Dados são de pesquisa do Comitê Estadual de Estudos da Morte Materna.
Estudo aponta ainda aumento da mortalidade, apesar de não tipificar causas.
Estudo aponta ainda aumento da mortalidade, apesar de não tipificar causas.
Maternidade do Hospital Tricentenário, em Olinda, foi a que realizou mais partos em 2014, segundo o CEEMM-PE. Visita do comitê também flagrou situação precária na infraestrutura da unidade de saúde (Foto: Divulgação / CEEMM-PE)
A alta de incidência de cesarianas é um dos principais problemas apontados pela pesquisa do Comitê Estadual de Estudos da Morte Materna em Pernambuco (CEEMM-PE) – grupo formado por organizações não governamentais –, que foi apresentada em entrevista coletiva nesta quarta-feira (27), no Recife. De acordo com o levantamento, a média é de 54,5% cesarianas nos hospitais da 1ª Gerência Regional de Saúde (Geres). A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), atualizada em abril deste ano, é a realização de cesariana somente quando há razões médicas para cirurgia. Até então, a OMS recomendava que as cesáreas representassem entre 10% e 15% dos partos.
Fazem parte da 1ª Geres os hospitais das cidades de Abreu e Lima, Araçoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Chã Grande, Chã de Alegria, Glória de Goitá, Fernando de Noronha, Igarassu, Ipojuca, Itamaracá, Itapissuma, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda, Paulista, Pombos, Recife, São Lourenço da Mata e Vitória de Santo Antão.
Os resultados da pesquisa foram obtidos a partir de fiscalizações em dez maternidades no Grande Recife, entre públicas, privadas e semi-privadas (conveniadas com o Sistema Único de Saúde – SUS), realizadas em 2014 e no início de 2015, procurando identificar a situação dos leitos e verificar os casos de mortalidade de mães no estado. Na maternidade Santa Lúcia, no Recife, 70,5% dos 4.364 partos realizados em 2014 foram cesáreas -- veja os dados completos da 1ª Geres na tabela ao lado.
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Especificamente em relação à mortalidade materna, o levantamento aponta que, no Recife, durante todo o ano de 2014, treze mulheres morreram durante ou após o parto. Só no primeiro trimestre de 2015, esse número já chega a 11 mulheres. Não foram apresentadas, no entanto, as causas precisas dessas mortes. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que "os dados de mortalidade referentes aos anos de 2014 e 2015 ainda estão abertos, conforme os protocolos de investigação preconizados pelo Ministério da Saúde. Portanto, é prematuro falar sobre esses números já que todos os casos estão sendo investigados".
Já a assessoria do Hospital do Tricentenário enviou nota informando que "reformas estão acontecendo e novos processos vêm sendo iniciados [na unidade de saúde]. Como temos uma estrutura física antiga, alguns locais da maternidade ainda estão passando por reforma, sendo possível, ainda, encontrar inconformidades em relação a RDC 036/08, que normatiza a ambiência das maternidades.(...) O prazo para conclusão desta reforma está prevista para 30/06/2015".
Por fim, o Centro Integrado de Assistência a Saúde da Mulher (CIAM), antiga maternidade Santa Lúcia, também comunicou, através de nota, que pela natureza dos partos de alto risco, "as patologias de alto risco materno e/ou fetal estão diretamente relacionadas com a maior incidência de partos por cirurgia cesariana, na perspectiva da preservação da saúde do binômio mãe filho, reduzindo riscos de complicações, sofrimento fetal e morbidade materna-infantil. Mesmo tendo conhecimento da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o percentual de parto cesárea a ser realizado, o bem estar e a saúde dos pacientes são prioridades e fica sob autonomia da equipe de profissionais, aptos a desempenhar a atividade e dos protocolos para cada caso".
