quarta-feira, 31 de março de 2021

Brasil bate recorde e registra 3.869 mortes por Covid-19 nas últimas 24h

 

Ao todo, 321.515 pessoas morreram vítimas da doença desde o início da pandemia no país


O Brasil registrou, nesta quarta-feira (31), mais 3.869 mortes pelo novo coronavírus, levando o país ao total de 321.515 pessoas que perderam a vida para a doença, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretarias de Saúde. 

O país já soma 12.748.747 infectados pelo vírus, desde o início da pandemia, sendo 90.638 novas contaminações registradas apenas nas últimas 24 horas. 

São Paulo ainda é o estado com maior número de casos e mortes, em seguida, Minas Gerais aparece no ranking de estados brasileiros mais atingidos pelo novo coronavírus, logo depois vem os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mostrando um avanço da pandemia na região Sul do país. 

Em São Paulo, o governo antecipou a campanha de vacinação em idosos de 68 anos para a próxima sexta-feira (2). Inicialmente, a imunização deste grupo etário estava prevista para a segunda-feira (5). Estima-se que 340 mil pessoas sejam vacinadas nesta nova fase do Programa Estadual de Imunização (PEI).  

Os postos de saúde estarão abertos no feriado desta sexta-feira (2) e durante todo o final de semana no estado de São Paulo. A região tem atualmente 6.059.942 doses aplicadas, das quais 4.545.772 correspondem à primeira dose da vacina e 1.514.170 pessoas receberam as duas doses da imunização. 

Vacina da Janssen autorizada

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta quarta-feira (31) o uso emergencial da vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, contra o novo coronavírus. Com a decisão da agência, a vacina pode agora ser aplicada na população brasileira.

A entrega de 38 milhões de doses do imunizante, que faz parte do Plano Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, deve começar em julho – até setembro, devem ser entregues 16,9 milhões de doses; depois, de outubro a dezembro, são esperadas mais 21,1 milhões de doses.

Covaxin negada pela Anvisa

A Diretoria Colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) negou nesta quarta-feira o pedido do Ministério da Saúde para importar e distribuir a Covaxin, vacina contra a Covid-19 produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech. A vacina tem autorização para uso emergencial na Índia. 

A negativa por parte da Anvisa também afeta o calendário de vacinação desenhado pelo Ministério da Saúde, que na segunda-feira (22) havia solicitado a autorização à agência para importar da Índia 20 milhões de doses da Covaxin. Na ocasião, a Anvisa reclamou da falta de documentos necessários para a importação. 

Variante de Manaus no RJ

A variante P1 do novo coronavírus, detectada primeiro em Manaus, é a principal responsável por uma nova onda de transmissão da doença no estado do Rio de Janeiro, afirmaram, nesta quarta-feira, representantes da Secretaria Estadual de Saúde do Rio (SES).

Até o último levantamento, concluído na semana passada, foram identificados 166 casos da variante P1 (Manaus) em moradores do Rio de Janeiro.

“Os dados preliminares  mostram que a gente tem um certo deslocamento da faixa etária para faixas etárias um pouco mais jovens. Isso muito provavelmente está relacionado a essa capacidade dessa mutação de se disseminar", explicou. O médico alertou, no entanto, que não é possível afirmar que a variante é necessariamente mais “agressiva” e sim tem uma capacidade maior de alastramento.  


CNN Brasil



Denúncia: médica acusa CG de negar leitos para pacientes com Covid-19

 


A médica pediatra Emmanuelle Lira, que atua nas cidades de Cajazeiras e Patos, afirmou que o município de Campina Grande tem negado leitos e dado uma resposta padrão para os municípios que não são pactuados e precisam de leitos de enfermaria e UTI destinados ao tratamento da Covid-19.

Ela explicou que participa de grupos (aplicativos de mensagens) e houve a apresentação, por parte da Secretaria de Saúde do Estado, de uma lista constando 77 pessoas à espera de um leito Covid-19 enquanto que, por parte da Secretaria de Saúde de Campina Grande, há a apresentação de 155 leitos Covid-19 disponíveis.

– Eu acho que minha filha de seis anos já ficaria indignada, porque é uma matemática simples – colocou.

