quinta-feira, 30 de junho de 2022

Hospitais e farmácias em todo o Brasil relatam falta de medicamentos, principalmente infantis

 

O governo federal já vinha sendo alertado pelos secretários municipais de Saúde, mas a situação se agrava a cada dia. Segundo a Confederação Nacional da Saúde, o estoque de soros hospitalares só é suficiente para mais 15 dias.


Hospitais e farmácias em todo o Brasil relatam falta de medicamentos, principalmente infantis

Farmácias, hospitais e secretários municipais de Saúde reforçaram o alerta para a escassez de diversos produtos em todo o Brasil.

Em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, a advogada Clicia Costa Azenha penou para achar o antibiótico para o filho.

“Primeiro eu precisei do via oral. Tive que ir em três farmácias para conseguir ele. Depois tivemos que entrar com via injetável, rodei mais quatro farmácias - fora as que eu liguei. Muitas mães comentando que até remédios de gripe, analgésicos simples infantis, estão com dificuldade de encontrar”, conta.

Em São José dos Campos, a prateleira de antialérgicos está com espaços vazios. “Na distribuidora, o estoque é muito baixo também e a demanda sendo alta acaba rapidinho. Xaropes, antibióticos, antialérgicos, e todos os dias é ligação, pessoas no balcão que a gente fala não. Infelizmente, não pode suprir a necessidade", diz a farmacêutica Juliana Giansante.

Em Fortaleza, não é diferente. “Um medicamento ele já disse que não tinha logo de cara, que tinha acabado. Aí outro ele disse que tinha e que ia pegar. Só que quando ele foi pegar, ele disse que não tinha. Disse: vixe, eu tinha três caixas até agora e já acabou”, afirma o professor Edilmar Sousa.

Na rua das farmácias em Brasília são pelo menos 20 drogarias. Em praticamente todas elas, há falta de medicamentos, principalmente antibióticos infantis, antitérmicos em forma de xarope, antialérgicos, alguns remédios controlados de tarja preta e vários tipos de soro.

O aposentado Joaquim Nunes precisava de soro para tratar uma ferida da mulher. Não conseguiu achar para comprar.

O governo federal já vinha sendo alertado pelos secretários municipais de Saúde, mas a situação se agrava a cada dia. Segundo a Confederação Nacional de Saúde, o estoque de soros hospitalares só deve dar para mais 15 dias.

“Desde o início da pandemia, não se retornou em momento algum a plenitude dos abastecimentos. Isso preocupa muito, porque você começa a ter que, em determinado momento, priorizar alguns atendimentos”, diz Breno Monteiro, presidente da Confederação Nacional de Saúde.

O Conselho Federal de Farmácias listou mais de 40 medicamentos em falta. Entre eles, dipironas, paracetamol bebê e amoxicilina com clavulanato. Todos usados com o aumento de doenças respiratórias.

Municípios, hospitais e farmácias apontam que as principais causas dessa escassez são externas: a alta do dólar, a instabilidade pela guerra na Ucrânia e o abre e fecha por causa da Covid na China, principal fornecedora de matéria-prima para medicamentos e embalagens.

“O custo de fabricação aumentou tanto em alguns produtos que não vale a pena mais uma fábrica executar a fabricação desse produto”, diz o secretário-geral do Conselho Federal de Farmácia, Gustavo Pires.

Ele explica o problema da dipirona injetável, usada nos hospitais: “A gente tinha quatro produtores brasileiros só. O maior produtor desistiu de fabricar; agora que está retomando as negociações para poder voltar a fabricar esse produto. E, obviamente, há algum consumo elevado e acaba faltando, né?"

Ministério da Saúde publicou uma resolução que libera critérios de estabelecimento ou de ajuste de preços em medicamentos com risco de desabastecimento no mercado, e fez a inserção de medicamentos na lista de produtos com redução do imposto de importação sobre insumos.




Mulher morre após lipoaspiração e família denuncia médico no DF

 Parentes reclamam que aguardam desde 18 de junho pelo prontuário do hospital para terem mais informações sobre o óbito da paciente


O marido de uma paciente que morreu após uma lipoaspiração no Distrito Federal registrou ocorrência contra o médico cirurgião Armando dos Santos Cunha e denuncia que a família aguarda desde 18 de junho pelo prontuário do Hospital Daher, no Lago Sul, onde foi realizada a operação.

A advogada Elieni Prado Vieira (foto em destaque), 56 anos, foi submetida a procedimento estético de hérnia umbilical, lipoaspiração do abdômen e abdominoplastia no dia 19 de maio. O cirurgião plástico trabalha em uma clínica privada, mas realizou a operação na paciente no Daher.