Situação é crítica em alguns dos ambientes da maternidade Barros Lima (Foto: Divulgação / CEEMM-PE) |
Comissão também visitou a maternidade Barros Lima, no Recife (Foto: Divulgação / CEEMM-PE) |
Veja íntegra da nota divulgada pela Secretaria Estadual de Saúde:
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) esclarece que os dados de mortalidade referentes aos anos de 2014 e 2015 ainda estão abertos, conforme os protocolos de investigação preconizados pelo Ministério da Saúde. Portanto, é prematuro falar sobre esses números já que todos os casos estão sendo investigados.
Sobre os recursos do Programa Rede Cegonha destinados ao Governo do Estado, a SES esclarece que o mesmo é investido no custeio da rede de assistência materno infantil, sobretudo nas maternidades de alto risco. A verba também é usada na qualificação e ampliação dos serviços, como a reforma do Cisam e a construção da casa da gestante do Hospital Barão de Lucena.
Por fim, a SES garante que a assistência materno-infantil é prioridade da gestão. Este ano, foi criado o Comitê de Assistência Materno-Infantil, que está possibilitando uma série de medidas integradas entre toda a rede de atendimento, com o intuito de efetivar as melhorias na assistência às gestantes de todo o Estado.
Sobre os recursos do Programa Rede Cegonha destinados ao Governo do Estado, a SES esclarece que o mesmo é investido no custeio da rede de assistência materno infantil, sobretudo nas maternidades de alto risco. A verba também é usada na qualificação e ampliação dos serviços, como a reforma do Cisam e a construção da casa da gestante do Hospital Barão de Lucena.
Por fim, a SES garante que a assistência materno-infantil é prioridade da gestão. Este ano, foi criado o Comitê de Assistência Materno-Infantil, que está possibilitando uma série de medidas integradas entre toda a rede de atendimento, com o intuito de efetivar as melhorias na assistência às gestantes de todo o Estado.
Veja íntegra da nota divulgada pela Secretaria de Saúde do Recife:
"Em Recife, analisando os óbitos maternos de 2001 a 2014, observa-se uma importante variabilidade anual da razão de morte materna, sem predomínio em nenhum distrito sanitário. Em 2015, a Secretaria Executiva de Atenção à Saúde do Recife informa que se encontram ainda em análise 13 óbitos maternos, incluindo-se mulheres com óbito até uma ano após o parto, conforme a definição de óbito materno da Portaria Nº 1.1119, de 05 de junho de 2008.
A Secretaria de Saúde do Recife, vem juntamente com a Secretaria Estadual discutindo ações para a melhor estruturação da rede de atenção materna e infantil de Pernambuco e desenvolvendo estratégias para o controle e redução da Mortalidade Materna dentre as quais: Implantação do Programa Mãe Coruja Recife, Monitoramento da Assistência Pré-Natal nas unidades básicas de saúde e implantação de Ambulatórios de Pré-natal de alto risco na rede municipal de saúde; implantação do Acolhimento com Classificação de risco nas três maternidades do Recife, abertura de concurso público para médicos com previsão de nomeação para o mês de junho de 2015.
As três maternidades do Recife: Barros Lima (Casa Amarela), Bandeira Filho (Afogados) e Arnaldo Marques (Ibura), receberam manutenção externa e interna inclusive com a reforma e climatização do Alojamento conjunto da Barros Lima. As três maternidades do Recife estão passando por obras a partir da adesão à Rede Cegonha para a construção de Centros de Partos Normais com finalização do processo licitatório previsto para junho próximo
Com a construção do Hospital da Mulher do Recife, que está com cerca de 70% da obra concluída, o município disporá da primeira unidade de saúde de grande porte de gestão municipal. o Hospital está orçado em R$ 56,8 milhões, dos quais R$ 48,8 milhões são oriundos de convêncio com o Governo Federal tendo a Prefeitura do Recife desembolsado R$ 35 milhões dos cofres municipais para a sua construção. O Hospital vai reunir em um único lugar atendimento de Urgência e emergência 24 Horas, centro obstétrico, cirúrgico, UTI materna e neonatal, Clínica Ambulatorial, Diagnóstico, Apoio Terapêutico além de assistência à mulher vítima de violência".
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