O subsecretário estadual de Saúde, Fabiano Marily, disse que não tem conhecimento do relatório, mas destacou que o estado está fazendo reformas na unidade há três meses.
Relatório de inspeção do CRM aponta problemas no Hospital Antônio Bezerra de Faria |
O relatório de uma inspeção realizada no Hospital Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha, na Grande Vitória, aponta problemas estruturais e superlotação da unidade. A vistoria foi feita no dia 1º de março.
O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) informou que já faz 13 anos que denuncia a situação do hospital.
O subsecretário estadual de Saúde, Fabiano Marily, disse que não tem conhecimento do relatório, mas destacou que o estado está fazendo reformas na unidade há três meses.
As fotos mostram pacientes internados em macas em todos os corredores do pavimento térreo. Segundo o documento, qualquer espaço vago se transforma em leito de internação.
O teto de um dos corredores do térreo foi registrado com buracos no gesso, problema que existe desde novembro de 2015. Pacientes que são atendidos no espaço correm risco de ser atingidos por um desabamento do que restou do teto.
Em outras salas, azulejos quebrados, pintura descascando, portas danificadas, infiltrações e mofo comprometem o atendimento na unidade intensiva e semi-intensiva.
“Corredores superlotados; pacientes em cima de macas; a sala de emergência, que comporta de cinco a seis pacientes, com nove pacientes; pacientes em assistência ventilatória necessitando de medicação vasoativa num ambiente que não é apropriado para isso”, falou o presidente do CRM-ES, Carlos Magno Pretti Dalapicola.
O Conselho Regional de Medicina garante que todos os problemas são de conhecimento das autoridades, porque já são denunciados há, pelo menos, 13 anos.
Durante esse período, sete relatórios foram elaborados, com denúncias da precariedade do hospital Antônio Bezerra de Faria. No entanto, de acordo com o CRM, quase nada mudou.
“É um dos piores hospitais que a gente viu. A gente encaminha para conhecimento esse relatório do gestor, da direção do hospital e do Ministério Público, solicitando providências”, falou Carlos Magno.
Na porta do hospital, ambulâncias chegam a todo momento, pacientes comuns precisam dividir atendimento com pessoas que chegam baleadas e com detentos, que têm prioridade.
A dona de casa Adania Lyra tem artrose, fortes dores na coluna e, ao ser medicada, percebeu que até esparadrapos faltam no hospital.
“Ela teve que pegar em outro setor, porque o dela estava emprestado com outra pessoa. Aí ela foi em outro lugar pegar, para poder fazer a medicação, que era na veia, para poder fazer em mim”, disse.
Quem depende do atendimento prefere não se identificar, mas denuncia a situação. “As pessoas estão tomando soro sentadas na cadeira, algumas ficam com o soro cheio de sangue, porque já acabou e não aparece ninguém para auxiliar”, contou.
Sesa
O subsecretário estadual de Saúde, Fabiano Marily, falou que o governo está trabalhando na melhoria do hospital e que discorda da situação precária.
“Eu não tenho conhecimento do documento do CRM. De qualquer forma, nós já temos empreendido esforços, estamos atuando, estamos trabalhando fortemente em dotar a nossa rede de condições melhores. O próprio Antônio Bezerra tem passado por reformas há três meses. Botamos para funcionar agora uma nova sala vermelha, com oferta de três leitos, como se fossem leitos de UTI. Não conseguimos atender ainda a toda a demanda de manutenção de hospital. Nós temos nosso almoxarifado completo. O que pode ter acontecido é alguma questão na reposição do material”, declarou.
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