quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Médico suspeito de estupro também responde por erro médico

O médico traumatologista suspeito de estuprar pelo menos cinco pacientes mulheres no Recife deverá ser intimado pela Polícia para responder pelas acusações. Além de estar sendo investigado pela Delegacia da Mulher, Kid Nelio Souza de Melo, de 35 anos, que atuava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira e em alguns hospitais privados do Recife, também responde a dois processos na Justiça por erro médico.


Menina vai a hospital com queimaduras nos pés e acaba morrendo

A Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso vai abrir um inquérito policial para investigar a morte da criança...


Após uma denúncia por suposto erro médico, a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso, deverá abrir um inquérito policial para investigar a morte de uma menina de 3 anos, ocorrida neste final de semana no Hospital Regional em São Miguel do Oeste.

Segundo as informações do Portal Peperi, os pais da menina procuraram a polícia e fizeram um boletim de ocorrência sobre o fato na manhã desta segunda-feira, 26.

Segundo os familiares, a menina, moradora do bairro São Gotardo, sofreu um acidente doméstico na tarde de sábado, 24. O fato teria ocorrido na casa dos avós da criança na Linha Nereu Ramos.

No local, conforme os pais, Lara Bianchetti, de 03 anos, teria queimado os pés ao pisar em brasas. Logo após os fatos a menina foi levada ao Hospital Regional, onde foi atendida e recebeu os devidos cuidado, no entanto, acabou morrendo nas primeiras horas da manhã de domingo, 25.

À família os médicos teriam dito que a menina morreu em decorrência de complicações no pulmão. A família no entanto suspeita de erro médico.

A tia da criança, Ortenila Scheneider disse em entrevista à Peperi que a menina chegou no hospital para tratar uma queimadura nos pés e acabou morrendo. Ela afirmou que alguma “coisa deu errada”.

Após o registro do boletim de ocorrência, a DPCAMI vai investigar o caso e eventuais responsabilidades sobre a morte da menina. Segundo a delegada Joelma Stang, o inquérito será instaurado ainda hoje.

No início serão cotados os depoimentos da família e dos profissionais que atuaram no atendimento. A delegada, também aguarda o resultado dos exames do IML.

Lara Camilli Bianchetti completaria quatro anos de idade amanhã.

Família denuncia hospital por negligência com idosa que morreu

imagem internet

Diagnosticada na metade de fevereiro com aneurisma e um tumor no fígado, Delalda Furlan Ávila Valente, 89 anos, faleceu na quarta-feira passada no hospital de Camboriú. A família da senhorinha alega que a história poderia ser diferente e denuncia que houve negligência do hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, que não teria aceitado atender a idosa após complicações decorrentes da doença, por ela ser morada do bairro Cedro, em Camboriú.

Mesmo com os problemas e sem condições de comer, ela ficou internada um dia no Ruth e depois foi mandada pra casa.  A colocação só foi feita na terça-feira passada, no hospital de Camboriú.  Em casa, os familiares tiverem dificuldade de fazer a idosa comer. 

Na quarta-feira, no entanto, Delalda passou mal em casa, foi levada pro hospital de Camboriú pelos bombeiros, onde faleceu. A família queria levar pro Ruth mas o hospital não aceitou atender a avó porque o atendimento deveria ser na cidade de moradia da paciente.

A secretaria de Saúde de Balneário informou que o médico que atendeu a paciente no hospital de Camboriú ligou para o Ruth Cardoso solicitando uma vaga na UTI para internação da mulher. As vagas de UTI, no entanto, são coordenadas por uma central reguladora do Estado, ou seja, toda vez que um hospital necessita de vaga na UTI deve informar a central, para que ela autorize a internação e determine qual hospital deve receber a paciente.

Conforme a secretaria, o Ruth não pôde atender ao pedido do médico, que foi orientado a seguir os trâmites necessários para a internação. A partir daí, o hospital de Balneário não teve mais informações sobre a paciente, já que ela estava sob os cuidados do município vizinho. A secretaria de Saúde garante que o Ruth Cardoso nunca nega atendimento a pacientes de outras cidades, confirmando que Delalda foi atendida no pronto-socorro no dia 10 de fevereiro, última vez que a paciente foi atendida no local.


terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

'Levaram um pedaço de mim. Mataram meu filho', diz pai de jovem morto após suposta negligência médica

Amigos e familiares do jovem Alifer Gabriel fizeram protesto neste domingo (25). Rapaz morreu após ser atropelado em janeiro e liberado pela Santa Casa

Amigos e familiares protestaram após morte de jovem em São Carlos

Amigos e familiares do jovem Alifer Gabriel Bassani realizaram uma passeata neste domingo (25) como forma de protesto pela morte do rapaz de 18 anos. Os participantes se reuníram a partir das 10h em frente ao Mercado Municipal e caminharam até a Santa Casa em forma de protesto. A família alega que o rapaz foi vítima de negligência médica na Santa Casa. Na ocasião, o jovem foi atendido e liberado após um acidente no qual havia sido atropelado por um carro no Antenor Garcia. Alguns dias depois, o jovem deu entrada no hospital novamente, onde veio a falecer.  

Segundo o metalúrgico Marcial Bassan da Silva, pai de Alifer, o rapaz voltava da casa da namorada quando sofreu o acidente em 28 de janeiro. "Meu filho sofreu um acidente gravíssimo. O carro pegou ele vindo da casa da namorada, bateu nele enquanto andava de bicicleta. Aí ele ficou cinco dias na UTI porque quebrou a coluna, fizeram cirurgia nele, bem feita, graças a Deus. Depois disso ele já foi pro quarto e teve alta precoce. Não era para ter mandado embora, mas por causa de infecção e essas coisas mandaram ele de volta pra casa. Um dia depois, ele continuava reclamando de febre. Chamei o Samu e levaram ele para a Santa Casa. Estava com infecção de urina, braço quebrado, clavícula machucada e o pior de tudo, deixaram com a dor de cabeça e não fizeram nada. Tudo isso durou 15 dias. Um descaso muito grande, depois que internou a segunda vez, ele ficou três dias lá dentro, dormi com ele, fiquei lá o tempo todo e não vi médico. Vi meu filho se desfalecendo, andando para trás, não tinha melhora. Foi aí que procurei o enfermeiro e perguntei o que estava acontecendo. Chamaram outro médico e ele me disse "a partir de agora eu vou cuidar do seu filho, mas o que acontecer daqui pra frente eu não me responsabilizo". Descobriram todos esses problemas com meu filho depois de darem alta. Ele se queixando de dor de cabeça e não viram que o menino estava com a cabeça quebrada", afirmou.

