terça-feira, 31 de agosto de 2021

Polícia prende falso médico em posto de saúde de São João de Meriti

 No momento da prisão, um paciente tinha acabado de sair do consultório do impostor com pedido de exames assinados por um médico


Rio - Um falso médico foi preso em flagrante, na noite deste sábado, no Posto de Assistência Médica (PAM) de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Ele foi autuado por falsificação de documento público e exercício ilegal da medicina. A identidade do suspeito não foi divulgada. 
Policiais civis da 57ª DP (Nilópolis) o encontraram após terem recebido uma denúncia de que o homem estaria atuando como médico sem permissão. Durante as investigações, os agentes descobriram que ele ia até à unidade de saúde aos sábados.
Ele foi preso enquanto atendia pacientes do posto. No momento da prisão, um paciente tinha acabado de sair do consultório dele com pedido de exames assinados por outro médico. Após a ação, ele foi levado para a delegacia e, em seguida, ao sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça.



Caso Rosemar: família reitera pedido de afastamento de médica e cobra explicações de hospital em Carazinho

 


No início desta semana a família de Rosemar Leal da Silva, voltou a encaminhar ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (CREMERS), a denúncia que pede o afastamento da médica responsável pelo caso, bem como a sua suspensão do exercício profissional, junto da Sindicância 086/2021. 

A denúncia já havia sido feita tanto ao conselho, quanto ao departamento de ouvidoria do Hospital de Caridade de Carazinho  (HCC) em janeiro, no início da instauração do inquérito policial.  Nas últimas semanas, o inquérito policial instaurado na Delegacia de Polícia de Carazinho teve andamento, com a realização de diversas oitivas de testemunhas do caso.

A advogada da família, Dra. Juliani Pinzon Pontes explica que neste momento, ainda se está na fase de oitivas de testemunhas dos fatos ocorridos durante todo o período de internação da paciente no Hospital de Caridade de Carazinho (HCC), para somente ao final ser ouvida a equipe médica que atendeu a Senhora Rosemar naquele período, na condição de interrogados. “A cada novo depoimento, mais detalhes vêm à tona, sobre a maneira desleixada e desumana com a qual a paciente fora tratada pela equipe médica que a atendeu, o que nos traz um imenso sentimento de indignação. Rosemar não apenas acabou falecendo, como isso ocorreu após horas, dias de sofrimento intenso. Algo que poderia ter sido evitado, caso as queixas da paciente tivessem sido validadas e avaliadas de maneira minimamente satisfatória pelos profissionais. Aguardamos a conclusão do inquérito e esperamos o indiciamento dos envolvidos.” diz Juliani.

O filho da vítima, Mateus Leal destaca a indignação da família com relação a forma de tratamento do Hospital de Caridade de Carazinho (HCC), e do próprio conselho. “Com o avanço das investigações na Delegacia de Polícia é inaceitável acreditar que a doutora ainda continue clinicando. Mais inadmissível ainda é ver a conduta adotada pelo Hospital de Caridade de Carazinho (HCC), que desde o início se omitiu, acredito que na esperança de que o caso fosse esquecido e não levado à diante. Em nenhum dos contatos feitos à direção do HCC, nossa equipe de advogadas foi bem respondida e esclarecida, pelo contrário com respostas curtas e vazias o hospital nunca se posicionou e mostrou que estava analisando a situação com seriedade, o que se espera de uma entidade que trabalha em prol da vida. É difícil de acreditar que mesmo com toda a situação, a direção do hospital, se quer afastou a médica para investigar devidamente o caso. Infelizmente o sentimento que carregamos hoje em nossa família é que o hospital é tão culpado quanto a médica por tirar nossa mãe de nosso convívio tão precocemente” desabafa.

