Familiares de Maria José Florense Mellin, de 56 anos, que passou por uma cirurgia de reconstrução intestinal, no dia 17 de novembro de 2016, no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora em Três Lagoas, afirmam que a paciente foi vítima de erro médico. Conforme relatos, na última terça-feira (10), um pano cirúrgico foi retirado do corpo da mulher durante curativo.
De acordo com Solange Aparecida Mellin, filha de Maria José, depois da cirurgia a mãe começou a reclamar de dores. Ela diz que a paciente fazia curativos diariamente no CDC (Centro de Cirurgia e Diagnóstico), no entanto, o ferimento não cicatrizava e apresentava infecção.
No dia 23 de dezembro, pouco mais de uma mês após a cirurgia, ela levou a mãe para fazer curativo, mas foi informada de que era ponto facultativo e de que teria de fazer o procedimento em casa. Ao verificar a ferida ela notou que havia um material por baixo dos pontos cirúrgicos.
"Fui fazer o curativo e vi que tinha algo dentro, Terminei e depois levei minha mãe ao médico, mas ele disse que não tinha nada e que estava tudo bem. Voltamos para casa e continuei fazendo os curativos durante o recesso", relata.
Na última terça-feira Solange diz que levou a mãe para fazer o procedimento no CDC. Segundo ela, a enfermeira notou que havia algo de errado e encaminhou Maria José para o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, onde a cirurgia foi realizada.
"Chegamos lá e logo o médico fez o procedimento para retida do material, mas disse que o pano não foi deixado ali durante a cirurgia e sim durante um dos curativos. Sabemos que isso não é verdade", frisa.
No prontuário, o médico afirma que a paciente passou por reconstrução intestinal no dia 17 de novembro e que desenvolveu quadro de infecção pós-cirúrgica, tendo de passar por curativos no CDC. Ainda de acordo com o especialista, durante curativo de rotina na terça-feira, foi encontrado material com aspecto de compressa cirúrgica, na abertura abdominal, e que a paciente foi encaminhada para avaliação e conduta da cirurgia geral de plantão.
Em nota enviada ao site Rádio Caçula, a assessoria de comunicação do Hospital Nossa Senha Auxiliadora defende que "a compressa estava na ferida operatória e não na cavidade abdominal" e que não foi esquecida durante a cirurgia e "provavelmente deixada por terceiros durante a realização de curativos em unidades de saúde". Solange afirma que vai denunciar o caso para a associação de erros médicos.
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