De acordo com o pai, foram feitos diversos questionamentos à Santa Casa durante o atendimento ao filho, cuja morte foi constatada como um infarto pela equipe médica. "Falaram que a dor de cabeça era normal por causa do acidente. Questionei como isso era normal, se já haviam liberado ele até a nossa casa todo quebrado, sem ver nada. O ombro dele estava deslocado, até fundo. É impossível um médico não ver uma coisa dessa. Você acha que é normal? Pedimos um neurologista para ver essa dor de cabeça. Ele faleceu e o médico não viu. Falaram que ele infartou e morreu. Na verdade, ele estava com um trinco no crânio, deu hemorragia e ele não aguentou. Não queriam que fizesse a autópsia dele. Disseram que não precisava, falaram que foi infarto e pronto. Pedimos autópsia e o rapaz do IML abriu ele inteiro. Coluna estava perfeita, pulmão estava machucado mas estava recuperando. Ele disse que não achou nada que levasse à morte. Não morreu por causa do coração", falou.

A mãe de Alifer, Eliana Aparecida de Oliveira, de 40 anos, também desconfia do atendimento prestado ao jovem. "Os órgãos dele, o que tinha dentro dele, não era causa de morte. O pior foi a cabeça. O que mais machuca a gente é que a Santa Casa tem todo o equipamento. Tem tudo. Tinha um homem que estava passando por atendimento quando fomos atendidos, e ele fez tudo o que precisava. Pegou um profissional que tem amor à vida, porque zelou por ele. Meu filho não, acho que era tempo de Carnaval e eles queriam dançar. Sabe Deus o que aconteceu lá. Deixaram meu filho abandonado. 12 de fevereiro, meio dia, ele faleceu. Ficaram pelo menos 45 minutos tentando ressuscitar ele, mas não era o coração, ia fazer o que? Podia ficar o dia inteiro que não ia trazer ele de volta, não foi o coração", contou.  

Indignação

O pai do jovem conta que a família já está tomando as providências cabíveis para representar legalmente contra o hospital e os responsáveis pelo acidente. "Já entramos com advogado e isso está em andamento. Estou tentando pedir a prisão do cara que atropelou meu filho e fugiu. Está solto. Eu conheço ele porque é morador da mesma região. Vou fazer o possível e o impossível. Ele se apresentou depois com o advogado, agora está solto na rua fazendo churrasquinho, na boa. É um criminoso, não podia ter ficado lá e socorrido? Deixou meu filho jogado lá. Fugiu do local. Chegaram a me dizer, inclusive, que nem era ele ao volante, mas isso nós estamos tentando descobrir. Deixamos a papelada com a advogada e vamos entrar com um processo contra os médicos. Vamos fazer uma avaliação para ver quem foram os responsáveis. Sei que não vai trazer meu filho de volta, mas vou lutar pela justiça, quero justiça. Não quero que ninguém morra igual a ele. Era para ele estar vivo. Antes dele falecer, ele estava feliz, estava bem, e olha o que aconteceu. Negligência médica. Quando entrei na Santa Casa com ele, depois que ele se acidentou, me disseram que ele tinha sido esfaqueado porque tinha um corte no ombro. Esfaqueado? Com a coluna quebrada? Depois que [o médico] viu que foi atropelado mesmo, mas só porque não foi o filho dele", relatou.

"Eu quero Justiça. Foi negligência médica e fizemos essa passeata para pedir Justiça. Eu sei que meu filho não vai voltar, mas tem o filho dos outros. Pode acontecer de um dia cair lá dentro e fazerem igual ao meu moleque", pontuou Marcial da Silva.

Eliana também espera que casos como o de Alifer não se tornem comuns. "Que essa passeata sirva para que os médicos se conscientizem. O que aconteceu com nosso filho, que não aconteça com outros jovens porque a gente vê muita negligência que aconteceu com outras famílias também. Eles precisam entender que quem está ali é um ser humano. Eles são estudados para cuidar, ouvir os pais e familiares que entram ali e cuidar dos seus pacientes com mais amor e mais carinho", afirmou.

Emocionado, o pai lamentou a morte do filho e relatou as saudades que sente do jovem. "Levaram um pedaço de mim. Não tem o que falar, não tem explicação. Ele era tudo para mim, tudo. Eu chego em casa e é aquele vazio, esperando ele chegar. Todo dia, meia noite, uma hora da manhã, ele vinha da casa da namorada e vinha no meu quarto. 'Pai, não deixaram nada para eu comer? Dá um dinheiro para eu comprar um lanche'. Não escuto mais o portão bater. Fico esperando, mas ele não aparece. Por que? Porque mataram meu filho, mataram ele", finalizou.

Na ocasião, a Santa Casa de São Carlos afirmou que entrou em contato com a família do jovem e se colocou à disposição para quaisquer esclarecimentos a respeito do atendimento médico realizado durante a internação do paciente. O homem acusado de atropelar o rapaz prestou depoimento e foi liberado pelas autoridades.   

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Erro médico é tema de edição do Justiça Para Todos



Tema:

Erro médico

Entrevistado:

David Castro Stacciarini

O Justiça Para Todos conversou, nesta quinta-feira (22), com o advogado David Castro Stacciarini, que trouxe aos ouvintes mais informações sobre erro médico. Primeiramente, ele explicou o significado desse conceito, citando também os tipos de erro médico mais comuns no país. “Um incidente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, é um evento ou circunstância que poderia ter resultado ou resultou em dano desnecessário ao paciente. Podemos dizer que ele é intencional ou não”, pontua.

Na oportunidade, o advogado também esclareceu de que forma ocorre a investigação e julgamento dos casos de erro médico no país, especificando em que casos uma denúncia no CRM pode virar um processo disciplinar e quais as penas previstas para o profissional que é condenado. Por fim, David comentou sobre atitudes que podem prevenir a ocorrência de erros médicos.


AMAPAR - Associação dos Magistrados do Paraná

Mãe tem 1ª vitória e consegue atendimento domiciliar para bebê vítima de erro médico



Juiz determinou que prefeitura garanta atendimento de profissionais para criança vítima de erro médico (Foto: Arquivo)
A jovem mãe obteve primeira vitória na Justiça ao conseguir liminar para obrigar o município a oferecer atendimento domiciliar para o filho de três anos, vítima de erro médico. O juiz Ricardo Galbiati, da 2ª Vara de Fazenda Pública, concedeu a tutela parcial para garantir o básico ao menino até o julgamento de outros pedidos.

Sensibilizado com a história e com base no parecer do Núcleo de Apoio Técnico, o magistrado determinou, na quarta-feira (21), que a Prefeitura de Campo Grande disponibilize, em regime de urgência, profissionais de fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional  para atender a criança. O atendimento deverá ser feito com base na prescrição de um médico da rede pública de saúde.

O juiz ainda não se manifestou sobre os demais pedidos, que é o pagamento de pensão de um salário mínimo a mãe, que passou a se dedicar ao filho em período integral, e de R$ 5 mil para bancar o tratamento do garoto com a compra de medicamentos, alimentação especial e outras necessidades.

