quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Santa Casa de Fernandópolis demite profissionais após negligência

 


Uma enfermeira e uma técnica de enfermagem foram demitidas acusadas de negligência médica na Santa Casa de Fernandópolis. Uma médica plantonista foi afastada e seguem em processo de investigação. Os fatos teriam ocorrido no mês de agosto deste ano durante um plantão médico no PS – Pronto Socorro – na Santa Casa de Fernandópolis.

A negligência ponta para a morte de uma idosa e o caso sobre a conduta da médica ainda está em análise no Compliance – órgão interno do Hospital que analisa estes casos. Tanto a enfermeira, como a técnica de enfermagem já foram demitidas após parecer deste órgão.

Segundo apurou a reportagem do regiaonoroeste.com, a médica que deveria permanecer na UTI teria tirado um período de descanso em pleno plantão deixando outros três profissionais para cuidar de diversos pacientes.

A idosa, que acabou indo a óbito, teria sofrido uma parada cardiorrespiratória e o procedimento para reanimação teria sido feito pela enfermeira e pelos técnicos, mas sem a presença da médica plantonista responsável, que também presta serviços a UPA de Fernandópolis.

Um dos técnicos relatou o caso no prontuário do paciente, mas alguém tentou trocar as informações sobre o que teria ocorrido na UTI, mas já havia cópia do mesmo documento salvo como prova dos fatos.

A investigação apontou como negligência e consolidou a demissão da enfermeira e de um dos técnicos de enfermagem.

A médica, que ainda não teve o nome divulgado, ainda sofre investigação do controle interno da Santa Casa de Fernandópolis.

Em NOTA OFICIAL a Santa Casa informou que o departamento de Compliance, recebeu denúncia acerca de possível irregularidade em atendimento. Foi instaurado um processo de sindicância interna a fim de apurar os relatos e a existência de conduta em desacordo e possíveis responsabilidades. Como o processo de sindicância contém informações referentes a terceiros (como paciente e profissionais), a legislação nos veda o fornecimento de informações adicionais. Concluída a sindicância e havendo a identificação de conduta em desacordo, além das medidas administrativas internas, serão notificadas as autoridades competentes.

A Santa Casa Fernandópolis tem adotado medidas para promover, junto à sua equipe, seus valores institucionais, dentre os quais se encontram o comprometimento, ética, melhoria contínua e humanização do atendimento. Foi também implantado o Canal de Denúncias, que tem como objetivo facilitar o recebimento de denúncias, inclusive anônimas, sobre irregularidades ou comportamentos em desacordo com a legislação brasileira e o Código de Ética e Conduta do Hospital, tais como corrupção, fraudes, atos ilícitos e irregularidades que prejudiquem o patrimônio e a reputação da Santa Casa. O Canal de Denúncias, pode ser acessado a partir da página inicial do site da Santa Casa, ou pelo endereço específico (www.santacasafernandopolis.com.br/denuncie).






Sequência de equívocos causou a morte de adolescente em UPA

 


Sindicância instaurada pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) concluiu que há indícios de que "sequência de equívocos” provocou a morte de uma adolescente de 16 anos na UPA Jaguaré, em julho de 2018.

O documento, o qual a reportagem do DL News teve acesso com exclusividade, ainda propõe instauração de processo ético-profissional contra três, dos seis médicos, que atenderam Yasmin Vitória Florentino na unidade de saúde. Segundo o Conselho, eles podem ter infringido três artigos do Código de Ética Médica. Entre eles, "deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente”.

A investigação administrativa foi anexada nesta sexta-feira, 24, ao inquérito policial, que é tocado pelo 3º Distrito Policial e já passou por vários delegados.

De acordo com a sindicância, seis médicos atuaram diretamente no atendimento ou no socorro da paciente, que permaneceu 12 horas internada na UPA. A apuração identificou contradições nos depoimentos e ausência de informações no prontuário da vítima.

O fato e a individualização das condutas

Yasmin deu entrada na UPA Jaguaré na tarde do dia 8 de julho, após ingerir grande quantidade de medicamentos. Muito embora a mãe dela, Cristina Florentino, tenha apresentado várias cartelas vazias, o médico que estava de plantão, A.R.V. , deixou de realizar lavagem estomacal com carvão ativado, sob a justificativa de "problemas comportamentais”, da paciente, que repelia a aproximação da equipe.

