aos servidores da Secretaria, “sobretudo aos médicos”.
 
Esse foi o tempo necessário para constatar, de acordo com um vídeo encaminhado ao PD, por Tatiana, para demonstrar que a pequena Sarah, com apenas 14 anos, definhou até morrer, após negligência e omissão do Estado, em oferecer atendimento à adolescente, que poderia, hoje, estar com os pais e se divertindo com o irmão de 12 anos, segundo a mãe, com quadro depressivo.
“O irmão dela tem 12 anos, ele parou de comer, não fala com ninguém e nós estamos preocupados. Antes disso tudo acontecer e eu perder minha filhinha, nós havíamos prometido comprar um violão para ele. Eu vou tentar sair com ele hoje [22/Set], e levar ele para comprarmos o violão, para ver se ele se distrai um pouco. Ele está sentindo muito tudo isso.”, disse desolada.
Doação

A mãe da pequena Sarah, como último ato de consolo vai fazer a doação das caixas que ficaram sem uso, de Humulin 100Ul/ml, seis do tipo regular e outras três, do mesmo produto, porém, NPH. Ainda segundo Tatiana há pacotes de seringas lacradas também para ser doado.
 
Justiça
 
Embora nada traga Sarah de volta, tanto o médico quanto a mãe de Sarah pretendem denunciar o caso ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Segundo o médico, “a Justiça e as autoridades precisam fazer alguma coisa para mudar esse cenário de mortes evitáveis. O profissional de Saúde explicou que dados demonstram que à política adotada por Humberto Fonseca, reduziu em 70% a capacidade de atendimento e, o de óbitos permanece subindo.
 
Mortes evitáveis
 
Denúncias do presidente do Sindicato dos Médicos do DF (SINDMÉDICO-DF), Gutemberg Fialho, apontam que desde 2016 houve aumento significativo das mortes evitáveis no DF. Procurado por PD, o sindicalista ratificou a existência do problema. “O caso dessa criança é mais um, dos tantos outros que temos denunciando diariamente, esse governo está deixando os pacientes morrerem por falta de gestão, por falta de oferta de assistência adequada à população.”, afirmou.
Fialho também criticou a forma de implantação do Projeto Saúde da Família e outras demandas por parte de Humberto Fonseca.
“Desde o início que o governo veio com o discurso de implantar o Programa Saúde da Família, da forma que sugeriram, nos criticamos. Primeiro porque entendemos que a visão do secretário de saúde de apenas reforçar a atenção primária é totalmente equivocada. Sempre denunciamos que as pessoas estão morrendo nas emergências, por falta de médicos, de medicamentos, de estrutura, pois o governo parece se concentrar apenas em acabar com a saúde pública com esse projeto eleitoreiro do Instituto Hospital de Base e se esqueceu das demais unidades. Segundo, que a própria estruturação do PSF também foi totalmente equivocada. Todos sabem que o DF não tem médicos da família o suficiente e tampouco médicos generalistas. Todos assistimos o senhor secretário da Saúde tentar tirar médicos de diversas especialidades dos hospitais, das UPAs para tentar levar para o Saúde da Família, algo que sempre criticamos. Talvez não seja por outro motivo que ao recorrer à mídia para anunciar a reinauguração do Pronto Atendimento Infantil no Hospital do Gama, dois dias depois a coisa começou a desmontar. Pois não há gestão na saúde, temos uma equipe despreparada e não por outro motivo as mortes evitáveis no ano passado aumentaram em mais de 15%”, disparou Fialho.
A outra parte

PD entrou em contato com a SES-DF para apurar a denúncia do médico e da família, na manhã de sexta-feira (22/Set). Porém, até o momento, a pasta se limitou a retornar “recebemos sua demanda e, assim que possível, daremos o retorno.”