Sobre a atuação da médica, Leal diz que é inaceitável que novas famílias voltem a se machucar e por isso defende que a médica seja devidamente afastada de suas funções. “A forma debochada, desumana, imperita, negligente, imprudente pela qual a médica tratou minha mãe e nossa família, não pode e não deve voltar acontecer com outras famílias. Não podemos deixar que brinquem com medicina e machuquem pessoas e famílias, assim como fizeram com nós. Por isso, voltamos a reiterar que a médica responsável seja devidamente afastada até que todas as questões sejam esclarecidas, isso que se espera de instituições sérias e com compromisso com a verdade e a vida das pessoas” finaliza Mateus.

Nas redes sociais, a hashtag #justiçaporrose segue movimentando, sendo meio empregado pela família e amigos para que o caso não caia de forma alguma no esquecimento. A cada publicação, inúmeros são os comentários de pessoas da família, amigas de Rose, ou até mesmo desconhecidas que clamam por respostas e principalmente por justiça, para que casos como este não continuem acontecendo.


Rádio Planalto


segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Plano de saúde deve indenizar mãe por erro médico no pré-natal

 Cabe à operadora de plano de saúde a fiscalização da qualidade dos serviços fornecidos pela rede credenciada, de modo que tem responsabilidade solidária por eventuais defeitos na prestação, podendo ser também ser demandada pelo consumidor.

Dollar Photo ClubOperadora de plano de saúde deve indenizar mãe por erro médico no pré-natal

O entendimento é da 7ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo ao condenar uma operadora de plano de saúde a indenizar uma paciente por erro médico no acompanhamento pré-natal. A indenização por danos morais foi fixada em R$ 20 mil.

Segundo os autos, a autora fez o acompanhamento pré-natal na própria clínica do plano de saúde. Foram feitas, ao todo, nove consultas, em que se constatou a saúde do feto. Entretanto, após o nascimento, a mulher foi informada de que seu filho apresentava crescimento anormal.

O laudo pericial apontou uma série de erros no pré-natal, indicando que o médico obstetra não observou e correlacionou os dados clínicos com os do ultrassom, nem houve um diagnóstico que levasse a uma investigação complementar do quadro. Assim, a mãe entrou com a ação, que foi julgada improcedente em primeiro grau.

Ao dar provimento ao recurso da autora para reformar a sentença, a relatora, desembargadora Maria de Lourdes Lopez Gil, afirmou que a falha no serviço prestado pela rede credenciada da ré foi comprovada pelo laudo pericial, que deixou claro os erros do médico e dos técnicos do ultrassom que atenderam a gestante no pré-natal.

“Vale ainda destacar a ausência de conservação do prontuário médico. Portanto, demonstrado o nexo causal e o dano perpetrado à autora, exsurge o dever de indenizá-la, pois experimentou mais do que dissabores sendo surpreendida com a má formação de seu filho, apenas no momento de seu nascimento”, afirmou.

A magistrada citou precedentes do Superior Tribunal de Justiça de que há responsabilidade solidária da operadora de plano de saúde pela reparação dos prejuízos sofridos pelo consumidor decorrentes da má prestação dos serviços, como ocorreu no caso em questão. A decisão foi por unanimidade.

Clique aqui para ler o acórdão
1059111-25.2019.8.26.0100


Conjur



Médico só responde por erro se houver prova de culpa

 


A responsabilidade pessoal do médico exige comprovação da culpa, cabendo ao paciente comprovar a negligencia, imprudência ou imperícia do médico.

A responsabilidade do hospital é independente do reconhecimento de culpa do médico, no entanto há  o dever de indenizar quando o evento danoso proceder de defeito de serviço, com a apuração da culpa do profissional, ao praticar atos técnicos de forma defeituosa. 




FAMÍLIA ALEGA NEGLIGÊNCIA MÉDICA EM CASO DE MORTE DE BEBÊ PREMATURO EM PALMAS

 A família ainda afirma ter tido dificuldades para enterrar a criança


Uma família de Palmas, no sudoeste do Paraná, afirma ter sido negligenciada pelo sistema público de saúde da cidade após o nascimento prematuro, com apenas cinco meses, de um bebê já sem vida. Segundo o relato, a mãe da criança teria passado por complicações durante a gravidez e não teria sido atendida corretamente nas unidades de saúde.