A liminar é o primeiro desfecho de um suposto erro médico, ocorrido em fevereiro de 2015 no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian. Na época com 17 anos, a adolescente sentiu as dores do parto, mas teve alta, apesar das fortes contrações e da perda de líquido amniótico.

Dispensada pelo médico do HR, ela deu luz à criança quatro horas depois. O bebê teve vários problemas, como neuropata crônico a hipóxia neonatal por sofrimento fetal agudo, portador de epilepsia de difícil controle, microcefalia, hipersecreção, pneumonia de repetição e ausência de controle neurológico.

Os advogados da mãe e do filho, com três anos, ingressaram com ação contra o hospital e a prefeitura da Capital para cobrar indenização de R$ 770 mil e pensão vitalícia de R$ 954 para a mulher e R$ 5 mil para a criança.

O caso não causou só dor, como grande trauma na vida da jovem mãe, segundo os advogados de defesa, Luiz Renato Adler Ralho e Alaety Patrícia Munhoz.

Eles pedem indenização por danos morais no valor de R$ 300 mil para cada um, mãe e filho, e por danos materiais de R$ 85 mil. Além disso, pedem o pagamento de pensão de R$ 954 à mulher e de R$ 5 mil para a criança. O dinheiro do bebê será destinado para o pagamento de home care, fisioterapia motora e respiratória diária e terapia ocupacional e fonoaudiologia três vezes por semana.

Tribunal de Justiça de Rondônia confirma condenação por erro médico, em Ariquemes



Imagem internet


A responsabilidade do Município decorreu do erro ocorrido dentro do Hospital Regional sob sua gerência

O município de Ariquemes, condenado pelo juízo da 3ª Vara Cível da Comarca de Ariquemes a pagar uma indenização no valor monetário de 100 mil reais por danos morais, mais 2 mil 794 reais e 16 centavos por danos materiais, por erro médico, teve seu recurso de apelação negado no Tribunal de Justiça de Rondônia. Ele pedia a reforma (revogação) da sentença condenatória do juízo de 1º grau. A decisão colegiada foi dos desembargadores da 2ª Câmara Especial do TJRO, que reconheceram o nexo causal e responsabilidade do Município, responsável pelo Hospital Regional de Ariquemes, onde foi aplicada uma injeção inadequada a uma paciente, levando-a a morte.

A indenização será dividida entre quatro filhos órfãos, que ingressaram no juízo da causa com a Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais responsabilizando o município pela causa morte da mãe.

De acordo com o relatório do voto do relator, desembargador Renato Mimessi, no dia 18 de junho de 2013, a mãe dos autores (filhos) da ação, sentiu-se mal, com dores e vômitos, e foi levada pelos bombeiros à unidade hospitalar Regional de Ariquemes. Segundo o relatório, ela deu entrada no hospital consciente, conversando normalmente, porém, após ser aplicada uma injeção inadequada à patologia, a senhora passou mal e faleceu.

Segundo o voto do relator, em depoimento, o médico disse que a paciente recebeu equivocadamente uma injeção diversa da que deveria ser aplicada. Contudo, o município de Ariquemes, após a condenação do juízo da causa, recorreu com apelação para o Tribunal de Justiça, onde pediu a reforma (revogação) da decisão condenatória por não haver comprovação da culpa do seu agente (médico), comprovação do dano, nem o nexo causal. E, alternativamente, solicitou a diminuição do valor monetário da indenização.

Para o relator, a decisão do juízo da condenação foi acertada, pois ficou comprovado nos autos processuais que "a responsabilidade do Município decorreu do erro dentro do hospital sob sua gerência, por ato praticado por preposto (médico), consistente na administração de medicação injetável indevida, causa determinante para a morte da paciente". "Portanto, a responsabilidade do Município em indenizar, decorrente do nexo causal entre o ato ilícito praticado por seu agente e o prejuízo causado ao particular, prescinde (dispensa) da apreciação dos elementos subjetivos de dolo ou culpa". Ainda, conforme decisão do relator, no caso, "deve sopesar que o falecimento da vítima, cuja retirada de forma repentina do convívio familiar, gerou dor, tristeza, abalo psicológico, decorrido de medicação ministrada na paciente de forma errônea".

Acompanharam o voto do relator os desembargadores Hiram Marques e Oudivanil de Marins. A decisão colegiada ocorreu na sessão de julgamento na terça-feira, dia 20.

Apelação Cível n. 0016463-37.2014.8.22.0002

Assessoria de Comunicação Institucional

88% dos médicos recém-formados não sabem ler uma mamografia

Pela 1ª vez em 10 anos, mais de 60% de recém-formados em Medicina são aprovados no exame do Cremesp

Mamografia: o porcentual de erros em análise de problemas de saúde frequentes foram considerados altos (Joel Saget/AFP)

São Paulo – Pela primeira vez em dez anos, mais de 60% dos recém-formados em Medicina foram aprovados no exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

Segundo levantamento apresentado pelo conselho na manhã desta quinta-feira, 22, dos 2.636 egressos do curso no Estado, 1.702 acertaram mais de 60% das 120 questões do teste, o que representa a pontuação mínima a ser alcançada.

No entanto, o porcentual de erros em análise de problemas de saúde frequentes foram considerados altos pelo conselho em alguns casos.

O levantamento mostrou que 88% dos recém-formados não souberam interpretar o resultado de uma mamografia, 78% erraram o diagnóstico de diabete, 60% demonstraram pouco conhecimento sobre doenças parasitárias e 40% não souberam fazer a suspeita de um caso de apendicite aguda.

“Essa é uma prova de dificuldade média para fácil. Se o médico não sabe fazer um diagnóstico de diabete e câncer de mama, que estão na rotina, é muito complicado. Temos discutido com as escolas de Medicina, que vão receber o resultado. Um indivíduo que não sabe dessas coisas não exerce a Medicina em países como os Estados Unidos, Canadá e Portugal. Estamos propondo um curso de reciclagem do conhecimento médico para proteger a população”, afirma Bráulio Luna Filho, primeiro secretário do Cremesp e coordenador do exame.

Os resultados se referem ao exame realizado no ano passado, quando 64,6% dos novos médicos passaram e 35,4% foram reprovados.

O Cremesp informou que o desempenho dos profissionais também foi melhor do que no ano de 2016, que registrou índice de aprovação de 43,6%. “Nosso objetivo é que a aprovação seja de, ao menos, 85%. Já temos boas escolas públicas que aprovam 95% dos alunos. As escolas privadas ainda têm um longo caminho.”

O levantamento mostrou que, entre os egressos de cursos particulares, 56,8% foram aprovados em 2017 ante 33,7% em 2016. Nos públicos, o porcentual saltou de 62,2% em 2016 para 79,7% em 2017.