"Administrar o carvão ativado era medida absolutamente necessária e urgente diante das várias conseqüências da intoxicação informada pelo Ceatox" (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), aponta a sindicância. Uma das conseqüências citadas é o estado de coma.

O primeiro médico somente orientou a aplicação de soro e a observação da paciente. Ele também não anotou no prontuário recomendações para a próxima plantonista.

A médica que assumiu o posto no lugar dele confessou que não prestou atendimento à menor "pois pacientes com a conduta fechada, os plantonistas somente são chamados quando alguma intercorrência é percebida pela equipe de enfermagem”. M.T.R. alega que não foi acionada em momento nenhum.

No prontuário da adolescente, consta que enfermeiros anotaram queda gradativa da pressão arterial, indicativo de agravamento da intoxicação. Mas a médica M. não avaliou a paciente durante todo o seu plantão.

Mais uma vez o turno virou, e o terceiro médico assumiu. Ele afirmou que avaliou a vítima e que os sinais vitais estavam estáveis, mas não fez qualquer anotação no prontuário que comprovasse sua alegação. Somente com a chegada da ambulância, que iria remover a adolescente para um hospital psiquiátrico, é que a equipe percebeu que Yasmin estava pálida, com as pupilas dilatadas e estática.

O plantonista pediu ajuda a outro médico que trabalhava no turno para avaliar a paciente. M.D.A.M. constatou que ela estava em parada cardiorrespiratória e decidiu pela intubação.

Porém, para realizar o procedimento, administrou Fentamil e Entomidato. Segundo o CREMESP, as drogas têm como efeito colateral parada cardiorrespiratória e podem ter potencializado as reações da intoxicação medicamentosa.

Durante o socorro de Yasmin, equipes do SAMU e USA foram acionadas para a UPA e realizaram intervenções.

A sindicância aponta ainda que as tentativas frustradas de intubar a adolescente provocaram lesões internas e hemorragias.

A causa da morte, indicada no exame necroscópico, foi hemorragia traumática provocada por instrumento perfurante.

Apesar disso, na visão dos técnicos do Conselho, acidentes podem acontecer durante o procedimento de intubação e ressuscitação, e não configuram erro médico.

O relatório conclui pela instauração de processo ético profissional contra os dois primeiros médicos por três artigos do Código de Ética:

Art. 1º Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência.

Art. 32. Deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente.

Art. 87. Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente.

Com relação ao último médico, que administrou os medicamentos para intubação, foi sugerido o enquadramento apenas no primeiro artigo.

Investigação criminal

Um inquérito foi instaurado há três anos pela Polícia Civil para investigar denúncia de negligência médica.

A investigação já passou pelas mãos de vários delegados e vai mudar mais uma vez.

A reportagem apurou que quem assume o caso, a partir de segunda-feira, 27, é o delegado Adriano Nasser, que ainda não teve acesso à documentação.

A mãe de Yasmin esteve na delegacia nesta sexta-feira e foi informada que foram infrutíferas as tentativas de intimar o primeiro médico que atendeu a vítima.

"Disseram que não sabem onde ele está”, afirmou.

Em simples pesquisa ao site do Tribunal de Justiça, a reportagem apurou que o médico A.R.V. está no Rio de Janeiro. Processado em outro caso de erro médico, ele nomeou um advogado para o caso e indicou endereço no Flamengo para intimação.

Secretaria de Saúde

Quando a denúncia de negligência médica foi repercutida pela imprensa, a Secretaria de Saúde informou ter instaurado sindicância para investigar os procedimentos que foram adotados pela equipe médica no atendimento da vítima.

Questionada nesta sexta-feira sobre o resultado da investigação, a pasta informou que "Todo processo de apuração da ocorrência ficou sob a responsabilidade do setor de Auditoria e da Comissão de Ética da Secretaria da Saúde. A solicitação foi encaminhada aos dois setores e aguardamos as devidas respostas”.

