quarta-feira, 2 de maio de 2018

Desassistência a pacientes é denunciada por médicos do Ouro Verde ao MP





Nesta terça, 24, médicos do Hospital Ouro Verde realizaram nova denúncia ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP) e estenderam às denúncias ao Ministério Público Estadual (MPE). As queixas são de desassistência e falta de medidas protetivas aos pacientes desse que é um dos maiores complexos hospitalares de Campinas. Em resposta a prefeitura de Jonas nega que haja qualquer problema e lava suas mãos diante do caos na saúde campineira.

Na última semana relatamos aqui a situação precária no atendimento laboratorial de exames clínicos que levou os médicos do Hospital Ouro Verde denunciarem no CREMESP o risco aos pacientes. A ausência do funcionamento integral do laboratório de exames clínicos está levando a que os resultados que deveriam sair em menos de uma hora estão chegando a levar quinze horas para ficarem prontos, sendo que em diversos casos os exames estão sendo realizados fora do Hospital, o que aumenta a demora.

Os médicos reiteraram seu pedido de que medidas protetivas urgentes aos pacientes e equipe de trabalhadores do Hospital sejam tomadas, pois a situação está aumentando os riscos aos pacientes, sobretudo aos casos graves que estão atendendo. Enquanto a troca do laboratório é uma consequência do imenso escândalo de corrupção que envolve a última administração, Vitale Organização Social, a prefeitura nega em entrevistas as denúncias dos médicos, não por acaso, já que o próprio prefeito está sendo investigado no caso. A partir dos protestos e denúncias dos trabalhadores e população usuária do Hospital é possível ver um crescimento exponencial da precariedade, que promove um verdadeiro na saúde de Campinas.

A despeito de em março o MPE ter aberto um inquérito para investigar a falta de insumos básicos e infraestrutura do complexo hospitalar, esta ainda é uma realidade que dificulta o trabalho de médicos e enfermeiros cotidianamente, bem como colocam em risco a saúde e a vida de milhares de pessoas que utilizam os serviços do hospital. A essa infraestrutura tendente a zero somam-se também as denúncias de pacientes que passam o dia todo na fila de espera para receberem atendimento. Enquanto isso a reação de Jonas Donizette e sua nova equipe de direção dos hospitais municipais tem sido negar as denúncias, o que por si é uma afirmação de que não moverão uma palha para resolver os problemas da saúde. Na verdade vão além, pois esse descaso com os trabalhadores e com o sofrimento da população escancara que, a despeito da propaganda enganosa em tempos de eleição, para a prefeitura de Campinas saúde não é prioridade.

O próprio escândalo de corrupção e as investigações envolvendo OSs, Jonas e a RAC (rede do Correio Popular, principal jornal da cidade) mostra que para eles a saúde pública é um meio de fazer negócios em benefício próprio, em prol do lucro e para ampliar seus poderes, enquanto centenas de milhares de vidas não lhes importa. Por isso não só o Ouro Verde está no caos, também a população de diversas regiões de Campinas se encontra desamparada com os fechamentos de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), com falta de funcionários, médicos e enfermeiros, além de remédios e materiais, nos postos de saúde, há poucas semanas também faltavam ambulâncias. Enfim, todo um retrato de uma cidade tornada doente pelo seu governo e grandes empresários.

Para termos uma saúde digna, onde nossas vidas valham mais que os lucros, precisamos nos unir em defesa da saúde e todas as unidades e hospitais devem ser 100% públicos (estatizados), sem a iniciativa privada que os corrói. Além disso, sabemos que mesmo uma administração pública por si só não resolverá o problema, já que vemos o alto escalão da prefeitura contra os direitos da população. É por isso que além de estatizada, a saúde pública deve ser gerida e controlada pelos próprios trabalhadores e usuários, os verdadeiros interessados nesse direito fundamental.

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