terça-feira, 31 de julho de 2018

Justiça cobra cirurgias atrasadas no Hospital Regional de Araguaína

Divulgação/Sesau


A Justiça aceitou uma denúncia do Ministério Público e determinou que o estado informe, no prazo de cinco dias, as providências administrativas que serão adotadas para a realização de cirurgias em pacientes internados no Hospital Regional de Araguaína. Após nova intervenção do Ministério Público Estadual, a Justiça determinou que o governo do estado informe. A decisão foi de uma ação civil pública ajuizada no ano de 2015. Na época, 20 pacientes internados aguardavam pela cirurgia e foram atendidos por força de uma liminar.  A Secretaria de Saúde informou em nota que ainda não foi notificada.

Medicamentos apreendidos em operação serão destinados a hospitais públicos

MPE/AL solicitará ao Poder Judiciário que autorize a destinação dos medicamentos
Medicamentos apreendidos na operação PlaceboAssessoria

Depois de apreender milhares de medicamentos usados em um esquema de sonegação de impostos e outros crimes, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) solicitará ao Poder Judiciário que autorize a destinação desse material, apreendido durante a operação Placebo, ocorrida na semana passada, para os hospitais e clínicas administrados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Com isso, a instituição ministerial acredita que um grande universo de usuários do sistema público de saúde de Alagoas poderá ser beneficiado e ter suas vidas salvas.

De acordo com os primeiros levantamentos, entre o material apreendido em 25 carretas nos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia, há farta variedade de medicamentos que podem ajudar no tratamento de diferentes enfermidades e de problemas de saúde, a exemplo de remédios para hipertensão, diabetes, tratamento de queimaduras graves, hepatite, anti-inflamatórios e antibióticos. Caso o poder Judiciário autorize tal destinação, podem ser beneficiados os hospitais públicos administrados pelo Estado de Alagoas.

Para se ter uma ideia dos benefícios que a distribuição trará para a população, só as sete unidades administradas pela Secretaria Estadual de Saúde atendem mensalmente uma média de 33.600 pessoas. Ainda segundo dados fornecidos pelo Estado, só o HGE tem uma demanda, também média, de 14 mil pacientes por mês.

A custódia do material

Os remédios e insumos hospitalares estão sob guarda do Estado, por determinação da 17ª Vara Criminal da Capital – Combate ao Crime Organizado. E tudo está sendo catalogado, levantamento que definirá a quantidade e quais tipos exatos de remédios eram usados no esquema de sonegação e cometimento de outros crimes descobertos pelo Ministério Público.

Segundo o promotor de justiça Cyro Blatter, coordenador do Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Conexos (Gaesf), responsável pela operação Placebo, o objetivo é distribuir os medicamentos, inclusive, para que os prazos de validade não vençam, o que inutilizaria todo o material.

“Sabemos das dificuldades do poder público em manter seu estoque de medicamentos nos hospitais que administra, e isso acontece por diversas variáveis. Quando pensamos em solicitar ao Poder Judiciário a liberação desse material para os hospitais, imaginamos que centenas de cidadãos podem se beneficiar desses remédios que estão em um depósito, acondicionados corretamente, e que podem ser utilizados em benefício da saúde da população”, disse Blatter.

O procurador-geral de justiça de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, também falou sobre a importância dos medicamentos serem doados para pacientes. “Essa operação exitosa vai salvar vidas e demonstra como são resolutivas as ações desenvolvidas pelo Ministério Público Estadual de Alagoas”, afirmou o chefe do MPE/AL.

Placebo

A operação, batizada com o nome de Placebo, e que conta com o apoio do procurador-geral de justiça de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, cumpriu 10 mandados de prisão e 18 mandados de buscas e apreensões nos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal de Alagoas, com competência para atuar no combate ao crime organizado.

De acordo com o Gaesf, que além do MPE/AL, é composto pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e Polícia Civil (PC/AL), são acusados de participar do esquema de sonegação de impostos e outros crimes um auditor-fiscal de Alagoas, quatro empresários do ramo de distribuição de medicamentos, quatro testas-de-ferro, dois laranjas e dois contadores.

As investigações apontam um dano ao erário estadual de aproximadamente R$ 197 milhões, valor atualizado até junho de 2018. Tal montante engloba imposto sonegado, multas, juros e correção monetária.


Sete Segundos

Falta água no Ophir Loyola e pacientes são mandados para casa

(Foto: Marco Santos)
Pacientes com problemas renais voltaram para casa mais uma vez na manhã desta quarta-feira (25) após serem informados de que o hospital Ophir Loyola, onde é realizado o tratamento de hemodiálise, está sem água.

Em entrevista por telefone ao DOL, Amarildo Sfair da Costa, de 62 anos, disse, claramente transtornado, estar com medo de passar mais um dia sem o tratamento.

“Cheguei hoje de manhã e me disseram que estão sem água desde ontem [terça-feira, 24]. Meu maior medo é de chegar amanhã e o problema persistir. Confesso que estou apavorado porque é a máquina que me mantém vivo”.

Morador do Conjunto Tapajós, Amarildo precisou voltar para casa amparado pela esposa, que faltou ao trabalho para ajudá-lo. Muito debilitado, ele listou sintomas característicos por conta da falta do tratamento, como fortes enjoos, falta de apetite, fraqueza, vômito e até insônia.

No hospital são realizadas duas sessões com média de quatro horas: a primeira nos dias de segunda, quarta e sexta; e a segunda nos dias de terça, quinta e sábado - que é o de Amarildo.

Há 18 anos ele recorre à hemodiálise para tentar viver dignamente e disse que cerca de 15 pacientes frequentam o mesmo turno que ele no Ophir Loyola. “Além das pessoas que não fizeram ontem, acumulou agora com os pacientes de hoje. Eles [equipe médica] disseram que a gente deve voltar para casa e aguardar porque eles vão ligar”, disse.

PACIENTES REALOCADOS

O Hospital Ophir Loyola confirmou que houve um problema em uma das bombas de fluxo de água na tarde de ontem (24), mas reiterou que ninguém ficou sem tratamento. Os pacientes da hemodiálise foram realocados para o Centro de Diálise Monteiro Leite e para o Hospital das Clínicas Gaspar Viana.

A previsão de conclusão do reparo é para esta quinta-feira (26).