De acordo com o policial militar Filipe Vieira Cedro, 27, filho de Elieni, ela teve alta no dia seguinte. No entanto, já no dia 21 de maio, a mulher começou a vomitar sangue, ficar pálida e apresentar falta de ar.

“No terceiro dia, eu liguei para a secretária do médico e falei que ela estava bem mal. Levamos minha mãe na clínica dele, na Asa Sul, e ele tranquilizou a gente, falou que era normal da cirurgia. Nós ficamos tranquilos naquele momento, mas, enquanto isso, ela já estava com hemorragia interna”, comenta Filipe.

O filho da paciente, então, questionou uma amiga que já tinha feito lipoaspiração se ela passara por situação parecida. “Perguntei por quanto tempo ela sentiu esses sintomas e ela disse que não teve isso. Foi aí que fiquei preocupadíssimo.”

“Se minha mãe tivesse feito exame de sangue logo quando começaram os sintomas, teria descoberto e poderia estar aqui ainda. Mas o médico cirurgião não pediu, eu que procurei a secretária dele para solicitar o pedido do exame”, desabafa o filho.

“A gente conseguiu encaixe em outra clínica e ela fez exame de sangue. Na hora, o médico dessa outra clínica disse para ela correr para o pronto-socorro”, conta.

Ainda segundo Filipe, a mãe fez uma endoscopia em 29 de março deste ano e teve resultados normais. “Aí, depois dessa cirurgia, faltam que ela adquiriu uma úlcera”, diz.


Prontuário

No dia 30 de maio, a mulher deu entrada na Unidade de Terapia de Intensiva (UTI) por 15 dias de um outro hospital privado. Em 14 de junho, Elieni não resistiu e veio a óbito.

Conforme Filipe, a família fez a solicitação do prontuário médico ao Hospital Daher no dia 18 de junho, mas ainda não recebeu o documento. “Se for preciso exumar para fazer algum exame, por exemplo, essa demora deles pode comprometer demais”, reclama o filho.

De acordo com o marido da paciente, um homem de 50 anos que pediu para não ser identificado, a denúncia de erro foi registrada na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul). Para a família, além de uma suposta falta de apoio correta do médico no pós-operatório, causa sofrimento a demora na obtenção do prontuário.

“Nós estamos em busca de saber se houve algum procedimento no Daher que desencadeou tudo isso. Só quero saber o que houve, porque agora ficamos eu e os meus três filhos e nós estamos sem chão”, lamenta o esposo de Elieni.

O que dizem os envolvidos

O médico Armando chegou a atender o Metrópoles, disse que responderia depois, mas não retornou as tentativas de contato.

O Daher informou que “o prontuário já está liberado para ser entregue ao responsável legal desde ontem, 28/6, às 19h. O prazo limite seria 4/7. Ele pode ser retirado por qualquer pessoa que represente legalmente a Elieni”.

O hospital acrescentou que ela “teve a internação e as cirurgias em 19/5, e alta, em 20/5, sem intercorrências.”

“Saiu andando do hospital. O Hospital Daher ficou sabendo da situação de saúde pela imprensa. O médico citado não tem consultório no Hospital Daher”, ressaltou.




quarta-feira, 29 de junho de 2022

Duas crianças com menos de 5 anos morrem de Covid por dia no Brasil

 Desde início da pandemia, ocorreram 1,4 mil óbitos pela infecção na faixa etária. Informações são de levantamento da Fiocruz



Desde o início da pandemia houve uma média de duas mortes diárias de crianças de até 5 anos por Covid no Brasil, informa levantamento divulgado pelo Observa Infância, projeto ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No total, foram registrados 1.439 óbitos por Covid nesta faixa etária no período.

Segundo os dados obtidos pelos pesquisadores a partir das informações do Ministério da Saúde, 599 crianças com menos de 5 anos morreram em decorrência da doença em 2020. Em 2021, foram 840 mortes na faixa etária pela infecção e, entre 1º de janeiro e 13 de junho deste ano, 291 mortes.

O maior número de óbitos por Covid entre crianças de até 5 anos ocorreu na região Nordeste, foram cerca de 700. Na análise, foi apontado que bebês de 29 dias a 1 ano de vida são os mais vulneráveis, correspondendo quase à metade das mortes registradas.

Os dados se referem a óbitos em que a Covid-19 foi registrada como causa básica ou uma das causas da morte, quando a doença colaborou com o agravamento de alguma condição de risco pré-existente. O estudo do Observa Infância será publicado na Revista de Saúde Pública.