A reportagem também perguntou se os três médicos citados pelo Cremesp ainda fazem parte do quadro de funcionários do município.

A informação é que o primeiro plantonista foi desligado em abril de 2019. A médica que assumiu o turno na sequência pediu demissão quatro meses depois. Somente o médico que administrou equivocadamente os medicamentos para intubação continua na rede pública municipal, como funcionário concursado.

Os anos não apagam o sofrimento de Cristina, que permaneceu ao lado da filha o tempo todo, durante a internação.

"Eu vi que ela estava indo embora aos poucos. Pedi ajuda inúmeras vezes, mas fui ignorada nos meus apelos. Não importa quanto tempo passe. Eu vou lutar até o fim para que a morte da Yasmin não seja em vão”, disse a mãe.



Médicos cearenses pedem renúncia de toda a direção do CFM por endosso ao "tratamento precoce"

 

Após episódios de reacionarismo médico no estado, profissionais reagem e assumem linha de frente contra o negacionismo


CFM se posicionou em defesa da "autonomia médica", mesmo diante de medicamentos com ineficácia comprovada

Médicos cearenses de três organizações diferentes assinaram uma carta aberta, na noite da última terça-feira (28), pedindo a renúncia da direção do Conselho Federal de Medicina (CFM) por endossar o chamado "tratamento precoce" contra a covid-19.

Segundo os profissionais, a postura do Conselho em defesa da "autonomia médica" representou omissão e cumplicidade diante de medicamentos comprovadamente ineficazes durante a pandemia.

"Não resta à atual diretoria do CFM nenhum outro caminho do que a imediata renúncia, em respeito aos médicos, em respeito aos brasileiros. Caso não haja renúncia, que a sociedade encontre os caminhos legais para impedimento ou afastamento. Não há condições morais de essa diretoria continuar", diz o texto.

A carta é assinada por integrantes da Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia no Ceará (ABMMD-CE), do Coletivo Rebento/Médicos em Defesa da Vida, da Ciência e do SUS, e da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMMP).

Reacionarismo ficou no passado?

O Ceará foi o estado que projetou Mayra Pinheiro, a "Capitã Cloroquina". Ela foi eleita presidenta do Sindicato dos Médicos do Ceará em 27 de março de 2015. 

Dois anos antes, Pinheiro e dezenas de colegas hostilizaram médicos cubanos em sua chegada ao Aeroporto de Fortaleza (CE). Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, eles foram recebidos sob os gritos de "escravos" pelos profissionais brasileiros.

Os cubanos faziam parte do programa Mais Médicos, por meio de um acordo de cooperação entre os governos dos dois países. Os profissionais da ilha caribenha eram chamados a trabalhar em municípios onde faltavam médicos. O acordo foi rompido no final de 2018, após a vitória de Jair Bolsonaro (sem partido).

Apesar dos episódios de reacionarismo médico no estado, com repercussão nacional, as organizações que assinam a carta desta semana se posicionaram ao longo de toda a pandemia contra o negacionismo de Bolsonaro. Por meio de notas oficiais, eles repudiaram a postura do presidente contra o isolamento social e criticaram suas declarações antivacina.

A carta abaixo foi escrita à luz do escândalo envolvendo a empresa Prevent Senior, que veio à tona na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Confira na íntegra:

"A CPI da pandemia, o caso Prevent Senior, o Governo Federal, as quase 600 mil mortes por Covid-19: pela imediata apuração judicial das responsabilidades! Pela urgente punição dos culpados! Pela renúncia ou pelo afastamento da Direção do CFM. Por mudanças concretas em defesa da vida!

As denúncias de corrupção de empresas médicas, sobretudo das prestadoras de serviços de atenção à saúde, incluindo manipulação de prontuários, atestados médicos falsos e adulterações de plataformas de dados hospitalares, além de fraudes em processos licitatórios e muitas outras ações trazidas a público nos depoimentos à CPI da Pandemia, no Senado, têm causado forte impacto em toda a sociedade. Uma realidade intensificada pelo depoimento prestado nesta terça-feira, 28/9, pela advogada Bruna Morato, representando colegas médicos que deram detalhes e provas sobre práticas estarrecedoras da empresa Prevent Senior, em diálogo direto com o Governo Federal, contra a saúde pública.