A médica citou, em entrevista à Rádio Correio FM, que Patos e Cajazeiras não têm pactuação com Campina Grande e João Pessoa e, ao solicitar leitos para João Pessoa, a cidade nunca negou, mesmo sabendo que não iria receber nada por isso e precisaria suspender algum tipo de serviço nos hospitais.

– É aquela diferença entre o que é legal e o que é moral. É ilegal negar leitos? Não. Mas, em uma pandemia, eu considero como imoral – disse.

A médica registrou uma queixa no Ministério Público Federal na última segunda-feira, 21.

Paraíba Online


terça-feira, 30 de março de 2021

RS: Pacientes com covid há mais de 21 dias na UTI têm morte assistida

 

Denúncia aponta ainda que pessoas há mais de 7 dias esperando por leito e idosos com comorbidades vão ao final da fila de espera


Hospital da Restinga, em Porto Alegre, teve supelotação de leitos de UTI para covid



Pacientes com covid-19 internados há mais de 21 dias em UTIs do Rio Grande do Sul estão passando pelo processo de morte assistida. Aqueles há mais de sete dias em postos de saúde, UPA ou emergência estão sendo realocados no final da fila por vagas em UTI para tratamento da doença - a regra vale também para quem tem mais de 60 anos e comorbidades. A denúncia é do vereador Leonel Radde (PT), de Porto Alegre (RS).

A superlotação levou os hospitais gaúchos a seguirem esta recomendação, o que causaria uma falsa sensação de redução nas internações, mas, segundo a denúncia, só está aumentando o número de mortes.

Profissionais de saúde que denunciaram as medidas ao vereador e explicaram a situação à reportagem ao R7. Um médico afirma que já havia a suspeita de que o manejo dos pacientes estivesse funcionando desta forma há dias, e que a confirmou neste domingo com profissionais que trabalham na regulação.

“Pacientes com mais de 60 anos e comorbidades, independentemente da gravidade, vão ao fim da fila, assim como os pacientes graves que esperam sete dias ou mais em emergência UPA, pronto atendimento ou posto de saúde”, disse ele em anonimato, confirmando os relatos publicados pelo vereador em sua rede social.

A ortotanásia é quando há a morte natural, sem interferência da ciência, em que se permite a evolução e percurso da doença. A prática vem sendo adotada com pacientes que chegam a 21 dias em UTIs, segundo o denunciante.

Os médicos estariam sendo orientados a deixarem a doença evoluir sem novos procedimentos depois das três semanas, o que aumenta significativamente as chances de morte. Para o médico, a decisão é grave porque são comuns os casos de pessoas que passam deste período internadas e sobrevivem. “Já tivemos pacientes de três meses na UTI que sobreviveram”, comenta.

Em nota, a secretaria defende que os critérios para priorização de pacientes são técnicos, e que não há definição de prioridade por faixa etária, mas somente por comorbidades. A pasta não negou a prática da morte assistida aos pacientes com covid-19 após 21 dias ou mais de UTI.

O intuito das orientações relatadas na denúncia, segundo afirma Leonel Radde e corroborado pelo médico, seria reduzir a superlotação de leitos. No entanto, a medida não necessariamente significa uma baixa nas mortes pela doença. O índice de mortalidade no estado, segundo eles, é um indicativo disso.

Atualmente, a taxa de mortalidade por covid-19 a cada 100 mil habitantes no Rio Grande do Sul (148,3) é superior à da média brasileira (139,9), segundo dados do Ministério da Saúde.

Profissionais de outras especialidades tratam covid


A denúncia de Leonel Radde aponta para outro problema no combate à pandemia no Rio Grande do Sul: médicos de outras especialidades estão atendendo pacientes com covid-19. “Não há mais profissionais capacitados para trabalharem nas UTIs/COVID, mesmo com os leitos disponíveis”, escreveu o vereador.

O denunciante ouvido pelo R7 também confirmou a escassez de médicos especializados para covid-19: “Estamos com profissionais recém-formados ou de outras especialidades trabalhando na UTI. Então é óbvio que os óbitos vão aumentar”.

Também sob anonimato, uma profissional contou que, no Hospital de Pronto Socorro, em Porto Alegre, que recentemente teve dois andares terceirizados para o grupo Vila Nova, há médicos recém-formados trabalhando na UTI covid e na enfermaria do quarto andar.

“São profissionais de primeiro emprego, não estão habilitados para isso e, pela questão da experiência, por não saberem manejar os pacientes, há mais pessoas morrendo no local do que o normal”, disse.

