sábado, 31 de dezembro de 2022

Justiça determina intervenção do Estado na Saúde de Cuiabá

 

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) recebeu a decisão durante coletiva de imprensa na tarde desta quarta


Justiça determina intervenção do Estado na Saúde de Cuiabá

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso teve acolhida nesta quarta-feira (28) representação interposta pelo procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges Pereira, e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso determinou intervenção do Estado na saúde pública do Município de Cuiabá. A decisão liminar, assinada pelo desembargador Orlando Perri, confere amplos poderes administrativos e de gestão na Secretaria Municipal de Saúde, incluindo também a Empresa Cuiabana de Saúde, que faz a administração direta e indireta de hospitais na capital.

“A nomeação de interventor na pasta da saúde importa, ipso facto, no afastamento da atual secretária de Saúde até para se evitar naturais e inevitáveis divergências de posições, prejudicando ou dificultando o cumprimento das decisões judiciais objetos desta Representação Interventiva, ou de outras ações corretivas e curativas”, diz um trecho da decisão do desembargador.

Perri argumenta que na representação “a PGJ não postula o afastamento do chefe do Poder Executivo Municipal, mas a sua substituição na administração da Secretaria Municipal de Saúde”.

A liminar concedida pelo Poder Judiciário estabelece ao interventor autorização para “editar decretos, atos, inclusive orçamentários, fazer nomeações, exonerações, determinar medidas imperativas aos subordinados e demais servidores da Secretaria, até que se cumpram efetivamente todas as providências necessárias à regularização da saúde na cidade de Cuiabá”.

Nela, o desembargador também faz uma advertência: “Advirta-se o prefeito municipal e demais secretários que qualquer embaraço oferecido à atividade do interventor será considerado como crime de desobediência e, conforme o caso, de responsabilidade, além de eventual improbidade administrativa”.

O magistrado estabelece ao interventor um prazo de 15 dias para apresentação de um plano de intervenção com o nome dos co-interventores, se for o caso, contendo as medidas que adotará, bem como de relatórios quinzenais sobre as providências tomadas.

Setor Colapsado – No pedido de intervenção, o procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges Pereira, argumenta que no fim do mês de agosto de 2022 recebeu representação do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT) sobre inúmeras irregularidades ocorridas desde o ano de 2018, que estariam precarizando a saúde pública no município de Cuiabá. Entre os problemas relatados pela entidade sindical estavam a falta de médicos, furos nas escalas médicas, falta de medicamentos, atrasos nos pagamentos dos médicos, assédio moral, dentre outros.

Além de farta documentação com indícios de fraudes na contratação de empesa, o procurador-geral de Justiça relatou o descumprimento de diversas decisões judiciais. “O quadro de total desprezo às decisões judiciais com indicativo de direcionamento e contratação, sem licitação, de empresa específica, de precarização constante da mão de obra médica, de deixar em péssima situação a população cuiabana e mato-grossense, traz efeitos nefastos”.


Isso é Notícia



sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

'Cirurgias desastrosas, que beiravam crueldade': médico é investigado no RS.

 

João Couto Neto é investigado por causar lesões e mortes de pacientes de Novo Hamburgo

O cirurgião João Couto Neto é investigado por suspeita de causar lesões e mortes de pacientes de Novo Hamburgo, região metropolitana de Porto Alegre. A Justiça o afastou de suas funções por 180 dias.

Segundo a Polícia Civil, são 77 denúncias contra o médico, que se apresenta como especialista em cirurgias de hérnia, vesícula e refluxo. Entre os casos relatados, 20 são de pacientes que morreram após os procedimentos. Não há comprovação de que as lesões e mortes foram causadas por Couto Neto — as investigações estão em andamento. A defesa dele não se pronunciou.