De acordo com a família, a mulher procurou por ajuda no Pronto Atendimento Médico do município quatro vezes, mas foi liberada para voltar para casa em todas elas. Além disso, os familiares revelaram que, sem condições financeiras, ela chegou em uma das vezes retornar caminhando, mesmo com sangramento, para a residência.

“Eu estava grávida de uma menininha, tinha colocado o nome dela já de Yasmim. Eu pouco antes de passar para o segundo mês de gestação, eu tive um sangramento intenso, forte, procurei a unidade de atendimento de Palmas, onde a resposta que eu ouvia é que aquilo era normal. Não foi uma ou duas vezes que eu procurei a unidade de atendimento e as respostas que eu escutava é que não tinha nada demais. Esse normal resultou no quê? No sofrimento da gente porque sofre é só quem perde, eles não perderam nada”,

Durante a procura por atendimento médico, segundo relato da própria mãe, os médicos usavam exemplos de outros casos semelhantes para afirmar que a gravidez não corria riscos. “Eles falavam que já havia acontecido casos de muitas mães, na gravidez, passarem por isso, pelo sangramento. Que era normal, que o sangramento ia cessar e não tinha nada demais. Só que o sangramento não parou, aumentou”, completa a mulher.

Em nota, a Prefeitura de Palmas afirmou que a gestante foi “plenamente atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade”, que não houve negligência médica, que foram prestados todos os atendimentos desde o início da gestação e que não serão prestados maiores esclarecimentos a cerca do atendimento”.

Além das negligências apontadas nos atendimentos, a família afirma também ter passado por dificuldades para enterrar o bebê, segundo eles, houve “empurra, empurra”. De acordo com a lei, fetos com idade gestacional acima de 20 semanas precisam de liberação do corpo para enterro e funeral. A despedida foi feita em casa, mas na hora do sepultamento Letícia precisava assinar os documentos, mas não podia porque estava internada.

“Foi uma enrolação, eles não queriam liberar o papel. Eu liguei no cartório, eles não atendiam e nem na assistência social”, conta Rosilda Cristina, mãe de Letícia.

Hospital São Lucas de Palmas, onde foi constatada a morte da criança, afirmou que após a declaração de óbito feita pelo médico, a documentação é entregue a família para que sejam tomadas as providências necessárias junto ao município. Também apontam que o direcionamento desse processo é de responsabilidade do próprio município.

Por se tratar de uma família de baixa renda, o sepultamento é feito por conta da prefeitura, de forma social. Segundo o município, para o funeral social é preciso verificar todos os documentos do usuário, e que assim que tudo foi revisado a família pode realizar as celebrações. Ainda afirmou que não houve negativa do atendimento em momento algum.

Letícia permanece hospitalizada e se recupera da perda do bebê.




domingo, 29 de agosto de 2021

Família denuncia maus-tratos em hospital de Diadema

 

Parentes pedem que paciente acamado por Covid, e agora por escaras, seja transferido

Familiares do paciente Luis Fernando Batista, 51 anos, internado no Hospital Municipal de Diadema, denunciam possíveis maus-tratos que o homem estaria sofrendo dentro do equipamento de saúde.

Internado inicialmente para tratar da Covid, Batista está há quase 90 dias dentro do hospital. O homem se curou da doença, mas, por ficar muito tempo deitado na cama do equipamento, contraiu escaras – espécie de ferida em áreas do corpo –, sendo que uma delas acabou infeccionando.

Foi neste momento que o martírio de Batista e de sua família teve início. Parentes do paciente relatam que o homem reclama de que é esquecido dentro do quarto e de que as enfermeiras, por exemplo, não aparecem nem para dar banho nele.

Em um dos episódios relatados por integrantes da equipe médica aos familiares, um dos médicos que cuidava de Batista administrou remédios que não serviriam para tratar dos problemas apresentados pelo homem, que naquele momento estava convalescendo da Covid e também das feridas.

