A Polícia Civil vai apurar um novo caso de suposto erro médico na Maternidade Peregrino Filho, que fica no município de Patos, no Sertão paraibano, a 315 km de João Pessoa. Dessa vez, familiares de uma das pacientes alegando que a morte de um recém-nascido teria ocorrido por uma possível negligência médica antes do parto.
De acordo com o delegado titular da Polícia Civil em Patos, Sylvio Rabello, o pai do bebê morto e a irmã da mãe foram até a polícia realizar Boletim de Ocorrência e solicitar investigações na maternidade.
“Os familiares relataram que a paciente chegou à maternidade na sexta-feira já sentindo fortes dores. Ela foi atendida, mas o bebê não nasceu na sexta. A família conta que ainda na sexta-feira pediram para que a gestante passasse por uma cesariana, por conta do seu estado de saúde que era fraco, mas a maternidade negou o procedimento, dizendo que o bebê estava perto de nascer e que a mãe não estava ajudando no parto”, afirmou o delegado.
Ainda segundo o delegado Sylvio Rabello, o bebê só nasceu no sábado, mas com sérios problemas de saúde, tendo que ser colocado em uma incubadora. Porém, por volta das 21h o recém-nascido não resistiu e morreu.
Para o delegado, existem indícios de negligência médica no atendimento a gestante. “Vamos apurar. O relato é que foi solicitada a cesária porque a mãe estava fraca de saúde e não aguentava mais, mas a maternidade negou e isso pode ter agravado a situação de saúde do bebê, contribuindo posteriormente para sua morte, constatada como insuficiência respiratória. Vale lembrar que esse não é o primeiro caso de problemas em parto ou pós-parto na maternidade nos últimos dois anos”, disse o delegado Sylvio Rabello.
Ao Portal Correio, a assessoria de comunicação da maternidade afirmou que “o atendimento a paciente ocorreu dentro do que determina os protocolos para partos assistidos prolongados e que a utilização do vácuo extratos, usado para facilitar a retirada do bebê, em nada alterou o quadro clínico que apresentou, no momento do nascimento, um quadro de insuficiência respiratória aguda, tanto que imediatamente após ter nascido foi encaminhado para a UTI, onde recebeu todos os cuidados necessários para sua estabilização tendo, inclusive, feito duas drenagens de tórax. Infelizmente e por razões que fogem ao alcance da Medicina, a evolução não foi satisfatória, tendo ido a óbito cerca de sete horas depois do parto”.
Sobre o pedido dos familiares para que a paciente passasse por uma cesariana, a maternidade alegou que “há situações de risco para a parturiente ou para o bebê em que uma cesariana pode trazer muito maior morbidade para o binômio se o bebê se encontra profundamente encaixado e que ocorrências desta natureza extrapolam o limite da equipe médica e assistencial de qualquer unidade de saúde, por mais equipada que ela esteja, como é o caso da Maternidade de Patos que é referência em gravidez de risco.
Outros casos
Em outubro deste ano, a maternidade foi alvo de uma denúncia, onde familiares afirmaram que uma criança recém-nascida havia perdido parte do dedo de uma das mãos após erro médico na aplicação de soro.
Já em novembro de 2015, uma adolescente que foi atendida na maternidade ficou com uma gaze dentro do corpo após o parto. A jovem perdeu parte do intestino em decorrência de problemas do suposto erro médico.
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