quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Exame do Cremesp reprova 55% dos alunos recém-formados em medicina

Índice é menor do que o do ano anterior, de 59,2%.
Reprovação não impede obtenção do diploma e exercício da profissão.


Números mostram alto índice de reprovação no Exame do Cremesp (Foto: Cauê Fabiano/G1)
Números mostram alto índice de reprovação no exame do Cremesp
(Foto: Cauê Fabiano/G1)

Dos 2.891 recém-formados em medicina que fizeram o exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), 55% do total (1.589 estudantes) foram reprovados. O índice é menor do que o registrado no ano passado, quando 59,2% não acertaram o mínimo exigido (60% das questões) e foram reprovados. Mas foi maior do que em 2013 - índice de 54,2% de reprovados. 
Todo estudante que se formou em medicina e quer se inscrever no conselho paulista precisa fazer o exame para poder tirar o registro do CRM (Conselho Regional de Medicina) e atuar como médico no estado. Apesar de ser um exame obrigatório, mesmo quem for reprovado também pode obter o registro.
 
Isso porque, por força de lei, o conselho não pode condicionar o registro médico ao resultado de uma prova. Para tanto, seria preciso uma lei federal, como acontece com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
 
O exame do Cremesp de 2014, realizado em outubro passado, apontou também que a reprovação foi maior entre os formados em instituições de ensino privadas (65,1%). Entre os alunos de escolas públicas, o índice foi de 33%.
 
Com abstenção de apenas 0,9%, o número de participantes em 2014 foi o maior desde que o exame começou a ser aplicado, há dez anos.
 
Erro em questões consideradas fáceis

 Segundo critérios da Fundação Carlos Chagas (FCC), que aplicou o exame, 33% das questões foram consideradas "fáceis", 4,6% foram "muito fáceis" e 32,4%, "médias". As demais questões (29,6% do total) eram "difíceis".
 
O Cremesp afirma que os recém-formados erraram questões básicas sobre atendimento inicial de vítima de acidente automobilístico, atentado de vítima de ferimento por arma branca, pneumonia, pancreatite aguda e pedra na vesícula.
 
Por exemplo, dois a cada três candidatos erraram o diagnóstico de uma lactante de seis semanas com tosse leve há dez dias, sem febre e com a respiração acelerada. Este mesmo percentual não soube avaliar o risco operatório para uma mulher com pedra na vesícula, diabética, hipertensiva e com histórico de angina (estreitamento de artérias que provoca dor no peito) durante esforços moderados.
 
Do G1, em São Paulo - Cauê Fabiano
 
 


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