terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Médico acusado de mutilar pacientes no AM tem registro cassado pelo CFM

Carlos Cury responde a 15 processos por complicações pós-cirúrgicas.
Decisão unânime do Conselho cassou registro de profissional do médico.
 
 
 
O médico Carlos Cury Mansilla, que responde a mais de 15 processos na Justiça por complicações pós-cirúrgicas em pacientes, teve o registro médico cassado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Ele é acusado de causar lesões em, pelo menos, 30 mulheres em Manaus e em Rondônia.
 
Todos os 27 membros do Conselho votaram a favor da cassação. A decisão ocorreu na sexta-feira (27).
 
José Hiran Gallo, conselheiro do CFM, disse que o processo em que o médico foi cassado corresponde a dois procedimentos, um referente a uma cirurgia plástica do abdômen e uma bariátrica para correção de obesidade.

Gallo afirmou que Carlos Cury atuava como falso cirurgião plástico.
 
"Nessa paciente, ele retirou cerca de 6 kg de gordura e é óbvio que esta paciente veio a óbito. O mais grave da situação toda é que o doutor Carlos Cury se intitulava especialista e, na verdade, ele não é. Portanto, ele foi enquadrado como imperito. Ele não tinha a qualificação para fazer esse tipo de procedimento. Ele foi enquadrado como imprudente, negligente quando fez um procedimento sem menores condições ambientais. Portanto, ele foi cassado do exercício profissional da medicina", disse o conselheiro.
 
A defesa de Carlos Cury, o advogado Christhian Naranjo, informou ao G1 que ainda não foi comunicado oficialmente do caso.
 
Os processos contra o médico apuraram casos diferentes. Os mais comuns são de cirurgias plásticas como lipoescultura, mamoplastia, abdominoplastia e cirurgia no nariz. Segundo a denúncia do Ministério Público, são 16 vítimas lesionadas e uma vítima fatal. Ele foi indiciado em 2013, ano em que foi selecionado pelo programa Mais Médicos, do governo federal, para atuar em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.
 
De acordo com o presidente em exercício do Conselho Regional de Medicina do Amazonas, Antônio Medeiros, 20 processos contra Cury tramitam no Conselho. Destes, dois foram julgados e resultaram na cassação do médico na esfera regional. Um segue em fase de revisão processual.

Na Justiça do Amazonas, ele responde a 27 processos. A maioria por lesão corporal e erro médico.
Cury trabalha há cerca de 20 anos no hospital regional de Guajará Mirim, em Rondônia. O secretário de Saúde da cidade informou, por telefone à Rede Amazônica, que ainda não tem conhecimento da decisão do Conselho Federal de Medicina.

O caso

 Os casos começaram a ser denunciados em 2013. Uma das vítimas, uma empresária, iniciou uma campanha em uma rede social para tentar localizar outras vítimas do médico.
 
Na época, a polícia informou que o médico sempre alegou inocência e dizia ter realizado as cirurgias com sucesso. A versão é a mesma sustentada pela defesa desde o último depoimento, prestado em fevereiro daquele ano. Na ocasião, a defesa do médico disse que o corpo das vítimas reagiu de forma adversa às cirurgias, mas que não é culpa do médico.
 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Família vai processar hospital por morte de lavrador com suspeita de febre amarela

Os familiares acreditam que a morte poderia ter sido evitada, se não houvesse demora na remoção de Cleitson Firmino Santana para a UTI do Hospital São José
 
 
 
A família do lavrador Cleitson Firmino Santana, 34 anos, morador de Córrego Ubá, em Lajinha de Pancas, distrito de Pancas, que morreu na última segunda-feira (23) com suspeita de febre amarela, no Hospital São José, em Colatina, disse que pretende entrar com um processo contra o Hospital Silvio Avidos por negligência no atendimento e demora na remoção do paciente para a UTI do Hospital São José.
 
Segundo o irmão Cleber Firmino Santana, Cleitson deu entrada duas vezes no Hospital Silvio Avidos com dores no corpo e febre alta, mas depois de fazer exames, foi medicado e liberado. Somente na terceira vez que o paciente foi ao Hospital, é que foi constatada a necessidade de internação. “As plaquetas dele estavam muito alteradas e ele estava debilitado”, disse.
 
No domingo (22), a família precisou pagar por uma UTI móvel porque, de acordo com o irmão, no Hospital Silvio Avidos não havia UTI disponível. Quando chegou ao Hospital São José, também em Colatina, os médicos informaram que o estado de saúde de Cleitson era gravíssimo. No dia seguinte, ele morreu e foi sepultado na terça-feira (24), no Cemitério Municipal de Lajinha de Pancas.
 
Em nota,a direção do Hospital Estadual Silvio Avidos disse que se solidariza com a família e informa que prestou assistência ao paciente desde a primeira entrada na unidade, no dia 15 de janeiro. No dia 20, Cleitson retornou à unidade e foi internado devido à gravidade do quadro clínico. A direção está à disposição dos familiares para demais esclarecimentos.
 
Já o diretor do Hospital Maternidade São José, Wallace Aguiar de Medeiros informou também por meio de nota que admitiu na segunda-feira (23) na Unidade de Terapia Intensiva Adulto o paciente apresentando quadro clínico inicial de cefaleia, febre, hiporexia e dor muscular difusa há uma semana.
 
"Paciente admitido em grave estado geral, sendo interrogada doença de febre amarela pelo quadro clínico e dados epidemiológicos (morador de zona rural, área com história de Epizootia – primata morto). O paciente foi notificado para a vigilância epidemiológica, vindo a óbito no dia 23/01/17 às 16h15. O corpo foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para maiores investigações".
 