Posicionamento


A reportagem do R7 solicitou uma nota à secretaria de saúde do estado do Rio Grande do Sul a respeito dos relatos publicados por Leonel Radde e confirmado pelos profissionais de saúde.

Em resposta, a pasta enviou a seguinte nota:

O Departamento de Regulação Estadual do RS e as Centrais de Regulação dos municípios seguem um protocolo técnico, debatido entre as equipes e que serve de embasamento para as decisões dos médicos reguladores. 

O critério de classificação dos pacientes que necessitam de transferencia para leito clínico ou leito de UTI é iminentemente técnico, e são definidos pelos médicos reguladores da Central de Regulação Hospitalar e Central do Samu e não existe orientação de critério de faixa etária isoladamente. Em situações de epidemia e de stress máximo do Sistema Hospitalar, um dos critérios médicos aceitos internacionalmente é o de priorização de pacientes com ausência de comorbidades, e que tenham maiores possibilidades de se beneficiar de algum recurso médico ou hospitalar designado.

Por exemplo, pacientes com doença terminal, ou graves sequelas neurológicas ou estado demencial irreversível, não são considerados prioritários. Mas o intuito da classificação é o de prioridade e não de exclusão. Nossos critérios são técnicos, definidos pela equipe para subsidiar a decisão do médico regulador, e são totalmente dependentes da avaliação individualizada do caso.

Notícias R7

MP apura denúncia contra médica que teria aplicado nebulização de hidroxicloroquina em pacientes com Covid no RS

 

Denúncia foi encaminhada pelo Hospital Nossa Senhora Aparecida, de Camaquã, ao órgão e ao Conselho Regional de Medicina. Ao menos dois pacientes ingressaram com ação judicial para ter acesso ao procedimento oferecido pela médica.


Entrada do Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Camaquã

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) abriu, nesta terça-feira (23), um expediente para apurar a conduta de uma médica que teria aplicado nebulizações de hidroxicloroquina em pacientes com coronavírus. O caso foi denunciado pelo Hospital Nossa Senhora Aparecida (HNSA), em Camaquã, na Região Centro-Sul do RS, e será analisado pela promotora Fabiane Rios.

O procedimento adotado pela médica Eliane Scherer consistiria na diluição de hidroxicloroquina em soro fisiológico, aplicada em uma nebulização. Segundo o HNSA, a solução era preparada pela própria profissional em seringas, sem consentimento dos farmacêuticos da unidade.

G1 tentou contato com a médica, telefonando para o consultório particular da profissional. No entanto, não foi possível encontrá-la. A advogada Lilian Bartz, que representa a médica, afirma que ambas não vão se manifestar por orientação do Sindicato Médico do RS (Simers).

A denúncia também foi encaminhada ao Conselho Regional de Medicina (Cremers). A entidade afirma que deve abrir uma sindicância para apurar a responsabilidade ética da profissional.

Sem eficácia comprovada


Chefe do Serviço de Pneumologia do Hospital Moinhos de Vento, Marcelo Gazzana explica que não há eficácia comprovada da hidroxicloroquina na forma oral nem via inalação. Ele lembra que há estudos em andamento sobre o uso com o nebulizador, mas sem resultados concluídos.

"Há dano potencialmente, sim. Quando a gente faz medicação inalatória, tem que ser adequada. Não apenas pegar um comprimido e botar no inalador", comenta.

Com o pulmão já frágil, o paciente de Covid que receber nebulização inadequada pode desenvolver crises de asma, inflamação de vias aéreas e até evoluir para um quadro de insuficiência respiratória, explica o médico. "O potencial de dano é maior que o benefício", conclui.

A Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia publicou uma nota, nesta quinta-feira (25), sobre "os riscos de condutas e procedimentos sem respaldo científico que têm sido realizados em pacientes com Covid-19".

"Uma das práticas que tem se difundido, inclusive com apoio de políticos e formadores de opinião, é a inalação de comprimidos de cloroquina macerados e diluídos em soro fisiológico. Essa prática é certamente danosa ao já combalido sistema respiratório do paciente", afirma um trecho da nota.