Os familiares chegaram a obter duas liminares para que Batista fosse transferido para outro hospital. A primeira decisão saiu dia 19 de agosto e foi acolhida pela Vara da Fazenda Pública de Diadema. “Defiro a liminar determinando que o impetrado providencie a transferência e a internação do impetrante em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de serviço especializado em cirurgia plástica”, diz o documento. Caso houvesse descumprimento, o Executivo teria que pagar multa de R$ 1.000 por dia. 

Com a decisão, Batista foi encaminhado ao Hospital São Paulo, sob gerência da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), mas ao chegar lá e, depois de avaliação médica, o paciente foi reencaminhado ao Hospital Municipal de Diadema para seguir o tratamento clínico. A segunda decisão da Justiça saiu dia 25 de agosto e também foi acolhida pela Vara da Fazenda Pública de Diadema, mas seu nome foi incluído na lista da Cross, sistema gerido pelo governo do Estado, na espera de leito em outro hospital. 

“Estamos aflitos, preocupados e tensos com a situação. Qualquer negligência pode custar uma vida”, declarou o filho de Batista, o promotor Luis Fernando Batista Junior, 24 anos. A Prefeitura de Diadema disse que a denúncia de maus-tratos não procede. “A Secretaria de Saúde informa que a liminar deferida pelo juízo foi cumprida no dia 21 de agosto, entretanto, o hospital receptor avaliou que não havia indicação cirúrgica, no momento, por especialidade de cirurgia plástica”, alegou a administração.

O Hospital São Paulo disse, em nota, que Batista “foi avaliado pela equipe de cirurgia plástica, realizado desbridamento (remoção de crostas) e orientado tratamento clínico e curativos. Não havia como realizar procedimentos cirúrgicos de fechamento ou enxerto de imediato, de modo que uma nova avaliação foi recomendada para o procedimento após o tratamento”.


DIÁRIO DO GRANDE ABC



Médico apontado como líder de esquema de desvio de verba da Saúde é condenado a 104 anos de prisão

 

Cleudson Garcia Montali foi preso durante a Operação Raio X, deflagrada em setembro do ano passado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil. Além da pena de 104 anos em regime fechado, Cleudson terá de pagar R$ 947 mil aos cofres da Prefeitura de Penápolis (SP).


Médico Cleudson Garcia Montali na delegacia de Araçatuba (SP)

O médico anestesista Cleudson Garcia Montali, apontado como líder de uma organização criminosa acusada de desviar dinheiro público da Saúde, foi condenado nesta sexta-feira (27) a 104 anos de prisão em regime fechado.

Cleudson foi preso durante a Operação Raio X, deflagrada em setembro do ano passado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil.

De acordo com o Ministério Público, o anestesista foi condenado por corrupção e peculato. Porém, acabou sendo absolvido do crime de fraude em licitação.

Além da pena de 104 anos em regime fechado, Cleudson terá de pagar R$ 947 mil aos cofres da Prefeitura de Penápolis (SP). Outras sete pessoas presas durante a operação também foram condenadas a penas que variam de 75 a 19 anos de prisão no regime fechado.

Líder


Investigações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil apontaram que a organização criminosa era liderada pelo médico Cleudson Garcia Montali. O anestesista, que foi diretor em várias unidades de saúde, chegou a ser homenageado com o título de cidadão Emérito nos municípios de Birigui e Agudos.

Por meio da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, Cleudson Montali celebrou contratos de gestão mediante licitações fraudulentas com o poder público para administrar a saúde de diversos municípios e desviando parte do dinheiro repassado por força do contrato de gestão às referidas Organizações Sociais.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e a Polícia Civil descortinaram um esquema de desvio de dinheiro público extremamente orquestrado e sofisticado por meio de contratos de gestão não apenas no município de Birigui, mas em diversos municípios do estado de São Paulo e também em outros estados.

Segundo o G1 apurou, as investigações mostraram que a organização criminosa, mediante acordos previamente firmados com as prestadoras de serviços contratadas, desviou grande parte das quantias repassadas às Organizações Sociais, ora por meio de superfaturamentos, ora por meio de serviços não executados, sempre mediante emissão de notas frias.