As mais recentes denúncias sobre as ações dessa empresa são absolutamente chocantes: experimentos terapêuticos em seres humanos, sem o conhecimento e a autorização dos pacientes ou de seus familiares e ignorando totalmente a legislação, os comitês científicos ou órgão fiscalizadores, elevaram esses crimes a gravidade e patamares inéditos na história médica do nosso País. Não por acaso, muitos relembraram em artigos e postagens, a propósito do tema, momentos entre os mais trágicos e perversos da história mundial. 

Diversos médicos foram constrangidos e obrigados à prescrição de medicamentos desnecessários e perigosos, contra a suas convicções científicas em afronta a suas convicções e consciência. Tudo isso em nome de suposta “autonomia médica”, contraditoriamente utilizada para ameaçar ao mesmo tempo pacientes e médicos, sem que estes fossem defendidos pelas entidades a quem caberia essa responsabilidade.  

Toda essa imundície resulta em inevitáveis desdobramentos na imagem da categoria médica e do sistema de saúde brasileiro, em especial a medicina privada. Há absoluta necessidade de abertura de inquéritos policiais e processos judiciais para apurar tais denúncias. Estamos diante de crimes contra toda a humanidade, que exigem punição exemplar. 

Nesse contexto, no Brasil de setembro de 2021, torna-se cada vez mais grave a constatação de que o "bolsonarismo", o negacionismo e o desrespeito aos princípios mais basilares da Medicina ainda encontrem apoio na categoria médica. Apesar de tudo que testemunhamos, apesar de nosso País estar chegando à marca de quase 600 mil mortes oficialmente registradas por Covid-19 (mortes evitáveis, em sua maioria, conforme já demonstrado cientificamente). 

A postura de muitos médicos e médicas, alimentada por uma radicalização irracional de caráter político-ideológico, se somou ao interesse mercantil de empresas corruptas e corruptoras, criando e dando sustentação ao “tratamento precoce” com a falaciosa defesa da autonomia médica, numa desavergonhada manipulação desse conceito. 

Para vergonha e indignação nossa, o Conselho Federal de Medicina (CFM)  publicou resolução em defesa desta "autonomia" aética. Assim, alimentaram e defenderam argumentos para justificar o uso de medicamentos sem eficácia, com efeitos colaterais importantes e com grande potencial de estímulo a comportamento de risco, endossado todos os dias na fala de agentes como o presidente da República e muitos de seus seguidores. 

O silêncio ensurdecedor do CFM se tornou ainda mais grave e intolerável após a recente citação do Conselho pelo presidente da República, em plena abertura da 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. “Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina”, declarou Bolsonaro. Assim, o CFM foi diretamente e nominalmente envolvido na recomendação de procedimentos que deveria ter combatido com veemência.

A maioria dos médicos discorda veementemente de tal postura. Muitos, infelizmente, se sentem constrangidos em criticar a entidade que aprendemos a respeitar nos muitos momentos em que ela defendeu a prática médica e o bem-estar da população. É lamentável que a diretoria do CFM, aliada ao desgoverno bolsonarista, represente hoje uma ameaça à preservação da integridade da prática médica que deveria defender. É inaceitável que seja ela própria coadjuvante da narrativa negacionista que sustenta o discurso e as práticas do Governo Federal. 

Assim, DEFENDEMOS e COBRAMOS que sejam devidamente apuradas, com urgência, as responsabilidades das entidades médicas, em especial o CFM, para esse cenário lamentável e para a insana política negacionista do desgoverno federal. 

A diretoria do Conselho, uma autarquia federal, precisa ser chamada a responder por seus atos, diante da Justiça e da sociedade como um todo. A população precisa de uma resposta quanto aos responsáveis por tamanha omissão e por um parecer que foi utilizado para tantas práticas contra a saúde pública, em um País de tantas vítimas fatais da Covid-19. 

Não resta à atual diretoria do CFM nenhum outro caminho do que a imediata renúncia, em respeito aos médicos, em respeito aos brasileiros. Caso não haja renúncia, que a sociedade encontre os caminhos legais para impedimento ou afastamento. Não há condições morais de essa diretoria continuar.