O que está sendo investigado

  • Em novembro, um grupo de 15 pessoas, entre elas pacientes que se sentiram lesadas pelo médico e parentes de pacientes que morreram, relataram supostos casos de abuso e erro médico à polícia
  • A maioria dos relatos se refere a cirurgias feitas nos últimos dois anos, mas as denúncias abrangem procedimentos realizados a partir de 2010
  • Parte das vítimas relatou à polícia que saiu de procedimentos com ferimentos, principalmente no intestino e em órgãos que não eram o foco das cirurgias
  • Também há relatos de dilacerações em órgãos, perfurações múltiplas e cortes feitos além do necessário, segundo o delegado responsável pela investigação

[Eram] intervenções cirúrgicas totalmente desastrosas, que beiravam a crueldade e desumanidade.
Delegado Tarcisio Lobato Kaltbach, da 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo

  • Pacientes também afirmam que o médico minimizava a gravidade das lesões provocadas nas cirurgias, segundo a polícia
  • A investigação ainda apura relatos de outros profissionais do Hospital Regina, onde ele atuava, que o acusam de fazer até 25 procedimentos em um único plantão
  • A Polícia Civil realizou mandados de busca e apreensão na residência do médico, em seu consultório particular e no Hospital Regina

Quem é João Couto Neto

  • Em suas redes sociais, ressalta ter feito mais de 20 mil cirurgias
  • Em 11 meses, fez mais de 1,1 mil procedimentos em uma só instituição, o Hospital Regina, segundo a polícia
  • Tem mais de 15 mil seguidores no Instagram e 13 mil no Facebook
  • Em sua última publicação, após o início das investigações, disse atuar com "responsabilidade e maturidade"

Atuar como médico é sempre um grande desafio. Temos plena consciência e certeza de praticar a medicina para a melhor saúde dos pacientes. E com esta responsabilidade e maturidade, nos sentimos confortáveis em afirmar que realizamos mais de vinte mil cirurgias e procedimentos durante os últimos 19 anos, cumprindo os mais elevados preceitos médicos, honrando esta profissão que é a melhor tradução de minha vida João Couto Neto.

O que dizem o hospital e o médico

  • O Hospital Regina diz que o médico faz parte do corpo clínico aberto da unidade, usa a estrutura, mas sem vínculo de contratação
  • A instituição diz que entregou documentos pedidos pela Justiça, mas afirma desconhecer o inquérito policial e que o foco da investigação é o médico, não o hospital
  • O hospital afirma ainda que, no mandado de busca e apreensão apresentado pela Polícia Civil, são citados 14 nomes de pacientes, sendo que 3 fizeram apenas exames na instituição. Dos 11 que realizaram cirurgia, quatro formalizaram relato na Ouvidoria sobre o médico

As reclamações [feitas na Ouvidoria] foram prontamente acolhidas e uma delas, inclusive, foi encaminhada à Comissão de Ética do corpo clínico 
Hospital Regina

  • O UOL também tentou contato com o Centro Clínico Regina, onde fica a clínica particular de Neto, que não se pronunciou sobre o caso
  • A defesa de João Couto Neto optou por não se manifestar sobre as investigações. Diego Mariante Cardoso, advogado do caso, afirmou que a defesa permanecerá em silêncio por enquanto, por ainda não ter acesso à íntegra do inquérito





Erro médico: paciente que teve ovário saudável retirado por erro será indenizada

 


Uma paciente, que tinha um cisto no ovário direito, foi submetida a cirurgia e teve o ovário esquerdo removido, será indenizada em R$ 15.000,00 (quinze mil reais) pelo Estado de Santa Catarina (SC) e pela organização social que administra um hospital na cidade-sede da comarca, onde ocorreu o erro médico. A sentença é do juiz de direito Gustavo Santos Mottola, titular da 2ª Vara Cível da comarca de Araranguá (SC).

De acordo com os autos, a mulher iria retirar seu ovário direito, entretanto, em cirurgia feita no mês de setembro do ano de 2018, teve o esquerdo removido, cujos exames pré-operatórios apontavam como normal.