Após discutir com enfermeira, médico deixa pacientes esperando por cirurgias e é afastado de hospital em SC

Nove procedimentos cirúrgicos estavam agendados no Hospital Cirúrgico Camboriú. Profissional trabalha como temporário na unidade de saúde.

Médico discute com enfermeira e abandona pacientes cirúrgicos no Hospital de Camboriú

Um médico-cirurgião de Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, foi afastado pela Secretaria de Saúde do trabalho após discutir com uma enfermeira e abandonar o centro cirúrgico. Pelo menos nove pacientes aguardam para passar por procedimentos. O caso foi registrado na quarta-feira (25) no Hospital Cirúrgico Camboriú (HCC).

Uma das pacientes foi deixada no centro cirúrgico e apesar de estar preparada para o atendimento não tinha sido anestesiada. O médico tinha ainda outros oito pacientes agendados, que iriam passar por procedimentos como cirurgias de hérnia, vesícula e laqueadura.

Segundo a prefeitura de Camboriú, que administra a unidade de saúde, o médico teve uma discussão com uma das enfermeiras e foi embora. Segundo a administração, o profissional não ser servidor municipal, ele atuava como temporário na unidade.

Segundo a secretaria e a direção do hospital, a decisão de afastar o profissional é para que os envolvidos sejam ouvidos e a situação seja esclarecida. Ainda de acordo com a pasta, outro médico já foi contratado e os procedimentos que ficaram sem atendimento vão ser remarcados.

O nome do médico afastado não foi divulgado pela Prefeitura.

Idosa, com fraturas, aguarda em casa por cirurgia há 30 dias

Família da mulher de 64 anos alega que traumas ocorreram no Pronto Atendimento. Caso está no Ministério Público           

O descaso chega ao extremo na saúde pública, mesmo quando o paciente é idoso. Uma mulher de 64 anos, com os dois ombros fraturados, grita de dores há mais de 30 dias, em casa, à espera de uma cirurgia, depois de passar pela UPA e Santa Casa de Araraquara. Segundo a família, os traumas ocorreram no Pronto Atendimento.

A idosa Claudete dos Santos Alamino mora na área rural entre Araraquara e Matão e, no dia 24 de junho, sofreu uma convulsão e foi encaminhada até a UPA - Unidade de Pronto Atendimento de Araraquara por uma equipe de socorristas da concessionária que administra a rodovia Washington Luís.

O filho Nilton Cezar Alamino, que acompanhou a mãe durante o socorro, contou para o Portal Morada que após algumas horas na UPA, a idosa foi transferida para a Santa Casa, onde os médicos teriam constatado que ela chegou com fraturas nos dois ombros. E agora precisa de duas próteses para tentar se recuperar dos traumas, mas a Secretaria Municipal da Saúde ainda não autorizou a cirurgia, segundo o filho, que levou o caso ao Ministério Público nesta quinta-feira, dia 26.

No dia 23 de dezembro de 2017, Claudete teve o esposo assassinado na fazenda onde mora, durante um roubo. Na ocasião ela foi espancada, ficou vários dias hospitalizada e sobreviveu com algumas sequelas.

Secretaria Municipal de Saúde

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde informou por meio de nota que "recebeu neste dia 26 de julho, portanto ontem, a senhora Ivamara Perpétua Aramino, filha da paciente Claudete dos Santos Alamino. Esta relatou que a mãe teria sido espancada por bandidos em meados de dezembro de 2017. Na ocasião, recebeu forte golpe na cabeça, o que teria ocasionado crises convulsivas frequentes. Também relatou que em uma dessas crises, a paciente foi socorrida pelo SAMU e atendida na Emergência da Santa Casa de Araraquara, que constatou fratura em ambos os ombros.
Ainda segundo a filha, o cirurgião marcou o procedimento cirúrgico para correção da fratura, entretanto, no dia da cirurgia, (25/07/2018), reclamou que necessitava de material não contemplado pela tabela SUS, razão pela qual recorreu ao município.

Na ocasião, a filha da paciente foi então orientada a levar um breve relato do caso junto com os relatórios médicos e os documentos pessoais da paciente para fazer o pedido administrativo à Secretaria Municipal de Saúde, que por sua vez analisaria possibilidade do fornecimento do material para atendimento do caso.

Tais documentações são necessárias, pois existem regras que necessitam ser cumpridas para que se possa justificar o atendimento de pedido fora da rotina, já que a Secretaria é fiscalizada por órgãos internos e externos quanto à transparência das suas ações.

Reforça-se que a Secretaria se colocou e se coloca à inteira disposição da paciente e dos familiares para dirimir qualquer dúvida e prestar todos os esclarecimentos que se façam necessários." 

MPF processa prefeituras por não controlar a frequência de médicos

Cariacica, Viana, Brejetuba, Fundão, Laranja da Terra e Marechal Floriano respondem a processo desde fevereiro

O  Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF/ES) ajuizou ação civil pública, com pedido de tutela de urgência, contra as prefeituras de Cariacica, Viana e Brejetuba para que as administrações adotem medidas de melhoria na qualidade dos serviços de saúde prestados ao moradores desses municípios.

Em fevereiro, o MPF também acionou judicialmente, pelos mesmos motivos, as prefeituras de Fundão, Laranja da Terra, Marechal Floriano. Já a prefeitura de Santa Leopoldina firmou acordo com o MPF e a ação foi suspensa para comprovação de que ela já cumpriu os termos determinados.

Todos os municípios já haviam recebido recomendações do MPF, desde 2015, indicando a adoção de medidas como o controle biométrico da frequência dos profissionais de saúde, em especial médicos e odontólogos. Apesar disso, as administrações não acataram as providências, sendo necessário o ajuizamento das ações.

Pedidos

O MPF/ES pede nas ações que, em um prazo de 30 dias, o controle biométrico do ponto seja implantado e efetivamente colocado em funcionamento para profissionais da área de saúde remunerados pelos municípios com verbas do SUS. Caso a Justiça acate o pedido do MPF e a prefeitura não cumpra a decisão, é sugerida multa diária de R$ 1 mil.