COBRAMOS também que essas entidades se manifestem sobre os últimos acontecimentos apurados pela CPI, como o caso Prevent Senior. E que tratem com respeito e solidariedade os médicos e as médicas, assim como todos os profissionais de saúde, que tanto têm se exposto e se sacrificado. Que tratem com dignidade a população.

Lembramos e homenageamos nesta oportunidade todos os profissionais de saúde que tiveram suas vidas ceifadas no combate à pandemia. Manifestamos também às famílias enlutadas o nosso pesar e o nosso profundo respeito pelas irreparáveis perdas sofridas. Pela imediata apuração judicial das responsabilidades! Pela urgente punição dos culpados! Pela renúncia ou pelo afastamento da Direção do CFM. Por mudanças concretas em defesa da vida!"


Brasil de Fato




quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Família diz que idosa de 72 anos morreu por negligência de hospital em Garanhuns

 


Ministério Público disse que vai marcar uma reunião entre os representantes do Hospital Dom Moura. Família de idosa que morreu em hospital de Garanhuns diz que houve negligência médica
A família de Josefa Batista da Silva, de 72 anos, afirma que a idosa morreu por negligência do Hospital Estadual Dom Moura, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. A morte aconteceu na madrugada do domingo (26) e o laudo aponta um infarto como a causa.

Em entrevista à TV Asa Branca, os familiares de Josefa Batista relataram que a idosa deu entrada no hospital na sexta-feira (24), foi medicada e liberada pela equipe médica. Ela voltou à unidade sentindo fortes dores.
A família também afirma que Josefa mandou diversas mensagens para os filhos, reclamando do atendimento e da espera por um cirurgião.

Hospital Regional Dom Moura, em Garanhuns
Google Street View/Reprodução
Por meio de nota, o Hospital Dom Moura informou que a paciente recebeu assistência durante todo o tempo para o quadro clínico apresentado. A produção da TV Asa Branca questionou sobre a demora do médico para realizar a cirurgia, mas até a publicação desta matéria, não houve resposta.
O Ministério Público de Garanhuns disse que vai marcar uma reunião entre os representantes do Hospital Dom Moura para verificar as condições de funcionamento da unidade. O MP também disse, que se for comprovada que a negligência médica tenha causado morte ou lesão, a Promotoria de Justiça irá pedir o afastamento dos responsáveis.

Nota do Hospital Dom Moura na íntegra:
A direção do Hospital Regional Dom Moura (HRDM) informa que a paciente citada pela reportagem deu entrada na unidade na manhã da última sexta-feira (24/09) com queixa de dor lombar. Neste primeiro atendimento, foi medicada e liberada. Na madrugada do sábado (25/09), a paciente retornou à unidade com a mesma queixa, passou por triagem na classificação de risco (VERDE), foi reavaliada pela equipe médica, medicada e liberada após melhora da dor.

No final da manhã de sábado, a paciente retornou ao hospital com queixa de dor abdominal, passou por exames e foi internada para investigação do caso. Os exames apontaram dilatação de vias biliares, condição rara e de origem incerta. Ao longo de todo o dia, a paciente foi acompanhada pela equipe multiprofissional, com tratamento medicamentoso e em repouso. Na madrugada do domingo (26/09), apresentou piora no seu quadro clínico e foi prontamente encaminhada para a sala vermelha da unidade, para todos os procedimentos necessários. No entanto, não resistiu e foi a óbito.

Durante todo o tempo em que esteve no serviço, a paciente recebeu toda a assistência devida para o quadro clínico apresentado. A direção do Hospital Regional Dom Moura solidariza-se com os familiares neste momento de dor e se coloca à disposição dos parentes para mais informações.




Polícia investiga se houve negligência médica após jovem alegar que deu à luz bebê morto há cinco dias

 

Segundo a família, moradora de Riversul (SP) procurou o hospital da cidade com dores e perda de líquido, mas foi enviada de volta para casa. No dia seguinte, paciente teria descoberto em outro hospital que a criança estava morta há dias e em estado de decomposição. Polícia e prefeitura apuram versão.