Em suas alegações, o Estado de Santa Catarina (SC) negou que a retirada tenha ocorrido por engano, tendo em vista que o laudo de exame anatomopatológico identificou a presença de cistos foliculares no ovário retirado.

No entanto, isso não foi capaz de afastar o erro médico, pois, como destaca a decisão de primeiro grau, não se tratasse de um erro, o médico teria procedido ainda à retirada do ovário direito (no qual o cisto – motivo da cirurgia – foi previamente diagnosticado).

Além da retirada do ovário esquerdo não ter sido autorizado, o perito ressaltou que nem todo cisto é maligno e nem sempre é preciso retirá-lo para evitar a morte. Entretanto, como não ocorreu a retirada do ovário direito, o cisto que nele estava aumentou quase 50% (cinquenta por cento) de tamanho no comparativo dos exames de abril e dezembro daquele ano.

Assim, o juiz de direito Gustavo Santos Mottola destaca que houve, sim, erro médico e não há dúvida que o dano moral restou caracterizado. “Afinal, além da retirada não autorizada de um ovário, a autora terá que ser submetida a um segundo procedimento cirúrgico para a retirada do ovário direito (que deveria ter sido extirpado no primeiro procedimento) e enquanto não o fizer sofrerá com dores (que motivaram a autora a procurar atendimento médico e, conforme o laudo, podem ser atribuídas ao cisto).”

O Estado de Santa Catarina (SC) e a organização social terão que indenizar a parte autora da ação judicial, solidariamente, por danos morais no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), acrescido de juros de mora desde a cirurgia e correção monetária.

Da decisão cabe recurso ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina – TJSC.

Autos n. 5000915-45.2019.8.24.0004

(Com informações do Tribunal de Justiça de Santa Catarina – TJSC)




quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Menina de dois anos morre após ser liberada 3 vezes de hospital, no PR

 

A família de Helloara acusa o hospital de negligência, já que a menina foi ao local três vezes e, nos três atendimentos, recebeu soro e foi liberada


A menina morreu na última segunda-feira (26) e foi sepultada nessa quarta-feira (28), em Araucária

Uma criança, de dois anos, morreu após ser liberada 3 vezes de um hospital público de Araucária, município da Região Metropolitana de Curitiba, Paraná. A família da vítima, identificada como Helloara Silveira, acusa o Hospital Municipal de negligência. 

Em uma entrevista a Rádio Plug, a avó de Helloara, Senia Silveira, contou que, na primeira vez que a neta passou mal, ela foi levada ao Pronto-Atendimento Infantil (PAI), que é anexo ao Hospital Municipal de Araucária. Ainda de acordo com Senia, a menina foi diagnosticada com virose e desidratação, e, após ser medicada, foi liberada da unidade de saúde. 

“Ela [Helloara] chegou com febre de 39ºC, vômitos e dor no estômago. A médica deu soro e liberou a menina após a medicação”, relatou a avó sobre o atendimento que a neta havia recebido, no último sábado (24). 

No entanto, o mal-estar da criança persistiu no dia seguinte, domingo (25). A família a levou novamente ao hospital, por volta das 18h, e, no local, recebeu soro. 

“No domingo, ela passou mal de novo e foi levada para o PAI novamente. Deram soro mais uma vez. Tenho foto que mostra que ela estava com 40ºC. Falaram que era normal e que a medicação precisava fazer efeito. Minha filha falou: ‘Interna ela logo, não quero levar ela para casa assim. Não aguento mais vir aqui’. Responderam que virose era assim mesmo”, disse Senia.

Já na madrugada de segunda-feira (26), a criança vomitava e chorava de dor, conforme a avó. Por volta das 9h, a menina passou a desmaiar e manchas pretas surgiram pelo corpo dela.

Por conta do estado da menina, a mãe dela acionou um carro de transporte por aplicativo para levá-la mais uma vez ao PAI. “Dentro do carro, ela teve uma parada cardiorrespiratória, e o motorista ajudou. Quando chegou no hospital, se juntaram em 15 médicos e enfermeiros para pegar minha neta e levar para uma salinha. Depois levaram minha filha para outra sala e dali meia hora foram falar que minha neta estava morta. Disseram que ela morreu de vômito e desidratação.”