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou por meio de nota que recebeu 21 notificações de suspeita de febre amarela, sendo um caso confirmado e três óbitos sob investigação, com quadro indicativo também de leptospirose, febre maculosa, dengue e outras doenças com sintomas semelhantes.
 
TRISTEZA E REVOLTA
 
Ainda abalado com a morte do irmão, Cleber Firmino de Santana, 32 anos, acredita que a demora na remoção de Cleitson para a UTI tenha agravado seu estado de saúde.
 
Cleber Firmino Santana acredita que a morte do irmão poderia ser evitada
Foto: Brunela Alves
 
 
O que aconteceu com seu irmão?
 
Ele estava passando muito mal. Sentia dor no corpo e febre alta, mas quando foi no hospital eles apenas fizeram alguns exames, deram uma medicação para dor e ele foi liberado.
 
Por você acha que ele morreu?
 
Por negligência do Hospital Silvio Avidos. Eles demoraram muito a interná-lo. Eu tenho certeza que a morte dele poderia ser evitada se tivessem transferido ele logo para a UTI do Hospital São José. Por isso, vamos entrar com um processo contra eles.
 
Houve demora na remoção para outro hospital?
 
Sim, disseram que não tinha UTI móvel no Silvio Avidos para levá-lo. O Hospital São José já estava com a UTI preparada para receber ele. Então, nós tivemos que pagar R$600 para a UTI particular levar ele. Disseram que ele estava bem, mas já na ambulância ele não me reconhecia mais.
 
E depois da transferência?
 
Os médicos disseram que o estado de saúde dele era grave e deveriam ter transferido ele antes.
 
Vocês já sabem a causa da morte?
 
Ainda não, há suspeita de febre amarela e dengue hemorrágica. Agora, fica a angústia de tentar saber o que é, até para alertar a população.
 
 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Servidora aponta negligência em morte de idosa picada por cobra

Segundo a denúncia, o médico plantonista não deu atendimento à paciente quando foi chamado pelas enfermeiras
 
 
 
Uma servidora do Hospital Regional de Sorriso (420km ao norte de Cuiabá-MT) afirmou que a idosa picada por uma cobra foi vítima de negligência médica ao chegar unidade de saúde. A acusação foi feita ao programa Cidade Alerta da TV Sorriso. Marilene Freitas Cervantes, de 62 anos, morreu nesta segunda-feira (23). Segundo a denúncia, o médico ficou até o fim do plantão no hospital, mas não voltou para olhar a paciente que estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mesmo sendo chamado algumas vezes pelos enfermeiros.
 
Marilene deu entrada na UPA 24h em Sinop (500km ao norte da Capital), na noite da quinta-feira (19), por picada de cobra e recebeu os atendimentos iniciais necessários, de acordo com nota da assessoria de imprensa da prefeitura. Por falta de soro antiofídico na unidade de Sinop, ela foi encaminhada para o Hospital Regional de Sorriso. No dia do falecimento, a prefeitura de Sinop informou que Marilene teve “choque neurogênico, hemorragia cerebral difusa e acidente botrópico e hipertensão arterial severa”.
 
A servidora disse que Marilene recebeu medicamento ao chegar no HRS e fez novos exames. “Ela não tinha anticoagulante e a pressão dela subiu muito. A enfermeira do plantão chamou por várias vezes o médico, que não deu atenção. A pressão subiu muito e ela teve uma hemorragia cerebral”, relatou.
 
Segundo a servidora, a paciente ficou no box de pronto atendimento sem receber a visita do médico até a troca de plantão, quando uma médica a encaminhou para a UTI com o estado de saúde agravado. “Ela foi entubada e levada para a UTI depois da troca de plantão. Daí foi diagnosticado que faltou ter feito mais anticoagulante, o antídoto do remédio de cobra, que foi feito só quatro ampolas. Ele [o médico] deveria ter atendido, mas não atendeu”, disse à reportagem da TV que tudo foi prescrito no prontuário de Marilene.
 
“Eu acho que foi um descaso médico. Porque se o médico sabia que estava tendo o anticoagulante, tinha o remédio no hospital e ele não foi atender, deixou a paciente em estado grave, eu acho que a família tem que recorrer”, declarou a servidora ao relatou que o médico foi atrás do prontuário e tentou rasgar o documento feito pela enfermeira, onde é relatado todo o histórico do paciente.
 
Em nota a Secretaria de Estado de Saúde (SES) disse que “a direção do Hospital Regional de Sorriso assegura que foi ofertado à paciente Marilene Freitas todo o atendimento necessário com aplicação de soro antiofídico e internação na UTI adulta do hospital. Sobre a denúncia de negligencia no atendimento à paciente, a SES informa que irá apurar a veracidade por meio de um processo administrativo. Caso as falhas se comprovem, o caso será encaminhado para o Conselho da classe para providências cabíveis”.
 
Também por nota foi informado que a produção do soro é repassada pelo Governo Federal e a distribuição aos municípios é feita pela Secretaria Estadual de Saúde. Mas, desde o primeiro semestre do ano passado, ocorreram mudanças nessa distribuição aos municípios.
 
Alguns profissionais de saúde do Hospital Regional de Sorriso enviaram um parecer quanto ao atendimento de Marilene. “A paciente estava hipertensa e é bem possível que tenha evoluído com AVC. O exame de coagulograma mostrou que estava incoagulável, o que poderia ter causado hemorragia. Mas, o efeito ou a dose administrada de antiofídico na paciente não mudaria o quadro evolutivo”, diz trecho.
 
Quanto à “negligência ou não” do atendimento, foi informado que a direção vai solicitar à Comissão de Ética para apurar o caso. Ressaltaram quanto à falta de soro antiofídico no país também deva ser notificado.
 