O MPF requereu, ainda, que seja instalado em local visível, em todas as unidades de saúde, o nome dos médicos e odontólogos em exercício no local, sua especialidade e o horário de início e de término da jornada de trabalho de cada um deles. O quadro deverá informar o registro de frequência dos profissionais para que possa ser consultado por qualquer cidadão e os horários e local de atendimento dos médicos e odontólogos também deverão estar disponíveis no site institucional do município.

Cariacica

No início de 2016, a Prefeitura de Cariacica informou ao MPF que iria acatar a recomendação para implantação do ponto eletrônico. No decorrer daquele ano, o MPF requisitou o encaminhamento das folhas de ponto dos profissionais. No entanto, a prefeitura relatou dificuldades no processo licitatório para a contratação do serviço.

Em julho de 2017, novamente o MPF requereu informações do município, que afirmou que o processo de instalação dos relógios de ponto estava em fase final. Novamente oficiada em março de 2018, a prefeitura apresentou as folhas de ponto de três odontólogos (sem o registro de diversos horários) e afirmou que os médicos do município são remunerados com recursos próprios e não com verbas oriundas do SUS.

Para o MPF/ES, o fato de a prefeitura pela primeira vez após decorridos quase três anos desde que expedida a recomendação, alegar que não há recursos do SUS utilizados no pagamento dos médicos que atuam no município surpreendeu.

A ação do MPF pontua que a saúde pública no Brasil é prestada por meio de um sistema único em que as responsabilidades são divididas entre os entes locais, estaduais e a União. Da mesma forma, o financiamento é feito com recursos dessas três origens. Sendo assim, todo recurso de origem municipal investido na saúde é um recurso do SUS.

"Além disso, há destinação de recursos federais ao SUS, inclusive para serem gastos pelas unidades de saúde a cargo do ente municipal. Esses recursos são destinados das mais variadas formas. Às vezes têm um objeto específico, como os destinados à execução de algum programa ou política pública federal, por exemplo o "Programa Saúde da Família" ou o "Programa Mais Médicos". Na maioria dos casos, no entanto, destinam-se ao funcionamento regular do sistema. Essas transferências são executadas na modalidade "fundo a fundo" e são destinadas a todos os municípios do Brasil.

Dessa forma, a saúde pública sempre é prestada com recursos do SUS, e sempre há transferência de recursos federais para os entes locais, independente da existência de convênio ou política pública federal. Ao que parece a municipalidade tenta se esquivar, mais uma vez, da responsabilidade que lhe foi atribuída, consistente no efetivo controle da jornada de seus servidores", explica o procurador da República Vinicius Cabeleira, autor das ações.

Viana

Em fevereiro de 2016 o município informou que providenciaria a disponibilização dos dados dos servidores em seu site e que os relógios de ponto já haviam sido adquiridos, estando pendentes as instalações. No decorrer do tempo, a Prefeitura de Viana justificou o não fornecimento dos pontos dos profissionais dizendo que o sistema estava em fase de implantação, depois em fase de testes de regularidade e, por fim, em manutenção.

Verificou-se então que o controle biométrico no município nunca esteve em efetivo funcionamento para os médicos, inexistindo nos autos nem sequer uma folha de frequência digital referente a eles. A própria prefeitura relata resistência dos profissionais em registrar suas entradas e saídas nos relógios digitais, havendo sido identificadas folhas de ponto de apenas cinco profissionais odontólogos no mês de fevereiro de 2018 e de dois odontólogos no mês de março de 2018, ainda assim com muitos registros pendentes.

Brejetuba

O município de Brejetuba também informou inicialmente que acataria na íntegra a recomendação do MPF, porém destacou que a licitação para a aquisição dos pontos eletrônicos ainda não havia sido iniciada em decorrência de problemas financeiros. O MPF, então, solicitou que a prefeitura se pronunciasse sobre os demais itens recomendados, que pouco oneram a Administração. No entanto, não foi apresentada nenhuma resposta.

Em setembro de 2017, a prefeitura afirmou que o sistema de controle eletrônico estava implantado nas principais unidades da Secretaria de Saúde. No entanto, disse que não seria possível o envio das folhas de frequência solicitadas, porque o ponto havia sido recém-instalado. Apesar de se comprometer em encaminhar os relatórios posteriormente, isso não aconteceu. Não há nos autos qualquer documento que leve a crer  que o controle eletrônico já esteve em funcionamento no município.

Transparência

As recomendações feitas pelo MPF e não atendidas totalmente pelos municípios tiveram por objetivo, além de promover a transparência da informação, permitir que os gestores públicos se mobilizassem para a solução de problemas que nada têm a ver com os recursos destinados à saúde, mas sim com a gestão do serviço.

Quanto ao controle de horário de trabalho de profissionais de saúde diz a ação: "É necessário que haja uma padronização na aferição da frequência de todos os servidores da área da saúde, bem como da adoção de meio eficiente para tal (ponto eletrônico). Ora, é notório o descontentamento da população pelo serviço de saúde prestado pelo SUS, sendo as principais queixas referentes ao longo tempo de espera para o agendamento de consultas, à curta duração das consultas - que às vezes não chegam a cinco minutos - e à ausência de médicos nas emergências".

"É sabido que médicos e odontólogos não costumam se dedicar exclusivamente ao serviço público, desempenhando diversas outras ocupações privadas, o que expõe o serviço público ao risco de que a carga horária do trabalho não seja cumprida, como, de fato, há indícios de que não é", detalha a ação do MPF.

Presidente Kennedy
Na cidade existe relatos de pacientes que por vezes são surpreendidos com a falta do médico, atrasos ou até mesmo saída antes do horário. Ao que se sabe medidas ainda não foram tomadas, mas a previsão é que o sistema implatado de ponto eletrônico comece a funcionar, à partir de uma fiscalização maior.








Mãe perde bebê e relata descaso e humilhação na maternidade Santa Helena em Ilhéus


Na manhã deste domingo, 29, a equipe do Ilhéus em pauta recebeu o triste relato de uma mãe desesperada, que ao perder seu bebê, precisou fazer uma curetagem e passou por momentos de angústia, descaso e desrespeito na Maternidade Santa Helena em Ilhéus. Além da tristeza por não prosseguir com a gestação, devido a agressões sofrida em um assalto, Roberta Conceição Bonfim sentiu-se humilhada pelos julgamentos e segundo a mesma, a falta de sensibilidade dos profissionais de saúde da maternidade citada.

