Os casos de cirurgia – sejam eletivas, de emergência ou por questões estéticas – são os mais frequentes nas ações que cobram reparação em tribunais mineiros. De acordo com a desembargadora Cláudia Regina, é comum pacientes cobrarem reparação por terem ficado com alguma lesão em tratamentos feitos em regime de urgência. Ela explica que, em parte dos casos, o recurso disponível para a cirurgia ou a emergência do atendimento podem interferir, mas sustenta que há casos também de procedimentos malfeitos e até mesmo de esquecimento de materiais no corpo do paciente, o que é mais raro.
Já em relação às cirurgias estéticas, a exemplo de lipoaspirações, colocação de próteses de silicone e reparações na face, a possibilidade de lucrar cada vez mais com os procedimentos tem se configurado como agravante para erro médico, na opinião de especialistas. A desembargadora explica que, nesses processos, os motivos estão mais ligados à insatisfação do paciente, com o resultado ou com uma cicatriz, por exemplo. “Será sempre a perícia médica que vai avaliar se houve erro. É diferente de o médico ter esquecido um instrumenta dentro do paciente, o que nem exige perícia”, explica Cláudia Regina.
O advogado Felipe Cândido, que atua em muitos casos de erros médicos, destaca outro problema, que ele classifica como “mercantilização da medicina”. “Os profissionais têm aceitado cada vez mais serviços mais baratos, e operam sem tomar os cuidados necessários”, disse, lembrando ainda que a pressão dos planos de saúde para liberar leitos pós-cirurgias é grande.
Na ponta do atendimento, pacientes vítimas de erros sofrem com o somatório dessas dificuldades. No caso da autônoma Sandra de Fátima Nunes Morato, de 50 anos, que ainda se trata de um câncer, um resultado de exame trocado e a má avaliação de uma ginecologista em um centro de saúde da Prefeitura de BH tiveram consequências graves. O diagnóstico foi adiado em um ano. O tumor, de nível 2, evoluiu para nível 5.
“A mamografia de rotina foi feita em 2013. Quando levei o resultado para a médica no posto de saúde, as imagens estavam certas, mas o laudo era de outra mulher, que tinha o mesmo nome que eu. Na consulta, a médica nem olhou as chapas, leu apenas o laudo e disse que eu estava bem. Um ano depois, senti o nódulo crescendo e, quando fiz uma mamografia de urgência, o tumor estava avançado”, conta Sandra, ao lembrar que, quando fez cirurgia para retirada, o nódulo já havia chegado ao nível 8, o último estágio. “Sofri muito, porque o tratamento é muito pesado e doloroso. Meu caso é resultado de negligência”, diz a paciente, que ingressou com uma ação na Justiça no ano passado, exigindo reparação.
Na ponta do atendimento, pacientes vítimas de erros sofrem com o somatório dessas dificuldades. No caso da autônoma Sandra de Fátima Nunes Morato, de 50 anos, que ainda se trata de um câncer, um resultado de exame trocado e a má avaliação de uma ginecologista em um centro de saúde da Prefeitura de BH tiveram consequências graves. O diagnóstico foi adiado em um ano. O tumor, de nível 2, evoluiu para nível 5.
“A mamografia de rotina foi feita em 2013. Quando levei o resultado para a médica no posto de saúde, as imagens estavam certas, mas o laudo era de outra mulher, que tinha o mesmo nome que eu. Na consulta, a médica nem olhou as chapas, leu apenas o laudo e disse que eu estava bem. Um ano depois, senti o nódulo crescendo e, quando fiz uma mamografia de urgência, o tumor estava avançado”, conta Sandra, ao lembrar que, quando fez cirurgia para retirada, o nódulo já havia chegado ao nível 8, o último estágio. “Sofri muito, porque o tratamento é muito pesado e doloroso. Meu caso é resultado de negligência”, diz a paciente, que ingressou com uma ação na Justiça no ano passado, exigindo reparação.
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