“Vale ressaltar que a falha se encontra na falta de soro antiofídicos em todo o Brasil. Portanto, não podem crucificar um médico, sem antes apurar os fatos, haja vista que o profissional não se ausentou do plantão em nenhum momento. Isso já é fato comprovado, pois existem câmeras de vigilância no Hospital Regional de Sorriso. O médico ainda viu e prescreveu as medicações para a paciente na madrugada. Notifiquem bem quanto ao problema da falta de soro, pois, talvez, se a paciente recebesse as primeiras doses na UPA de Sinop poderia ter sido evitada a morte dela”.
 
A equipe da reportagem tentou contato com a direção do Hospital Regional para falar sobre o caso, mas não houve retorno. Já o médico denunciado pela servidora também foi procurado, mas não foi localizado.
 
 
Veja a reportagem da TV Cidade Alerta de Sorriso.
 
 
 
 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

MPF/AP denuncia médicos que cobraram por cirurgia custeada pelo SUS

Os dois cobraram valores indevidos de paciente para realização de cirurgia coberta pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O delito que deu origem à ação foi cometido em janeiro
 
 
Profissionais só realizaram o procedimento após receber R$ 10 mil do paciente.
Os médicos Pedro Paulo Dias de Carvalho e Elpídio Dias de Carvalho foram denunciados pelo Ministério Público Federal no Amapá (MPF/AP) por corrupção passiva. Os dois cobraram valores indevidos de paciente para realização de cirurgia coberta pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O delito que deu origem à ação foi cometido em janeiro de 2013.

Consta nos autos que Pedro Paulo Dias de Carvalho cobrou do paciente, inicialmente, R$ 25 mil por uma cirurgia urológica sob a alegação de que o valor custearia os honorários de sua equipe e do médico Elpídio Dias de Carvalho, que o acompanhou durante o procedimento. Após negociação entre as partes, ficou acordado o valor de R$ 10 mil. O médico exigiu que o pagamento antecipado fosse feito em espécie, o que aconteceu em fevereiro do mesmo ano, no estacionamento do hospital particular onde foi realizada a cirurgia. Embora tenha recebido em mãos, o médico não apresentou recibo ou comprovante de pagamento.

Antes do procedimento, o paciente foi orientado a providenciar a carteirinha do SUS. Pedro Paulo Dias de Carvalho organizou a documentação para que a operação fosse realizada. Após a cirurgia, o paciente permaneceu na ala do hospital particular destinada aos pacientes do SUS.

O procurador da República Everton Aguiar, que assina a denúncia, adverte que “não podem ser cobrados valores dos pacientes internados pelo SUS, pois os procedimentos são todos cobertos por este, sendo, portanto, indevidos os valores solicitados e recebidos pelos denunciados”.
 
Além da condenação dos médicos, o MPF/AP também pede na denúncia que seja fixado o valor mínimo de R$ 10 mil para reparar os danos causados pela infração.
 
 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Meses depois de cirurgia, filha descobre pano esquecido em barriga de mãe

Hospital afirma que material foi deixado por terceiros.

 
 
Familiares de Maria José Florense Mellin, de 56 anos, que passou por uma cirurgia de reconstrução intestinal, no dia 17 de novembro de 2016, no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora em Três Lagoas, afirmam que a paciente foi vítima de erro médico. Conforme relatos, na última terça-feira (10), um pano cirúrgico foi retirado do corpo da mulher durante curativo.
 
De acordo com Solange Aparecida Mellin, filha de Maria José, depois da cirurgia a mãe começou a reclamar de dores. Ela diz que a paciente fazia curativos diariamente no CDC (Centro de Cirurgia e Diagnóstico), no entanto, o ferimento não cicatrizava e apresentava infecção.
 
No dia 23 de dezembro, pouco mais de uma mês após a cirurgia, ela levou a mãe para fazer curativo, mas foi informada de que era ponto facultativo e de que teria de fazer o procedimento em casa. Ao verificar a ferida ela notou que havia um material por baixo dos pontos cirúrgicos.
 
"Fui fazer o curativo e vi que tinha algo dentro, Terminei e depois levei minha mãe ao médico, mas ele disse que não tinha nada e que estava tudo bem. Voltamos para casa e continuei fazendo os curativos durante o recesso", relata.
 
Na última terça-feira Solange diz que levou a mãe para fazer o procedimento no CDC. Segundo ela, a enfermeira notou que havia algo de errado e encaminhou Maria José para o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, onde a cirurgia foi realizada.
 
"Chegamos lá e logo o médico fez o procedimento para retida do material, mas disse que o pano não foi deixado ali durante a cirurgia e sim durante um dos curativos. Sabemos que isso não é verdade", frisa.
 
No prontuário, o médico afirma que a paciente passou por reconstrução intestinal no dia 17 de novembro e que desenvolveu quadro de infecção pós-cirúrgica, tendo de passar por curativos no CDC. Ainda de acordo com o especialista, durante curativo de rotina na terça-feira, foi encontrado material com aspecto de compressa cirúrgica, na abertura abdominal, e que a paciente foi encaminhada para avaliação e conduta da cirurgia geral de plantão.
 
Em nota enviada ao site Rádio Caçula, a assessoria de comunicação do Hospital Nossa Senha Auxiliadora defende que "a compressa estava na ferida operatória e não na cavidade abdominal" e que não foi esquecida durante a cirurgia e "provavelmente deixada por terceiros durante a realização de curativos em unidades de saúde". Solange afirma que vai denunciar o caso para a associação de erros médicos.
 