A vacinação de crianças menores de cinco ainda não está aprovada no Brasil. Na semana passada, os Estados Unidos começaram a vacinar crianças nesta faixa etária contra o coronavírus.



Metrópoles



Justiça condena GDF a pagar pensão vitalícia a mulher que teve intestino perfurado em cirurgia

 

Caso ocorreu em 2019, no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), quando paciente foi fazer retirada do útero e das trompas. Ela ficou com sequelas e perdeu capacidade de trabalhar; g1 aguarda resposta do executivo.


Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília, em imagem de arquivo

A 2ª Vara da Fazenda Pública condenou o Distrito Federal a pagar pensão vitalícia a uma paciente que perdeu a capacidade de trabalhar após ter o intestino perfurado durante uma cirurgia para retirada do útero e das trompas. O caso ocorreu em setembro de 2019, no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN).

De acordo com a sentença, divulgada pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) nesta segunda-feira (27), o Executivo ainda teve que pagar R$ 50 mil, a título de danos morais, e R$ 10 mil, pelos danos estéticos. O valor da pensão que a vítima vai receber foi fixado com base no valor do salário dela à época, incluindo o 13°.

g1 entrou em contato com a Procuradoria-Geral do DF, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. No processo, a mulher conta que foi fazer o procedimento no HRAN e, um dia após a cirurgia, precisou voltar ao hospital com dores fortes.

Na ocasião, os médicos constataram perfurações no intestino dela. Segundo a mulher, apesar de duas cirurgias para reparar o dano, ela teve piora do quadro clínica e precisou ficar em coma induzido por quase dois meses.

A paciente disse que sofreu "danos irreversíveis" e que não pôde retornar ao trabalho. De acordo com ela, houve "imperícia" no procedimento.

Em contrapartida, o DF alegou no processo que "não houve qualquer ato ilícito, erro médico ou falha por parte da equipe médica". Além disso, o Executivo afirmou que "não há dano para ser indenizado".

Sequelas


Centro cirúrgico do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília

Segundo a decisão, o laudo pericial concluiu que "as inadequações de condutas da equipe médica, como a ausência de consentimento informado e uso de antibiótico de forma inadequada e prolongada, possuem relação com os danos sofridos pela autora".

"Necessário registrar que, em razão da falha na prestação do serviço médico, a autora sofreu danos que resultaram em sequelas físicas, motoras, psicológicas permanentes", diz a sentença.

Segundo o processo, a mulher ficou com sequelas permanentes no abdômen e no pescoço e ainda perdeu a capacidade de trabalhar.






terça-feira, 28 de junho de 2022

Corredor com fumaça, vidros quebrados: veja vídeos da Santa Casa de BH durante incêndio

 

Hospital precisou ser evacuado e não há registro de feridos por queimaduras, segundo os bombeiros.


Corredor da Santa Casa em BH foi tomado pela fumaça

O incêndio que atingiu o 10º andar da Santa Casa de Belo Horizonte, na noite desta segunda-feira (26), causou correria e desespero em quem estava no local. Vídeos mostram um dos corredores tomado pela fumaça.

Em outra situação, funcionários tentam retirar os pacientes do local enquanto a fumaça toma conta do espaço.

Fumaça tomou conta de uma das áreas da Santa Casa

Já do lado de fora, quem passava pelo local, flagrou o momento em que vidros eram quebrados na unidade de saúde. Devido ao incêndio, pacientes foram levados para a rua em macas e cadeiras de rodas.

"No momento em que começa o incêndio, as pessoas ficam muito exaltadas. Algumas estavam aspirando fuligens e acabaram quebrando os vidros das janelas para permitir uma ventilação", explicou o tenente Pedro Aihara , porta-voz do Corpo de Bombeiros.

O incêndio


O incêndio mobilizou, além do Corpo de Bombeiros, equipes da Polícia Militar, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da BHTrans.

"Esse incêndio se iniciou no 10º andar, onde funciona a UTI desse hospital e teria sido provocado, a princípio, devido a um vazamento de O2 (oxigênio) combinado com a pane, um colapso de um determinado equipamento. Imediatamente, as equipes do Corpo de Bombeiros realizaram o combate ao incêndio e evacuaram todo o hospital, especialmente aquelas pessoas que poderiam ser evacuadas naquele momento. O incêndio já foi debelado e não existe risco", detalhou Aihara.

Equipes do Corpo de Bombeiros estão na Santa Casa