Denúncia


De acordo com o Hospital Nossa Senhora Aparecida, Eliane trabalha para uma empresa que presta serviço ao pronto-socorro da unidade, sem vínculo direto com a instituição. Na denúncia, o HNSA apresentou 17 infrações éticas supostamente cometidas pela médica.

Segundo o procurador jurídico do hospital, Maurício Rodrigues, a profissional foi afastada após entrar em conflito com a equipe de plantão, que se negou a fazer o procedimento em pacientes internados. Ao menos um paciente já tinha sido submetido ao tratamento indicado por Eliane.

"Em decorrência da negativa da equipe de enfermagem da aplicação do medicamento como ela [Eliane] gostaria, a médica começou, em alto tom, a falar e a assediar moralmente a equipe do hospital", disse.

De acordo com o Cremers, se as infrações da denúncia forem confirmadas, a médica pode sofrer punições como advertência confidencial, censura confidencial ou pública, suspensão por 30 dias ou cassação definitiva do registro. Se não forem constatadas irregularidades, o processo é arquivado.

Processos judiciais


Pelo menos dois pacientes com coronavírus ingressaram com ações judiciais solicitando receber a medicação indicada pela médica Eliane Scherer.

Uma paciente conseguiu liminar autorizando a aplicação da medicação. A decisão foi assinada pelo juiz Luís Otávio Braga Schuch, da 1ª Vara Cível de Camaquã. Segundo o magistrado, "a urgência é inegável, eis que o tratamento deve ser ministrado agora, sob pena de piora ou óbito".

No entanto, o juiz determinou que a médica deverá assumir a responsabilidade pelo tratamento integral da paciente e que a mulher internada e seus familiares deverão assinar um termo de consentimento de que o tratamento em questão é experimental e não atende os protocolos clínicos atuais para o combate ao coronavírus.

Segundo o Hospital Nossa Senhora Aparecida, a equipe de plantão entrou em contato com a médica, informando da decisão judicial. No entanto, Eliane Scherer teria dito não ter condições de cumprir a liminar.

A paciente foi mantida sob os cuidados da equipe em atuação no hospital, que assumiu os procedimentos regulares para o tratamento de Covid-19. O estado de saúde da mulher não foi divulgado. O G1 tentou contato com a advogada da autora do pedido, sem sucesso.

O outro paciente teve o pedido negado pelo mesmo juiz, conforme advogado do paciente. O homem teria sido internado na UTI na noite de sábado (22), impossibilitando a nebulização.

segunda-feira, 29 de março de 2021

Pai do 1º paciente com Covid que morreu à espera de UTI em SP também entra na fila por leito

 