 

domingo, 15 de janeiro de 2017

FAMÍLIA DE ENGENHEIRA DA CHESF VÍTIMA FATAL DE ERRO MÉDICO ANSEIA POR JUSTIÇA


FAMÍLIA DE ENGENHEIRA DA CHESF VÍTIMA FATAL DE ERRO MÉDICO ANSEIA POR JUSTIÇA



 Finalmente vai acontecer no próximo dia 16/01/2017 as 9h ( anteriormente marcada para 15/12/2016), na 1ª Vara Criminal da Capital, a Audiência de Instrução e Julgamento do médico responsável pela vítima de erro médico Urbania Possidonio de Barros Carvalho, falecida em 08/10/2013, no Hospital Memorial São José.
 No CREMEPE também acontecerá audiência no dia seguinte(17/01/2017) as 8:30h, para apuração das infrações éticas praticadas pelos três médicos que participaram das cirurgias.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Esteticista morre após lipoaspiração em Petrolina

Existe a suspeita de que ela tenha sido operada por um profissional sem habilitação em cirurgia plástica
 
Uilma pode ter sido operada por profissional inabilitado
Foto: Reprodução/facebook
 
 
A Polícia Civil e o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) vão apurar a morte da esteticista Uilma Fontes Silva, 37 anos, após uma cirurgia de lipoaspiração realizada em um hospital particular de Petrolina, no Sertão. A informação inicial é que momentos depois de finalizado o procedimento ela passou mal e teve uma parada cardíaca na noite da última terça-feira. Existe a suspeita de que ela tenha sido operada por um profissional sem habilitação em cirurgia plástica, e que tenha acontecido algum erro médico. Uilma era casada e mãe de três filhos.
 
Segundo o delegado Daniel Moreira, familiares da paciente foram até o plantão da delegacia pedir a intervenção da polícia para que o corpo dela fosse periciado pelo Instituto Médico Legal (IML). “Os parentes não concordaram com a causa morte apresentada pelo hospital”, disse. O exame tanatoscópico foi solicitado junto com outras perícias adicionais, algumas inclusive serão realizadas no IML do Recife.
 
Independentemente do resultado do laudo que ainda sairá já foi instaurado inquérito para verificar se o hospital era habilitado para este tipo de cirurgia e se o médico era capacitado também. A informação inicial é de que ele não era um especialista em cirurgia plástica”, contou o delegado.
 
Ele destacou que apenas no decorrer a investigação será possível saber se o caso se trata de um homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas se assume os riscos. A reportagem entrou em contato com o hospital, mas foi orientado ligar hoje para um posicionamento sobre o caso. Não havia relato de que a esteticista fosse paciente com algum risco preexistente para a operação.
 
O representante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica em Pernambuco, Jairo Zacchê, comentou que todo médico formado pode fazer qualquer procedimento médico. “Ele é acobertado pela lei, mas se algo der errado no procedimento e ficar comprovado a imperícia, ou uma inabilidade, ele pode responder por isso”, disse. O ideal é que as cirurgias desse tipo sejam realizadas por profissionais credenciados pela Sociedade Brasileira.
 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Saúde: 4 motivos que explicam por que prevenir é melhor que remediar




“Prevenir é melhor do que remediar” é um dos ditados aplicáveis a praticamente todos os campos da vida. São várias as situações do cotidiano nas quais essa premissa pode ser aplicada, confirmando que a prevenção é, de fato, muito mais apropriada do que futuros tratamentos.
 
E é nesse contexto que se inserem os diversos programas de saúde criados pelo Estado que se tornam cada vez mais presente nos hábitos de prevenção dos brasileiros. E quando nos referimos ao nosso bem estar físico e mental, são muitos os motivos que podem nos explicar de forma clara porque prevenir é a melhor maneira de se levar uma vida mais saudável, controlada e sem surpresas negativas ao longo dos anos. Confira então nesse post 4 razões de que a prevenção é, definitivamente, o melhor remédio.
 

Curar é muito mais difícil

 
Quando pensamos em termos de saúde, a prevenção é benéfica por diversos motivos. Um deles é que, quando instalada uma doença ou agravo ao nosso organismo, é muito mais difícil conseguir a cura. Isso se dá por várias razoes. Primeiramente, o diagnóstico pode ser complexo, afinal, existem muitas doenças com o mesmo quadro de sintomas. Febre, por exemplo, pode ser causada por um simples resfriado até uma devastadora leucemia. A demora na identificação pode ser danosa e até fatal.
 
Mesmo com o diagnóstico pronto, o tratamento pode não ser fácil, visto que vírus são altamente difíceis de serem neutralizados. O mesmo vale para fungos. Já as bactérias podem criar resistência e acabar sendo imunes aos tratamentos antibióticos mais usados. Esse é um princípio básico dos programas de Saúde da Família, que dão melhores perspectivas para a população.
 

Reduz o sofrimento

 
Você se lembra o quanto se sentiu mal da última vez que passou por problemas de saúde mais sérios? Ou ainda pior: se lembra da sensação de impotência e até desespero ao ver alguém que você ama doente? Pois nesse contexto, as premissas da Saúde da Família são muito benéficas para a população. As políticas preventivas reduzem todas essas sensações, pois diminui o número total de enfermidades, especialmente as graves.
 

É mais barato

 
Uma das razões que faz com que todos os países desenvolvidos invistam intensamente em prevenção nos campos da saúde é que isso acaba saindo muito mais barato. Esse raciocínio vale tanto para políticas públicas nacionais, quanto para as mais específicas. E assim funciona o sistema de Saúde da Família. Os tratamentos costumam ser bem dispendiosos, tanto por conta dos honorários dos profissionais de saúde, quanto pelo preço dos fármacos, especialmente os mais modernos. Já as práticas preventivas costumam ser muito mais baratas e fáceis, podendo ser feitas periodicamente com planejamento e preparo adequado.
 