Confira na íntegra como tudo aconteceu em seu relato:

“Como algumas pessoas já sabem, eu estava grávida de 7 semanas quando fui surpreendida por um assalto, em que fui agredida pelo ladrão (rasgou meu vestido, puxou meu cabelo, bateu em meu rosto), juntamente com mais dois amigos, durante a minha estadia no Acre, para participar do Encontro Nacional do Ensino de Química. Após o ocorrido, apresentei cólica e sangramento e imediatamente procurei a maternidade local, Maternidade Bárbara Heliodora, que diga-se de passagem fui bem atendida. Durante a consulta o obstetra fez o exame do toque e afirmou que o colo do meu útero estava fechado, me medicou e me liberou. Retornamos para o hotel. Era domingo, 14 de julho, e o meu retorno para casa estava previsto para madrugada de sexta, 20 de julho. Durante todo esse período apresentei sangramento e comecei a repousar sempre que podia. Percebendo uma melhora no sangramento quando eu fazia isso, passei a repetir durante todo o tempo.

 Na noite que antecedeu a madrugada de sexta eu já não sangrava mais, pois passei o dia repousando. Chegou a madrugada e fomos nós para o aeroporto, chegando lá, novamente sangrei, mas mantive a calma e vim para casa. Chegando em Ilhéus, 20 de julho, começou meu maior pesadelo. Fui para a Maternidade Santa Helena em busca de atendimento, chegando lá fui atendida por uma enfermeira que fez novamente o exame do toque e detectou que meu colo estava fechado, mas que eu teria que fazer um ultrassom para saber da saúde do bebê. E pasmem, na maternidade não faz ultrassom. Eu fui liberada pela enfermeira, que disse que era para eu fazer a ultrassom no dia seguinte pela manhã em alguma clínica e retornar lá.

 Sábado, 21 de julho, 07h da manhã, estava eu na clínica, peguei a ficha número 60 e a angústia tomava conta de mim e a espera tornava tudo mais doloroso. Chegou minha vez, o sangue escorria em minhas pernas e o médico começou o exame endovaginal. Primeira pergunta: na última vez que você fez ultrassom ele estava vivo? Aquilo já começou a dá indícios que a notícia que eu receberia não era boa. Após a pergunta e depois de muito mexer, veio a notícia mais triste que eu poderia receber naquele dia: Infelizmente, não tem mais batimentos. O mundo desabou sobre mim, eu só queria minha casa, minha mãe, meu noivo (que esteve comigo o tempo inteiro). Eu só queria sair dali. Ao dar o resultado de aborto retido o médico informou que eu deveria procurar a maternidade. Lá estava eu novamente na maternidade Santa Helena, fiz a ficha e fiz a triagem com a enfermeira que fria e prontamente falou que eu tinha condições de expelir aquilo sozinha, mas que iria esperar a conduta médica. E lá se foram duas horas de espera pela conduta médica e nada, enquanto o mundo desabava em minha cabeça. Desistimos.

 Um casal de grandes amigos foram nos buscar na maternidade para nos levar em Itabuna para outra maternidade. Chegamos lá. Hospital Manoel Novaes. Fiz a triagem, com um pouco de demora, mas muito bem assistida pela equipe de enfermagem, passei pelo médico, que fez o exame do toque e outro ultrassom para confirmar o resultado que eu levei, e de fato, comprovada morte embrionária. A partir dali começou outra dor, ele colocou um medicamento chamado Misoprostol, vulgo Cytotec e me liberou para casa. Eram 17:40 do dia 21 de julho, começou as contrações como consequência do uso do medicamento, dores brandas. 19h, as dores pioraram e cada segundo intensificava. 20h, 21h, 22h, 23h, vômitos e mais vômitos, enfim, 23:35 senti a dor mais forte de todas, sentei no vaso sanitário e vi minha sementinha descendo pelo ralo. A dor na alma permanecia, mas a dor física passou. Como esperado continuei com sangramento, mas nada que me causasse mal-estar.

 O resguardo começou e também passei a refletir sobre os propósitos de Deus, todos os dias antes de dormir e chorava, quietinha, calada, só eu e Deus e as vezes meu noivo. Não vou elencar aqui todas as coisas que fui capaz de aprender com esse momento doloroso, mas garanto hoje eu sou muito amor, porque eu tive o amor gerado dentro de mim. E hoje, eu posso ver e garantir que ser resiliente é uma das maiores virtudes humanas. Domingo. Segunda. Terça. Quarta. Quinta, dia de ir no posto de saúde conversar com a enfermeira, afinal eu já tinha até começado o pré-natal. Na consulta ela pediu que eu fizesse um ultrassom para saber se com o medicamento eu tinha conseguido expelir tudo.

 Sábado, 28 de julho, 08h da manhã, estava eu mais uma vez na clínica para fazer ultrassom. E mais uma vez me deparei com sangue escorrendo. O médico começou o exame, em meio a tantas mulheres ele já não lembrava de mim. Perguntou o porquê de eu estar ali. Expliquei e ele falou: você deveria ter feito, além do uso do medicamento, um procedimento chamado curetagem. E lá vamos nós, eu e meu noivo, reviver aquele triste sábado, 8 dias depois. Fomos para a Maternidade Santa Helena, fiz a ficha 12h, a enfermeira do plantão estava prestes a sair, tivemos que esperar a outra (inclusive a mesma que me atendeu na sexta, 20 de julho), que só chegou 13h. Enfim me chamou para a triagem. Novamente fez o toque e viu colo fechado e me disse que os restos do parto eu colocaria para fora espontaneamente, era só eu esperar cerca de 28 dias. 28 dias, vulnerável a infecções, inflamações e muito sangramento.

 Não aceitei essa ordem e minha mãe procurou a diretoria do hospital e alguns outros contatos influentes da saúde de Ilhéus por telefone, que prontamente ligou para a maternidade pediu para falar com a enfermeira, que imediatamente me chamou de volta, uma vez que ela já tinha me dado alta, e deu entrada no meu processo de internamento para fazer a curetagem, porém esse tipo de procedimento não pode ter acompanhante. E ai, fica a pergunta, é desse jeito que a saúde funciona no SUS? É desse jeito que o SUS em Ilhéus funciona?