Jovem de 23 anos, moradora de Riversul (SP), perdeu bebê aos 9 meses de gestação

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar se houve negligência médica relacionada à morte de um bebê ainda dentro da barriga da mãe em Riversul, no interior de São Paulo.

De acordo com a família, Ana Cristina Manoel Monteiro, de 23 anos, procurou o hospital da cidade na semana passada, com dores e perda de líquido, e foi enviada de volta para a casa. No entanto, no dia seguinte, ao ser levada para outro hospital, em Itapeva, a mulher descobriu que o bebê já estava morto há cinco dias e em decomposição, segundo a médica teria dito à paciente.

O diretor de Departamento de Saúde de Riversul, João Augusto de Oliveira, contou ao g1 que a jovem procurou o hospital da cidade no dia 16 deste mês, por volta das 16h30 e também às 19h. Segundo ele, consta nos relatórios médicos que, nas duas consultas, foi verificado que a criança tinha batimentos cardíacos.

Já no dia 17, ainda conforme o diretor, a jovem retornou ao hospital e os médicos não constataram batimentos cardíacos no bebê. Por causa disso, ela foi encaminhada à Santa Casa de Itapeva, unidade referência na região e onde os partos são realizados.

Jovem de Riversul que perdeu bebê tem outros dois filhos, de 4 e 6 anos

De acordo com a família da jovem, a grávida foi examinada no hospital e a médica disse que o bebê já estava morto há cinco dias, em estado de decomposição.

g1 entrou em contato com a Santa Casa de Itapeva para verificar a informação, mas a unidade disse que não pode divulgar dados clínicos de pacientes.

A família de Ana Cristina registrou um boletim de ocorrência sobre o caso no último dia 20. Conforme a Polícia Civil, ainda não há confirmação de negligência médica e tudo será investigado.

“As fichas de atendimento clínico serão avaliadas pelos médicos legistas, que analisarão eventuais irregularidades ou não, bem como as provas testemunhais no curso das investigações”, afirma o delegado Alaor de Aguiar Filho.

Enxoval comprado


Suzana Rodrigues de Almeida da Rosa, mãe de Ana Cristina, disse que a filha estava com 40 semanas e cinco dias de gestação, e o nascimento do bebê estava previsto para o dia 13 deste mês. Por isso, Kalebe Tainan, como se chamaria a criança, já tinha berço e o enxoval completo.

Depois da notícia de que o bebê estava morto, Ana Cristina passou pela indução do parto e deu à luz a criança já sem vida. Segundo a mãe, a jovem tem outros dois filhos, de 6 e 4 anos, e já tinha perdido outro bebê na gravidez.

“A gente quer Justiça porque todo o enxoval já estava comprado, esperando ele chegar, e a gente recebe essa notícia. Eu e minha irmã ficamos ansiosas esperando a ligação da minha sobrinha pra falar que ele tinha nascido, mas aí mandou mensagem dizendo que tinha nascido morto. Foi uma tristeza para a família toda. O irmãozinho sempre fala o nome dele. Não está fácil", relata Suzana.

De acordo com o Departamento de Saúde de Riversul, também foi aberta uma sindicância interna para apurar os fatos. Segundo o diretor João Augusto, caso seja constatado que houve alguma irregularidade no atendimento à paciente, os funcionários serão responsabilizados.






“Deformou meu seio e me humilhou”, diz paciente que denunciou Marcos Harter por agressão

Professora alega estar enfrentando complicações de uma cirurgia feita com o ex-BBB, e que ele a agrediu ao ser cobrado pelo suposto erro


Foram quatro anos economizando para pagar pela prótese de silicone e aliviar as marcas da maternidade nos seios. O sonho da pedagoga Roseane Abreu Silva parecia ter virado realidade em 2019, quando ela realizou o procedimento com o médico e ex-BBB Marcos Harter, mas acabou se revelando um pesadelo nas últimas semanas. Além de descobrir complicações sérias no local da cirurgia, Roseane alega ter sido humilhada e agredida no consultório de Harter, em Sorriso, Mato Grosso, ao pedir uma solução para o problema.