Mais chances de cura aos pacientes

 
Quando as medidas preventivas são tomadas corretamente, principalmente os exames recomendados e check-ups anuais, é proporcionado ao paciente muito mais chances de cura mesmo que ele adoeça. Isso se deve as possibilidades muito maiores de se curar de praticamente todo tipo de mal quando descoberto de forma precoce. Hoje em dia, a medicina obteve inúmeros avanços, e quase todas as doenças apresentam boas perspectivas de cura ou prolongamento quase indefinido do tempo de vida, entretanto, nada disso faz com que as políticas de Saúde da Família sejam menos necessárias. Pelo contrário, ela permite um índice de cura muito maior.
 
Essas são algumas das razões pelas quais prevenir é muito melhor do que remediar. As políticas de Saúde da Família são uma tendência em todo o planeta, pelos benefícios que trazem tanto para os sistemas de saúde quanto para os pacientes. Um país sério aposta na prevenção! E você? Faz periodicamente exames preventivos? Caso ainda não, aproveite as dicas desse post e se cuide. Tem alguma dúvida, sugestão ou quer compartilhar sua opinião? Deixe seu comentário e participe da conversa.
 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Especialista capixaba desvenda mitos sobre a anestesia

Para contribuir com a própria segurança dos pacientes, além da conversa prévia com o anestesista são necessários também outros cuidados, como o jejum
 
 
O médico Weberton Gomes ressalta que uma consulta pré-operatória com o paciente é fundamental
Foto: ​Divulgação
  
Quando se fala em cirurgia muitas pessoas pensam em adiá-las por medo da anestesia. Evitar algum tipo de procedimento para não enfrentar os efeitos dela é mais comum do que se imagina. Para o médico anestesiologista Weberton Gomes, a anestesia mudou para melhor e ela tem trazido mais segurança e conforto para o paciente.
 
“Antigamente as cirurgias eram feitas sem nenhum tipo de anestésico, por isso nos séculos 17, 18 e até grande parte do século 19 a cirurgia significou sofrimento, pois sem anestesia poucas pessoas eram capazes de aguentar as operações”, explica.
 
Com o avanço da medicina e a modernização das técnicas os médicos anestesistas encontraram recursos e equipamento que pudessem proporcionar mais conforto e segurança aos pacientes. “Hoje temos drogas com tempo de ação mais previsível e com menos efeitos colaterais”.
 
Para que tudo ocorra bem durante uma cirurgia, o médico lembra ainda que uma consulta pré-operatória com o paciente é fundamental. O ideal é uma conversa com o especialista uma semana antes do procedimento, para que as dúvidas possam ser esclarecidas e o médico avalie o histórico de alergias a medicamentos. “Essas informações são importantes para determinar a anestesia a ser usada e o paciente conhecer melhor o anestesista”, orienta o especialista.
 
Ele explica ainda que cabe ao anestesista a responsabilidade considerada por muitos como a mais importante: a de que a pessoa saia ilesa da mesa de operação. “Tecnicamente nós somos responsáveis por controlar e monitorar os batimentos cardíacos, pressão arterial, respiração, temperatura. Somos considerados os “anjos da guarda” de um paciente”, brinca.
 
Para contribuir com a própria segurança dos pacientes, além da conversa prévia com o anestesista são necessários também outros cuidados. “O jejum é obrigatório, pois a anestesia retira todos os reflexos que protegem as pessoas, como a deglutição e tosse. Além disso, a prótese dentária e as lentes de contato precisam ser retiradas e os fumantes devem parar de fumar no mínimo um mês antes do procedimento”, recomenda.
 
Principais tipos de anestesia
 
Geral – o paciente permanece inconsciente durante todo o procedimento, não tendo nenhuma percepção de dor, espaço ou movimentação.
 
Regional ou parcial – apenas uma parte do corpo é anestesiada, podendo ser associada com sedação ou não. São exemplos de anestesia regional a peridural e a raquianestesia.
 
Sedação – consiste na diminuição do nível de consciência, em que o paciente fica mais tranquilo e relaxado. Tem menor duração e é indicado para realizar procedimentos ou exames rápidos.
 
O tipo de anestesia, seus benefícios, riscos e alternativas devem ser discutidos previamente com o anestesiologista durante a avaliação pré-anestésica.
 
 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Primeiro remédio para atrofia espinhal será submetido à Anvisa

Recém-aprovado nos EUA, medicamento promoveu melhora em bebês que têm a doença

O menino Cameron, hoje com 3 anos, quase morreu quando era bebê por conta da doença - Divulgação/Ionis Pharmaceuticals / .

 
 RIO- A doença genética que mais mata crianças no mundo tem, agora, um rival capaz de proteger as vítimas de boa parte das suas sequelas devastadoras. A agência reguladora de remédios e alimentos nos EUA (FDA, na sigla em inglês) aprovou o primeiro remédio para combater a atrofia muscular espinhal (AME). A enfermidade, que segundo estimativas atinge um em cada 10 mil bebês nascidos, debilita o sistema nervoso até o ponto de o paciente não conseguir se mover ou mesmo respirar. Após cinco anos de testes com a nova substância, chamada de nusinersen, os resultados mostram que muitas das cem crianças submetidas às pesquisas voltaram a respirar sem ajuda de aparelhos, a deglutir e a se sentar sozinhas.
 
A aprovação da droga nos EUA gerou repercussão internacional. No Brasil, famílias de vítimas desse mal usaram as redes sociais para manifestar sua esperança de que o medicamento chegue ao país. O caminho é longo, mas uma empresa responsável pelo remédio informou que vai enviar, no início do ano, a documentação para solicitar o registro à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Neuropediatras que atuam no país já começaram a se organizar para entender mais sobre a droga.
 
