Parceria entre empresa gaúcha de biotecnologia e três laboratórios estaduais pretende disponibilizar tecnologia a custo baixo ainda em 2016
O pesquisador Fernando Kreutz apresentou o protótipo em coletiva de imprensa Foto: Guilherme Justino / Agencia RBS |
Um teste capaz de detectar se um paciente está na fase aguda ou se um dia já foi infectado por três das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti — vírus zika, dengue e chikungunya — foi anunciado nesta terça-feira em Porto Alegre. A tecnologia ainda está em fase de desenvolvimento, mas os pesquisadores responsáveis esperam que o teste esteja disponível à população ainda neste ano.
A principal diferença desse teste em relação a outros capazes de fazer o diagnóstico simultâneo dessas doenças, como o da Fiocruz, que deve começar a ser usado neste mês, está na possibilidade de identificar não só se a pessoa examinada está infectada pelo zika, mas também se ela já registrou a doença. Isso poderia indicar, mesmo ao paciente que não apresentou sintomas, se ele está imune ao vírus — resposta que ainda depende de mais pesquisas.
A novidade foi anunciada pela empresa gaúcha FK-Biotecnologia em parceria com os Laboratório Farmacêutico do Rio Grande do Sul (Lafergs) e Pernambuco (Lafepe), além da Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico (Bahiafarma).
— Já dominamos a tecnologia, e agora vamos contar com as amostras disponibilizadas por esses laboratórios para desenvolver o teste. Esperamos que ele seja comercializado dentro de nove meses — estima o diretor-presidente da empresa, Fernando Kreutz, que é médico e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
A cooperação com laboratórios públicos pode significar também que os kits serão distribuídos no Sistema Único de Saúde (SUS). A expectativa é que a técnica seja vendida a custo baixo, de cerca de R$ 15 — aproximadamente o preço cobrado pelos testes rápidos do HIV em uso no Brasil.
O teste é realizado através da coleta de sangue do paciente, da mesma forma como é feito o teste de glicose. A resposta deve demorar apenas cerca de 15 minutos. Dentro de seis meses, o protótipo deve ser capaz de identificar as doenças e ser enviado para avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
ZERO HORA
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