Material foi descoberto após uma cirurgia de cesárea, em julho de 2015.
Mulher ainda perdeu parte do intestino e precisou refazer as vias urinárias.
Mulher ainda perdeu parte do intestino e precisou refazer as vias urinárias.
Radiografia indicou corpo estranho na professora (Foto: Imagens/ Tv Bahia) |
A professora de Salvador, Maria Aline Duque, teve uma trompa e parte do intestino retirados, e precisou refazer as vias urinárias, por causa de uma infecção causada por um pedaço de gaze que foi esquecido dentro dela, durante uma cirurgia. Segundo Aline, o problema começou logo depois do parto dela, ocorrido em julho de 2015, feito por cesariana.
Desde que deu à luz, há sete meses, a professora não pôde mais trabalhar e mal pode cuidar da filha. Ela conta que, logo após a cesária, começou a sentir cansaço, diarreia e forte dores na barriga, que a fizeram procurar um hospital. Na radiografia, foi identificado um corpo estranho, identificado como uma compressa de gaze.
"Pediram para eu repetir o exame, quando eu repeti, o rapaz do raio X ainda chamou o colega, dizendo que era testemunha dele, que tinha essa imagem, que tinha esse corpo estranho", relatou.
A família já gastou R$ 25 mil com a cirurgia para retirar a gaze e, com isso, curar Aline. "Além da questão financeira, isso envolve muito mais a questão moral, porque ela não pôde trabalhar enquanto isso, inclusive teve que deixar de amamentar", disse a advogada Luiza Andrade.
O parto de Aline foi realizado na Maternidade José Maria de Magalhães Neto, localizada no bairro do Pau Miúdo, na capital baiana. O nome do médico que fez o parto não foi revelado. Carlos Amaral, o diretor da unidade, disse que nenhuma investigação foi feita para saber se existiu erro médico, porque não houve uma denúncia da família.
"Não houve registro de intercorrências. Houve a adoção do protocolo de cirurgia segura, sem nenhum tipo de problema. Ela recebeu alta, e não tivemos mais nenhuma outra informação dela com relação ao que está sendo alegado agora", afirmou Carlos Amaral.
A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou por meio de nota que vai abrir uma sindicância para apurar o caso e prestará assistência médica à paciente.
Mesmo sem ter recebido uma denúncia oficial da família de Aline, o Conselho Regional de Medicina (Cremeb) investiga o caso, para descobrir se houve erro médico, se de fato a gaze foi esquecida na paciente durante o parto. Caso seja constatado o erro, um processo ético pode ser aberto contra os médicos que fizeram o parto.
"As punições podem ser advertência e censura privada, censura pública, suspensão por até 30 dias e a remota hipótese de cassação de registro profissional", explica Abelardo Meneses, presidente do Cremeb.
Por conta da situação, Aline fez um desabafo. "Não tem dinheiro que pague eu não poder amamentar minha filha, pegar ela no colo, peder essa fase da vida dela", disse.
Ainda segundo o Conselho Regional de Medicina, a instituição tem até cinco anos para tomar uma decisão sobre casos como o de Aline.
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