A atrofia muscular espinhal é causada pela ausência ou pelo defeito de um gene, o SMN-1, sigla em inglês para “sobrevivência do neurônio motor”. Mesmo sem saberem, muitas pessoas carregam uma cópia do gene defeituoso, sem serem afetadas. Mas, quando pai e mãe têm cópias do gene problemático, há 25% de risco de o filho nascer com a doença. Embora as funções desse gene não sejam totalmente compreendidas, certo é que os neurônios motores morrem quando ele não funciona bem. E, sem as células neuromotoras da coluna espinhal — responsáveis pela comunicação entre o cérebro, a coluna e os músculos —, até o ato de respirar passa a exigir um esforço extraordinário.
 
À medida que essas células morrem, os bebês manifestam sintomas como dificuldade de mover os membros, manter o tronco ereto e engolir. Existem quatro tipos de AME, e as crianças que têm o mais severo, o tipo 1, nascem com a expectativa de viver apenas até os 2 anos de idade. Quem tem os tipos 2 e 3, dependendo do grau de gravidade, pode chegar à vida adulta; e, nos que têm o tipo 4, uma minoria, os sintomas só aparecem quando adultos. Mas a longevidade dos portadores dessa doença depende de quantas cópias eles carregam de um gene ligeiramente diferente, o SMN-2, que produz uma quantidade modesta da mesma proteína, SMN.
 
DROGA "ENGANA" GENE
 
A nova droga se baseia em um fragmento de RNA modificado que “obriga” o gene SMN-2 a produzir a proteína SMN em seu comprimento total, de forma estável, fazendo o papel que seria do gene SMN-1. A aplicação da droga é feita por meio de injeção no local por onde circula o líquido que envolve a medula espinhal e o cérebro. No início da terapia, as doses são frequentes, e, depois, passam a ter intervalos maiores. O laboratório Ionis Pharmaceutical e a empresa de biotecnologia Biogen, que desenvolveram o medicamento, preparam-se para começar a vendê-lo, mas ainda não divulgaram o preço.
 
— Com o nusinersen, essas crianças não estão apenas vivendo mais, mas melhor — destacou Richard S. Finkel, principal autor do estudo e chefe de neurologia no Hospital de Crianças Nemours, no estado americano da Flórida. — A atrofia muscular espinhal não é mais uma sentença de morte. Este tratamento não é uma cura, mas é muito mais do que já fomos capazes de oferecer às famílias.
 
Dos 20 bebês que iniciaram o tratamento durante 2014 e 2015, por exemplo, 13 estão vivos e respirando por conta própria, hoje, aos 2 e 3 anos de idade. Com tantos resultados positivos, dois testes chegaram a ser interrompidos este ano porque se considerou antiético manter algumas crianças no grupo de controle — aquele que não recebe a droga para proporcionar uma comparação com o grupo que recebe o medicamento. Nesses dois testes, o nusinersen passou a ser dado a todas as crianças do estudo. A evolução desses pacientes foi descrita num artigo publicado na revista “The Lancet” deste mês.
 
— Estamos essencialmente no caminho para a verdadeira cura de uma doença neurológica degenerativa, o que é inédito — comentou em entrevista à “Science Magazine” o neurologista americano Jeffrey Rothstein, da Escola de Medicina Johns Hopkins, que não participou do estudo.
 
Com a terapia, nem todas as crianças foram salvas: três morreram antes do primeiro ano de vida por infecções respiratórias. Um quarto bebê morreu de asfixia após completar um ano. Ainda assim, quando as células cerebrais e da medula espinhal deles foram examinadas na autópsia, havia evidências de que o nusinersen fez o SMN-2 produzir de duas a seis vezes mais da proteína protetora do neurônio motor.
 
‘MOMENTO MARCANTE’
 
No Brasil, a aprovação da droga pelo FDA foi recebida com entusiasmo. A página da Associação Amigos da Atrofia Muscular Espinhal (AAME) no Facebook recebeu mensagens de diferentes estados e publicou uma série de perguntas e respostas sobre o medicamento. Fundadora do grupo, Izabel Kropsch, que perdeu uma filha para a doença, destaca que esta é a primeira esperança concreta, mas é preciso “ajustar expectativas para não se frustrar”.
 
— É um momento marcante. Mas o caminho local ainda tem muito passos, como o registro e aprovação na Anvisa, a discussão sobre o custeio via SUS e planos de saúde — pondera ela. — Sabemos que não há tempo. Eu perdi minha filha, Catarina, no final do ano passado e penso como poderia ser diferente se ela tivesse conseguido esperar um ano. Hoje, continuo na luta para garantir que os familiares de pessoas com AME não tenham que passar por isso.
 
Professora associada de Neuropediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alexandra Prufer enviou uma carta às associações de AME afirmando que uma rede de especialistas brasileiros quer ajudar nesse processo. “Os neuropediatras estão se organizando para listar pelo menos um colega por estado que possa receber informação sobre as pesquisas, entender a forma de uso, os efeitos colaterais e a estrutura necessária para administração do medicamento”, diz a carta. “Para ter indicação para futura prescrição do medicamento, é fundamental que se haja a confirmação genética de que as manifestações são decorrentes da alteração neste gene SMN-1 e não em outros genes”.
 
A empresa de biotecnologia Biogen informou, também em carta às associações, que “aguarda a aprovação da agência europeia de medicamentos e que, em breve, submeterá o pedido de registro no Brasil para apreciação da Anvisa”.
 
 
 
 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Perguntas para fazer ao seu médico

Envolvimento do Paciente
Perguntas São a Resposta
Sua saúde depende de uma boa comunicação.

Crédito da imagem: Wikihow

Fazer perguntas e fornecer informações a seu médico e a outros prestadores de cuidados de saúde podem melhorar o seu atendimento. Conversar com o seu médico constrói uma relação de confiança entre vocês e leva a melhores resultados, à qualidade, à segurança e à satisfação.
 