Os atos criminosos ocorreram de maneira reiterada, sendo que parte do dinheiro desviado foi objeto de lavagem de dinheiro. Além dos crimes citados, as investigações apontaram também que os alvos da operação teriam praticado crimes de corrupção ativa e passiva, além de falsidades ideológicas.

As investigações também demonstraram que a organização, que viu o atual cenário da pandemia como uma oportunidade única para desviar dinheiro, contava com uma vasta rede de contatos criminosos em diversas localidades.

Com a ajuda de políticos, quadrilha gastou milhões desviados do combate à Covid

No caso de Cleudson, por exemplo, ele conseguia efetuar o crime por meio de pessoas interpostas, dirigindo as Organizações Sociais nas quais efetuava desvios milionários. Embora Cleudson já estivesse sendo investigado e alegado que iria se afastar das Organizações Sociais, o mesmo não ocorreu.

G1 apurou também que as investigações ainda apontaram que Cleudson adquiriu outras duas novas Organizações Sociais justamente como forma de ampliar seus horizontes.

Até então, ele agia por meio das Organizações sociais de Birigui e Pacaembu. Contudo, nos últimos tempos o médico também vinha agindo em outros estados, desviando milhões em plena época de pandemia gerada pelo coronavírus, conforme o Ministério Público.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e a Polícia Civil descobriram que alguns denunciados ocultaram, destruíram e até mesmo queimaram provas, enquanto outros falsificaram documentos para obstruir e dificultar a investigação envolvendo as Organizações Sociais.

Fantástico apurou que alguns dos acusados de participar da quadrilha levavam uma vida de milionário, comprando mansões, carros importados, aviões e helicópteros.

De acordo com as investigações, Lauro Henrique Fusco Marinho bancou uma viagem para o México e muitas outras com o dinheiro da Saúde. Ele é médico e dono de duas empresas que deveriam atender as Organizações Sociais de Cleudson. Muitos dos serviços não eram realizados, mas mesmo assim, Lauro emitia notas fiscais só para desviar verbas.

Dois anos de investigação


A investigação, que durou dois anos e culminou com a prisão de mais de 50 pessoas durante a operação Raio X apontou que as organizações sociais de Cleudson cresceram rapidamente e fecharam contratos em 27 cidades de quatro estados: Pará, Paraíba, Paraná e São Paulo.

Segundo o Fantástico apurou, a quadrilha, que tinha a participação de políticos, desviou R$ 500 milhões, que deveriam ter sido investidos em hospitais e no tratamento da Covid-19.

Em muitas das vezes, os políticos estavam envolvidos para ajudar na primeira fase do esquema, o fechamento de contratos com o poder público. Em Agudos, um vereador foi preso suspeito de envolvimento no esquema.

Polícia Civil em frente à Santa Casa de Birigui 

Glauco Luiz Costa (MDB), conhecido como "Batata", teria recebido R$ 50 mil para votar pela cassação do prefeito, Altair Francisco Silva (PRB), e influenciar os colegas na votação. A tentativa de afastar o prefeito é por ele ter rompido com o contrato de uma das Organizações Sociais de Cleudson.

O prefeito Altair foi afastado duas vezes do cargo, mas conseguiu voltar após decisão da Justiça. Outros quatro vereadores da cidade também são investigados.

Segundo as investigações, no complô contra o prefeito, Cleudson conseguiu também que a Câmara de Agudos o homenageasse com o título de “Cidadão Agudense”, em 2019. Na ocasião, Batata discursou e disse que “era uma honra” receber o médico na Casa.

Polícia Civil apreendeu mais de R$ 1 milhão durante operação contra desvio de verba

A defesa de “Batata não recebeu qualquer valor em espécie, sempre votou de acordo com suas convicções e lamenta que estejam sendo veiculadas informações desconformes com a realidade”.