 Fui encaminhada para a sala de pré-parto, coletaram sangue para exame, aferiram minha pressão e me colocaram numa cama. Durante todo esse processo, apenas tive uma técnica de enfermagem preocupada com meu estado emocional, as outras da equipe, ou me olhavam como se eu estivesse ali por que eu fiz um aborto ilegal ou eram frias a ponto de não reconhecer que eu estava muito triste por tudo isso. E garanto, esse tipo de humilhação doi muito mais que a notícia da morte do bebê.

 O internamento foi 14:30, a partir desse horário eu não poderia mais comer, nem beber água, até ai tudo bem. Enquanto estava no quarto sozinha eu chorava muito, até que a enfermeira entrou no quarto e perguntou o motivo do choro e se eu estava com dor, eu neguei e disse que estava triste, ela perguntou porque a tristeza, afinal ela não via motivo para tanto choro e saiu do quarto. Fiquei lá até as 17:40 sem nenhuma notícia de que horas faria o procedimento, foi quando sai do quarto e perguntei a técnica de enfermagem se ainda faria ontem. Ela disse que não sabia. Voltei para o quarto e chorei, chorei muito. 18:00 perguntei novamente a outra enfermeira e para meu desespero ela me explicou que a maternidade não chama anestesista para fazer apenas curetagem e que meu caso não era urgente, aí caso aparecesse um parto cesariano eu desceria para o centro cirúrgico junto e aproveitaria o anestesista. Mais algumas horas de choro e desespero. Até que, 20:30 o médico sai da sala de conforto e avisa, leva a cesária e aproveita e leva a cureta também que eu já estou descendo. Sensação de alívio tomou conta de mim. Desci. Eu, minha fé, Deus e os médicos. O enfermeiro do centro cirúrgico e o anestesista foram maravilhosos e cuidadosos comigo.

 Anestesiada geral, o procedimento foi realizado sem nenhuma intercorrência, as 22:30 eu acordei já estava no quarto, sem dor e aliviada. E hoje, domingo 29 de julho, minha alta chegou às 10h. Estou aqui em minha casa, com minha família. Melhor lugar possível. Mas, preciso expressar o quanto eu fui maltratada na maternidade, em decorrência do preconceito acerca do aborto. Eu não abortei porque eu quis, eu queria ter meu filho, queria hoje estar comemorando as suas 9 semanas de vida dentro de mim. E mesmo se eu tivesse abortado por vontade própria, a equipe do hospital não tem o direito de fazer o que fez, de ignorar todo desgaste emocional que eu estou vivendo.”

Roberta Conceição Bonfim

A equipe do Ilhéus em Pauta está a disposição da equipe de saúde da maternidade para devidos esclarecimentos.

Mais de 22 denúncias contra médicos são registradas por mês no CRM-MT

De janeiro a junho deste ano, foram abertas 136 sindicâncias para apurar a conduta de médicos no estado. Em todo o ano de 2017, o CRM registrou 239 denúncias.
Dados do Conselho Regional de Medicina apontam que 242 denúncias foram julgadas no ano de 2017
(Foto: CRM-MT)

Mais de 22 denúncias são feitas mensalmente contra médicos no Conselho Regional de Medicinal (CRM-MT), segundo dados colhidos pelo órgão entre janeiro e junho deste ano.

O levantamento aponta que, em apenas seis meses, 136 sindicâncias foram abertas e, desse total, 30 foram convertidas em processos éticos e ainda são apuradas.

Outras 107 sindicâncias remanescentes de 2017 ainda tramitam no conselho.

Do total sindicâncias apuradas e julgadas até 25 de julho: 106 foram arquivadas e 30 foram convertidas em processos éticos e ainda são apurados.

Em 2017

No ano passado, 242 denúncias foram julgadas. Dessas, 197 foram arquivadas e 45 viraram processos éticos. Cerca de 24% das sindicâncias instauradas são relacionadas à área de ginecologia e obstetrícia.

Punição

Dos médicos denunciados, 76 foram julgados em 2017. Desses, 53 foram absolvidos e 23 condenados. Sendo que 17 receberam penas privadas e seis penas públicas. Desses seis, apenas um teve como resultado a cassação do registro profissional do médico.

De acordo com o CRM, a maior área com incidência de processos por falha ou erro de atuação é a ginecologia e obstetrícia.

Maternidade de Embu retarda parto e bebê vai parar na UTI, denuncia mãe de jovem

Maternidade de Embu (centro), gerida pela Edusa, denunciada por negligência médica pela mãe de R. D., 17

A Maternidade de Embu das Artes resolveu fazer o parto normal em uma adolescente de 17 anos, mas realizou o procedimento obstétrico depois do tempo devido e causou a internação de emergência do bebê, que está entre a vida e a morte em uma UTI. A mãe de R. D., a professora Sandra Regina de Souza, que faz a denúncia da negligência médica da maternidade, gerida por uma organização privada, a Edusa, sob supervisão da prefeitura. A menina está em choque.

R. deu à luz um menino na maternidade municipal há cerca de duas semanas, na madrugada do dia 16, por volta de 3h, mas o bebê nasceu em procedimento que se transformou em um tormento para a adolescente e a família, a ponto de ser necessário ser transferido às pressas um dia depois para a unidade de terapia intensiva neonatal do Hospital Geral do Pirajuçara, em Taboão da Serra. “Forçaram parto normal. O cordão umbilical ficou enrolado no pescoço”, diz Sandra.

De acordo com a mãe de R., o bebê nasceu com apgar (índice que avalia a adaptação à vida fora do útero), o primeiro exame no recém-nascido, muito abaixo do normal. “Os primeiros cuidados foram irresponsáveis, o levando quase a óbito. Incompetentes. São relapsos e descompromissados em cuidar da vida humana e promover a saúde e bem estar aos que estão ali. Tratam as pessoas como lixo”, diz a professora, com filha única, aflita com o estado do único neto.

Sandra faz outra denúncia. “Estão negando o prontuário. E estão fazendo alterações no mesmo”, diz. A reportagem questionou o porquê. “Para se isentarem das responsabilidades. São criminosos, negligentes. Sem reputação, já os investiguei. Sei que fazem isso. A legislação diz que ao ser solicitado o prontuário precisa ser entregue ao paciente ou ao familiar autorizado, não cabendo a recusa. Eles me negaram. Hoje irei à polícia fazer boletim de ocorrência”, afirma.