GONÇALVES, MG (FOLHAPRESS) - Faz 11 dias que Valmírio Lopes Cardoso, 49, perdeu seu único filho, Renan Ribeiro Cardoso, 22, para a Covid-19. O jovem foi o primeiro paciente contaminado pelo coronavírus a morrer na fila de espera por um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na cidade de São Paulo. Sem ainda nem ter conseguido processar o luto pela morte do filho, quem agora batalha pela vida na fila por uma unidade especializada de internação é Valmírio. Segundo a família, Valmírio deu entrada no Hospital Municipal Cidade Tiradentes, por volta das 15h40 desta terça-feira (23). Ficou internado sobre uma cadeira de rodas até as 13h30 desta quarta (24). Ele foi levado ao hospital da zona leste da capital paulista ao sentir muita falta de ar, o que o impedia até de falar, por causa da Covid-19. O sobrinho do paciente, Paulo Henrique Marques Lobato, 27, diz que achou uma maca vazia na unidade hospitalar e a cobriu de papel para o tio usá-la numa sala de observação durante a espera pelo leito de UTI. Dias depois de perder o filho, Valmírio já apresentava sintomas da Covid-19. Ele fez um exame cujo resultado confirmou a suspeita. Miro, como é conhecido entre amigos e familiares, tinha muito contato com o filho Renan. Pai e filho mantinham uma pizzaria no bairro Recanto Verde do Sol, no extremo da zona leste da capital paulista. Nesta quarta, a família recebeu a informação do Hospital Cidade Tiradentes que Valmírio precisava de uma UTI porque o quadro de saúde dele havia piorado. "Os pulmões dele já estão 50% comprometidos", disse Lobato à reportagem. "A médica falou que aqui [Cidade Tiradentes] não tem leito disponível nem na enfermaria." Valmírio, assim como o filho, teve o seu nome inserido na Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), e a expectativa é que ele seja levado para o Hospital Geral de Guaianazes, também na zona leste, de acordo com o sobrinho. Procurada, a Secretaria de Saúde da gestão de Bruno Covas (PSDB) disse que não tinha autorização para divulgar os trâmites sobre a internação de Valmírio. A única boa notícia entre os Cardoso, até o momento, é sobre o estado de saúde da mãe de Renan, a dona de casa Maria de Jesus Ribeiro de Andrade, 56. "O teste dela para Covid-19 deu negativo", informou Lobato. Até esta terça, 91,8% dos leitos de UTI da cidade de São Paulo estavam ocupados. 46 HORAS DE ESPERA POR UTI Renan perambulou por várias unidades de saúde antes de se internar no Pronto Atendimento São Matheus II, também na zona leste da capital paulista, por volta das 19h do dia 11 deste mês. O jovem aguardou 46 horas na fila de espera por uma UTI, mas seu quadro de saúde piorou e ele morreu no dia 13, sendo o primeiro paciente com Covid-19 a morrer por falta de estrutura de atendimento na cidade mais rica do país. O documento que relata a internação de Renan mostra que a equipe médica inseriu o nome dele na Cross no dia 12 em busca de um leito disponível. "Devido à não melhora do quadro e prevendo uma possibilidade de complicação, inerente ao quadro de Covid-19, iniciamos a busca por um leito de internação", escreveu Phelipe Camarinha, o coordenador médico do São Matheus II, no relatório da internação do paciente. O quadro clínico de Renan só piorou. Por volta das 16h do dia 13, sua saturação atingiu 77% mesmo com o uso de oxigênio. Camarinha relata que não havia, naquele momento, ventiladores disponíveis na unidade e que a central de regulação foi novamente acionada para remover Renan para um hospital que tivesse o equipamento. Em 15 minutos, a unidade conseguiu o ventilador mecânico, mas não a vaga de UTI. A piora do quadro clínico do jovem aumentou e, na sequência, o paciente apresentou uma iminente insuficiência respiratória. A equipe médica relata que conseguiu falar com o paciente e o pai dele e, naquele momento, foi indicada uma intubação orotraqueal (introdução de um tubo para levar oxigênio a partir da traqueia). Às 16h20, Renan foi levado para a sala de urgência, onde foi monitorado, sedado e intubado. O ventilador mecânico foi acionado, mas o jovem teve uma parada cardiorrespiratória. Em desespero, a equipe médica iniciou manobras de ressuscitação, mas já era tarde. Renan faleceu às 17h19, numa batalha inglória de 46 horas por um leito de UTI. Dezenove minutos após o óbito, o leito que Renan aguardava surgiu, mas o próprio médico que atendeu o jovem respondeu, com frustração: infelizmente sem tempo hábil para o nosso paciente.



Média de mortes por Covid-19 no Brasil bate recorde e chega a 2.634

 

Nas últimas 24 horas, foram confirmados mais 38,9 mil casos e 1.660 óbitos pela doença causada pelo novo coronavírus


Enterro no cemitério da Vila Formosa, em São Paulo, durante pandemia da Covid-19

O Brasil registrou nesta segunda-feira (29) mais 1.660 mortes por Covid-19. Com a atualização, a média móvel nos últimos sete dias ficou em 2.634 óbitos diários —a maior em toda a pandemia. 

É comum que os números sejam menores aos domingos e segundas-feiras por conta de um represamento nas confirmações aos fins de semana. Ao todo, já foram contabilizadas 313.866 vítimas da doença causada pelo novo coronavírus. 

Também foram acrescentados mais 38.927 casos, elevando o total a 12.573.615. 

Até esta tarde, 24 estados e o Distrito Federal tinham mais de 80% de ocupação dos leitos de UTI. Somente Amazonas e Roraima estão abaixo desse patamar. Em Rondônia e no Mato Grosso do Sul, não havia mais nenhuma vaga na terapia intensiva disponível. 

Em entrevista à CNN, o cientista de dados e coordenador na Rede Análise Covid-19, Isaac Schrarstzhaupt, disse que enquanto o país não vacinar 2 milhões de pessoas diariamente, a tendência é que a situação continue a piorar. 