Após a reportagem do Fantástico, a Câmara de Agudos votou um pedido de instauração de processo de cassação contra o vereador preso, mas o pedido foi negado por 8 votos a 3.

Outros políticos presos em São Paulo foram o Secretário de Saúde de Penápolis (SP), Wilson Carlos Braz, e o vereador de Birigui José Roberto Merino Garcia, conhecido como Paquinha.






sábado, 28 de agosto de 2021

VÍDEO: Com caixão em carro, filho protesta morte da mãe por negligência médica

 

Evandro criou um caixão fake para simbolizar morte de idosa

Um protesto realizado por dois carros e um "caixão fake" chamou atenção de quem passava pela Avenida Afonso Pena na tarde desta sexta-feira (27), em Campo Grande. 

Quem participava do ato era Evandro de Souza Oliveira, de 48 anos, e seus dois filhos. O auxiliar de enfermagem aposentado protestava a morte da mãe, Maria do Carmo de Souza, de 71 anos.

Segundo ele, a idosa morreu na UPA Leblon, em 9 de julho 2020, por negligência médica. Evandro relatou que dona Maria deu entrada na unidade às 8 horas e 20 minutos da manhã. 


Protesto deve seguir até Avenida Mato Grosso 

A mãe chegou passando mal e, por volta das 15 horas, morreu. "Ela ficou sete horas em uma maca, foi direto para a emergência, agonizando de dor, sem ar, sem oxigênio, roxa", lembra Evandro.

"Nem tiraram o chinelo do pé da minha mãe. Eu rasguei meu diploma e cancelei minha inscrição no Coren (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul)", declara. 

Desde então, há um ano e três meses, o filho está em busca de justiça pelo falecimento da mãe. Ainda de acordo com ele, o médico que atendeu Dona Maria continua trabalhando no local. 

Evandro ainda lembra que no dia, a regulação do sitema de saúde solicitou o envio do exame de sangue e eletrocardiograma da paciente, para uma avaliação mais profunda e possível transferência, mas que só foi respondida depois do falecimento da vítima.

O auxiliar de enfermagem aposentado alega que a Prefeitura apenas advertiu o profissional e o afastou do trabalho. Essas informações, conforme Evandro, saíram no Diário Oficial.

Levando o caso a público, Evandro diz que foi acusado de calúnia pelo médico, sendo que o advogado do mesmo ainda solicitou R$ 40 mil de indenização. 

"Esse protesto é para pedir posição do CRM (Conselho Regional de Medicina) e da justiça, que não se manifestou", explica Evandro.



Jornal Midiamax entrou em contato com a assessoria da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) sobre o caso. Em resposta, foi informado que "está sendo apurado por meio de sindicância e a manifestação está sendo feita à justiça".







Após passar por 2 hospitais, bebê de 10 meses morre na Zona da Mata de Pernambuco; família denuncia negligência

 

A pequena Alana Cecília dos Santos da Silva morreu no domingo, após passar mal na sexta


A certidão de óbito deu a causa da morte de Alana Cecília dos Santos da Silva como sendo “indeterminada”

Foi enterrado em Barreiros, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, o corpo de uma bebê de 10 meses, que morreu após atendimento médico em dois hospitais. A família da criança suspeita de negligência. O pai da bebê, o autônomo Gleison Santos da Silva, contou que o desespero da família começou na sexta-feira (20), à noite, quando a menina passou mal, com dificuldade para respirar, e precisou ser socorrida às pressas para o Hospital Municipal de Barreiros, cidade onde os parentes moram.

Segundo a família, a bebê, de 10 meses, recebeu alta ainda na sexta. Ela ficou o sábado (21) todo em casa, aparentemente bem, mas, à noite, passou mal novamente e foi levada para o mesmo hospital, em Barreiros. O estado de saúde teria piorado, por isso, a criança precisou ser transferida para o Hospital Regional de Palmares, também na Mata Sul, onde acabou morrendo, no dia seguinte.