O cuidado de saúde de qualidade é um esforço coletivo. Você tem um papel importante nisso. Uma das melhores maneiras de você se comunicar com seu médico e com a equipe de profissionais de saúde é fazendo perguntas. Como as consultas médicas têm uma duração limitada, você vai se sentir menos pressionado pelo tempo ao preparar suas perguntas antes das suas consultas. 
 
Fazer perguntas e fornecer informações a seu médico e a outros prestadores de cuidados de saúde podem melhorar o seu atendimento. Conversar com o seu médico constrói uma relação de confiança entre vocês e leva a melhores resultados, à qualidade, à segurança e à satisfação.
 
O cuidado de saúde de qualidade é um esforço coletivo. Você tem um papel importante nisso. Uma das melhores maneiras de você se comunicar com seu médico e com a equipe de profissionais de saúde é fazendo perguntas. Como as consultas médicas têm uma duração limitada, você vai se sentir menos pressionado pelo tempo ao preparar suas perguntas antes das suas consultas. 
 
Seu médico quer as suas perguntas
 
Os médicos sabem muito sobre muitas coisas, mas nem sempre sabem tudo sobre você ou sobre o que é melhor para você.
 
Suas perguntas fornecem ao seu médico e à equipe de profissionais de saúde informações importantes sobre você, como, por exemplo, suas principais preocupações sobre o cuidado de saúde. 
 
É por isso que eles precisam que você se manifeste.
 
(1) As 10 perguntas que você deveria saber
 
Uma simples pergunta pode ajudá-lo a sentir-se melhor, a cuidar-se melhor ou pode salvar sua vida. As perguntas abaixo podem ser um bom começo.
  1. Para que serve o exame?
  2. Quantas vezes você fez este procedimento?
  3. Quando eu receberei os resultados?
  4. Por que eu preciso deste tratamento?
  5. Existem alternativas?
  6. Quais são as possíveis complicações?
  7. Que hospital atende melhor as minhas necessidades?
  8. Como se escreve o nome deste medicamento?
  9. Existem efeitos colaterais?
  10. Será que este medicamento vai interagir com medicamentos que estou tomando?
(2) Perguntas a fazer antes de sua consulta
 
Você pode garantir o melhor cuidado possível ao ser um membro ativo da sua equipe de cuidados de saúde. Estar envolvido significa estar preparado e fazer perguntas.
 
Fazer perguntas sobre os seus diagnósticos, tratamentos e medicamentos pode melhorar a qualidade, a segurança e a eficácia do cuidado de saúde.
 
Preparar-se antes de suas consultas médicas vai ajudá-lo a aproveitar o máximo possível o tempo com seu médico e com a equipe de profissionais de saúde.
 
Prepare suas perguntas
 
O tempo de consulta com seu médico é limitado. Então, prepare-se e pense sobre o que você quer fazer durante a sua próxima consulta. Você deseja:
  1. Falar sobre um problema de saúde?
  2. Receber ou trocar um medicamento?
  3. Realizar exames médicos?
  4. Falar sobre as opções de cirurgia ou tratamento?
Anote suas perguntas e leve-as para a sua consulta. As respostas podem ajudá-lo a tomar as melhores decisões, a obter um bom cuidado e a sentir-se melhor sobre o cuidado de saúde prestado.
 
Você sabia?
Os pacientes que fazem perguntas e têm um papel ativo são mais felizes com o cuidado prestado e percebem mais melhorias na sua saúde do que pacientes passivos.
OUTRAS DICAS ÚTEIS
As seguintes etapas também auxiliarão a preparação para sua consulta:
Peça a alguém para acompanhá-lo na consulta para ajudá-lo a entender e a lembrar-se das respostas às suas perguntas.
Crie um histórico de saúde que inclua suas condições atuais, cirurgias ou doenças anteriores. Leve-o para a sua consulta.
Conheça a história de saúde da sua família, como, por exemplo, as condições de saúde de seus pais.
Leve consigo todos os seus medicamentos.
   
(3) Perguntas a fazer durante a sua consulta
 
Você pode garantir o melhor cuidado possível ao ser um membro ativo da sua equipe de cuidados de saúde. Estar envolvido significa estar preparado e fazer perguntas.
 
Durante a sua consulta, certifique-se de fazer as perguntas que você preparou antes de ela acontecer. Comece pelas que são mais importantes para você.
 
Para aproveitar ao máximo a sua consulta, informe ao enfermeiro ou à pessoa da recepção que você tem perguntas para o seu médico. Se o seu médico não perguntar se você tem perguntas, combine com ele o melhor momento para fazê-las.
 
Entender as respostas e próximos passos
 
É importante fazer perguntas, mas você deve certificar-se de que ouviu – e entendeu – as respostas que recebeu. Tome notas ou leve alguém à sua consulta para ajudá-lo a entender e lembrar o que você ouviu. Se você não entender a resposta ou estiver confuso, peça ao seu médico para explicar novamente.
 
É muito importante entender o plano ou os próximos passos que seu médico lhe recomendar. Faça perguntas para certificar-se de que entendeu o que seu médico quer que você faça.
 
As perguntas a serem formuladas por você dependerão se o seu médico lhe der um diagnóstico; lhe recomendar um tratamento, exame médico ou uma cirurgia; ou lhe receitar um medicamento. 
As perguntas poderão ser:
  1. Qual é o meu diagnóstico?
  2. Quais são as minhas opções de tratamento? Quais são os benefícios de cada opção? Quais são os efeitos colaterais?
  3. Vou precisar fazer um exame? Para que serve esse exame? O que os resultados vão me dizer?
  4. O que o medicamento que você está prescrevendo vai fazer? Como devo o tomar? Existe algum efeito colateral?
  5. Por que preciso de cirurgia? Existem outras maneiras de tratar a minha doença? Com que frequência você realiza esta cirurgia?
  6. Preciso mudar a minha rotina diária?
  7. Descubra o que você deve fazer em seguida. Peça instruções escritas, panfletos, indicação de vídeos ou sites que possam o ajudar a aprender mais.
Você sabia?
As faculdades de Medicina ensinam os estudantes como falar com os pacientes, porque os professores que nelas lecionam sabem da grande importância da comunicação médico-paciente para um bom cuidado.
 
