Segundo a Polícia Civil, um dos médicos teria adulterado informações de um prontuário para encobrir erro médico. Criança morreu em abril após ser transferida de Gurupi para Palmas.
Dois médicos foram indiciados por homicídio culposo devido a morte de um recém-nascido em Palmas. O bebê nasceu em Gurupi com problemas nos pulmões e morreu depois de ser transferido para Palmas. Segundo as investigações da Polícia Civil, houve adulteração criminosa na ficha de remoção do paciente para encobrir informações.
As investigações foram feitas pela 3ª Delegacia de Polícia de Gurupi, no sul do estado. Conforme a Secretaria de Segurança Pública, o inquérito mostrou que o bebê nasceu em um hospital da Unimed, mas teve complicações e foi levado para a UTI do hospital.
A criança ficou sob os cuidados da médica Rosangela Maria da Silveira. Porém, mesmo com raio-X que indicava um pneumotorax, colapso nos pulmões, o diagnóstico somente ocorreu no dia seguinte ao nascimento. Isso fez o quadro do bebê piorar significativamente, sendo necessária a transferência para Palmas.
Depois dessa complicação, a transferência foi feita em uma UTI móvel da empresa Unicare, com o médico Sebastião Lacerda Lopes Junior como responsável.
“Durante a remoção, familiares relataram que não foi mantida saturação de oxigênio suficiente na criança, a qual deu entrada no Hospital dona Regina, em Palmas, com sinais vitais extremamente baixos, vindo a óbito no dia seguinte”, informou a SSP.
As investigações a polícia apontaram ainda que a ficha de remoção do paciente na UTI móvel foi adulterada de forma criminosa para alterar os índices de saturação de oxigênio de 60% para 80%. A fraude foi comprovada após realização de perícia no documento.
“O inquérito concluiu que a morte da criança ocorreu em virtude de um somatório de erros que poderiam ter sido evitados pelos médicos, caso adotassem todos os meios que estavam ao seu alcance para evitar o resultado ou diminuir suas consequências”, afirmou a polícia.
Rosangela Maria da Silva foi indiciada por homicídio culposo e o médico Sebastião Lacerda Lopes Junior por homicídio culposo e falsidade ideológica, pois teria adulterado prontuários. A Justiça aceitou a denúncia contra os médicos.
Outro lado
A empresa Unicare informou que não foi oficialmente comunicada da decisão, mas "reitera seu compromisso com a vida, incentivando a atuação da Justiça para apuração deste evento e colocando-se à disposição para esclarecimentos."
O G1 ligou para a Unimed Centro-Oeste Tocantins, mas as ligações não foram atendidas.
O Conselho Regional de Medicina também foi questionado sobre os fatos e ainda deve se posicionar.
O médico Sebastião Lacerda Lopes Junior disse que não vai se manifestar sobre o caso neste momento e vai contratar um advogado. Não conseguimos contato com a médica Rosangela Maria da Silva.
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