A mulher afirmou que apenas dois medicamentos foram receitados para tratar a menina: paracetamol e dipirona. Ela, que acusa a equipe médica de negligência, questionou o porquê de exames não terem sido feitos.

“Não tiveram coragem de fazer um exame de sangue, um raio-X. Não fizeram nada pela minha neta. Estou velando minha neta hoje! Quero Justiça. Ela não morreu de vômito e desidratação, e eu quero saber o que aconteceu”, protestou.

O corpo de Helloara foi sepultado nesta quarta-feira (28) no Cemitério Municipal Jardim Independência. O atestado de óbito da criança aponta que ela morreu em decorrência de choque hipovolêmico, condição provocada pela perda de grande quantidade de líquido e sangue, além de desidratação e vômitos.


TN Online.UOL.com


 


Em nota, a superintendência do samu informa que estranha a denúncia uma vez que, segundo relato da equipe médica, não houve intercorrência no atendimento. a equipe avaliou o paciente, coletou histórico e dados vitais, relatou caso para médico regulador que solicitou encaminhamento ao pronto socorro do Ipes .





quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Idosa denuncia negligência médica sofrida em Hospital de Picos

 


A idosa, Raimunda Ana Monteiro, de 79 anos, denunciou ao Cidadeverde.com/picos uma situação de negligência médica sofrida no Hospital Regional Justino Luz, em Picos. A mesma tomava uma medicação via intravenosa e após terminar o procedimento, uma profissional de saúde não identificada retirou o acesso da veia de forma abrupta.

Em razão da conduta da profissional, a mão da idosa na altura do punho inchou e começou a sangrar. Raimunda Ana Monteiro buscou atendimento na Casa de Saúde neste domingo (25) após sentir fortes dores no estômago.

No domingo fui para o Hospital passando muito mal. O médico me atendeu com a cara ruim, não ensinava as coisas direito a gente.  Agora as enfermeiras, teve uma que arrancou o acesso do soro da minha mão e tá roxo sem precisão. O soro acabou, ela foi retirar a agulha e foi de uma vez. Doeu muito, saiu muito sangue e aí veio outra enfermeira e colocou um esparadrapo para controlar o sangue, explicou a idosa.

Raimunda Ana Monteiro lamentou a situação

O neto da idosa, Wesley Monteiro, que a acompanhava no Hospital relatou que a situação de descaso com os pacientes revolta. Ele mencionou que para receber a medicação, a avó sentou no banquinho e teve de apoiar os braços em caixas de papelões.

Para mim foi um sentimento de tristeza, revolta porque a minha mãe é uma idosa. Quando a gente vai buscar uma Unidade de Saúde é porque está precisando de ajuda e aí a gente espera que os profissionais pelo menos olhem na cara das pessoas, e não teve isso. Pra mim foi triste, me senti um animal de rua, que ninguém quer olhar, ninguém quer cuidar. Eu evito o máximo andar naquele hospital porque o atendimento é muito complicado, não só todos os profissionais, mas existem alguns que deixam a desejar. E quanto a estrutura está cada vez pior, relatou Wesley Monteiro.

Diante da situação, os familiares de Raimunda Ana Monteiro buscaram a ouvidoria do Hospital para denunciar o caso. No entanto, foram encaminhados para vários setores e não conseguiram efetivar a denúncia de fato. A família ressaltou que vai acionar o Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI) para denunciar a conduta da profissional.

Em nota, o Hospital Regional Justino Luz esclareceu que a ouvidoria da unidade recebeu a notificação do denunciante e aguarda regularização.

A Ouvidoria do Hospital Regional Justino Luz recebeu a  notificação e aguarda que o denunciante regularize a denúncia. O setor de enfermagem está apurando o ocorrido para que seja tomado todas as providências necessárias.





