Denúncia foi feita após a morte de um idoso de 71 anos que ficou internado por dois meses e quadro se agravou.
Hospital Geral de Guarus, em Campos, RJ, é denunciado por negligência |
Hospital Geral de Guarus (HGG), em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, foi denunciado na primeira semana de 2018 por negligência médica. Em reportagem exibida pelo RJ Inter TV 1ª Edição nesta sexta-feira (5), a denúncia foi feita após a morte de um idoso de 71 anos que ficou internado por dois meses com um quadro de pedra na vesícula que se agravou.
O filho do idoso que morreu, Márcio Martins, procurou a Polícia Civil e denunciou a unidade por negligência médica. Ele conta que o pai deveria estar em uma UTI, mas não estava.
"É muito revoltante. O sentimento que a gente fica é que a gente pode fazer tudo que estiver no nosso alcance, mas não é o suficiente. Aqui no Hospital Geral de Guarus, o descaso com a vida humana é constante. Abri uma reclamação na ouvidoria solicitando uma reavaliação do quadro clínico do meu pai. Eu só recebi essa resposta no dia 2 de janeiro. Não consegui nada desde o dia 27 de dezembro.
No dia 2 de janeiro pela manhã recebi o recado da ouvidoria em que a doutora disse que por mais que o quadro do pai tivesse que piorar, ainda não era caso de CTI. O meu pai só foi socorrido para a Unidade Pacientes Graves após minha intervenção com o diretor clínico desse hospital em um teste rápido de 15 minutos", desabafa Márcio.
Durante os dois meses que acompanhou o pai, Márcio registrou a falta de estrutura no HGG. Ele flagrou lixo hospitalar espalhado no chão, paredes descascadas e ventilador com fio emendado. De acordo com ele, uma funcionária da unidade teria reaproveitado uma sacola depois de jogar lixo hospitalar fora.
"Condições precárias de higiene. Moscas varejeiras e matos entram na unidade pela janela. Tudo isso fez com que o pai piorasse", conta o Márcio.
A atual situação do Hospital Geral de Guarus é motivo de preocupação para parentes e pacientes que permanecem internados na unidade.
Os irmãos Vanessa e Diego Machado acompanham o pai internado na unidade desde outubro. Eles reclamam da falta de higiene e da superlotação do hospital.
"A gente tem que sair praticamente todo dia para comprar materiais básicos do hospital, como: gaze, luva...falta tudo", diz Vanessa Machado.
"A gente fica preocupado porque o paciente sai da UTI e é jogado em uma enfermaria que não tem a menor condição de realizar um atendimento. Todo mundo fica junto e não tem material", conta o Diego.
Em nota à equipe de reportagem da Inter TV, a direção do hospital explicou que o idoso que morreu passou por avaliação do corpo médico e foi encaminhado para a Unidade para Pacientes Graves assim que foi necessário.
De acordo com a nota, o idoso foi tratado de uma pancreatite aguda e a insuficiência renal crônica estava sendo tratada com hemodiálise. O hospital diz que o quadro de saúde do paciente era estável enquanto ele tava internado na enfermaria da clínica médica, recebendo cuidados constantes.
A nota diz ainda que insumos estão sendo constantemente repostos no HGG e que o ar comprimido está funcionando regularmente e, caso se faça necessário, os pacientes podem contar com aspiradores portáteis.
Sobre a manutenção da limpeza do local, o HGG diz que ela é feita diariamente, de forma constante, e a unidade toma medidas para intensificação. Em relação ao tomógrafo, uma equipe técnica já foi acionada e trabalha na recuperação do aparelho para retorno o quanto antes. Os pacientes que necessitam do exame de tomografia são encaminhados para o Hospital Ferreira Machado.
A equipe de reportagem da Inter TV tentou contato com a delegacia que vai investigar o caso, mas ainda não conseguiu uma resposta até a publicação desta reportagem.
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