O caso de Roseane veio à público nessa semana, quando ela decidiu ir à delegacia prestar queixa de Marcos e relatar o que viveu à imprensa, em busca de justiça. Em entrevista para o Metrópoles, a ex-moradora de Ceilândia, Distrito Federal, contou que a cirurgia custou R$ 15 mil e foi realizada há quase dois anos, mas o retorno acabou sendo adiado desde então por causa da pandemia de Covid-19.

Sentindo fortes dores, ele buscou o consultório do médico e se submeteu a exames. Ao analisá-los, Harter teria dito que estava tudo normal, mas o diagnóstico positivo foi rebatido por outro médico, consultado em seguida. Além de ter um nódulo no local, possivelmente anterior à cirurgia, o segundo profissional constatou que a prótese da professora estava mal posicionada, pegando o músculo, e que a aréola ficou deformada.

Após muita insistência, Roseane conseguiu agendar uma consulta com Marcos Harter para informá-lo sobre os problemas, mas ele não teria gostado da cobrança. Foi então que as agressões teriam começado. “Jogou os exames na minha frente, me pegou pelo braço e me chutou do consultório. Nessa hora, resolvi filmar, mas ele arrancou o celular da minha mão. Foi me levando pra fora, até que jogou o telefone na grama. Fui chorando buscá-lo”, desabafou. “As câmeras comprovam”, afirmou.

Após o episódio, a mulher registrou um boletim de ocorrência, mas não conseguiu enquadrar o médico pela Lei Maria da Penha. Agora, ela contratou uma advogada para obter as imagens do circuito de segurança e obter reparação na Justiça, o que afirma que outras vítimas do médico não conseguiram. “Fui adicionada em um grupo do WhatsApp com várias pacientes e vítimas dele. O problema é que muitas estão envergonhadas, desacreditadas de que ele um dia vá pagar pelo que fez. Mas eu vou lutar, quero uma solução para minha cirurgia e que ele pague por todas as humilhações que ele faz com mulheres”, defendeu.

“A gente tem que parar esse homem. Desde o BBB ele agride mulheres, sem pagar pelo que faz. Dessa vez, deformou meu seio e me humilhou. É uma pessoa sem escrúpulos”, completou Rosane.


Histórico de agressões

Harter ficou famoso por ter participado do Big Brother Brasil e ser expulso depois de ter agredir a participante Emily Araújo, com quem mantinha um relacionamento abusivo.

Esse, no entanto, não é a única acusação de violência que pesa contra ele. . Em julho deste ano, uma colega do médico afirmou estar sendo perseguida por ele.

De acordo com informações do jornal FolhaMax, o cirurgião plástico foi denunciado por arrombar seu armário no hospital, roubar os seus pertences pessoais e colocá-los em um saco de lixo, que escondeu dentro do porta-malas de um veículo. Logo depois, o médico teria a intimidado fisicamente, com uma “ombrada”. Tudo aconteceu dentro da unidade de saúde e foi registrado por câmeras de segurança.

Apesar do histórico, Roseane diz que acreditou no profissionalismo de Marcos e, por isso, confiou suas economias. “Até já tirei foto com ele no mercado. A gente achava que ele era um ótimo profissional, além de ser ‘barateiro’. Me cobrou uns R$ 6 mil a menos que outro médico conhecido na região. Resolvi fazer com ele me achando, mas o sonho virou meu maior pesadelo”, concluiu.

Marcos nega as agressões

Em vídeo para o JK Notícias, Marcos nega as agressões. “Uma paciente entrou na clínica xingando a equipe, funcionárias, enfermeiras, nós oferecemos aos pacientes um formulário de reclamações, mas notei no decorrer que a paciente não estava interessada em resolver, parecia que o interesse era fazer ‘algazarra'”, disse.

Ele também insinuou que Roseane era uma paciente “menos favorecida” financeiramente e que teria feito a cirurgia como uma espécie de “boa ação”.