Esta é a 13ª edição do exame, que não é obrigatório, mas, desde 2015, é utilizado entre os critérios de programas de residência médica, concursos públicos e para a contratação na rede privada, como as secretarias de Saúde do Estado e do município de São Paulo e hospitais como Albert Einstein, Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz.

Campanha

O Cremesp está lançando uma campanha, por meio de uma petição online, para que o exame se torne obrigatório em todo o País. A meta é reunir 500 mil assinaturas que devem ser encaminhadas para o Congresso Nacional. Segundo o conselho, um projeto de lei com a medida está em tramitação no Senado Federal.

“Nosso objetivo é que esse exame se torne obrigatório em nível nacional. Não queremos mais falar de exame do Cremesp ou exame facultativo, mas de exame obrigatório”, afirma Lavínio Nilton Camarim, presidente do Cremesp.

Maioria dos médicos recém-formados erra diagnóstico de diabetes, afirma Cremesp

Resultados da última prova aplicada em médicos recém-formados em 2017 mostrou que 78% dos participantes também não souberam interpretar uma mamografia e 40% não conseguiram fazer suspeita de um caso de apendicite

shutterstock/Reprodução
Dos mais de 2 mil médicos recém-formados que realizaram o exame, 64,6% acertaram mais de 60% da prova da Cremesp

Os resultados do exame do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) realizado por recém-formados em Medicina em 2017 chamaram atenção por mostrar que a maioria dos profissionais não estava apta para diagnosticar e administrar a conduta terapêutica adequada de casos médicos básicos e problemas de saúde frequentes.

Dos 2.636 médicos que realizaram o teste, 88% não souberam interpretar o resultado de um exame de mamografia, 78% erraram o diagnóstico laboratorial de diabetes, 60% não apresentaram conhecimento suficiente sobre doenças parasitárias e 40% não souberam fazer a suspeita de um caso de apendicite aguda, conforme informou o levantamento apresentado pelo conselho na quinta-feira (22).

Considerada como um “termômetro”, a prova é utilizada como ferramenta para que escolas participantes tenham uma referência para corrigir falhas ou aprimorar alguns cursos avaliados, além de servir como base para órgãos como o Ministério da Saúde e da Educação, Conselho Federal de Medicina e Ministério Público.

“O Exame do Cremesp é uma importante ferramenta para que os recém-formados testem seu conhecimento, para que as escolas possam ter parâmetros de desempenho por áreas, e, também, para garantir uma Medicina de qualidade para a população assistida”, destacou Lavínio Nilton Camarim, presidente do Cremesp.

Aumenta índice de aprovação

Mesmo diante das dificuldades demonstradas pelos participantes da prova, essa foi a primeira vez em dez anos que mais de 60% dos recém-formados em escolas médicas do Estado de São Paulo foram aprovados na avaliação.

Dos inscritos, 64,6% acertaram mais de 60% das 120 questões da prova, porcentagem que o Cremesp considera mínima para a aprovação, o que significa 1.702 participantes.

Em comparação ao Exame de 2016, houve melhora no desempenho dos novos médicos. O índice de aprovação deste ano foi 21% maior do que os 43,6% registrados em 2016.

“O crescimento na aprovação sinaliza que os colegas recém-formados estão se preparando melhor e dando maior importância à prova, assim como, demonstra a real necessidade de uma avaliação sistemática e obrigatória”, destacou Camarim.

Obrigatoriedade

Apesar de não ser um requisito básico, desde 2015 a realização do exame passou a ser um critério importante para programas de Residência Médica e concursos públicos estaduais e municipais. Em todos os casos, a exigência é condicionada apenas à participação na prova, independentemente da nota que o recém-formado tenha obtido, já que o Cremesp não divulga a pontuação de seus participantes.

Pensando nisso, a 13ª edição do exame contou com uma nova pergunta no questionário que pedia a opinião sobre a obrigatoriedade da prova. Entre o total de inscritos, 83,2% responderam que acreditam que a prova deveria ser obrigatório para recém-formados em Medicina no Estado de São Paulo. Entre os motivos que implicam na realizar da prova, 53,5% destacaram a importância que o exame tem perante a residência médica e 19,4% responderam ser um desafio para testar conhecimentos no final do curso Médico.

O Conselho está empenhado para que se torne obrigatório, em todo o território nacional, um exame para recém-formados no curso de Medicina. Assim, lançou uma campanha para conquistar a adesão dos médicos, autoridades, estudantes, formadores de opinião e a população em geral sobre a importância desta avaliação como medida para a qualificação profissional e o incentivo à boa formação.



Delegada quer saber quais remédios a bebê Isabella recebeu no hospital

Corpo da bebê foi exumado nesta sexta (3) e material recolhido pelo IML deverá passar por exame toxicológico; família suspeita de erro médico em Ribeirão Preto

Isabella Dominiciano morreu quatro dias depois de ter sido levado com febre a hospital de Ribeirão Preto

A delegada Silvia Elisa Ruivo Valério Mendonça, titular do 2º Distrito Policial, quer saber quais medicamentos a bebê Isabella da Costa Dominiciano, de 1 ano, recebeu durante atendimento no Hospital Materno Infantil Sinhá Junqueira, em Ribeirão Preto, e se os remédios podem ter relação com a causa da morte da criança, ocorrida no último dia 6.  

O corpo da menina foi exumado na manhã desta sexta-feira (23), no Cemitério Bom Pastor, zona Leste da cidade. A família suspeita que a morte tenha sido em decorrência de um suposto erro médico.

Entre os exames que a delegada solicitou ao IML (Instituto Médico Legal) está o toxicológico, que poderá indicar quais medicamentos foram utilizados durante os atendimentos. O prontuário médico da criança também já foi entregue à Polícia Civil.  

"Estamos tentando corrigir um erro, que foi o da necropsia não ter sido feita mesmo apesar da requisição por parte da polícia e de a família ter autorizado a realização do exame. Não sabemos se haverá material para isso, mas estamos em busca da causa da morte", afirmou.  

Antibiótico  

A família de Isabella já havia declarado ao ACidade ON que a menina começou a apresentar febre e que o quadro de saúde de Isabella começou a complicar após ela ter tomado um antibiótico prescrito no hospital para uma suspeita de pneumonia. 

A família também afirmou que havia autorizado a necropsia, mas que o hospital teria ligado para o Cemel (Centro de Medicina Legal) da USP e pedido para que o corpo de Isabella fosse levado de volta para o Sinhá Junqueira. 

No atestado de óbito consta choque séptico como causa da morte. O BO na Polícia Civil foi registrado como morte natural.  

Muito sofrimento  

A mãe de Isabella, Silvana Raimunda da Costa Dominiciano, declarou nesta sexta que a família vive dias de angústia até que o caso seja esclarecido.  

"É muito sofrimento, mas estamos confiantes", disse a mãe, sob forte emoção.  