“Não vão conseguir fugir das responsabilidades deles dessa vez. Sou muito correta, conheço meus deveres e também os meus direitos. Quero apenas que a ordem se estabeleça naquele lugar. Estão lidando com vidas. Com vidas. Quero que os culpados sejam penalizados”, afirma, indignada, a professora, que mora e trabalha em outro Estado, no Espírito Santo. “Deixei tudo para estar aqui com a minha filha. Sou horista numa instituição e estou aqui sem trabalhar”, explica.

Sandra não presenciou o atendimento à filha, mas está convicta do descaso. “A minha prima é testemunha, ela esteve com a minha filha o tempo todo na maternidade enquanto eu estava a caminho de Vitória para São Paulo”, relata. Ela conta que foi aconselhada a não denunciar por poder sofrer retaliações e crê que “muitos outros casos virão à tona”. “Não tenho medo do prefeito. Nem de ninguém. Quero fazer com que as pessoas saibam que podem denunciar”, diz.

R. teve uma gravidez – a primeira – tranquila, “sem nenhuma intercorrência”, nas próprias palavras da mãe. Moradora de outra região, em Mogi das Cruzes (leste da Grande SP), a adolescente estava passeando na casa da prima da mãe, quando passou mal – “estava com 38 semanas, quase 39”, diz a mãe de R. “E aí aconteceu tudo isso”, acrescenta Sandra, que procurou e nesta manhã recebeu o VERBO na residência da prima, no Jardim Maria Sampaio (zona sul de SP).

Sandra diz que já pediu acompanhamento psicológico para R. “Ela está triste, abalada”, afirma. “Sei que não posso fazer voltar o tempo e evitar o que aconteceu com a minha filha e o meu neto, mas denunciando isso podemos evitar que outras famílias passem pela mesma dor e sofrimento que estamos passando. Por negligência médica, o meu netinho passou da hora de nascer e na madrugada do dia 17 foi grave para a UTI do Hospital Geral, onde está até hoje”, relata.

OUTRO LADO

 Procurado pela reportagem, o secretário de Saúde de Embu, José Alberto Tarifa, disse que “até o momento não foram constatadas irregularidades” no parto, mas que a secretaria e a comissão de ética da maternidade “estão averiguando todos os procedimentos e condutas adotadas, para fins de esclarecimento, reorientações ou até mesmo denúncia ao Conselho Regional de Medicina, no caso de confirmação de irregularidades ou negligências”. Eis a resposta na íntegra:

                                                          ***

José Alberto Tarifa, secretário de Saúde de Embu das Artes – “Conforme documentos comprobatórios, a paciente RD foi acolhida na maternidade no dia 15 de julho de 2018, às 13:30 da tarde, com queixa de dor em baixo ventre ha aproximadamente 3 dias, estando em idade gestacional de 38 semanas e meia. Foram realizados exames preventivos com o objetivo de assegurar a saúde e segurança da parturiente e bebe como: cardiotoco, toque e sangue. No mesmo dia devido a início de dilatação, foi realizada sua internação com indicação de parto normal.

 Em 16 de julho de 2018, às 03:14 da manhã, foi realizado o parto no Centro Cirúrgico, acompanhado da neonatologista, ginecologista e enfermeira obstetra. Em prontuário não constam intercorrências com o recém-nascido, sendo ás 05:40 da manhã encaminhado para o alojamento conjunto onde recebeu apoio e passou a ser amamentado pela mãe.

 Aproximadamente às 16:00 da tarde do mesmo dia, 16 de julho, o recém-nascido começou a apresentar certo desconforto respiratório, sendo encaminhado assim ao berçário da unidade para procedimentos de ventilação mecânica e observação. Às 02:30 da manhã, do dia 17 de julho, a criança foi transferida para o Hospital Pirajussara para dar seguimento ao tratamento intensivo, onde permanece até esta data.

 Até o momento não foram constatadas irregularidades nos procedimentos que se referem ao parto, porém a Secretaria de Saúde juntamente com a Comissão de Ética da Maternidade Alice Campos Machado estão averiguando todos os procedimentos e condutas adotadas, para fins de esclarecimento, reorientações ou até mesmo denúncia ao Conselho Regional de Medicina, no caso de confirmação de irregularidades ou negligências.”

Polícia de SC pede prisão de pai de bebê com doença rara e indicia casal por apropriação de recursos de deficiente

Eles foram investigados após denúncia de que doações para menino foram usadas para custear luxos. Família vive em Joinville, no Norte catarinense.
Menino Jonatas sofre de Atrofia Muscular Espinhal (Foto: Reprodução/NSC TV)

A Polícia Civil de Joinville, Norte catarinense, pediu a prisão de Renato Openkoski, pai do bebê Jonatas, que tem 2 anos e sofre de uma doença degenerativa, e indiciou ele e a esposa por estelionato e apropriação de recurso de pessoa com deficiência. O casal fez campanha para arrecadar dinheiro para ajudar no tratamento da criança, que tem AME (Atrofia Muscular Espinhal), mas é suspeito de ter usado esse recurso para outros fins.

O médico do bebê também foi indiciado, pelo crime de falso testemunho. O G1 não conseguiu contato com a defesa dos indiciados.

As investigações foram conduzidas pela delegada Geórgia Marrianny Gonçalves Bastos, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami). O inquérito tem 1.004 páginas e foi enviado na última semana para o Fórum.

Com a campanha AME Jonatas, foram arrecadados R$ 3 milhões, que deveriam ser usados para pagar a primeira parte do tratamento da criança.

Os pais são alvo de investigação desde que o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) recebeu a denúncia de que eles estariam usando os recursos das doações para custear luxos.

Depois disso, a Justiça bloqueou, de forma liminar, os valores levantados com a campanha e um veículo de R$ 140 mil que está em nome do casal.

O bloqueio foi feito em 16 de janeiro. Dessa forma, para que os pais possam usar o dinheiro da campanha, precisam de autorização judicial e envio de comprovantes sobre o uso dos recursos.

Investigação

Foram ouvidas mais de 20 pessoas, entre testemunhas, familiares, pessoas que fizeram doações à campanha, e integrantes do Conselho Tutelar.