A certidão de óbito deu a causa da morte de Alana Cecília dos Santos da Silva como sendo “indeterminada”, porque ainda depende do resultado de exame toxicológico, mas família quer saber se houve negligência nos atendimentos dos dois hospitais por onde a menina passou. O pai da criança questiona, por exemplo, a demora para a transferência, que deveria ter sido seria feita do Hospital de Palmares para outra unidade, o que acabou não acontecendo.



sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Polícia aponta negligência e indicia pai e médico de UBS por morte de menina de 2 anos em Macapá

 

Criança ficou quase 10 dias em casa com sintomas e médico não ofereceu o tratamento adequado, aponta inquérito.


Criança foi atendida horas antes da morte na UBS Congós

O pai e um médico da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Congós, na Zona Sul de Macapá, foram indiciados pela morte de uma menina de 2 anos, ocorrida em 4 de agosto. A investigação da Polícia Civil apontou que a criança deu entrada na unidade debilitada e com indícios de infecção, mas não teria recebido o tratamento de saúde correto.

O inquérito da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca) apontou negligência tanto do pai, que manteve a menina em casa por vários dias com sintomas, quanto do médico, que não teria oferecido o tratamento adequado.

Os dois vão responder pelo crime de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. Antes de ser levada para a UBS, Tamires da Silva passou cerca de 10 dias na residência do pai, de 46 anos, que possuía a guarda compartilhada da menor.

"Pela ausência e pela omissão do pai de levar essa criança com esses sintomas, eu entendi que ele foi responsável pela causa da morte, responsável pelo homicídio culposo da filha", apontou Ronaldo Entringe, delegado que liderou a investigação.

Pai e médico de UBS são indiciados por morte de menina de 2 anos em Macapá

Os relatos apontaram que a menina estava muito fraca e com lesões e manchas pelo corpo. O pai alegou que ela teria caído da escada. A mãe da criança foi buscá-la na casa do acusado e constatou a situação de saúde da menor.

Em seguida, procurou atendimento médico na UBS Congós. O delegado disse ainda que a criança não recebeu o atendimento correto e mesmo muito debilitada foi mandada para casa. Em depoimento, o médico e a defesa dele permaneceram em silêncio. O G1 não conseguiu localizar o pai.

"A mãe quando foi buscar a criança, de imediato levou a menina na UBS do Congós e lá foi atendida por um médico que apenas receitou o medicamento via oral. Após, ela a levou para casa, por volta do meio-dia. Quando chegou a noite a criança já estava quase falecendo", relatou.

A mãe chegou a utilizar os remédios receitados pelo médico, entretanto, não houve melhora e ela resolveu levar a criança em outra unidade de saúde, segundo a polícia.

A menina chegou em estado grave na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Sul, na noite de 4 de agosto. Os médicos tentaram reanimá-la, mas sem sucesso.

Ao analisar o estado da criança, um dos plantonistas da unidade disse em depoimento à polícia que o quadro da menina sugeria "uma infecção bacteriana específica", que teria ocasionado as lesões na boca e na pele.

Médicos da UPA da Zona Sul tentaram reanimar Tamires, mas ela faleceu na Unidade de Saúde

O profissional da saúde da UPA não descartou a hipótese da queda da escada, mas enfatizou à polícia que pode ter sido motivada pelo estado de fraqueza em que ela se encontrava.

Em depoimento, completou que a vítima apresentava indícios da Síndrome da Pele Escaldada, que aponta um estado avançado de infecção bacteriana.

O laudo pericial apontou que a causa da morte foi um choque hemorrágico por lesão no coração, em decorrência da tentativa de reanimação da menina, que já estava com o corpo fragilizado, informou a Dercca.

Após a conclusão do inquérito, o pai e o médico da UBS Congós foram indiciados na terça-feira (24) por homicídio culposo. O caso foi encaminhado à Justiça.

Sobre o atendimento inicial na UBS, a prefeitura de Macapá, responsável pela unidade de saúde, informou que tomou conhecimento do fato, que o caso está sob averiguação e posteriormente irá se manifestar sobre o assunto.