Silvana contou que um tio de Isabella, irmão de seu marido, acompanhou a exumação a pedido do pai da criança.  

O advogado da família que também esteve na exumação, Michel Robson Andrade, disse que o IML não deu prazo para a conclusão do laudo.  

A pedido da família, a delegada Silvia Mendonça instaurou um inquérito no dia 19 de fevereiro e tem 30 dias para conclusão. O prazo pode ser prorrogado.  

ACidade ON entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) para um posicionamento do IML e aguarda retorno.  

Outro lado  

O Hospital Materno Infantil Sinhá Junqueira havia informado, por meio de nota de imprensa, que chegou a regular o envio do corpo de Isabella Dominiciano para o SVO (Serviço de Verificação de Óbito). Contudo, a realização da necropsia teria sido recusada "em razão da causa da morte estar fundamentada na documentação médica enviada pelo hospital". O Sinhá afirmou que a família teria sido informada sobre a recusa.  


A CidadeOn

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Pacientes denunciam abandono e precariedade em SPA na Redenção

Segundo os pacientes, dentre os problemas enfrentados, a suposta falta de medicamento e segurança são os que mais preocupam

Pacientes denunciaram problemas na estrutura e a suposta falta de medicamentos no SPA José Lins | Foto: Reprodução

Manaus- Na tarde desta terça-feira (20), pacientes da Unidade de Saúde de Pronto Atendimento (SPA) José Jesus Lins, localizado no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste de Manaus, procuraram a reportagem e contaram que sofrem com a precariedade da unidade de saúde. Segundo as denúncias, o SPA está com os banheiros interditados devido ao péssimo estado de conservação, os pacientes estariam mal acomodados e, inclusive, dividem os espaços dos leitos com crianças, além da falta de segurança.

De acordo com uma das pacientes, que preferiu não se identificar, todos os dias, após às 22h, o local fica sem vigilantes e os pacientes e os funcionários relatam medo e insegurança.

"É complicado, pois ficamos preocupados. Além do mau funcionamento, não temos segurança", diz a paciente.

Falta de limpeza

Outra paciente disse que tem evitado utilizar os banheiros da unidade devido à sujeira. Sem limpeza e com as descargas quebradas, os pacientes precisam conviver com o odor forte de fezes e urina. "É muito ruim conviver com essa situação precária, inclusive dos banheiros. Isso é questão de saúde pública, imagina ainda em um hospital onde o grau de contaminação é muito grande. Evito utilizar o banheiro e, quando preciso ir, eu mesma faço a higienização rápida".

Além da precariedade estrutural, os pacientes afirma ainda que o SPA não tem alguns medicamentos. A falta dos remédios estaria afetando o atendimento a determinações grupos de pacientes. A denunciante não soube dizer qual seria os medicamentos em falta, porém, seriam alguns tipos de antibióticos. 

"Todo dia falta medicamento aqui. Os médicos trabalham fazendo milagre, fora os dias em que mandam pacientes voltarem para casa pois não tem como atendê-los", afirma uma paciente.

Nota da Susam

Ao contrário do que foi relatado pelas pacientes, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) disse, por meio de nota ao EM TEMPO, que o SPA José Lins está com a maior parte de sua estrutura física em boas condições. Além disso, o órgão possui um projeto para revitalizar áreas danificadas pela falta de manutenção. A pasta assume que há setores deficientes.

Quanto à falta de medicação, a direção da unidade disse que o fato não procede. A unidade aguarda uma nova remessa de remédios da Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) para trabalhar com os estoques bem abastecidos. A direção informou também que a farmácia do SPA funciona abastecida e dentro da normalidade.

Sobre a equipe médica, a Susam informou que os profissionais só liberam os pacientes após eles passarem por consulta e, quando necessário, tomarem a medicação.

Crise na Saúde

Vários casos de protestos e denúncias envolvendo a saúde do Amazonas têm surgido nos últimos dias. Recentemente, terceirizados da empresa Limpa Mais, que prestam serviço de limpeza para o Hospital 28 de Agosto, denunciaram o atraso de salários. Segundo eles, o pagamento salarial estava atrasado há quase três meses.

38 funcionários alegaram trabalhar sem o material necessário para realizar a limpeza do lugar e que estariam sofrendo represálias se questionassem sobre o pagamento. Em nota, a Susam informou que a pendência no pagamento ocorreu devido a falta de entrega de documentos necessários por parte da empresa Limpa Mais.

Outro caso semelhante aconteceu com os funcionários da limpeza do Hospital Universitário Francisca Mendes. Os funcionários, que assim como os do Hospital 28 de Agosto são terceirizados, alegaram que estavam há 4 meses sem receber. Eles disseram que nem mesmo teriam recebido a ultima parcela do 13º terceiro. 

A equipe do Em Tempo entrou em contato com a empresa responsável pelo dinheiro repassado pela Susam, a BDA Serviços, porém, o proprietário disse que não iria se posicionar sobre o caso. 

Pela primeira vez em 10 anos, mais de 60% dos médicos são aprovados no exame do Cremesp

De acordo com o órgão, é a primeira vez que avaliação teve mais de 60% de aprovados.


  Pela primeira vez, exame do Cremesp tem mais de 60% de aprovação


O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) afirma que, pela primeira vez em 10 anos, mais da metade dos recém-formados em escolas médicas do Estado de São Paulo foi aprovada na avaliação organizada pela entidade.

Dos 2.636 médicos que participaram do exame em 2017, 64,6% acertaram mais de 60% das 120 questões da prova, porcentagem que o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) considera mínima para a aprovação. Os outros 35,4% acertaram menos de 60% das questões.

Resultado do exame do Cremesp
Comparativo dos participantes aprovados e reprovados

Fonte: Cremesp

O Cremesp afirma que houve melhora no desempenho das escolas privadas, mas elas ainda apresentam maior percentual de reprovação que os cursos da rede pública.

"Como em anos anteriores, as escolas médicas paulistas privadas tiveram maior percentual de reprovação que os cursos públicos. No entanto, houve aumento importante de aprovação em comparação ao Exame de 2016 entre os egressos das instituições privadas, passando de 33,7% para 56,8%. Já entre os cursos de Medicina públicos, 79,7% dos alunos foram aprovados, em 2017, também superando os resultados de 2016, com 62,2%", afirma o Cremesp.
Percentual de aprovação no exame do Cremesp

Comparativo entre escolas da redes pública e privada

Fonte: Cremesp

Como é o exame

A 13ª edição do Exame do Cremesp foi realizada no dia 22 de outubro de 2017 nos municípios de Botucatu, Campinas, Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São Paulo e Taubaté. Aplicada pela Fundação Carlos Chagas (FCC) e composta por 120 questões de múltipla escolha, a prova - com duração de até cinco horas - abrangeu as seguintes áreas: Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Pediatria, Ginecologia, Obstetrícia, Saúde Pública, Epidemiologia, Saúde Mental, Bioética e Ciências Básicas.