A delegada pediu a prisão preventiva do pai do bebê porque ele dizia que o judiciário estava atrapalhando a família nos cuidados com o menino. Além disso, Bastos diz que ele estava "se aproveitando da boa fé das pessoas e da imagem da criança, que sensibiliza, para poder obter vantagem ilícita”. Conforme a polícia, ele continua fazendo campanhas.

Caso o judiciário não autorize essa prisão preventiva, ela pede uma medida cautelar de proibição de contato com as pessoas que seguem as atualizações da campanha. Essa mesma medida foi pedida para a mãe da criança, Aline Openkoski.

A prisão dela não foi pedida porque ficou comprovado na investigação que a mãe realmente cuida do bebê. Isso não ficou comprovado na apuração em relação ao pai.

A investigação concluiu que o carro e uma viagem a Fernando de Noronha foram pagos com o dinheiro da campanha.

A delegada pede um leilão dos objetos apreendidos na casa da família, entre joias, luneta, videogames, televisão, óculos e o carro, para serem revertidos em recursos para o bebê.

Denúncia

Conforme o MPSC, denúncias feitas à Promotoria de Justiça de que o casal teria passado o Réveillon em Fernando de Noronha e comprado um veículo de R$ 140 mil.

"O fato, salvo melhor juízo, demonstra que não se pode descartar, pelo menos nessa análise inicial, possível utilização de parte das doações para fins distintos daquele almejado: a garantia do direito à saúde de Jonatas", afirmou a promotora de Justiça Aline Boschi Moreira.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Mulher grávida de gêmeos dá à luz em banheiro do Hospital Angelina Caron

A gestação era de sete meses. A mãe passa bem, mas apenas umas das crianças sobreviveu
Foto: Linkada News

Uma paciente grávida de gêmeos entrou em trabalho de parto no banheiro do Hospital Angelina Caron, na noite desta quarta-feira (25). Um dos bebês nasceu no banheiro do local, em seguida, a mulher foi socorrida encaminhada para o centro cirúrgico obstétrico.
 
Joslaine Borges estava no local aguardando atendimento e acompanhou toda a situação. Ela entrou em contato com o Linkada News e afirmou que a grávida chegou com dores ao hospital e enquanto esperava ser atendida foi até o banheiro, onde entrou em trabalho de parto. “Quando eu vi mandaram todos saírem do pronto socorro para que pudessem tirar ela do banheiro, então, vimos que ela já tinha dado à luz a um dos bebês”, disse.

Em nota ao Portal Linkada News, o Hospital Angelina Caron esclareceu que a paciente deu entrada no hospital às 19horas, pegou uma senha preferencial de triagem e seguiu para o banheiro, onde deu à luz prematuramente a um bebê natimorto. Ainda segundo a nota, a paciente foi socorrida e o segundo bebê nasceu no centro cirúrgico obstétrico do hospital. “O Hospital Angelina Caron lamenta o ocorrido e informa que está prestando todo o atendimento à mãe e ao bebê”.

A gestação era de apenas sete meses. A mãe passa bem e o bebê que sobreviveu está na UTI  neonatal.



Ministério Público investiga médico por acumular cargos em seis prefeituras paraibanas ao mesmo tempo



O Diário Oficial do Ministério Público da Paraíba (MPPB) trouxe a informação de que o órgão instaurou um inquérito civil para investigar denúncia contra um médico por possuir seis vínculos contratuais com diferentes prefeituras paraibanas.

De acordo com a denúncia, o médico estaria atuando nos municípios de Monteiro/PB, Esperança/PB, Lagoa Seca/PB, Matinhas/PB, Remígio/PB e Boqueirão/PB, violando a regra constitucional de acumulação máxima de dois cargos para profissionais de saúde.

Veja o Diário Oficial clicando aqui (A informação consta na página 15).


Bastidores da Política PB

Médico atende pacientes sentado em lixeira na UPA; sindicato denuncia condições precárias

Profissional que aparece na imagem será demitido, afirmou a Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio de Janeiro
Médico atende pacientes sentado numa lixeira, na UPA de Cabuçu (Foto: Divulgação /Sindicato dos Médicos)

Um médico da Unidade de Pronto-Atendimento de Cabuçu, no Rio de Janeiro, foi flagrado atendendo os pacientes enquanto sentava em uma lixeira. A cena foi divulgada pelo Sindicato dos Médicos de Nova Iguaçu, com o objetivo de mostrar as condições precárias do funcionamento das unidades do RJ. 

Segundo o sindicato da categoria, profissionais e pacientes são obrigados a usar banheiros sujos. "Faltam insumos, limpeza e até cadeiras na UPA de Cabuçu. Não é mais possível aceitar essas condições de trabalho. Vamos entrar com uma denúncia no Ministério Público nesta sexta-feira", disse Jorge Darze, presidente do Sindicato dos Médicos, em entrevista ao jornal Extra.

O profissional que aparece na imagem será demitido, afirmou a Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio de Janeiro. Em nota, o órgão afirmou que vai identificar o médico "para determinar sua demissão e encaminhar denúncia ao Cremerj, além de cobrar esclarecimentos da administração da unidade, uma vez que a mesma dispõe de cadeiras — em caso de necessidade, a unidade poderia ter solicitado à SES a reposição".

A Secretaria não comentou a denúncia sobre as condições físicas e de trabalho da UPA, mas afirmou que vem solicitando o pagamento dos funcionários e a manutenção dos serviços no local ao órgão responsável pelos repasses.

"Cabe lembrar que a SES não vem recebendo a totalidade dos recursos previstos em seu orçamento, tendo em vista a grave crise financeira do estado. É importante reforçar que todos os recursos disponíveis para a pasta estão sendo destinados, como prioridade, para a manutenção do funcionamento das unidades de saúde”, informou a nota divulgada pela Secretaria. 

Após denúncia de descaso, OAB faz visita no Hospital Estadual de Santana

No hospital, existe uma sala repleta de leitos, macas e colchões, mas as enfermarias encontram-se lotadas de crianças, que esperam por atendimentos em bancos e corredores.

Nesta semana, o Hospital Estadual de Santana, único do município, recebeu uma visita da Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para verificar a situação do local após receber denúncia de descaso. Na denúncia, a mãe de uma criança alertou sobre a situação crítica do local e a falta de itens básicos como medicamentos e leitos na pediatria. Após constatar a situação, a Comissão de Saúde da OAB irá produzir um relatório com os relatos de mães de crianças para cobrar soluções.