“Precisamos vacinar cerca de 2 milhões de pessoas por dia para que a vacinação tenha impacto na pandemia. Enquanto isso não acontece, a tendência é que em abril a situação continue piorando. Os óbitos que são registrados hoje são notificações de óbitos que aconteceram lá atrás", afirmou.

De acordo com levantamento feito pela CNN com dados das secretarias de Saúde, 15,8 milhões de pessoas receberam a primeira dose da vacina e 4,7 milhões, a segunda, necessária para ser considerado imunizado. Os números equivalem a 7,4% e 2,2% da população brasileira, respectivamente. 

Mais cedo, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, recebeu a primeira dose da Coronavac em Brasília. 


CNN Brasil


domingo, 28 de março de 2021

TJPB condena Estado a indenizar família que teve corpo de ente falecido trocado

 


O Juízo da 5ª Vara Mista de Patos condenou, nesta sexta-feira (19), o Estado da Paraíba ao pagamento de R$ 10 mil, a título de indenização por danos morais, à viúva e a cada um dos filhos de um homem falecido com suspeita de Covid-19, e que, em razão da troca negligente de corpos cometida pelo Hospital Regional de Patos, fizeram o enterro de uma pessoa estranha à família. Em virtude da suspeita de Covid, o corpo do falecido não pode ser reconhecido pelos familiares e o enterro foi providenciado com caixão lacrado, mediante protocolos de segurança exigidos nestes casos.

A sentença, no Processo nº 0805375-80.2020.8.15.0251, foi proferida pelo juiz Luiz Gonzaga Pereira de Melo Filho.

De acordo com os autos, no dia 10 de maio de 2020, após o falecimento do ente da família autora da ação, o corpo foi trocado pelo de uma senhora, falecida no mesmo dia, mas de causas naturais. O enterro foi realizado no mesmo dia, às 22h, com caixão lacrado. A família só descobriu o ocorrido no dia seguinte, por meio dos familiares da senhora cujo corpo fora trocado.

Para o magistrado, é inegável o constrangimento e o abalo psicológico experimentados pelos autores, bem como, flagrante a falha no serviço prestado pelo hospital público, que, além de ter trocado os corpos dos seus pacientes, de gêneros distintos e falecidos de causas também distintas, não adotou medidas preventivas que poderiam evitar esse tipo de situação às famílias. “Poderiam paramentar os familiares com equipamentos de proteção adequados e permitir, então, o reconhecimento do paciente que veio a óbito com suspeita de Covid-19”, disse.

Ao decidir, o magistrado expôs, ainda, que restou caracterizado o ato ilícito, consistente na negligência e na inegável falha do serviço prestado pelo Hospital, que, em virtude do equívoco na identificação dos corpos, não só abalou moralmente os autores, como também expôs os familiares da senhora falecida de causa natural ao risco de contaminação por Covid, ao permitir a aproximação com o corpo de uma pessoa, supostamente vitimada pela Covid.

“Compreendo que tais fatos geraram inegável aflição e abalo psicológico aos promoventes, causando-lhes ofensa a direitos da esfera extrapatrimonial, sobretudo a dignidade”, asseverou o juiz.

Quanto à fixação do valor indenizatório, o magistrado explicou que devem ser pautados pelos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, não podendo a quantia arbitrada implicar em enriquecimento ilícito da parte, mas devendo ser suficiente para compensar o desconforto experimentado e evitar reincidências.

Da decisão cabe recurso.


Saúde JUR


Bebê morre em Bezerros após suposto erro médico

 

sábado, 27 de março de 2021

Brasil tem pior dia da pandemia com 3,6 mil mortes por Covid registradas em 24 horas; média volta a bater recorde

 

País contabilizou 12.407.323 casos e 307.326 óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia, segundo balanço do consórcio de veículos de imprensa. Alguns estados relacionaram números altos desta sexta com represamento de dados após mudança em sistema do Ministério da Saúde no meio da semana.


Brasil registra 3,6 mil mortes por Covid em 24 horas, novo recorde


O Brasil voltou a quebrar a marca de seu pior dia da pandemia até aqui, com 3,6 mil mortes por Covid registradas em 24 horas. Com isso, o país soma agora 307.326 óbitos desde o início da pandemia. A média móvel de mortes no país nos últimos 7 dias chegou a 2,4 mil, voltando a bater recorde no índice. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +32%, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.