Para ser aprovado, o candidato deveria responder corretamente a 72 questões, o que corresponde a um percentual de acertos de 60%. Os critérios e a metodologia foram os mesmos utilizados e validados nos exames anteriores.

Das 46 escolas médicas em atividade no Estado de São Paulo em 2017, 32 foram avaliadas no Exame - as demais, abertas há menos de seis anos, ainda não haviam formado turmas à época do Exame. Em 2018, já são 56 escolas médicas no Estado, sendo 51 em atividade.

Importância da avaliação

Todo estudante que se formou em medicina e quer se inscrever no conselho paulista precisa fazer o exame para poder tirar o registro do CRM (Conselho Regional de Medicina) e atuar como médico no estado. Apesar de ser um exame obrigatório, mesmo quem for reprovado também pode obter o registro.

Isso porque, por força de lei, o conselho não pode condicionar o registro médico ao resultado de uma prova. Para tanto, seria preciso uma lei federal, como acontece com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Entretanto, desde 2016, de acordo com o Cremesp, a participação no exame passa a ser critério para acesso à Residência Médica, concurso público e mercado de trabalho. Programas de Residência Médica, como da Unicamp, USP de São Paulo, USP de Ribeirão Preto, Santa Casa, Unifesp, ABC, Hospital do Servidor Público Estadual, FM Rio Preto entre outros, passaram a exigir a participação no Exame do Cremesp como condição para o acesso à Residência.



Bebê tem pé e pontas dos dedos amputados após ser internado com pneumonia em Franca, SP

Polícia Civil instaurou inquérito depois que família alegou erro médico e negligência em atendimento do menino Miguel, de 1 ano, na Santa Casa. Hospital informa ter tomado todos os cuidados e atribui amputações a infecção grave.

Miguel, de 1 ano, teve extremidades dos dedos e pé esquerdo amputado após ser atendido na Santa Casa de Franca, SP (Foto: Reprodução/EPTV)

A Polícia Civil instaurou um inquérito por suspeita de erro médico depois que um bebê teve o pé esquerdo e as extremidades dos dedos das mãos amputados ao ser internado com pneumonia na Santa Casa de Franca (SP).

A família do menino Miguel, de 1 ano, afirma que o procedimento ocorreu por complicações causadas pela aplicação errada de um antiviral e pela negligência dos profissionais diante da piora do bebê, durante a internação entre dezembro e janeiro.

No final do mês passado, o menino chegou a ser internado novamente na Santa Casa e submetido a uma traqueostomia devido a problemas respiratórios decorrentes de uma nova pneumonia, mas foi liberado no início deste mês e se recupera bem, segundo a mãe.

O delegado Luiz Carlos da Silva, responsável pelas investigações na Polícia Civil, espera laudos do Instituto Médico Legal (IML) e pareceres do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina (Cremesp). O caso foi registrado como lesão corporal culposa.

A Santa Casa informou que tomou todos os cuidados necessários e que o paciente perdeu parte dos tecidos e passou pelas amputações devido a uma infecção grave no organismo.

Lucimar relata que Miguel foi internado em 11 de dezembro do ano passado, depois de ser diagnosticado com pneumonia e citomegalovírus, relacionado à baixa imunidade do organismo e a sintomas como febre, dor de garganta e inchaço na barriga.

Dois dias depois, segundo a mãe, o menino começou a receber doses de um antiviral, receitado para ser ministrado de 12 em 12 horas durante um mês e meio.

Mas, no dia 17, Lucimar relata que a equipe médica aplicou de maneira errada a injeção na pele do menino, que começou a inflamar. A partir de então, o quadro clínico dele se agravou, com alergia, febre, vômito, inchaço nas pernas e mal funcionamento dos rins, conta a técnica de enfermagem.

Segundo ela, a criança foi remanejada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) depois de muita insistência.

Mas, de acordo com a mãe, já era tarde. Nos dias seguintes, os membros inferiores e as pontas dos dedos começaram a apresentar sinais de necrose. No dia 26, um dos médicos da Santa Casa, segundo Lucimar, constatou a necessidade de realizar as amputações, feitas em datas distintas.

O pé esquerdo foi amputado no dia 30 de dezembro e as extremidades dos dedos das mãos, em 13 de janeiro, conta a técnica. O menino ficou internado até dia 26 do mês passado. Não fosse a demora em agir diante da injeção errada, Miguel ainda poderia estar com os membros intactos, segundo ela.

A criança ainda precisou voltar ao hospital no final de janeiro, quando apresentou dificuldades para respirar. Internado, o bebê teve que receber uma traqueostomia, com a qual deverá ficar por até um ano. Ele foi liberado para voltar para casa em 9 de fevereiro. "Ele não estava aguentando mais, estava sofrendo com a falta de ar, levaram para a UTI novamente."
ItaporaNews

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Bebê morre na barriga da mãe antes de parto e pais acusam médicos e hospital de negligência na BA

Caso ocorreu no município de Porto Seguro, no sul do estado. Mãe e pai da criança disseram que houve demora para atendimento.


Família acusa médicos de Porto Seguro de causar morte de bebê que estava prestes a nascer


Um bebê morreu na barriga da mãe antes do parto ser realizado, no município de Porto Seguro, localizado na região sul da Bahia, e os pais acusam médicos e o Hospital Luiz Eduardo Magalhães de negligência, por conta de demora no atendimento. Após o ocorrido, eles prestaram uma queixa na Polícia Civil, que investiga o caso.

Segundo relato da mãe da criança, Crislaine Souza, de 18 anos, o drama teve início na tarde do dia 11 de fevereiro, quando ela começou a sentir dores de parto. Ela afirma que estava com 41 semanas de gestação e que as contrações estavam fortes.

A mãe conta que foi para a unidade de saúde, acompanhada de familiares, mas teve de aguardar por cerca de 4h para quatro para ser atendido. Segundo ela, a médica que a examinou disse que ela estava com pouca dilatação e a mandou de volta para casa.

"Fui atendida por uma doutora. Ela fez o toque em mim e mandou eu de volta para casa sentindo dor. Já era o começo das contrações", disse a jovem. No dia seguinte, Crislaine disse que voltou cedo para o hospital novamente com contrações e dessa vez apresentando sangramento.

Ela disse que foi novamente atendida e internada. A mãe conta que aguardou por um leito por 15h, deitada em uma cadeira. Outra médica que a atendeu, segundo ela, a medicou com um remédio para induzir o parto. A mãe conta que as dores aumentaram, assim como a dilatação.

Por volta das 12h50 do dia 13 de fevereiro, outro médico atendeu Crislaine e, no exame, descobriu que ela estava com oito centímetros de dilatação. Ela disse que o médico tentou ouvir o coração do bebê e não conseguiu. O profissional, então, teria pedido a realização de um ultrassom e constatou que a criança já estava morta.