Responsáveis pelas crianças reclamam da falta de acomodações, remédios, estrutura do local. No hospital, existe uma sala de repleta de leitos, macas e colchões, mas as enfermarias encontram-se lotadas de crianças, que esperam por atendimentos em bancos e corredores. Além disso, o custo financeiro para remédios e exames não oferecidos dentro do hospital, como o raio-x, por exemplo.

"Minha filha está com pneumonia e tive que ir 'bater' o raio-x fora e a gente não tem condições de estar batendo no particular. Não nos falam nada se retornar, apenas nos dão o pedido e dizem que aqui não está funcionando", criticou Esmelindra Xavier, de 36 anos, mãe de Maria Elis, que sofre de pneumonia. Ela está há 10 dias no hospital.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) anunciou, após a visita da Comissão, a entrega de 19 camas e 20 poltronas hospitalares, além de 60 cadeiras de rodas, cinco carros de emergência, quatro macas para banho, entre outros. Sobre o aparelho, a Sesa explicou que existe um raio-x novo e instalado no hospital de Santana, mas por falta de um equipamento os exames não podem ser ofertados para o público que necessita.

Além disso, a secretaria informou que sobre a lotação dentro do hospital, a maior parte das crianças está em observação, e não internada. Reforçou, ainda, que a maior parte dos pacientes poderiam ser atendido na atenção primária, como nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

"O que falta para a gente aqui no estado é falta de estrutura. Porque os profissionais são empenhados em trabalhar, em ajudar. Eles fazem o trabalho bem, mas não têm condições de fazer um trabalho melhor. Os enfermeiros, técnicos e médicos são muito atenciosos", desabafou Heraldo Gomes da Costa, que está no hospital com a filha de seis anos.


Governo do RJ é condenado a pagar R$ 150 mil para homem que teve rim extraído no lugar do baço

Batalha judicial já demora 11 anos. Motorista não consegue trabalhar e sofre com dores constantes.
Homem ganha na justiça R$ 150 mil do governo do RJ por ter rim extraído no lugar do baço

Uma decisão em segunda instância da Justiça do Estado do Rio de Janeiro determinou que um homem receba R$ 150 mil e uma pensão vitalícia de um salário mínimo por um erro médico. Em uma operação para retirar o baço, acabou sem o rim esquerdo.

A decisão é mais um passo em uma batalha judicial que já dura 11 anos entre o motorista Adriano Ferreira da Silva e o Governo do Estado, que ainda pode recorrer.

Queda em cachoeira

Em 2005, Adriano caiu de uma altura de cerca de 30 metros, em uma cachoeira em Muriqui, em Mangaratiba, região da Costa Verde. Foi resgatado e acordou 15 dias depois, no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Teve que passar por cinco cirurgias após ter uma grave lesão na coluna.

“Fizeram a minha cirurgia quase três meses depois de estar internado. Colocaram uma prótese na minha vértebra. Era para terem colocado uma sustentação, que não colocaram”, destacou Adriano.

A segunda e a terceira cirurgias foram feitas para corrigir o erro da primeira, segundo ele relata. Na terceira operação, realizada no dia 8 de dezembro de 2006, havia a previsão de retirada do baço. Dias depois, Adriano descobriu durante um exame que o órgão retirado havia sido o rim esquerdo.

“Vinte dias depois, quando fui fazer uma ultrassonografia, o doutor lá embaixo falou assim: ‘Adriano, o médico lá embaixo está dizendo que foi retirado o seu baço. Mas o seu baço eu estou vendo, o que eu não estou vendo é o seu rim’”, contou Adriano.

A declaração foi confirmada com uma tomografia, feita no dia seguinte. O paciente ainda que sofreu com uma infecção hospitalar e uma tuberculose óssea.

Lauto atesta falhas

Um documento feito por um médico e anexado ao acórdão do processo atesta que Adriano foi vítima de vários erros.

“Resta, claro, portanto, que o autor foi vítima de uma série de falhas por parte do Estado do Rio de Janeiro, seja no tocante ao retardo no atendimento, seja em relação às inúmeras intercorrências apuradas pelo i. expert, sendo a mais grave delas, a meu sentir, a retirada desnecessária de um dos rins”, destaca a decisão.

Na primeira instância, Adriano ganhou direito a uma indenização de R$ 50 mil por danos morais e de R$ 10 mil por danos estéticos. Insatisfeito com a decisão, o advogado do motorista recorreu.

De acordo com o voto da desembargadora Myriam Medeiros da Fonseca Costa, da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, acompanhado por unanimidade pelos outros magistrados, Adriano deve receber R$ 100 mil do Governo do RJ por danos morais e outros R$ 50 mil por danos estéticos, além de uma pensão de um salário mínimo até o fim da vida.

“É lamentável que uma questão que trate de um assunto tão importante, relativo à vida, à saúde. A extração de um órgão vital indevidamente demore tanto”, destacou Márcio Antônio Candido, advogado de Adriano.

Limitações físicas

A decisão ressalta que, quando sofreu o acidente e a série de erros médicos, Adriano ainda era jovem. Atualmente, possui limitações físicas que o impedem de trabalhar.

“No tocante ao dano estético, requer sua majoração uma vez que os fatos se deram quando contava 24 anos, no auge de sua vida social, e as cicatrizes causam constrangimentos, impedindo-o de frequentar piscinas, praias e cachoeiras, sendo necessário evitar exposição ao sol. Aduz ainda que não pode mais realizar musculação, atividade que sempre praticou”, afirmou o voto da desembargadora.

Para o advogado, a decisão favorável não é o ponto final. “Vamos aguardar agora a longa batalha que será para receber isso. Certamente teremos que entrar na longa fila de precatórios. Então é uma nova luta”, contou Márcio Antônio Candido.

Sem o rim e com problemas na coluna, Adriano sofre por não poder pegar os filhos no colo plenamente e nem carregar peso. Mas o pior é conviver com a eterna lembrança do que aconteceu. “Eu sinto dor direto. Eu estou conversando contigo e sentindo dor na coluna. Eu convivo com a dor”.

Procurada pelo G1 na quinta-feira, a Secretaria de Estado de Saúde não havia se posicionado até a última atualização desta reportagem.