sexta-feira, 8 de julho de 2016

Médicos são acusados de negligência em exames admissionais em Londrina



(foto: Pixabay)


Uma manobra ilegal de médicos e clínicas de Londrina – em conivência com empresas de diversos setores - está colocando em risco trabalhadores da cidade que exercem diferentes atividades, principalmente do segmento da construção civil.
 
A Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalho (CIST) – representado por sindicatos patronais e de trabalhadores, além de outras entidades – descobriu, por meio de denúncia, que existem médicos e clínicas da cidade emitindo atestados de saúde ocupacional (ASO) em discordância com as normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A CIST tem como objetivo assessorar o Conselho Municipal de saúde de Londrina(CMS) no acompanhamento dos temas relativos à saúde do trabalhador.
 
Na prática, o que está acontecendo é que no momento da admissão do trabalhador, médicos ou clínicas liberam o ASO antes mesmo que exames de saúde complementares estejam prontos. Muitas atividades, como àquelas ligadas ao trabalho em altura ou segmento de refeições coletivas, necessitam de exames mais específicos para saber se, de fato, o trabalhador pode iniciar na atividade.
 
“Muitos desses exames complementares demoram dias até a emissão do resultado, apontando que o colaborador está apto para iniciar. É o caso de uma ressonância magnética, tomografia computadorizada ou exame de sangue mais específico. As empresas, entretanto, querem acelerar este processo e colocam o novo funcionário na atividade apenas com a simples aprovação do exame clínico, pulando os exames mais complexos e agindo contra a lei”, explica a relatora daCIST e presidente do Sindicato das Trabalhadores de Empresas de Refeição Coletiva (SINTERC), Dóris Andrade da Cruz.
 
Na área de refeições coletivas, por exemplo, em que um trabalhador manuseia alimentos diariamente, a negligência de não realizar certos exames pode trazer sérios problemas para toda a empresa. “Um paciente com tuberculose, por exemplo, que não passou por exames específicos pode infectar todo um ambiente. Isso é uma questão de saúde pública e precisa ser resolvida”.
 
A CIST pretende agendar uma reunião com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para discutir medidas cabíveis.
 
 

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