Metrópoles tentou contato com Marcos Harter, mas não houve respostas até a publicação da matéria. O espaço segue aberto para atualizações.






terça-feira, 28 de setembro de 2021

As diferenças entre erros e complicações nas cirurgias plásticas e o que você precisa saber antes de fazer

 


De acordo com levantamento recente da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o Brasil realizou 13,1% do total de procedimentos estéticos, seguido dos Estados Unidos, com 11,9%. Este é o segundo ano consecutivo em que a avaliação do ISAPS destaca a liderança brasileira.


Em 2020, a pandemia de covid-19 impôs restrições à realização de cirurgias plásticas. Mas, já no início de 2021, os sinais de recuperação foram perceptíveis, com um aumento de quase 50% na procura por procedimentos estéticos, em comparação com o mesmo período do ano passado.


Porém, antes de tomar a decisão de mudar o rosto ou o corpo, é preciso se atentar a vários fatores. “As cirurgias plásticas e os procedimentos estéticos possuem, em geral, baixo risco, desde que sejam realizados por médicos com especialização comprovada em cirurgia plástica e com título de especialista nas sociedades regulamentadas pela AMB (Associação Médica Brasileira)”, afirma o Dr. Luís Felipe Maatz, cirurgião plástico, com especialização em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês.


Segundo ele, para realizar um procedimento com segurança, além de procurar um cirurgião plástico habilitado, o paciente deve estar em bom estado de saúde. No caso de cirurgias de médio ou grande porte, há necessidade de exames complementares (como exames de sangue e cardiológicos). Além disso, deve ser realizada em local adequado e com toda infraestrutura necessária (geralmente clínicas de grande porte e hospitais).


Quem pode realizar o procedimento

Os profissionais habilitados para procedimentos estéticos são os cirurgiões plásticos e dermatologistas. “Para cirurgias plásticas, somente o próprio cirurgião plástico. Há muitos médicos ou outros profissionais (como dentistas, biomédicos, farmacêuticos, enfermeiros, fisioterapeutas) que se intitulam especialistas em estética, mas não possuem formação para realizar os procedimentos de forma adequada e segura. Para minimizar os riscos, garanta que seu médico seja realmente especialista (você pode verificar essa informação nos sites da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e na Sociedade Brasileira de Dermatologia)”, alerta Luís Felipe Maatz.


Quando há erros

Os erros, geralmente, ocorrem em procedimentos realizados por profissionais que não possuem qualificação, em ambiente impróprio e com produtos ou técnicas inadequadas. “Cerca de 90% dos casos de queixas no Conselho Regional de Medicina (CRM), por possíveis erros médicos em procedimentos estéticos, são contra profissionais que não são especialistas em cirurgia plástica ou dermatologia. Se expandirmos os números para as queixas em geral, incluindo os profissionais não-médicos que se aventuram em realizar os procedimentos estéticos, chegaremos a uma parcela maior ainda”, relata o especialista.


Como diferenciar erros de complicações

Segundo Luís Felipe Maatz, a definição de erro é a conduta profissional que pressupõe inobservância técnica capaz de produzir um dano à vida ou à saúde de um paciente, caracterizada por imperícia, imprudência ou negligência.


1- Imperícia: execução errada de um ato técnico profissional (falta de observação das normas ou despreparo do profissional). Por exemplo, realização de um procedimento estético por profissional não habilitado e sem a especialização adequada.


2- Imprudência: quando o profissional age sem o cuidado adequado (atitudes precipitadas ou sem cautela). Por exemplo, a realização de uma cirurgia sem a equipe adequada.


3 – Negligência: falta de cuidado ou de precaução ao se executar um ato profissional. Por exemplo, a realização de uma cirurgia em local inadequado ou sem os exames necessários.


“Vale lembrar que todo e qualquer procedimento estético ou cirurgia pode acarretar em complicações, que são diferentes de erros. As complicações são eventos adversos ao resultado esperado, mas que podem ocorrer em qualquer procedimento, mesmo que o profissional tenha formação adequada e tome todas as precauções necessárias”.


Luís Maatz complementa: “Há necessidade de que, durante a consulta, o médico explique as possíveis complicações e que o paciente esteja ciente de que elas possam eventualmente ocorrer, mesmo com o melhor médico, que utiliza da melhor técnica, no melhor ambiente e com o melhor produto”.



Jornal Dia Dia