(4)  Perguntas a fazer após a sua consulta
 
Você pode garantir o melhor cuidado possível ao ser um membro ativo da sua equipe de cuidados de saúde. Estar envolvido significa estar preparado e fazer perguntas.
 
Após a consulta com o seu médico, você terá que seguir as instruções dadas por ele para manter sua saúde no rumo certo.
 
O seu médico poderá lhe solicitar o cumprimento de uma prescrição ou a marcação de outra consulta para exames clínicos, exames laboratoriais ou acompanhamento. É importante seguir as instruções do seu médico.
 
Também é importante ligar para o seu médico se você tiver dúvidas sobre quaisquer instruções ou tiver mais perguntas.
 
Priorize suas perguntas
 
Crie uma lista de perguntas de acompanhamento a serem feitas se você:
  • Tem um problema de saúde
  • Precisa receber ou trocar de medicamento
  • Precisa fazer um exame médico
  • Precisa fazer uma cirurgia
Outras situações para ligar para o seu médico
 
Existem outros momentos em que você deve acompanhar o processo de cuidado e contatar o seu médico. Ligue para o seu médico:
  • Se você sentir quaisquer efeitos colaterais ou tiver outros problemas com seus medicamentos.
  • Se os seus sintomas piorarem após a consulta com o médico.
  • Se você receber quaisquer novas prescrições ou começar a tomar qualquer medicamento sem prescrição.
  • Para saber os resultados de quaisquer exames que você fez. Não presuma que nenhuma notícia seja sinônimo de boa notícia.
  • Para perguntar sobre os resultados de exames que você não entende.
Suas perguntas permitem que o seu médico e a equipe de profissionais de saúde saibam mais sobre você. As respostas do seu médico às suas perguntas podem ajudá-lo a tomar melhores decisões, a receber um cuidado melhor, a evitar danos relacionados ao cuidado de saúde e a sentir-se melhor sobre o cuidado prestado. Suas perguntas também podem trazer melhores resultados para a sua saúde.
 
Você sabia?
A boa relação médico-paciente é muito importante para ajudar os pacientes que têm doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doença cardíaca, a administrarem os seus problemas de saúde.
 
 
 
 

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Sepse - A rapidez que salva vidas

A sepse é uma das principais causas de morte em hospitais no Brasil. São mais de 400 mil casos e cerca de 220 mil pessoas morrem todos os anos. Vamos vencer essa doença!
 
 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Por que se preocupar com a sobreutilização de procedimentos terapêuticos [overtreatment] e a sobreutilização de procedimentos diagnósticos [overdiagnosis]?

Diagnóstico e tratamento são as ações primordiais da prática médica e devem ser feitos seguindo um criterioso embasamento científico

Por Dr. Luis Claudio Correia




Em meados do século XX, a evolução tecnológica e científica trouxe-nos tratamentos de grande relevância. Antes disso, a maioria das condutas eram empíricas e inefetivas. Fazíamos uma medicina que tentava apenas reduzir o sofrimento ou proporcionar a falsa ideia de que algo benéfico estava sendo utilizado. No início do século passado, não havia antibióticos, anti-hipertensivos, medicamentos para baixar o colesterol ou marca-passos.

Esta fase foi seguida de uma grande evolução nos últimos 50 anos, tirando a medicina de um estágio medieval para uma prática efetiva. Neste contexto, o primeiro ensaio clínico publicado (British Medical Journal) data de 1948. Os pesquisadores que conduziram este trabalho comprovaram pela primeira vez que um antibiótico (estreptomicina) reduzia significativamente a mortalidade de pacientes com tuberculose quando comparado ao tratamento limitado ao repouso. Começava a era da medicina baseada em evidências.

Por outro lado, no início do século XXI, passamos a experimentar outro fenômeno: a medicalização da população. O principal mecanismo criador da medicalização foram e são novas definições de doença, caracterizadas pela redução dos limites de referência do que antes considerávamos normal. É comum que a redução destes limites ocorra sem o devido embasamento científico, sendo mais motivados pelo afã de prevenir doenças ou por conflitos de interesses. Isso faz com que, do dia para a noite, surjam populações inteiras de novos doentes, antes considerados normais. Está cada vez mais difícil ser normal!

A sobreutilização de procedimentos diagnósticos [overdiagnosis] ocorre quando é realizado um diagnóstico verdadeiro, porém desnecessário, com maior potencial de causar danos do que benefícios. Este fenômeno decorre da cultura do check-up, propagada pelo lobby em prol do excesso de exames em pessoas saudáveis. Em contrapartida, o pensamento médico-científico propõe que a realização de exames se justifique pela existência de um benefício clínico advindo do diagnóstico, e não pela falsa perspectiva de proteção gerada pelo exame. Em pessoas saudáveis, assintomáticas, há exames que devem e outros que não devem ser realizados. A sobreutilização de procedimentos diagnósticos [overdiagnosis] refere-se ao uso do exame em qualquer pessoa, independente de seus fatores de risco ou quadro clínico. Quando leva à adoção de terapias desnecessárias, surge a sobreutilização de procedimentos terapêuticos [overtreatment].

Diagnóstico e tratamento são as ações primordiais da prática médica e devem ser feitos para quem precisa, na hora que se precisa e com criterioso embasamento científico.


PROQUALIS