Uma cesariana foi feita para retirar o corpo do bebê de dentro da mãe. "Deixaram eu sofrer bastante. Depois do meu filho morto, vieram a fazer a cesárea", disse a mãe.

Os pais da criança ficaram indignados e, agora, pedem justiça, porque acreditam que o bebê nasceu morto por negligência médica.

O hospital informou, em nota, que a Crislaine é do município de Camacan e que não teria feito a ultrassom morfológica, exame que poderia detectar se o feto tinha algum problema. A família de Crislaine, no entanto, contesta a informação. Diz que ela fez corretamente o pré-natal, com seis consultas e três ultrassons, e que no próprio hospital foram feitos vários exames de verificação dos batimentos cardíacos da criança e que ela estava viva até o dia 13 de fevereiro.
 
No laudo do hospital, a causa da morte da criança consta como ignorada, mas uma necropsia foi feita pelo Instituto Médico Legal (IML) de Porto Seguro para saber porque a criança morreu e o laudo apontou como causa da morte uma hemorragia, coágulo de sangue provocado pelo rompimento de vasos sanguíneos no cérebro.

O hospital não informou se será aberto algum procedimento investigativo para apurar a morte do bebê. A Polícia Civil informou que vai começar a ouvir os envolvidos no caso.


Por TV Santa Cruz

Polícia investiga denúncia de estupro praticado por médico em UPA na Zona Sul do Recife

Vítima, de 19 anos, prestou queixa na noite de quarta (21), e alegou ter sido molestada em sala da unidade da Imbiribeira.

  UPA fica no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife (Foto: Reprodução/Google Street View)

A Polícia Civil investiga uma denúncia de estupro praticado por um médico contra uma jovem de 19 anos em uma sala da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na Imbiribeira, na Zona Sul do Recife. A vítima procurou a Delegacia da Mulher, na área central da capital, na noite de quarta-feira (21), e relatou ter sido abusada pelo profissional de saúde, horas antes.

Segundo a polícia, a vítima declarou, em depoimento, ter sido molestada pelo médico. De acordo com a corporação, a jovem não conseguiu informar o nome do profissional. Ela também não apontou as características físicas do suposto agressor.

A mulher pediu ajuda a familiares e foi até o Instituto de Medicinal Legal (IML), na mesma região da cidade, para se submeter a exames sexológico e de corpo de delito. O registro foi feito pelo delegado Jorge Ferreira, que estava de plantão.

Após a instauração de um inquérito, a polícia pretende tomar novo depoimento da vítima e trabalha na identificação do médico. O caso será repassado para a delegada Ana Elisa Sobreira, da Delegacia da Mulher.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Adolescente para de andar após injeção e família acusa médico de negligência

Melissa deu entrada no HPS João Lúcio após sentir dores no corpo e na cabeça. Direção do hospital irá abrir uma sindicância para investigar a denúncia

A adolescente está grávida de três meses (Foto: Divulgação)

A família da adolescente Melissa Bezerra da Silva, de 16 anos, acusa um médico do Hospital e Pronto Socorro Dr. João Lúcio, de cometer negligência ao passar uma injeção na perna direita para o tratamento de virose e infecção urinária. A moça foi atendida no dia 24 de janeiro na unidade hospitalar, mas desde que passou pelo procedimento médico não consegue mais andar.

Melissa deu entrada no João Lúcio após sentir dores no corpo e na cabeça. Quando chegou ao local foi diagnosticada pelo médico e acabou tomando medicação na veia. “Fomos ao hospital, porque a minha filha estava muito mal. Lá ela foi diagnosticada com virose e infecção urinária, mas o médico não passou exame. Depois tomou uma injeção na perna direita. O médico a liberou, mas no outro dia ela já amanheceu sem conseguir andar”, relatou a mãe da adolescente, Janete da Silva.

A família acreditava que as dores nas pernas de Melissa tinham sido ocasionadas pela infecção urinária, mas durante consulta com outra médica, o “diagnóstico leigo” foi descoberto, segundo a mãe da adolescente.

“Como ela está grávida de três meses, ficamos preocupados e a levamos para uma maternidade na Cidade Nova. Quando chegou lá, a médica disse que a injeção foi aplicada de forma errada e atingiu o nervo ciático, por isso ela não estava conseguindo andar”, explicou a mãe da adolescente.

Segundo Janete, Melissa até voltou no médico que passou a injeção no Hospital João Lúcio. “Após o laudo, a médica nos encaminhou novamente para o João Lúcio. O médico que passou a injeção atendeu a minha filha, mas disse que o problema nas pernas não tinha sido ocasionado pela injeção, e pediu para ela retornar para casa”, destacou.

Quem quiser ajudar a família com doações pode entrar em contato com o número: 99466-3401.

Posicionamento

Em nota, a direção do Pronto Socorro Dr. João Lúcio informa que a paciente esteve na unidade por duas vezes. Na primeira vez, no dia 24 de janeiro, ela chegou com crises de  vômito e foi medicada com plasil. O medicamento foi aplicado na região glútea.  Posteriormente,  com exames de urina, hemograma e teste de gravidez foi constatada também a infecção urinária. O medicamento aplicado foi para as crises de vômito. A paciente deixou a unidade com receitas para realizar o tratamento ambulatorial da infecção urinária. 

No dia 28 de janeiro, quando retornou à unidade, de acordo com o prontuário, a paciente informou que não havia tratado a infecção e relatou dificuldade para andar, alegando ter sido por conta da injeção que tomou na primeira consulta. A paciente foi avaliada por um clínico geral e um ortopedista que, de acordo com o prontuário, não detectaram indícios de infecção na região após um exame de raios-X.

A direção do Pronto Socorro Doutor João Lúcio informa, ainda, que irá abrir uma sindicância para investigar a denúncia e coloca-se à disposição da paciente para uma nova consulta e reavaliação do diagnóstico.

Polícia investiga suposto erro médico em paciente do DF submetido a cateterismo

Em exame de sangue feito em morador do Guará constava que paciente era do sexo feminino. Laudo do IML apontou 'discrepância' em resultados.

Edvan Santos diz à reportagem que foi vítima de “erro médico” (Foto: TV Globo/Reprodução)

Um paciente do Distrito Federal procurou a Polícia Civil, no início deste ano, após suspeitar de erro médico na indicação de um cateterismo para solucionar um problema cardíaco. De acordo com Edvan Santos, de 45 anos, os resultados dos exames de sangue dele foram trocados por o de outra pessoa internada, supostamente com o mesmo nome.

No documento emitido por um hospital particular da Asa Sul constava que Santos, na época internado na UTI do local, seria do sexo feminino. Por esse motivo, houve alteração nas taxas analisadas, uma vez que, dependendo do gênero, os resultados variam.