É o que mostra novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 20h de sexta.


Recorde de mortes registradas em 24 horas no Brasil até aqui 

Alguns estados relacionaram seus altos números do dia diretamente a um represamento causado pela mudança que o Ministério impôs e revogou no meio da semana. São Paulo, o estado com os maiores registros, disse que a mudança afetou os dados desde quarta-feira (24) até aqui, mesmo após a suspensão, e por isso o estado teve recorde de mortes nesta sexta.

As secretarias de Saúde de Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina informaram que verificaram atraso e represamento de dados ao longo da semana. Na Bahia, os responsáveis informaram que o acúmulo foi relacionado a sobrecarga das equipes e aprofundamento das investigações epidemiológicas a fim de evitar distorções. A variação ainda pode ter reflexo nos próximos dias nos números pelo país.

Com o recorde desta sexta, o Brasil passa a ocupar o segundo lugar entre os países que tiveram mais mortes registradas em um único dia, ficando atrás apenas dos EUA -- que já bateu a marca de 4 mil mortes diárias em seu pior momento. Antes, a Argentina ocupava a 2ª posição, com 3.351 mortes anotadas em 1º de outubro de 2020, segundo o portal Our World in Data.

Já são 65 dias seguidos com a média móvel de mortes acima da marca de mil; pelo décimo nono dia a marca aparece acima de 1,5 mil; e o país completa agora 10 dias com essa média acima dos 2 mil mortos por dia.

Veja a sequência da última semana na média móvel:

  • Sábado (20): 2.234 (recorde)
  • Domingo (21): 2.255 (recorde)
  • Segunda (22): 2.298 (recorde)
  • Terça (23): 2.349 (recorde)
  • Quarta (24): 2.279
  • Quinta (25): 2.276
  • Sexta (26): 2.400 (recorde)
Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 12.407.323 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 82.558 desses confirmados no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 75.759 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de +6% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de estabilidade nos diagnósticos.

Dezenove estados e o Distrito Federal estão com alta nas mortesRS, SC, ES, MG, RJ, SP, DF, GO, MS, MT, AP, RO, TO, AL, BA, PB, PE, PI, RN e SE.

Brasil, 26 de março

  • Total de mortes: 307.326
  • Registro de mortes em 24 horas: 3,6 mil
  • Média de novas mortes nos últimos 7 dias: 2.400 (variação em 14 dias: +32%)
  • Total de casos confirmados: 12.407.323
  • Registro de casos confirmados em 24 horas: 82.558
  • Média de novos casos nos últimos 7 dias: 75.759 por dia (variação em 14 dias: +6%)


Estados


  • Subindo (19 estados e o Distrito Federal): RS, SC, ES, MG, RJ, SP, DF, GO, MS, MT, AP, RO, TO, AL, BA, PB, PE, PI, RN e SE
  • Em estabilidade (4 estados): PR, AC, PA e MA
  • Em queda (2 estados): AM e RR
  • Não atualizou (1 estado): CE
Essa comparação leva em conta a média de mortes nos últimos 7 dias até a publicação deste balanço em relação à média registrada duas semanas atrás (entenda os critérios usados pelo G1 para analisar as tendências da pandemia).

Vale ressaltar que há estados em que o baixo número médio de óbitos pode levar a grandes variações percentuais. Os dados de médias móveis são, em geral, em números decimais e arredondados para facilitar a apresentação dos dados.

Vacinação


Balanço da vacinação contra Covid-19 desta sexta-feira (26) aponta que 14.883.220 pessoas já receberam a primeira dose de vacina contra a Covid-19, segundo dados divulgados até as 20h. O número representa 7,03% da população brasileira.

Este foi o dia com mais vacinados da primeira dose desde o começo da vacinação contra a Covid no Brasil, superando o número registrado na quinta-feira (25): 808.643 doses aplicadas em 24h. Somando a primeira e a segunda dose, foram aplicadas 933.598 vacinas no último dia.

A segunda dose já foi aplicada em 4.640.586 pessoas (2,19% da população do país) em todos os estados e no Distrito Federal. No total, 19.523.806 doses foram aplicadas em todo o país.

Consórcio de veículos de imprensa


Os dados sobre casos e mortes de coronavírus no Brasil foram obtidos após uma parceria inédita entre G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL, que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal (saiba mais).