Vítimas de cirurgião investigado por mutilações podem passar de 100

 

Número de vítimas chegou a 73 na semana passada e pode ultrapassar 100. Cirurgião está afastado por 180 dias das atividades pela Justiça



O cirurgião João Couto Neto, especialista em sistema digestivo, é investigado por lesões e mutilações durante procedimentos médicos, em Novo Hamburgo (RS). Segundo a Polícia Civil, número de vítimas pode passar de 100.

A polícia identificou, até o momento, 18 óbitos relacionados com cirurgias realizadas pelo médico. Na última semana, o número de vítimas subiu para 73. Desde 12 de dezembro, Couto Neto foi afastado das atividades médicas por 180 dias por decisão da Justiça.

Ele está impossibilitado de atender pacientes ou aproximar-se de parentes das vítimas nos quais é suspeito de ferir. A defesa de Couto Neto afirma que apenas vai manifestar-se após ter acesso a todo inquérito policial.

polícia cumpriu os mandados de busca e apreensão no apartamento de Couto Neto, em uma clínica particular do médico e no Hospital Regina, onde ele realizou a maioria dos procedimentos e cirurgias. Porém, a Justiça negou um pedido de prisão preventiva do cirurgião, por acreditar que ele não causa perigo a sociedade estando solto.

Para a polícia, a ação do médico visava a aumentar os ganhos financeiros, devido o número de cirurgias realizadas em um turno, que ocasionou em negligência e erros médicos. O Hospital Regina disse, em nota, que está colaborando com a investigação.

Ainda segundo o hospital, eles não indicaram o cirurgião para pacientes e, o médico foi escolhido pelos pacientes por convênio ou atendimento particular. Além disso, todos os procedimentos realizados por Couto Neto estão sob investigação.






terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Médico que evitou SUS e induziu idosa a pagar por cirurgia particular é condenado por improbidade administrativa

 


A Primeira Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) condenou o médico Omar Pacheco Cardoso, do sul do Estado de Santa Catarina (SC), pela prática de improbidade administrativa.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado de Santa Catarina, o profissional médico, ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS), induziu paciente idosa, de 80 (oitenta) anos, a submeter-se a cirurgia particular quando poderia ter realizado o mesmo procedimento na rede pública.

Ao aceitar a opção ofertada pelo médico naquele momento, a família da senhora precisou pagar-lhe R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais) por uma operação no ombro.

Para o desembargador Luiz Fernando Boller, relator do Agravo de Instrumento, o ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito restou devidamente caracterizado em sua forma dolosa. “Da análise do acervo probatório acostado – especialmente a prova testemunhal colhida -, verifico que o médico (…) induziu a paciente (…) a optar pela realização de procedimento cirúrgico particular, para restauro de fratura na extremidade proximal do úmero, de modo a obter contraprestação pecuniária pelos seus serviços, auferindo, assim, vantagem econômica indevida”, anotou o magistrado.


Créditos: Nathália Cidral/Assessoria de Imprensa TJSC

Um dos argumentos do médico, em sua contestação, apontava a urgência do ato cirúrgico e o risco de aguardar por mais tempo insumos necessários para a operação. Perito médico, contudo, ressaltou nos autos que o hospital público local possuía estrutura e materiais para a realização da cirurgia em tempo hábil, sem colocar a saúde da paciente em situação temerária. Não fosse a manobra engendrada pelo médico demandada para auferir vantagem patrimonial em benefício próprio, registrou Luiz Fernando Boller, a cirurgia poderia ocorrer pelo Sistema Único de Saúde – SUS.

Assim, em decisão unânime daquele órgão colegiado, o profissional médico foi condenado à perda da quantia ilicitamente acrescida ao seu patrimônio, mais o pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial – ambos acrescidos de juros de mora e correção monetária. O caso foi registrado no mês de setembro de 2012.