O paciente disse que percebeu o erro ao sair da UTI para o apartamento. "Nos exames de sangue, constava que eu era do sexo feminino". Depois da reclamação, Edvan recebeu os resultados corretos que indicavam que as taxas estavam "dentro da normalidade".

O paciente contou que outros dois exames do coração também levantaram a suspeita do médico. Com um índice de quase 60% da artéria obstruída e várias partes do coração aumentadas, segundo os exames, Edvan recebeu medicamentos para uma suposta obstrução na carótida esquerda.

"Será que teve alteração nesses resultados? [...] Eu tomei medicamento sem necessidade", conta Santos. Dias depois, o autônomo recebeu alta do hospital, mas com indicação urgente de uma angiografia, procedimento considerado por médicos como "invasivo".

Em nota enviada à TV Globo, o Hospital Santa Lúcia informou que já está em contato com o paciente e com o médico que realizou o procedimento para esclarecer o caso. O profissional responsável pelos exames, Walter de Paula, não atendeu às ligações da reportagem.

Com o diagnóstico descartado, o paciente procurou o médico Walter de Paula."Ele se desculpou dizendo que tinha trocado os exames por um outro paciente com o mesmo nome que o meu", disse Santos.

Cateterismo

Em 10 de janeiro, Santos foi submetido a um cateterismo no mesmo hospital, mas segundo mostra o laudo, não havia alterações vasculares. Os exames foram refeitos em um segunda clínica e a hipótese de que não havia alteração foi confirmada.

Após a denúncia do susposto erro, um exame de corpo de delito foi feito no paciente. No resultado, o Instituto Médico Legal (IML) apontou que os exames do Hospital Santa Lúcia são "discrepantes" – diferentes – dos outros.

"É fato que pelo menos um dos exames não pertence ao paciente."

Procurado, o Conselho Regional de Medicina (CRM) informou que vai instaurar uma sindicância pra apurar o caso. O órgão disse ainda que os processos éticos que englobam erros médicos diminuíram. No passado foram 29 – oito a menos que em 2016.

O presidente da Comissão de Bioética da ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Jerônimo Agenor, diz que casos parecidos têm se repetido no DF. "Infelizmente ocorre e, às vezes, chega até a óbito do paciente".

"Muitos pacientes sofrem por esse erro, por procedimento inadequado e muitas vezes não procuram o hospital por desinformação, não procuram o âmbito judicial pra ter o seu direito resguardado."

Mulher tem bexiga perfurada durante cesárea em hospital de SP

Médico do Hospital Santo Amaro, em Guarujá, no litoral paulista, perfurou 3 centímetros da bexiga da paciente.

Hospital Santo Amaro, Guarujá, litoral de São Paulo (Foto: Pedro Rezende / Prefeitura Municipal de Guarujá)

Um suposto erro médico quase levou uma dona de casa à morte no Hospital Santo Amaro, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Fernanda Roberta Dias, de 36 anos, estava grávida de 41 semanas quando foi internada para realizar a cesárea, na última quinta-feira (15). Porém, durante o procedimento, ela teve a bexiga perfurada e sofreu com a dor durante dias. A unidade de saúde alega que foi uma fatalidade.

De acordo com familiares, além do erro médico, um dos grandes problemas foi a falta de informação por parte da equipe do hospital. O cunhado da paciente, Leandro Arcangelo, de 37 anos, conta que todos perceberam uma estranha movimentação dos médicos, mas ninguém dizia o que estava acontecendo.

Por conta da perfuração, Fernanda enfrentou complicações e chegou a ficar com a barriga inchada, por causa da urina que se espalhou pelo corpo. "Ela se queixou de dor várias vezes, mas ninguém dava atenção e sempre falavam que era normal. No domingo [18], era nítido que ela estava morrendo.

Chegou a se despedir da família e pedir para o meu irmão cuidar bem do filho deles".

Arcangelo explica que tudo começou na manhã de quinta-feira, quando Fernanda deu entrada no hospital para realizar a cesárea. O marido assistia ao parto no centro cirúrgico, mas foi retirado quando a paciente apresentou complicações e pressão alta. Após a cirurgia, os médicos informaram apenas que ela passava bem e que tudo ocorreu dentro da normalidade.

"De noite, reparamos que a sonda dela não estava com urina, mas com sangue escuro e grosso, e não poderia estar assim. Perguntamos para a enfermeira, disse que aquilo era normal e conforme ela fosse tomando água ia sumindo. Neste dia ela já começou a sentir dores muito fortes no abdômen, mas a equipe informava que era da cirurgia", conta Arcangelo.

Na sexta-feira (16), as dores de Fernanda se intensificaram e sua barriga começou a inchar, ficando maior do que quando estava grávida, segundo o cunhado. Apesar de se queixar sobre isso para os médicos de plantão, ela foi examinada e informada de que estava tudo normal e que receberia alta no dia seguinte.

Porém, no sábado (17), os familiares notaram que o inchaço estava pior e que sua barriga estava mole. "Parecia uma gelatina, percebemos que havia líquido dentro. Outro médico examinou e novamente disse que era normal, mas uma enfermeira notou que havia algo errado e cancelaram a alta. À noite, ela fez uma lavagem no intestino".

O estado de saúde de Fernanda se tornou crítico no domingo (18). A sogra da paciente, Bernadete Arcangelo, conta que duas médicas a examinaram pela manhã e informaram que o inchaço não era um problema ginecológico. "Eu queria conseguir uma vaga para ela em um hospital em Santos, mas o médico disse que não daria tempo. Foi então que correram com os preparativos da nova cirurgia".

Por volta das 21h30, os médicos informaram à família o que realmente estava acontecendo. Segundo o cunhado, o cirurgião disse que Fernanda teve uma perfuração de três centímetros na bexiga durante a cesárea, por isso aconteceram todas as complicações. "Na segunda cirurgia, eles fecharam e fizeram uma nova lavagem, porque a urina estava espalhada pelo corpo e ela poderia ter uma infecção generalizada. Depois de tudo isso, ela está na UTI se recuperando".

Em nota, o Hospital Santo Amaro informou que o caso mencionado não foi considerado erro médico, e sim, uma fatalidade cirúrgica. A administração reitera que a paciente encontra-se em estado de saúde estável, recebendo todo o atendimento necessário na Unidade de Tratamento Intensivo. Ela está entubada, estável e orientada, e há a expectativa de que seja liberada para o leito ainda nesta terça-feira (20).

Além disso, a diretoria clínica do hospital afirma que não reconhece nenhum erro, tampouco negligência hospitalar, uma vez que a paciente teve todo o atendimento necessário em todas as etapas da internação. Os casos em que há questionamento de suspeita de erro médico são, obrigatoriamente, encaminhados para a Comissão de Ética Médica e posteriormente levados ao Conselho Regional de Medicina, órgão responsável pelo julgamento.