Agravo de Instrumento n. 5048126-84.2022.8.24.0000 – Acórdão

(Com informações do Tribunal de Justiça de Santa Catarina – TJSC)


Créditos: Andrey_Popov / Shutterstock.com

EMENTA

AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
COBRANÇA DE HONORÁRIOS MÉDICOS, EM CARÁTER PRIVADO, DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO REALIZADO EM ENTIDADE HOSPITALAR CONVENIADA AO SUS- SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA DE MÉRITO QUE, ACOLHENDO OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS PARA SANAR OMISSÃO APONTADA, COM FUNDAMENTO NO ART. 9º, CAPUT, E INC. I, DA LEI N. 8.429/92, JULGOU IMPROCEDENTE O PLEITO CONDENATÓRIO.
INSURGÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA (AUTOR).
ROGO PARA CONDENAÇÃO DO GALENO QUE INDUZIU A PACIENTE IDOSA A OPTAR POR TRATAMENTO PARTICULAR EM RAZÃO DE FRATURA DA EXTREMIDADE PROXIMAL DO ÚMERO DIREITO.
ASSERÇÃO PROFÍCUA.
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO QUE PODERIA TER SIDO REALIZADO COM RECURSOS DO SISTEMA PÚBLICO, NÃO FOSSE A MANOBRA ENGENDRADA PELO MÉDICO RÉU PARA AUFERIR EM BENEFÍCIO PRÓPRIO, MEDIANTE A PRÁTICA DE ATO DOLOSO, VANTAGEM PATRIMONIAL INDEVIDA EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DE CARGO EM NOSOCÔMIO PÚBLICO.
PARAFUSOS E PLACAS QUE PODERIAM TER SIDO DISPONIBILIZADOS PELO SUS EM TEMPO HÁBIL, SEM RISCO PARA A SAÚDE DA ASSISTIDA.
DECISÃO REFORMADA, JULGANDO PROCEDENTE O PEDIDO PRINCIPAL, RESTANDO PREJUDICADA A ANÁLISE DO PLEITO SUBSIDIÁRIO.
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
(TJSC, Agravo de Instrumento n. 5048126-84.2022.8.24.0000, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, rel. Luiz Fernando Boller, Primeira Câmara de Direito Público, j. 06-12-2022).


Juristas


Após descaso do Hapvida, paciente que lutava contra o câncer morre em Goiânia

 Aidany Silva não resistiu às complicações da Covid-19; informação foi confirmada pela família


Mulher estava com metástase no pulmão

A paciente Aidany Silva, que estava com metástase no pulmão, não resistiu às complicações provenientes da Covid-19 e morreu na manhã desta segunda-feira, 26, em Goiânia. Após descaso do atendimento de saúde da Hapvida, a mulher de 39 anos chegou a realizar vaquinhas online para arcar com o valor do tratamento. Porém, acabou falecendo de câncer.

A situação da paciente com câncer


Aidany Aparecida, de 39 anos, viu o câncer começar na mama esquerda. No entanto, no início deste ano, recebeu o diagnóstico de que a doença atingiu os pulmões. Ela passou a procurar tratamento adequado, após consecutivos casos de descaso com o Hapvida.

A equipe de reportagem do Diário do Estado (DE) conversou com a família, que confirmou o falecimento da mulher que tinha câncer e afirmou que ela queria muito viver. “Pessoal, infelizmente Aidany veio a óbito essa manhã. Mais detalhes do velório posto aqui. Obrigado pelas orações”, comunicou o esposo pelas redes sociais.

Com internação no Hospital Jardim América, em Goiânia, Aidany lutava contra o câncer há aproximadamente um ano. Ela era paciente da Hapvida há cinco anos e já passou por diversos momentos complicados com o serviço. Em outubro, passou quase 24 horas no pronto-socorro do hospital e voltou para casa sem receber tratamento adequado.





segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

 

Publicado às 05h30 desta sexta-feira (23)

Foto cedida ao Farol

Há um ano uma família serra-talhadense chorava a morte de Regiane Ferreira de Lima, de apenas 20 anos, gestante que vítima de negligência médica no Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam) que não sobreviveu ao parto, realizado após ela ter procurado o hospital cerca de três vezes numa mesma semana [relembre o caso]. Nesta quinta-feira (22) também é celebrado o primeiro aniversário do pequeno Miguel, filho da jovem.

Os pais de Regiane buscam por Justiça através de um processo movido contra o Estado e os profissionais envolvidos no caso. Em conversa com o Farol de Notícias, Sandra da Silva Andrada, de 43 anos, prima de Regiane comentou que a família sente ainda bastante a sua partida prematura.

“Hoje faz um ano que minha prima faleceu no hospital Hospam, após três idas a emergência grávida de 9 meses. Ela se foi e o bebê o Miguel sobreviveu e queríamos que ela fosse lembrada também como um símbolo de busca da justiça. Ela era uma mulher, uma jovem negra, sem muitos recursos”, alegou Sandra, continuando:

“Talvez se ela fosse branca rica e conhecesse algum médico lá no hospital não tivesse ido tão jovem assim. A mãe dela, minha tia, está movendo um processo contra o estado e os médicos que a negligenciaram ela no hospital. Ela faleceu por conta de um eclampse que evoluiu para uma edema pulmonar fatal.

SAUDADE NOS OLHOS DE MIGUEL

A alegria que resta para os familiares de Regiane é ver o brilho nos olhos e a inocência do pequeno Miguel que não teve a oportunidade de conhecer a mãe, mas segue forte e saudável junto dos avós e tios. Sandra Andrade ainda lembra do jeito meigo e calmo da querida prima.

“Regiane era uma moça muito linda por dentro e por fora. Não se reclamava de nada, tudo estava bom para ela. Seu sorriso inocente sua voz mansa e calma deixaram muitas saudades para todos que tiveram o prazer de conviver com ela. Para sua mãe e pai a saudade é algo constante e insuportável. Precisarão se mudar para outra cidade. O Miguel é um menino forte e saudável com o sorriso fácil da mãe encanta por onde passa”, finalizou a prima.




Farol de Notícias




Médico e Prefeitura de Itamaraju são condenados por erro e negligência em morte pós-parto

 


A decisão é do juiz da Vara Cível de Itamaraju, Rodrigo Alves Rodrigues, condenando o médico ginecologista, Dr. Onaldo de Oliveira Almeida (CRM 7632/BA, RQE 8468), pela perda de uma jovem, com uma longa vida pela frente, interrompida por erro e negligência médica e o município de Itamaraju ao pagamento de R$ 300 mil reais por indenização.

Em sua sentença, o juiz entendeu que “não houve a adoção dos procedimentos necessários para o diagnóstico e a correção de problemas decorrentes do parto, como recomenda a boa prática da medicina, configurando-se o ato em negligência médica”, pontuou.

Uma decisão tardia que recai como alento pela perda de Luana Gonçalves de Araújo (24 anos), falecida em 03 de abril de 2012, depois de dar à luz no Hospital Municipal de Itamaraju e sofrer com complicações por parto mal sucedido.

A condenação do município de Itamaraju ocorreu por sua responsabilidade objetiva em cuidar da saúde de seus municípes por ter em seu quadro profissional que, por negligência, teve relação direta com a evolução da gravidade e a morte da jovem, mãe de duas filhas órfás (uma de 6 anos e outra recém-nascida).

Um dia após o parto, ocorrido em 14 de março, a parturiente voltou a ser internada queixando-se de fortes dores e sangramento. Dias depois e com a piora no estado de saúde foi encaminhada para o Hospital de Teixeira de Freitas, onde os médicos diagnosticaram infecção puerperal, retenção placentária e outras complicações, provocadas pela placenta que envolvia o bebê, não ter sido retirada pela equipe médica itamarajuense, deixando de realizar o procedimento conhecido como curetagem. Também esqueceram parte do cordão umbilical no útero da paciente.

Não fosse suficiente essa série de erros, ainda contribuiu para a complicação o fato de a transferência ter sido solicitada apenas quando a jovem mãe sentia fortes dores e já apresentava avançado quadro de infecção.

A Prefeitura de Itamaraju ainda não se manifestou se vai recorrer da decisão, assim como tem feito em várias sentenças judiciais, envolvendo questionamentos da justiça para a cobertura e o atendimento dos itamarajuenses na rede pública de saúde, conforme determina as leis vigentes.

Enzo Gabriel de Jesus Nascimento (1 ano e 11 meses) morreu de complicações respiratórias no Hospital de Itamaraju

Apesar de o caso ter ocorrido há 10 anos atrás, os problemas no hospital continuam. Recentemente uma criança de menos de 2 anos faleceu por complicações de uma pneumonia (relembre o caso). Em sua defesa, o município jogou a culpa no governo do estado da Bahia.


Isaque Nilton Costa Pinheiro (2 anos e 11) morreu de complicações respiratórias em Itamaraju

Dentre outros casos, há quase um ano atrás, Isaque Nilton Costa Pinheiro (2 anos e 11 meses) também morreu com complicações respiratórias (relembre o caso), necessitando de suporte de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva), sem conseguir há tempo. Casos que se repetem e seguem intrigando a população.

A recente decisão judicial é uma luz nessa dúvida tenebrosa de que possa haver um grave problema na estrutura pública de saúde do município de Itamaraju.


Primeiro Jornal



domingo, 25 de dezembro de 2022

CRM-PB investiga se houve negligência médica em morte de criança no Hospital do Valentina, em João Pessoa

 

Pyetro Feitosa, de apenas 3 anos, morreu no dia 15 de dezembro, após ter recebido alta hospitalar.


Pyetro Feitosa, de 3 anos, morreu na quarta-feira (14), no Hospitald e Valentina.

O Conselho de Medicina da Paraíba vai investigar se houve ou não neglicência médica na morte de Pyetro Feitosa, de 3 anos, que morreu no Hospital do Valentina, no dia 15 de dezembro, após ter dado entrada no atendimento e recebido alta hospitalar. O menino teve uma piora de saúde, retornou ao hospital, mas não resistiu.

Apesar de não ter recebido uma denúncia formal, devido a repercusão, o CRM-PB deu ínicio a uma sindicância para apurar o caso. Após essa sindicância, o CRM vai decidir se abre ou não um processo ético profissional.

A declaração de óbito, emitada pelo hospital, traz as informações de que a morte da criança foi causada por diarreia aguada, hipoglicemia refratária e disfunção de múltiplos órgãos.

“Ele estava sem fazer xixi, por isso levei ele. Ele não estava mais com febre, mas estava dizendo que a perna dele estava doendo. O médico examinou, fez exame de sangue, depois que o exame voltou, o meu filho estava tomando soro e o médico disse que ele estava de alta”, diz Leydye Daiany, mãe de Pyetro.

Na quarta-feira (14), o menino voltou com fortes dores abdominais e nas pernas. Ele foi conduzido à internação imediata, mas não demorou muito para ser dada a noticia da morte de Pyetro.

“A gente descobriu que a criança estava com pneumonia, infecção generalizada, rins parados. Já tava com a barriguinha grande, os lábios ficando roxos. Só mandaram ele para a UTI. Quando levaram para a sala vermelha, ele não resistiu”, diz Maria José, tia de Pyetro.

Em entrevista à TV Cabo Branco, a familia disse que iria entrar na justiça, responsabilizando o hospital pela morte do menino. Mas até o momento, nenhuma denúncia formal foi registrada.

A Polícia Civil informou que, em caso de suspeita de negligência médica, o primeiro passo é buscar uma delegacia para oficializar a suspeita. Então o corpo da vítima é conduzido à Gerência de Medicina e Odontologia Legal (Gemol) para que seja feita a perícia e, assim, se possa dar sequência à investigação.